sexta-feira, 5 de maio de 2017

Por que o ódio doentio da direita a Dirceu?

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                    
Aos 71 anos de idade, José Dirceu de Oliveira e Silva está em liberdade provisória, depois de mofar por dois anos nas masmorras da Lava Jato. Condenado sem qualquer prova, com base em ilações e conjecturas, pelo juiz de 1ª instância Sérgio Moro, há 30 anos de cadeia, ele viveu dignamente seu calvário em Curitiba.

Dedicou seu tempo ao trabalho na biblioteca do presídio, à leitura e aos exercícios físicos, enquanto dezenas de outros réus se degradavam moralmente apontando o dedo acusador na direção exigida pelo juiz Moro e pelo procuradores da Lava Jato, jovens e inconsequentes militantes da direita nativa.

Baleia Azul e os ataques à internet livre

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

O mundo inteiro está de olho na internet. A frase tem vários sentidos, mas o que cabe aqui é o que diz respeito às centenas de tentativas – que pipocam nos quatro quadrantes do planeta – de controlar a circulação de dados na rede mundial de computadores.

Cada vez que aparece alguma situação de crime ou algum escândalo que tem a internet como intermediário ou foco central, os setores que querem restringir liberdades arregalam os olhos. Aproveitam-se de uma comoção nacional e transformam essas situações no pretexto ideal para emplacar alguma proposta para alterar a lei que o Brasil conquistou e que define os direitos e deveres para os usuários da internet – o Marco Civil da Internet, ou para aprovar uma lei para tipificar mais crimes na internet.

A comoção da vez é a Baleia Azul. O jogo que usa redes sociais para reunir pessoas em torno de desafios que envolvem mutilações até levar, na última etapa, ao suicídio.

Temer usa Refis para comprar votos

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Na noite desta quarta-feira, 3, o toma-lá-dá-cá foi sincronizado. Enquanto os deputados aprovavam a reforma previdenciária na comissão especial, e a polícia legislativa, contemplada com regra especial, jogava gás de pimenta nos agentes penitenciários que pediam o mesmo, a comissão mista (deputados e senadores) da Medida Provisória 766 aprovava o maior perdão de débitos fiscais já havido no país. É o “Refis do Temer”, que concede redução de até 99% no valor das multas e encargos e prazos de até 240 meses para quitação parcelada. Muitos parlamentares serão beneficiados, ou quando não diretamente eles, empresários de suas relações. O relator, Newton Cardoso Filho, será será premiado om redução de até 90% nas dívidas de empresas de sua família, que somam R$ 67 milhões.

"Reformas": Autoritarismo e retrocesso

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A insistência do governo Temer em levar à frente sua agenda de retrocesso social parece ter finalmente encontrado um obstáculo em seu caminho. Consolidou-se uma resistência ampla e organizada a tais medidas, dirigida pelo movimento sindical de forma unitária e por um conjunto amplo de setores descontentes com o rumo dado ao País pelo grupo que se instalou no comando da Esplanada após o processo do golpeachment.

Ao que tudo indica, aquele que foi eleito como vice-presidente em 2014 não se preocupa mesmo com seus baixíssimos índices de popularidade. Parece que teria aceito, entre resignado e orgulhosos, a tarefa que lhe foi confiada pelos representantes do financismo e dos grandes meios de comunicação. As classes dominantes exigem dele ações com o intuito de promover a verdadeira liquidação daquilo que ainda resta de um arremedo de Estado de Bem Estar Social em nosso País. Consumado o afastamento definitivo de Dilma Rousseff, entrou em campo a montagem de uma estratégia de fazer terra arrasada da experiência iniciada em 2003.

