Por Bepe Damasco, em seu blog:
Os constituintes de 1988 deram em cheque em branco ao Ministério Público. No fim da década de 80, conferir maior autonomia do MP parecia um passo natural em direção ao fortalecimento da democracia e da promoção dos direitos humanos.
À época a atuação do MP era centrada no combate à violência dos agentes do Estado, especialmente policiais civis e militares, e também no cerco aos esquemas de corrupção, mas de forma discreta, científica e profissional, bem diferente da busca obsessiva pelos holofotes da mídia dos dias de hoje.
Os procuradores não descuidavam ainda do conjunto dos chamados interesses difusos da sociedade, de indígenas a quilombolas, de moradores das favelas à infância e adolescência, dos direitos das mulheres ao combate ao racismo e outras formas de discriminação. Isso tudo ficou no passado.