sábado, 1 de julho de 2017

Aécio Neves, o STF e os inimputáveis

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

“Ah, se fosse petista”, pensam os brasileiros novamente ao ler a notícia de que o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), restabeleceu o exercício do mandato do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e afastou todas as outras medidas restritivas implementadas contra ele (proibição de contatar outro investigado ou réu no processo e de ausentar-se do país). Cada vez mais se fortalece entre os cidadãos a impressão de que os tucanos não se encontram ao alcance da lei. São inimputáveis.

Aécio havia sido afastado do mandato em maio deste ano, quando o ministro Edson Fachin impôs ao senador medidas cautelares diversas da prisão por considerar presentes indícios da prática dos crimes decorrentes do acordo de delação premiada firmado entre pessoas ligadas ao Grupo J&F e o Ministério Público Federal. Fachin apontou a necessidade de “garantir a ordem pública e a instrução processual”. O candidato derrotado à presidência em 2014 havia sido flagrado pedindo dinheiro ao dono da JBS, Joesley Batista.

Fantasma do TRF4 assombra a Lava-Jato

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                            

A sentença do TRF4 anulando a condenação do juiz de 1ª instância Sergio Moro e absolvendo Vaccari, impôs à República de Curitiba sua maior derrota e mostra que algo de importante se move em relação ao conceito que o Judiciário e a sociedade fazem da Operação Lava Jato.

Mesmo que Moro seja mais Moro do que nunca ao não cumprir o alvará de soltura, alegando que Vaccari responde a outros processos e por isso deve ser mantido encarcerado, há fortes indícios de que a aceitação bovina de seus métodos faz água por todos os lados.

Além de caber à perfeição no modelo inaceitável em termos republicanos de juiz com coloração partidária, e que não hesita em perseguir seus adversários políticos, Moro revela mais uma vez não possuir a menor compaixão e senso de humanidade diante de presos que não negociam a dignidade e não se enlameiam no pântano das delações premiadas.

Superávit primário e dívida pública

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Um dos pilares de toda a política econômica orientada pelo poder do sistema financeiro há várias décadas se assenta na geração continuada do chamado “superávit primário”. O discurso chega ao grande público baseado naquela conhecida lengalenga da comparação esdrúxula entre a dinâmica da economia de uma Nação e os problemas enfrentados pelo casal na organização da economia familiar doméstica.

Seja pelas falas que Lula afirmava manter com Dona Marisa, seja pelas conversas de Temer com a esposa Marcela, o fato é que a imprensa sempre repercute a ideia de que “não se pode gastar mais do que se recebe no mês”. Com isso, surge a tentativa de criminalização de qualquer inciativa de estabelecer políticas públicas que impliquem aumento dos gastos do Estado. É claro que a política econômica deve buscar algum tipo de equilíbrio e responsabilidade no longo prazo. No entanto, isso não significa que toda medida que envolva elevação de gasto orçamentário deva ser encarada do mesmo modo.

O golpe contra a reforma agrária

Temer, Cunha, Aécio e o ranking dos odiados

Por Juliana Gonçalves, no site The Intercept-Brasil:

O presidente Michel Temer segue alcançando altos índices. Entre os “desaplaudidos” da política nacional, está no topo do pódio com 93% de reprovação. Apenas 3% da população aprova o governo. O restante preferiu não opinar. Os números são da pesquisa Ipsos, divulgada nesta quinta-feira (29). Mas a disputa no ranking dos mais odiados foi acirrada. Na sequência, estão Eduardo Cunha (92%) e Aécio Neves (91%).

Com margem de erro de 3%, a pesquisa Pulso Brasil foi realizada com base na primeira quinzena de junho e analisou a atuação de 32 personalidades públicas e políticas. Os números apresentam os impactos da delação da JBS na política nacional: Aécio Neves teve alta de 14 pontos percentuais no índice de desaprovação sobre a edição anterior.