Os seis mitos da reforma trabalhista

Por Juliana Duffles Donato Moreira e Ana Luíza Matos de Oliveira, no site Brasil Debate:

Não há evidências que sustentem as teses apresentadas pelo governo. Aumentar a flexibilidade dos contratos de trabalho e reduzir direitos, além de não gerar empregos, fragilizará ainda mais o trabalhador, debilitará seus planos de vida e piorará as condições de trabalho no país

Órgãos oficiais confirmam a extensão da crise econômica enfrentada pelo Brasil: o PIB, que caíra 3,8% em 2015, recuou 3,6% em 2016. A taxa de desemprego, que decrescia desde 2003 e atingiu o menor valor da série história em 2014, quase dobrou desde 2015, atingindo 13,5 milhões de pessoas no início de 2017.

STF pode decretar fim de 'sequestros de Moro'

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A BBC noticia que está marcado para o dia 18 o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, da ilegalidade mais flagrante das muitas cometidas pelo juiz Sérgio Moro e, agora, reproduzida por outros magistrados: a condução coercitiva – ou mais propriamente o sequestro temporário – de cidadãos que sequer foram intimados a depor, seja como testemunhas ou investigados.

É, como já disse em plenário o Ministro Marco Aurélio Mello, um abuso que não poderia ter sido tolerado desde o início. O Código de Processo Penal, nos diversos artigos em que prevê a condução coercitiva, refere-se sempre ao fato de que ela será usada quando alguém se furtar, sem motivo justificado, a comparecer a interrogatório para o qual tenha sido regularmente intimado. Jamais como “pega ele e leva para a PF”.

PL do trabalho rural “revoga a Lei Áurea”

Por Dimalice Nunes, na revista CartaCapital:

Caso avance na Câmara dos Deputados, o PL 6442/2016 – que altera a regulamentação do trabalho rural – pode significar o maior retrocesso da história do País quando se fala em trabalhadores, uma perda de direitos ainda mais severa do que aquela pretendida pela reforma trabalhista. “Esse projeto revoga a Lei Áurea”, resume o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury.

O projeto, de autoria do presidente da bancada ruralista na Câmara, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), foi protocolado em novembro na Casa e constituído para não “sobrecarregar” o texto da já polêmica reforma trabalhista. É uma espécie de filhote do PL mãe.

Lula dá primeira chinelada em Moro

Foto: Ricardo Stuckert
Por Carlos Fernandes, no blog Diário do Centro do Mundo:

Não está sendo uma semana fácil para os pródigos justiceiros de Curitiba.

Após o procurador Deltan Dallagnol ter sido humilhado e ridicularizado pelo STF na sua transloucada tentativa de manter José Dirceu na cadeia à revelia do Direito, foi a vez do juiz Sérgio Moro receber uma aula pública das instâncias superiores sobre o que reza o nosso Código Processual Penal.

Primeiro, vamos ao caso.

Em 18 de abril, Moro havia determinado que o ex-presidente Lula participasse pessoalmente, em Curitiba, de todas as 87 audiências das testemunhas arroladas pela sua defesa.

Doria quer censurar críticos na internet

Da Rede Brasil Atual:

O prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), contratou o escritório de advocacia de seu secretário de Justiça, Anderson Pomini, para monitorar e notificar críticos do prefeito nas redes sociais. Segundo informações do site BuzzFeed Brasil, autores de postagens consideradas ofensivas pela equipe do prefeito serão contatados com pedidos para retirar as postagens, sob ameaça de processo por calúnia, difamação, injúria ou incitação à violência. A contratação foi feita pelo próprio Doria e não pela prefeitura.

Caso Mateus Ferreira já lembra Edson Luís

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Internado numa UTI em Goiânia, o estudante de Ciências Sociais Mateus Ferreira da Silva, de 33 anos, luta pela vida depois que teve o crânio afundado a golpes de cassetete por um capitão da PM durante um ato público da greve geral de 28 de abril.

