quarta-feira, 12 de abril de 2017

FHC: como são feios os pés do pavão...

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É quase certo que não vá dar em nada a investigação – se houver – sobre o “pagamento de vantagens indevidas, não contabilizadas, no âmbito da campanha eleitoral de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República, nos anos de 1993 e 1997”, delatadas pelo empreiteiro Emílio Odebrecht.

Vai para Justiça de São Paulo – é preciso fazer comentários – e não custa para ser descartada na conta da prescrição.

Seja como for, não há punição maior para Fernando Henrique, nada que lhe doa mais do ter de recolher a sua plumagem de pavão, com que voltou, desde a crise do governo petista, a exibir, como sendo o pró-homem da República.

Na lista de delações, nem todos são iguais

Por Haroldo Lima, no site Vermelho:

Nesta terça-feira (11), a turma da Lava Jato divulgou estrepitosamente uma lista de mais de 100 nomes citados em "delações premiadas" de executivos da Odebrecht. Da lista fazem parte muitos corruptos, mas, nessa lista, nem todos são iguais.

A partir da Lava Jato, instaurou-se no país uma moral abusiva, aética, contrária à Justiça e ao Direito. A partir de suspeitas, consistentes ou não, prende-se uma pessoa, sob a forma de "condução coercitiva", "prisão temporária" ou "preventiva", tudo isso aplicado arbitrariamente.

O denuncismo mentiroso contra Lula

Do site Lula:

Vazamentos falsos e seletivos de informações sigilosas, denuncismo mentiroso e perseguição política são algumas das principais causas para o momento de crise por que passa o país, e apenas com um governo democraticamente eleito pelo povo é que se pode dar início à superação desta crise.

Este é o resumo do que disse na manhã desta terça-feira (11) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista ao vivo concedida por telefone à rádio Meio Norte, do Piauí. De acordo com Lula, o Estado precisa fazer com que as pessoas tenham oportunidade, fazendo com que a parte mais pobre da população possa participar da economia, e não ser apenas vítima de políticas de arrocho. "Precisamos reconstruir o Brasil, porque tem gente torcendo para destruir o país", disse.

A lista de Fachin e o caos político

Por Gilberto Maringoni, na revista Fórum:

A lista de Fachin é devastadora por um motivo central: é suficientemente ampla e ecumênica para não ser acusada de parcial ou unidirecional. Ao mesmo tempo, seu potencial destrutivo pode colocar a pique todo o sistema político. Ela nos bate na cara gritando “Après moi le déluge! Après moi le déluge!”

E depois do dilúvio? Quem administrará as águas?

O rol de nomes e sobrenomes nela contido reafirma algo perceptível após as eleições de 2014, quando Dilma decidiu colocar a pique a credibilidade do voto popular nela depositada: não há um vetor com credibilidade para reorganizar o sistema. O estelionato eleitoral trouxe o desalento, exacerbou o sentimento antipolítica e descortinou o fascismo social que não ousava dizer seu nome.

Aécio e Jucá são os campeões de inquéritos

Da revista CartaCapital:

O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, e o líder do governo Michel Temer no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), são os campeões de inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com base nas delações da Odebrecht. Cada um deles responderá a cinco investigações diferentes. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ex-presidente do Senado, aparece em seguida, com quatro inquéritos.

De acordo com documentos divulgados pelo jornal "O Estado de S. Paulo", Aécio é alvo de pedidos de investigação relacionados à campanha presidencial de 2014, às eleições ao governo de Minas em 2010, às obras da Cidade Administrativa de Minas e aos empreendimentos do Rio Madeira e das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau.

A farsa acabou. É hora da política

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país que desde 2005, data das primeiras denúncias da AP 470, assiste à criminalização da política e dos políticos, a lista de Edson Fachin – 8 ministros, 24 senadores, 39 deputados federais , 3 governadores – confirma aquilo que sempre se soube ou pelo menos sempre se imaginou.

As denuncias de desvios de recursos, abusos e corrupção pura e simples atingem (quase) tudo e (quase) todos, em especial aqueles que assumiram o poder de Estado a partir do impeachment de Dilma Rousseff.