A reforma trabalhista fere a democracia

Editorial do site Vermelho:

A contra-reforma trabalhista que o governo do usurpador Michel Temer se empenha em impor ao país - e foi aprovada, na quarta-feira (28) pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, por 16 votos a 9 e uma abstenção, não fere apenas os direitos dos trabalhadores.

O PLC 38/2017, da ‘reforma” trabalhista, é - como as demais “reformas” reacionárias propostas por Temer - um grave atentado contra a democracia e os direitos do povo.

A “reforma” que a direita tenta impor – e será submetida agora ao plenário do Senado - afeta negativamente a democracia e também, fortemente, os direitos sociais e civis da democracia, assegurados pela Constituição de 1988, que fica gravemente desfigurada pelas mudanças restritivas impostas pelo governo da direita.

Milhares aderem à "greve por direitos"

Av. Paulista, São Paulo, 30/6/17. Foto: Mídia Ninja
Do jornal Brasil de Fato:

Em todo o país, milhares de pessoas se mobilizaram nesta sexta-feira (30) no dia da Greve por Direitos. Movimentos populares e centrais sindicais que integram as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo organizaram diversos atos pelo país. Os trabalhadores ocuparam, desde cedo, vias e rodovias em mais de uma centena de cidades brasileiras.

Os atos criticavam as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo golpista de Michel Temer, pediam a saída do peemedebista aos gritos de Fora, Temer! e clamavam por eleições gerais e diretas.

A blogosfera e o genial Paulo Nogueira

Por Renato Rovai, em seu blog:

A primeira notícia desta manhã chegou carregada de tristeza. Paulo Nogueira, do DCM, morreu. Não o tive como um amigo próximo (infelizmente) e o encontrei pessoalmente apenas uma vez com ele, quando visitou minha casa numa reunião de blogueiros. Mas o tinha como amigo. Como companheiro de batalha. E o admirava como um irmão mais velho que tinha tido a coragem de enfrentar os conglomerados midiáticos para os quais trabalhou por muito tempo quando a porta da internet abriu novas possibilidades aos jornalistas.

Anteontem, sem saber que ele estava doente, lhe enviei um inbox solicitando uma entrevista para o meu doutorado. A minha tese vai tratar da história do jornalismo digital. Queria conversar com o Paulo sobre os meandros da criação do DCM e lhe ouvir sobre as mudanças que identificava na profissão desde a criação dos primeiros portais no Brasil até os dias atuais. Infelizmente ficamos sem isso.

Temer-Gilmar e o golpe na delação da JBS

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Na luta para escapar da acusação de corrupto e de uma futura condenação à prisão, Michel Temer quer anular a delação do criminoso empresário Joesley Batista. Um de seus planos já está na praça pela voz do amigo Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). E precisa da participação decisiva da pessoa que acaba de escolher como sua investigadora, Raquel Dodge, a qual usou o “homem da mala” como ponte com o Palácio do Planalto.

Mendes (ou melhor, Temer) quer anular o acordo de Batista com a Procuradoria-Geral da República (PGR) caracterizando o empresário e sua JBS-Friboi como líderes de organização criminosa. A Lei da Delação (12.850, de 2013) proíbe que seja dada anistia total a chefes de quadrilha. O acordo de Batista com a PGR é camarada, prevê anistia total, sonho de qualquer delinquente.

Aécio Neves e a casta política no país

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

“Mandato parlamentar é coisa séria e não se mexe, impunemente, em suas prerrogativas”, disse o ministro do Supremo Marco Aurélio Mello ao devolver o mandato de senador a Aécio Neves, quem tinha sido afastado do Senado pelo ministro Edson Fachin em maio.

O ministro Marco Aurélio ainda devolveu ao tucano todas as prerrogativas que lhe haviam sido suspensas por ordem de Fachin, tais como manter contato com outros investigados, testemunhas e, até, deixar o país.

De repente, nada aconteceu na vida de Aécio Neves. Gravações em áudio e vídeo, lista de nomes e valores apreendida em sua casa com a sigla CX.2 grafada no alto da página… Tudo isso desapareceu (!?)