Em estado grave, com sinais de melhora nos últimos dias, sua recuperação é alimentada pelas esperanças que a medicina oferece em nestes casos. Assim que soube da tragédia, a mãe do estudante, Suzete Barbosa, deslocou-se para a capital de Goiás, para ficar ao lado do filho. Através de imagens gravadas por duas câmaras de vídeo, ambas portadas por estudantes presentes, o país inteiro pode assistir à cena de violência que levou para a UTI. Pode ver o momento em que Mateus era atingido na cabeça por golpes de cassetete - ouve-se até um clique neste momento - numa sequência tão violenta que a arma se partiu no meio. Exibidas no dia da greve, a cena seria reprisada nos telejornais, mais tarde. Mas o amor de mãe impediu Suzete de olhar as imagens. "Não tive coragem," disse ela aos jornalistas.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Temer, Aécio e a bancada dos sujos no STF

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

O site ‘Congresso em Foco’ publicou nesta quarta-feira (3) um levantamento que até mereceria destaque no Jornal Nacional da TV Globo. Mas, lógico, “não vem ao caso”, como diria o juiz Sergio Moro. Segundo a reportagem, assinada por Joelma Pereira, PMDB e PSDB lideram a bancada dos senadores investigados pelo Supremo Tribunal Federal. O título da matéria é sacana – destaca Renan Calheiros e omite o nome do Judas. Mas o conteúdo é revelador. “Dono da maior bancada no Senado, o PMDB, do presidente Michel Temer, lidera o bloco dos investigados: 11 dos 22 peemedebistas respondem a inquéritos (investigações preliminares que podem resultar em processo) ou ações penais (processos que podem terminar em condenação) na corte. Desses, nove são alvos da Operação Lava Jato. Entre eles, o atual e o ex-presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Renan Calheiros (PMDB-AL)”.

Sindicalismo decide "ocupar Brasília"

Por Altamiro Borges

Em reunião realizada nesta quinta-feira (4), as noves centrais sindicais existentes no país - CUT, FS, CTB, UGT, NCST, CSB, CGTB, Intersindical e Conlutas - decidiram intensificar a pressão contra as "reformas" trabalhista e previdenciária do covil golpista de Michel Temer. Levando em conta o êxito da greve geral de 28 de abril, que teve a adesão de mais de 40 milhões de trabalhadores, e a rápida desmoralização do usurpador e das suas contrarreformas - como atestam as últimas pesquisas -, os sindicalistas avaliam que estão dadas as condições para ampliar o movimento de resistência e para radicalizar nas formas de luta. Neste rumo, as centrais decidiram, por consenso, "ocupar Brasília" para reforçar a pressão sobre os parlamentares - muitos deles já ameaçam abandonar o covil golpista.

Confira a íntegra da nota aprovada pelas centrais sindicais:

As tropas dos EUA na Amazônia

Por Wevergton Brito Lima, no site Vermelho:

A informação veiculada nesta quinta-feira (4), pela agência BBC Brasil, dando conta de que em novembro tropas americanas irão participar de exercícios militares conjuntos na tríplice fronteira amazônica com os exércitos brasileiro, peruano e colombiano, é uma grave e preocupante notícia.

Segundo a agência, a operação é parte do AmazonLog, exercício militar criado pelo Exército brasileiro a partir de uma atividade feita em 2015 pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Hungria, da qual o Brasil participou como observador. Desta operação resultou a criação de uma base militar supostamente multinacional, mas na prática comandada pelos EUA, na Hungria.

Pela liberdade dos presos da greve geral

Enviado por Guilherme Boulos

Artistas, intelectuais e juristas - incluindo dois ex-Ministros da Justiça - assinam manifesto pela liberdade imediata dos presos políticos da Greve Geral: os militantes Juraci, Luciano e Ricardo.

Eles estão presos desde o dia 28, com acusações absurdas e sem nenhuma prova. Ontem foram transferidos ao presídio de Tremembe. Sua liberdade foi negada no último sábado pela Juíza Marcela Filus coma alegação de garantia da "ordem pública". Os advogados do Movimento esperam julgamento de novo habeas corpus pelo TJ SP entre hoje e amanhã.

