domingo, 7 de maio de 2017

O que vale no Amazonas valerá no Brasil?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Na quinta-feira, 4 de maio, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu pela cassação do mandato do governador do Amazonas, José Melo (PROS), e de seu vice, Henrique Oliveira (SD), por compra de votos, contratação de uma empresa de fachada e uso irregular da PM nas eleições de 2014. O TSE determinou também a realização de novas eleições diretas para governador dentro de 40 dias. A pergunta que ninguém fez e continua pairando sobre a decisão é se o que vale para o Amazonas valerá também para o Brasil no caso do julgamento da chapa Dilma-Temer. Ou seja, Temer também será cassado e podemos sonhar com eleição direta?

Quem (não) precisa da democracia?

Por Marcus Ianoni, no site Brasil Debate:

Enquanto alguns preferem chamar de golpe parlamentar o impeachment sem claro crime de responsabilidade, prefiro chamá-lo, por três fatores, de golpe de Estado. Abaixo explicarei essa posição. De qualquer modo, o golpe abriu um debate sobre a democracia brasileira. O que ele significa para o regime democrático, qual é a qualidade da democracia hoje e qual é a relação da democracia com os interesses das principais forças nas lutas de classes em curso no país?

A ideia de golpe parlamentar foca em que, do ponto de vista do início e do acabamento institucionais e formais do processo de impedimento, foi o Congresso (a Câmara e o Senado) que o executou, respeitando a Constituição apenas na aparência das coisas. No entanto, as bases de sustentação do golpe extrapolaram, inclusive no plano institucional, os partidos e os parlamentares, de modo que pensar apenas em golpe parlamentar parece ser impressionista, formalista e reducionista.

Greve geral e um recado para Temer

Por Henrique Fontana, no site Carta Maior:

O governo Temer e a grande mídia bem que tentaram esconder, tratando como “manifestações”, mas era impossível. O que ocorreu no dia 28 de abril de 2017 foi a maior e mais abrangente greve geral já vista no Brasil, que parou o país por direitos, pela democracia e pelo futuro. Eles podem até mesmo manipular as páginas dos jornais do dia seguinte, mas não terão o poder de mudar as páginas dos livros de história e o registro do que a sociedade brasileira assistiu pelas ruas de todo o país naquele dia.

A confissão da parcialidade nas revistas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A melhor sacada deste sábado é, sem dúvida, do veterano e competente jornalista Mario Marona, que olha, pensa e vê o que a mídia diz, mesmo quando não assume que diz.

As capas da Veja e da IstoÉ que começaram a circular hoje, sábado, têm um raro momento em que mostram a verdade.

E a verdade, observa Marona, é que “a imprensa brasileira nunca foi tão verdadeira ao confessar que, aqui, trata-se de um confronto entre o juiz, que deveria ser imparcial, e o acusado, que deveria ter direito a um julgamento honesto”.

sábado, 6 de maio de 2017

#FeiraMST: Um espectro ronda São Paulo

Foto: Pablo Vergara
Por Igor Felippe Santos

A disputa de projetos para a agricultura brasileira se apresentou para a sociedade brasileira na realização na mesma semana de duas grandes feiras. Na cidade de São Paulo, maior centro urbano do país, os acampados e assentados da reforma agrária, organizados pelo MST, promovem a 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária. Em Ribeirão Preto, berço do agronegócio no interior paulista, associações dos grandes latifundiários realizaram uma das maiores feiras do segmento, a 24ª Agrishow.

Lula quer derrotar o candidato da Globo

Do site Lula:

Na abertura do 6º Congresso Estadual do PT de São Paulo, na noite desta sexta-feira (5), em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está com mais disposição em disputar as eleições presidenciais em 2018 do que jamais esteve, inclusive a primeira vez em que concorreu ao cargo, em 1989. Alvo de uma perseguição jurídico e midiática que já dura mais de dois anos, Lula desabafou:

"Eles conseguiram aflorar em mim, aos 72 anos, uma coisa que eu pensei que já havia passado. Agora, que resolveram tentar destruir uma biografia, que eu não devo a eles, que só devo ao povo, terão que me enfrentar outra vez nas ruas deste país", disse o ex-presidente, que completou: "Não vou permitir que continuem mentindo. Tudo o que eu desejo na vida é disputar as eleições contra o candidato da Rede Globo de Televisão", anunciou Lula.