Ataque à Síria expõe fundamentos dos EUA

Por Osvaldo Bertolino, no site da Fundação Maurício Grabois:

Por qualquer ângulo que se olhe para Donald Trump, depois que ele ordenou o ataque dos Estados Unidos à Síria - com a conivência das potências europeias -, é impossível não ver um criminoso de guerra. Ele é o típico representante do Partido Republicano afinado com os chefes militares do Pentágono, os senhores da guerra que, pela natureza do regime norte-americano, são uma proeminente fonte de poder, o escalão mais importante e mais caro do governo dos Estados Unidos. São os operadores da “ordem militar” que hipertrofiou-se dos anos 1950 para cá.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Lista de Fachin detona covil de Temer

Por Altamiro Borges

O site do jornal Estadão postou com exclusividade na tarde desta terça-feira (11) a bombástica "lista" de Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que determina a abertura de inquérito contra nove ministros do usurpador Michel Temer e contra 29 senadores e 42 deputados federais, entre eles os presidentes da Câmara Federal e do Senado. A "lista" pode implodir de vez o covil golpista. O clima em Brasília é de tensão e muitos analistas da própria mídia chapa-branca já preveem que o "presidente" terá muitas dores de cabeça nos próximos dias. Ele mesmo havia afirmado recentemente que exoneraria os denunciados no escândalo. O Judas manterá sua palavra?

Temer planeja quebrar o sindicalismo

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Duas manchetes garrafais publicadas nesta terça-feira (11) confirmam que o covil de Michel Temer já fixou sua estratégia para golpear os trabalhadores. O Estadão estampou: "Reforma trabalhista mudará cem pontos da CLT"; já a Folha realçou: "Relator de reforma prevê fim de imposto sindical no país". Ou seja: as forças golpistas, que foram financiadas pelo patronato, estão decididas a retirar os direitos fixados na Consolidação das Leis do Trabalho e, para isso, não vacilarão em quebrar a espinha dorsal do sindicalismo, asfixiando financeiramente as entidades. Esta estratégia confirma uma velha tese do intelectual britânico Perry Anderson, de que o neoliberalismo não combina com a democracia. 

Como Doria ficou rico com o Lide?

Doria e Cunha no Lide
Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Se quiser continuar na campanha para presidência da República, como fez nesta segunda-feira em Porto Alegre, com um discurso de candidato anti-Lula, o prefeito de São Paulo, João Doria, precisa correr para apagar registros de um passado que o deixa mal com o eleitorado do Nordeste brasileiro.

Em março de 2015, quando organizou um evento para famílias de executivos no Hotel Jequiti, no Guarujá, o CEO’s Family, Doria chamou a atenção com um discurso preconceituoso.

Fantasmas e fantasias de Sergio Moro

A "nova" direita machista

Por Cynara Menezes, na revista Caros Amigos:

A misoginia e o machismo são duas características indissociáveis da “nova” direita em ascensão no mundo inteiro. A atitude depreciativa em relação à mulher, sobretudo às feministas, pode ser observada em cada discurso, em cada decisão, em cada projeto apresentado pelos reacionários que estão chegando aos governos, graças aos votos de cidadãos e cidadãs incautos.

Mesmo antes de assumir o cargo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já era denunciado por tratar mulheres como objeto. Várias acusações de assédio sexual vieram à tona durante a campanha eleitoral, além de um vídeo de 2005 onde Trump fazia comentários ofensivos. Ele contava a um apresentador de TV como “partiu para cima” de uma mulher casada, que lamentou “não ter conseguido comer”.

Um retrato da terceirização selvagem

Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:

As crises econômicas, historicamente, sempre serviram à retirada de direitos sociais e trabalhistas. Convertido agora em lei, o projeto 4302/98, que permite a terceirização em qualquer etapa da atividade produtiva e, além disso, a quarteirização, irá aumentar dramaticamente a precarização das condições de trabalho. Inicialmente para os próprios terceirizados (que já são 13 milhões no país); mas a intenção é nivelar por baixo – ou seja, a piora da condição dos terceirizados irá agravar a situação do conjunto da classe trabalhadora (não se enganem: esta é a intenção). Além disso, ao rebaixar salários, a terceirização sem limites irá reduzir os valores da contribuição à Previdência Social, agravando a situação desta (o objetivo neste caso é quebrar a previdência pública, abrindo espaços para a previdência privada).

O esgotamento das democracias liberais

Por Emir Sader, na Revista do Brasil:

A crise da democracia é um dos fenômenos mais rapidamente globalizados nos últimos anos. Nos países da Europa, que se orgulhavam dos seus sistemas democráticos, , em geral centrados em dois grandes partidos, as políticas de austeridade promoveram a generalizada perda de legitimidade desses sistemas. Quando os partidos assumiram políticas econômicas antissociais, entraram em crise acelerada, perdendo votos, intensificando o desinteresse pelas eleições, dado que os projetos de sociedade eram similares. Começaram a surgir alternativas – na extrema direita e na própria esquerda – que passaram a colocar em xeque esses sistemas. Pela direita, de forma autoritária, pela esquerda buscando a ampliação e a renovação das democracias.

