segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Temer e o triunfo da razão criminosa

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

A degradação da democracia brasileira e a existência do governo Temer não são fruto acidental da conjuntura política, dos muitos erros do PT e do governo Dilma, da mera vontade moralizadora da Lava Jato, da parcialidade manipuladora de setores da grande mídia, da permanente disposição do assalto ao botim por parte do PMDB e dos partidos do centrão, do inconformismo golpista de Aécio Neves e do PSDB em face da derrota eleitoral. Sim, todos esses fatores contribuíram para degradar a democracia e viabilizar o governo Temer.

Sangue, vergonha e trevas

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Ninguém chegou ao dia 31 de dezembro acreditando no “Feliz Ano Novo” dito sem convicção. Sabíamos todos que começaria um ano tenebroso, de decrepitude política e infarto econômico, mas ninguém esperava o banho de sangue e a vergonha que explodiu no Norte, mas é produto da vida nacional. Já a pequenez, o despreparo e a velhacaria do governo Temer diante de fatos tão graves só surpreendeu os que acreditaram na feitiçaria do golpe parlamentar. Algo porém vem sendo tão chocante quanto as decapitações e esquartejamentos: a desenvoltura com que representantes da direita no poder pregam a “higienização social” e a divisão dos brasileiros entre os que têm direitos e os que devem ser tratados como animais. Para a regressão absoluta, faltou apenas a defesa de fornos crematórios nas prisões.

Imperatriz Leopoldinense revolta ruralistas

Da revista Fórum:

O samba enredo da escola “Imperatriz Leopoldinense”, que neste Carnaval tem como tema “Xingu – O clamor que vem da Floresta”, gerou revolta no setor do agronegócio mato-grossense e brasileiro. A música faz uma crítica contundente aos donos de terra: “O belo monstro rouba as terras dos seus filhos, devora as matas e seca os rios, tanta riqueza que a cobiça destruiu, Sou o filho esquecido do mundo, minha cor é vermelha de dor, o meu canto é bravo e forte, mas é hino de paz e amor”.

Temer é recebido com protesto no RS

Do site Vermelho:

Recebido com protestos no Rio Grande do Sul, o presidente Michel Temer cometeu uma gafe cheia de simbolismo, ao trocar a moeda corrente do Brasil. Com um governo pautado pelo retrocesso, em discurso durante a cerimônia de entrega de ambulâncias a prefeitos, ele confundiu o Real com o Cruzeiro, numa volta a 1993.

Na sua primeira visita ao estado como presidente, Temer se deparou com um grupo de cerca de 150 manifestantes, que protestavam contra a política de ajuste fiscal dos governos federal e estadual do lado de fora do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre.

Mídia Ninja é alvo da PM no Amapá

Foto: Mídia Ninja
Do site da Mídia Ninja:

A Casa Fora do Eixo Amapá, centro de ativismo e cultura em Macapá e sede da Mídia Ninja no estado, foi brutalmente atacada durante a noite de ontem (08/01) na realização do projeto Domingo na Casa, conhecido evento cultural da cidade.

O público do evento e os moradores da Casa passaram por momentos de terror, com a invasão do espaço por diversos policiais fora do horário de serviço e também soldados fardados que apontaram armas, gritaram, agrediram com socos e chutes, ofenderam verbalmente, num verdadeiro linchamento moral contra as pessoas e o espaço, sem qualquer medida legal, sem mandado de busca ou qualquer prerrogativa jurídica para a ação.

domingo, 8 de janeiro de 2017

O que está em jogo na eleição do Equador?

Por Juan Manuel Karg, no blog Resistência:

O Equador inaugurará o calendário eleitoral de 2017 na América Latina e Caribe: em 19 de fevereiro próximo haverá eleições presidenciais, decisivas para a região em seu conjunto pelo que ali está em jogo. O correísmo, por meio da dupla Lenin Moreno-Jorge Glas, joga a continuidade da Revolução Cidadã, que governa desde janeiro de 2007 em uma verdadeira “mudança de época” para o país, tal como gosta de chamar seu presidente, Rafael Correa, com base nas transformações operadas na vida de milhões de pessoas.