Delações negociadas na calada da noite?

Quem compraria o carro usado de Temer?

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Acuado por várias federações sindicais e por inúmeros movimentos sociais, o presidente-tampão Michel Temer gravou, pouco antes da greve geral, algumas palavras sobre o 1º de Maio. Naquele dia, ele ficou frente a frente com o bicho-papão. Ou seja, a condenação do seu governo Brasil afora. A voz de Temer, em busca de apoio às medidas repudiadas pelos trabalhadores e pela maioria da sociedade, foi sufocada pelo barulho das manifestações expressivas em número de participantes.

Os outdoors contra Lula em Curitiba

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A sensação de impunidade, mais a falta de civilidade e o desrespeito à democracia, têm tudo para transformar Curitiba numa praça de guerra no dia 10.

Grupos como Vem Pra Rua e o recém criado Lava Togas, de críticos ao STF, pagaram por mais de 30 outdoors contra Lula, alusivos a seu depoimento a Moro, espalhados pelas ruas principais.

Com desenhos diferentes, eles têm dizeres como “A ‘República de Curitiba’ te espera de grades abertas”.

É o estilo Felipe Melo conquistando os corações.

Submundo da internet e a opinião pública

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

A enxurrada de notícias falsas na internet, que é motivo de preocupação de observadores e agentes da comunicação, mistura descuido, interesses e más intenções. Em debate realizado na manhã de hoje (5), o jornalista e cientista político Leonardo Sakamoto, diretor da ONG Repórter Brasil, disse que os divulgadores das chamadas fake news, que ele chamou de "submundo", já se tornaram fontes de informação. "A parte invisível da internet, os sites anônimos, que não têm expediente, que não tem quem assina, já formam opinião tanto quanto a parte visível", afirmou.

Previdência: Fé em Deus e o pé na cova

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Com a substituição da CLT pela CPPT - a Consolidação dos Privilégios de Previdência e Trabalho, o Brasil vai cumprindo, pouco a pouco, o ideal clássico e fascista de sua transformação em uma pseudo Nova Roma.

A invasão do parlamento por carcereiros, mostra o empenho de certos estratos da plutocracia de não ficar de fora do trem da alegria previdenciário que, covardemente, o sistema assegura aos servidores armados do estado e aos ligados ao poder de "justiça", ambos já beneficiados por altíssimos salários e toda classe de benesses, e continuará negando cada vez mais aos cidadãos comuns, de segunda classe, aprofundando a falta de isonomia e a desigualdade de destino que caracteriza, desde o nascimento, a sociedade brasileira.

MST denuncia criminalização no campo

Foto: Rica Retamal
Por Gustavo Marinho, no site do MST:

Chovia em São Paulo quando jovens do MST e do Levante Popular da Juventude, em coro, repetiram diversas vezes: “é um tempo de guerra, é um tempo sem sol”, tomando a frente do palco principal da Feira Nacional da Reforma Agrária. A intervenção serviu para lançar um manifesto contra a criminalização dos movimentos sociais e contra a violência no campo, que foi lindo pelo cantor Tico Santa Cruz na noite desta última sexta-feira (5).

A chuva na cidade, o anúncio do “tempo sem sol” e as lágrimas de emoção dos muitos que assistiam a intervenção, fizeram do lançamento do manifesto um momento de denúncia, reflexão e afirmação da resistência em defesa da vida e da luta dos povos do campo.

A Previdência e a especulação financeira

Editorial do site Vermelho:

A questão da “reforma” da Previdência, que o rejeitado governo Temer quer impor aos brasileiros, esconde, por trás da difusão de uma fraude (o chamado deficit da Previdência), o necessário debate da realidade fiscal injusta que existe no Brasil.

O governo tenta justificar os ataques aos direitos dos trabalhadores alegando que o deficit da Previdência é insustentável, sendo a causa principal das dificuldades financeiras do governo.
Encontra dificuldades – que cresceram desde a greve geral do dia 28 de abril – mesmo em sua base parlamentar e tropeça na busca dos necessários 308 votos para aprovar a PEC 287/2016 que dificultará, e muito, o acesso dos trabalhadores à aposentadoria.