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Rocha Loures, ‘homem da mala’ de Temer

Por Altamiro Borges

Pesquisas recentes têm apontado a queda de credibilidade do Poder Judiciário. E não é para menos. A sua seletividade fica cada dia mais evidente. O caso do sindicalista João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, é emblemático. Durante mais de dois anos, ele foi mantido preso com base em delações sem qualquer prova material da midiática Operação Lava-Jato. Nesta semana, foi aprovada a sua soltura da cadeia, mas o carrasco Sergio Moro desacatou a decisão. No outro extremo, Rodrigo Rocha Loures, assessor especial do presidente golpista que foi filmado pela Polícia Federal após ter recebido uma mala com R$ 500 mil de um chefão da JBS, acaba de ganhar a sua liberdade após passar alguns dias na prisão. Nesta sexta-feira (30), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar o "homem da mala" de Michel Temer. Dá para acreditar que a Justiça é cega no Brasil?


Gentile e Joice são derrotados na Justiça

Por Altamiro Borges

Dois ícones da extrema-direita, o “humorista” Danilo Gentili e a “jornalista” Joice Hasselmann, acabam de sofrer importantes derrotas na Justiça. Ambos ganharam os holofotes da mídia ao incentivarem as marchas golpistas contra Dilma Rousseff e ao destilarem ódio e preconceito na sociedade. Na sequência, como bagaços, eles foram descartados de algumas empresas em que prestavam seus serviços sujos e, agora, eles também levam surras jurídicas. Na quinta-feira (29), o juiz José Zoéga Coelho, do Juizado Especial do Fórum da Barra Funda (SP), rejeitou a ação de Danilo Gentili contra o respeitado jornalista esportivo José Trajano. Já o juiz Rodrigo Cesar Marinho, da 4ª Vara Cível de São Paulo, condenou Joice Hasselmann a indenizar Luiza de Aguirre Nassif, filha do jornalista Luis Nassif, por danos morais.

A elite se lixa para o sofrimento do povo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Ontem, a economista Monica de Bolle – neoliberal civilizada – disse à BBC que “‘Elite da elite’, governo Temer não entende o que é estar desempregado no Brasil“.

Mesmo no conservador Reino Unido, num governo conservador como o de Teresa May, a elite é menos insensível.

Meu amigo Hayle Gadelha manda, fresquinho, comentários sobre uma matéria do The Guardian sobre a visita do diretor e potencial novo presidente do Bank of England, o BC deles, a áreas empobrecidas do país, como o País de Gales, para ouvir as queixas da população, antes de tomar as decisões de políticas econômicas mais duras ainda.

Renan reconhece erro do golpe contra Dilma

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Depois de renunciar à liderança do PMDB na quarta-feira, chamando Temer de covarde e apontando a influência de Eduardo Cunha em seu governo, o senador Renan Calheiros reconheceu que o impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff foi um erro pelo qual o país está pagando caro.

- É claro que foi um erro. A ideia de que todos os problemas se resolveriam com o afastamento dela foi uma estratégia do Eduardo Cunha para governar sob as costas do Michel. Quando ela entregou a coordenação política ao Temer, eu tentei mostrar que aquela era uma aliança temerária. Todos os problemas se agravaram e agora a crise política está chegando a uma situação-limite, está cobrando uma saída, seja com a antecipação de eleições, como defendeu o Fernando Henrique, seja com a adoção do parlamentarismo. Agora que me liberei do desconforto da liderança espero poder contribuir mais neste sentido.

O novo vírus global e as digitais da NSA

Por Bryan Clark, no site Outras Palavras:

A Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA começou, há mais de cinco anos, a usar uma ferramenta de invasão de computadores denominada EternalBlue. Durante este tempo, a agência descobriu sua capacidade sem paralelos de violar redes, aproveitando-se de uma falha no sistema operacional Windows. A brecha foi considerada tão perigosa, entre integrantes da NSA, que a agência considerou a hipótese de revelá-la à Microsoft, responsável pelo Windows.