Regina Duarte, Doria e o pós-ridículo

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Eu vi a formulação na conta dos Fatos Nacionais no Twitter. A foto de João Doria e Regina Duarte fingindo que varriam ruas em São Paulo tinha a seguinte legenda: o “ano do pós ridículo”.

É uma definição feliz.

Doria, Regina e Janaína Paschoal são luminares da era do pós ridículo. Seguidos de perto por Crivella, Alexandre de Moraes, Michel Temer e a mulher Marcela.

O discurso de ódio está matando

A juventude e a chacina de Manaus

Por Haroldo Lima

O Secretário Nacional de Juventude do Governo Temer defendeu "uma chacina por semana". Disse, sobre a chacina em Manaus, onde morreram 56 pessoas, que "tinha era que matar mais". O Governo Temer disse que essas opiniões "não são as do Governo". Essas opiniões, definitivamente, não são é da juventude de parte alguma do mundo, muito menos da juventude brasileira, que é das mais avançadas do planeta. 

Um governo que nomeia para Secretário Nacional de Juventude uma pessoa que pensa assim agride toda a juventude do país, revela ser um governo contra os jovens, além de ser golpista e portanto ilegítimo, como de fato é esse governo de velhos, machos,brancos, ricos, corruptos e incompetentes.

Jornalista é agredida por fascista em SP

Por Marcos Aurélio Ruy, no site da CTB:

“Estava com uma amiga no bar, isso mesmo, duas mulheres sozinhas em um bar numa quinta-feira à noite. Estava tudo divino maravilhoso quando fomos abordadas por um senhor com cara de bonachão, alto, que questionou se éramos socialistas. Olhei com uma cara de ‘oi??’ e continuei a conversa com minha amiga”. A repórter do Portal Vermelho, Laís Gouveia, descreve assim a cena na qual sofreu agressão em um bar em São Paulo.

De acordo com a jornalista, não satisfeito o agressor começou a falar “vai pra Cuba”, quando ela começou a tentar explicar o quanto ele estava sendo inconveniente se metendo na conversa de duas pessoas estranhas.

Primeira semana de 2017: como será a última?

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

A História poderá ser esquecida durante algum tempo, porém nunca será apagada. (Itamar Bopp, genealogista e historiador).
Se a primeira semana de 2017 foi assim, fico imaginando como chegaremos à última.

Conto com a ajuda dos leitores para encontrar respostas porque não faço a menor ideia do que nos espera até lá.

Tanto quanto as matanças de presos no Amazonas e em Roraima, o que me chocou foi a reação aparvalhada dos agentes públicos de todos os níveis, uns jogando a responsabilidade nos outros, e apresentando novos velhos planos de segurança para um futuro distante, quando já estaremos todos mortos, dentro ou fora das cadeias.

A "pejotização" lesa os jornalistas

Do site da CUT:

Um fenômeno nocivo às relações trabalhistas e muito conhecido pelos jornalistas, a chamada “pejotização”, a contratação de Pessoas Físicas, de modo subordinado, não eventual e oneroso, realizada por meio de Pessoa Jurídica, é uma fraude que lesa o trabalhador e a trabalhadora, garante o advogado e coordenador jurídico do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), Raphael da Silva Maia.

Civita: anti-Lula sempre foi pró-FHC

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A preferência política da 'Veja' por Fernando Henrique Cardoso é um desses fatos sabidos por todas as pessoas interessadas em estudar as conexões preferenciais entre a revista e as personalidades políticas que marcaram a história brasileira recente. É um traço tão marcante como a rejeição perpétua - acentuada nos últimos 20 anos - por Luiz Inácio Lula da Silva. Lembrando que Lula e FHC foram os líderes que estiveram a frente das principais famílias políticas do país há décadas, é sempre instrutivo registrar as diferenças de tratamento reservadas a ambos.