Segue o Manifesto assinado por personalidades.

Legalizando a escravidão no meio rural

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Projeto de Lei 6442/16, de autoria de Nilson Leitão (PSDB) pretende fazer uma reforma trabalhista também no campo.

O projeto vai na mesma linha da reforma trabalhista (PL 6787/16), ao reduzir o papel da CLT e permitir que acordos possam prevalecer à legislação. O PL também prevê ampliação da jornada e alteração do período de descanso do trabalhador “ante necessidade imperiosa”. Tal definição totalmente nebulosa traz insegurança jurídica para o trabalhador, que pode ser forçado a trabalhar mais ou descansar menos mediante solicitação do empregador. É permitido ainda que o descanso semanal seja acumulado e só retirado após 18 dias de jornada sem descanso (artigo 8).

É preciso falar sobre a reforma trabalhista

Por Beatriz Cerqueira, no jornal Brasil de Fato:

Durante um tempo, encontrávamos com a atendente de lanchonete com a barriga cada vez maior. Estava grávida. O natural seria que parássemos de vê-la por, no mínimo, quatro meses. Mas, logo após o nascimento da criança, ela voltou ao trabalho. Quando foi questionada por uma colega nossa respondeu que não poderia ficar sem o emprego. Não poderia ficar quatro meses "afastada".

Um amigo, ao entrar numa loja que vende eletrodomésticos, descobriu que a vendedora não tinha salário. Sua renda dependia, exclusivamente, da comissão do que ela conseguisse vender, mesmo que as condições de pagamento e o preço cobrado pelo produto não dependessem dela. Em síntese, ela não tem salários mas se não estiver satisfeita, "só pedir para sair".

Aécio, Lula e a imagem distorcida da mídia

Por Bajonas Teixeira, no blog Cafezinho:

Ontem Aécio foi depor na Polícia Federal. Isso passou em brancas nuvens porque a mídia é muito criativa em seus modos de dar a notícia escondendo mais que informando. Por exemplo, quem se lembra de José Serra? Sua última aparição foi justamente desaparecendo: entrou pela porta do Sírio-Libanês assim que as denúncias encresparam para o seu lado. Pode ter entrado por uma porta e saído por outra. Não importa. O fato é que ninguém mais tocou no seu sagrado nome desde de 18 de abril. Tudo muito diferente dos dois anos de massacre midiático continuo contra Lula.

STF impõe novos limites a Moro e Lava-Jato

Por Renato Rovai, em seu blog:

Numa votação por 3 a 2, a segunda turma do Supremo Tribunal Federal acaba de votar a favor de que José Dirceu aguarde seu julgamento em liberdade.

Quem vai determinar os termos desta prisão domiciliar será o juiz Sérgio Moro, mas a decisão coloca pressão sobre ele e também sobre os procuradores da Lava Jato, que se utilizaram das prisões preventivas de longo prazo como forma de forçar delações.

Os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski votaram pela liberdade. O relator Edson Fachin e o decano Celso de Mello contra.

Dirceu saiu pela porta da frente

A subversão do Supremo Tribunal Federal

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Em esplêndida entrevista ao GGN – que será publicada logo mais - , o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos situa o início da subversão institucional brasileira na AP 470 – o julgamento do chamado “mensalão”. Ali teria começado o desequilíbrio que resultou no golpe parlamentar contra Dilma Rousseff, diz Wanderley.

Segundo ele, essa subversão se baseou em três pilares:

Pilar 1 – quando o Ministro Joaquim Barbosa declarou que a Constituição é aquilo que o Supremo diz que ela é. E sua declaração foi endossada pelos demais Ministros. A partir dali o Supremo decidiu que aquilo que ele diz que a lei é, é. Essa premissa foi consagrada na AP 470.