Os 100 dias caóticos de João Doria

Do site Jornalistas Livres:

Aquele que se apresentou como um gestor e não como político de carreira na campanha das eleições municipais de 2016, foi nesses 100 primeiros dias de governo, o rei do marketing e da cidade cinza.

Segundo os vereadores do PT em São Paulo, a Cidade Linda que o prefeito Dória Júnior quis implementar em SP, ficou mesmo só nas frases de efeito.

Divulgamos aqui, um documento construído pelos parlamentares, após levantamento das ações de Doria e a partir de discussões produzidas num seminário preparatório, que identificou as fragilidades da administração e comparou as promessas eleitorais e o discurso do prefeito em relação às ações realizadas e seus resultados práticos.

A postura fascista do vereador do MBL

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Em maio do ano passado, logo após a derrubada de Dilma Rousseff, o ministro da Educação de Michel Temer recebeu o ator e militante reacionário Alexandre Frota para ouvir suas propostas para a área. Frota foi convidado como representante do Revoltados Online – grupo que nasceu no Facebook vendendo precatórios e apoiando uma intervenção militar; cresceu espalhando boatos, compartilhando conteúdos racistas, homofóbicos; e morreu após a rede social bani-lo definitivamente por seus discursos de ódio. Um dos temas levados ao ministro foi o famigerado projeto de lei batizado de Escola Sem Partido, que visa combater o que eles chamam de “doutrinação ideológica nas escolas”.

Os irmãos Neves estão tristes

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Aécio Neves ficou indignado. Para o brasileiro, que desde a derrota do senador tucano, se acostumou com sua máscara de ódio e revanche contra o resultado das urnas, o semblante não mudou. Continua a emanar arrogância. O que mudou foi o alvo de seu destempero. Depois de desafiar os fatos, as verdades e a vontade popular, Aécio agora ataca a imprensa e a justiça, que sempre o embalaram no colo.

Andréa Neves ficou triste, até chorou. Para os mineiros, que se fartaram em acompanhar seu domínio sobre a mídia e seu estilo na fabricação da imagem do irmão mais novo, foi uma revelação de fragilidade que não se esperava dela. Altiva e discreta, nada é mais distante de Andréa que a fraqueza, a humildade e mesmo a exibição de sentimentos. A primeira irmã se viu como marionete num teatro em que costumava manipular os cordões.

TJLP e a destruição dos bancos públicos

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O governo deve baixar nos próximos dias medida provisória que troca a TJLP (taxa de juros de longo prazo adotada pelo BNDES nos financiamentos empresariais) pela TLP, mais próxima dos juros de mercado, suprimindo assim, na prática, sua natureza de banco de fomento. A medida foi condenada por todos os participantes do seminário “Em defesa dos bancos públicos”, promovido pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo e Osasco nesta segunda-feira, 10, inclusive pelo empresário Fernando Figueiredo, presidente da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química”. “Será uma irresponsabilidade se acabarem com a TJLP. Esperamos que o BNDES continue cumprindo o importante papel que sempre teve no desenvolvimento industrial do país” - disse Figueiredo.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Lula e Doria nas incertezas de 2018

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Por mais que José Dirceu possa ter errado, não há como negar-lhe muitos méritos. Junto com Lula, foi o artífice do fortalecimento do PT e da construção das condições para que o partido chegasse ao governo. Na última semana, Dirceu emitiu um forte alerta: a possibilidade de Lula ser preso ou de ser inviabilizado juridicamente de concorrer às eleições de 2018. Até agora não surgiram elementos substantivos que possam justificar a sua prisão. Mas existe uma nova estrada de espinhos nas andanças do ex-presidente, apontada por Dirceu: a delação premiada de João Santana e Mônica Moura. Como a delação ainda não veio a público, fica na conta do imponderável.

A elite paulista e seu brinquedo perigoso

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Getúlio Vargas era “populista”, mesmo tendo industrializado o Brasil.

Leonel Brizola era “populista”, porque se dedicava a construir escolas de primeira qualidade.

Lula, sem dúvidas, é mesmo “populista”, porque inaugurou um processo de inclusão social como não se via há décadas.

A elite paulista sempre encheu a boca, com nojo, para classificar (ou melhor, desclassificar) de “populistas” os políticos de natureza trabalhista, bem escorada pelo discurso dos “punhos de renda” acadêmicos.