A falácia da privatização dos presídios

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Na última coluna do ano passado, escrevi sobre a anacrônica visão do ministro da Justiça sobre as questões de segurança pública. Sua pretensão é aumentar o número de prisões por crimes relacionados às drogas e, ao mesmo tempo, deixar de usar os recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) nos presídios para realocá-los em outras áreas de segurança pública. Em setembro último, o STF frustrou o ministro e o obrigou a fazer óbvio: utilizar os recursos do fundo para o que ele foi criado, na construção, reforma, ampliação, modernização e aprimoramento de estabelecimentos penais. A quem interessa o sucateamento do já combalido sistema penitenciário? Ao que parece, apenas às empresas interessadas em lucrar administrando presídios e políticos financiados por elas.

Temer e o cerco aos bancos públicos

Por Mauro Santayana, na Revista do Brasil:

Nos últimos meses, o governo brasileiro não apenas está tomando medidas temerárias do ponto de vista estratégico como também o está fazendo na contramão do mundo, em um momento em que o nacionalismo e o Estado se fortalecem, como reação à globalização, até mesmo pelas mãos da extrema direita, nos países mais desenvolvidos. O que vem sendo apresentado, com a cumplicidade de uma mídia imediatista, irresponsável e descomprometida com os objetivos nacionais, não passa de uma sucessão de “negócios” apressados e empíricos que têm como único norte o acelerado desmonte, esquartejamento e inviabilização em poucos anos, do Estado, com deletérias, estratégicas, e talvez irreversíveis consequências para o futuro.

Os neoliberais e a ciência da crueldade

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Pouca gente vai perceber, mas há um escândalo, hoje, na Folha, que se assemelha a uma versão ascética dos massacres que nos chocaram na semana passada (na semana passada, por enquanto).

Trata-se da coluna do senhor Samuel Pessôa, que não se perca pelo sobrenome, um economista neoliberal de visão próxima aos que nos comandam, atualmente. Vejam a candura com que ele declina seus pensamentos sobre a vantagem de pagar salários menores ao trabalhador:

sábado, 7 de janeiro de 2017

A esperança e as suas consequências

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O que o golpe e o fatalismo conservador tentam nos explicar há oito meses é que a esperança que se alimenta de aspirações por mais justiça e democracia é um atentado ao equilíbrio das contas nacionais, como o perseguido agora pela PEC 55.

Enquanto a dissonância não retroceder, o ambiente político não desanuviará, os mercados não vão relaxar, a incerteza e a crise persistirão, advertem colunistas anexados a relatórios de bancos e vice-versa.

A esperança é disfuncional.

Lei das teles também tem agrados às TVs

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Em tempos de penúria fiscal, com o governo a negar 7 reais a mais ao salário mínimo, congelar por vinte anos gastos sociais e a propor que menos gente receba aposentadoria (e de valor menor), uma simples decisão governamental poderia render 5 bilhões de reais de uma vez aos cofres públicos e garantir um fluxo de 1 bilhão de reais por ano daqui em diante.

Esses números são estimativas do potencial arrecadatório com a cobrança de uma contribuição a ser paga por rádios e TVs com base em uma lei de 2000, a 9.998. Uma polêmica que volta à baila graças à lei que presenteia as empresas de telefonia fixa com bilhões de reais em bens públicos.

Presídio no Brasil: Abatedouro de pobre

Por Laura Capriglione, no site dos Jornalistas Livres:

Juízes, Desembargadores, Ministros do STF e STJ, o Ministério Público Federal e os Estaduais, as Polícias Militares e a Federal, o Exército, a Força Nacional, os protagonistas do Golpe de Estado contra a Democracia agora rangem os dentes contra a população preta e pobre - a maioria da população carcerária do país.

Michel Temer, o presidente do Golpe, já foi secretário de Segurança Pública de São Paulo, escolhido para o cargo logo depois do Massacre do Carandiru, em 1992, pelo seu amigo, Luiz Antônio Fleury Filho.

Como o pato da Fiesp engoliu o MPF

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – sobre as responsabilidades do MPF

O Ministério Público Federal teve papel central no golpe parlamentar que visou, em última instância, reduzir drasticamente as responsabilidades do Estado e congelar as despesas públicas através da PEC 55.

O congelamento implica em meramente corrigir as receitas pela inflação do período, mantendo o mesmo valor real inalterado por 20 anos.

A lógica anterior consistia em definir um patamar de despesas e corrigi-la anualmente pelo índice de preço do período mais o crescimento do PIB.