Para compreender a falência dos Estados

Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:

O Brasil atravessa a mais grave recessão da história, no contexto da maior crise da história do capitalismo, e em plena execução de um golpe de Estado. O impacto desta conjuntura sobre a arrecadação pública, em todos os níveis, é dramático e inevitável. O debate é bastante complexo, pois, além da queda da arrecadação, em si, nele está presente com muita força a questão político ideológica, que leva a uma leitura de que o Estado brasileiro estaria quebrado em função dos salários e dos direitos sociais.

Assim, além da queda da arrecadação em si, decorrência da mais grave recessão da história do país, temos uma narrativa, dada de barato pelos “formadores de opinião”, de que o déficit público decorre dos direitos trabalhistas e sociais. O desdobramento do raciocínio é automático: a solução do problema passa pela liquidação dos salários, demissões, implosão da Previdência Pública, redução de gastos com saúde e educação, e assim por diante. Essa leitura, equivocada e calcada no senso comum, é hegemônica no interior da sociedade.

De onde vem tanto ódio fascista?

Do site da UJS:

Uma onda de ódio assola o país a algum tempo. Detectamos suas consequências e diariamente somos bombardeados com notícias desse tipo. Apenas para citar casos recentes, dessa semana, podemos lembrar o atleta do Palmeiras, Felipe Melo, que ao declarar seu apoio ao xenófobo e preconceituoso, Bolsonaro, ainda chamou os grevistas de “vagabundos” e incitou a violência contra os trabalhadores que lutam pelos seus direitos. Alguns dias depois, na última terça (2), durante manifestação contra a imigração no país, integrantes de um grupo de extrema direita saudaram a brutalidade da PM contra um grupo de refugiados que reside no país, e gritaram coisas como “comunistas tem que morrer”.

Desgoverno Temer põe indústria em xeque

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

Em comparação com os mesmos períodos de 2016, os meses de janeiro e março deste ano foram melhores para a indústria nacional. No entanto, outros métodos de medição do próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a fragilidade do setor continua, contrariando o discurso do governo em relação à retomada do crescimento. Comparando, por exemplo, março e fevereiro de 2017, a produção recuou 1,8%.

Segundo especialistas ouvidos pelo Brasil de Fato, a política econômica do governo impede uma retomada da industrialização e, consequentemente, de um crescimento vigoroso da economia.

Quem paga outdoors do ódio em Curitiba?

Por Bajonas Teixeira, no blog Cafezinho:

É muito conhecido o dito de Nietzsche de que se deus morreu tudo é permitido. Sem perder um pingo de verdade, pode-se dizer que se a justiça está morta nada é proibido. Esse é o caso dos outdoors que brotaram como cogumelos em Curitiba. São trinta outdoors em áreas movimentadas da cidades incitando a ira da população contra Lula. Coisa bem organizada, feita com o intuito óbvio de insuflar ondas de ódio, e certamente de alto custo. Quem permite uma coisa dessas? Por que Sérgio Moro não manda retirar esses outdoors e investigar os responsáveis?

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Editorial de O Globo desmoraliza Moro

A encruzilhada das forças golpistas

Wanderley Guilherme dos Santos
Por Lilian Milena, no Jornal GGN:

Apesar de aparentemente constitucional, o processo que afastou a presidente Dilma Rousseff foi pavimentado por ações que se desviaram das regras legais do país, subvertendo o equilíbrio da democracia. As consequências do rompimento constitucional ainda estão em curso e podem impedir que as forças populares participem em pé de igualdade das eleições em 2018.

A avaliação é de Wanderley Guilherme dos Santos, professor aposentado da UFRJ e um dos maiores cientistas políticos da atualidade, reconhecido por ter prenunciado o golpe militar de 1964, dois anos antes, no seu livro "Quem Dará o Golpe no Brasil" (Civilização Brasileira, 1962).

Doria vai tocando o terror. Acelera, SP!

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Quem pensa que o antipetismo hidrófobo e a falta de educação do prefeito de São Paulo, João Doria, são seus únicos defeitos, engana-se. Ele também apela ao autoritarismo direto, valendo-se de uma polícia municipal que, sob suas ordens, vem usando a repressão para que ele consiga cumprir sua promessa de campanha de tirar gente pobre das vistas da elite higienista.

Membros da GCM (Guarda Civil Metropolitana), da gestão João Doria (PSDB), foram flagrados em um vídeo agredindo um homem em situação de rua por volta das 10 hors de quarta (3) no Jabaquara (zona sul).