Enquanto debatia, a agência continuou usando a ferramenta – e ponderando as implicações devastadoras do que poderia ocorrer se o EternalBlue alguma vez escapasse do controle.

Então, isso aconteceu.

Paulo Nogueira (1956 – 2017)

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Paulo Nogueira morreu na noite de 29 de junho. Tinha 61 anos.

Estava com câncer. Depois de uma batalha de dez meses, finalmente descansou.

Paulo está vivo.

Paulo está em seus filhos: meus sobrinhos Emir, Pedro, Camila e Fernando. Paulo está em minhas cunhadas Erika e Luísa.

Está nos seus irmãos Mari, Zé, Kika. Nos seus sobrinhos e sobrinhas. Na minha tia Maria Ely. Nos amigos, como Sergio Berezovsky, Caco de Paula, Bia Parreiras e aqueles que peço desculpas por não citar nesse momento.

Temer fará o povo pagar para trabalhar

Por Martha Raquel, no site Jornalistas Livres:

Bilhete Único, Vale-Transporte BOM, Vale Alimentação, Vale Refeição e convênio médico. Esses são os cartões que me salvam todos os meses. Jornalista formada há pouco mais de um ano, nunca tinha trabalhado num regime de CLT. Todas as minhas experiências anteriores foram ou estágio ou contrato temporário ou como pessoa jurídica e eu já estava acostumada a reservar pelo menos metade do meu salário para gastos como alimentação e transporte.

Não gosto de usar carteira, então comprei uma capinha de celular que consigo guardar meus cartões. Durante uma festa esqueci meu celular no banheiro e encontrei 30 minutos depois. Comentei com uma amiga, desesperada, que se perdesse o celular estaria ferrada – não só pelo celular, mas principalmente pelos cartões que estavam ali dentro.

A batalha final da 'reforma' trabalhista

Da Rede Brasil Atual:

Última etapa antes do plenário, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou relatório de Romero Jucá (PMDB-RR) sobre o projeto de lei (PLC 38) de "reforma" da legislação trabalhista, depois de quase 14 horas de sessão nesta quinta-feira, das 10h10 até pouco antes da meia-noite. Foram 16 votos a favor e 9 contra, com uma abstenção, mesmo com Michel Temer denunciado pelo Ministério Público, o que foi constantemente lembrado durante a sessão (confira, ao final do texto, o voto de cada senador na CCJ).

O fim do breve ciclo da cidadania social

Por Eduardo Fagnani, no site Brasil Debate:

Há menos de cem anos, a sociedade brasileira era majoritariamente formada de uma massa de analfabetos rurais, brancos e negros, submetidos aos resquícios da escravidão e destituídos de direitos elementares, como o direito à própria vida. Não é por outra razão que a natureza da cidadania no Brasil é o avesso de outras experiências nacionais, como a Inglaterra (Marshal, 1967), por exemplo, onde os direitos civis, os direitos políticos e os direitos sociais foram consagrados nos séculos 18, 19 e 20, respectivamente.

Dallagnol, cadê a transparência?

Por Marcelo Auler, em seu blog:

Autointitulado bastião da moralidade, o messiânico procurador da República Deltan Dallagnol, visto por todos como o São Jorge que combate o dragão da corrupção, precisa incorporar ao seu dia a dia uma das teses que sempre defendeu ao compactuar com vazamentos seletivos de informações sigilosas para a imprensa: a transparência.

Esta, todos sabem – e ele, mais do que ninguém – deve ser regra e não exceção ao lidarmos com informações do interesse público e, principalmente, com relação aos agentes públicos.

Como tal, Dallagnol não pode recorrer à privacidade no momento em que se fala de remuneração, principalmente por que no seu caso a principal fonte é o cofre da União. Direito à privacidade ele tem com relação a aplicação do salário que recebe, algo que lhe diz respeito.