terça-feira, 25 de julho de 2017

Os problemas da Dallagnol paulista

Foto: Reprodução do Twitter
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Não começou bem a história da Lava Jato paulista.

Resume-se à transferência, para São Paulo, do desmembramento de algumas denúncias analisadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), contra réus que não disponham de foro privilegiado. De imediato, ganhou a cara da procuradora Thaméa Danellon, lotada em São Paulo, apresentada como a chefe da Lava Jato paulista.

Pelos primeiros movimentos, Thaméa representa a face mais comprometedora da Lava Jato.

Quem financia a campanha de Bolsonaro

Por Eduardo Reina, no blog Diário do Centro do Mundo:

“Agro é show, agro é pop, agro é tudo” é o que declama insistentemente propaganda na televisão, no horário nobre.

Mas agro também é bala, que junto à indústria da bala (armamentos, munição e segurança privada) está financiando o périplo do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) pelas cidades do Brasil para fazer palestras e campanha eleitoral.

Bolsonaro aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República na eleição de 2018.

MST ocupa fazenda de Blairo Maggi

Do site do MST:

Como parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, cerca de 1000 famílias de todos os estados da região centro-oeste e Distrito Federal ocuparam a fazenda ocuparam, nesta madrugada (25), a fazenda do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), localizada em Rondonópolis, a 210 quilômetros da capital Cuiabá.

Conhecido como “Rei da Soja”, Maggi é dono de um grande império econômico, o grupo Amaggi, e envolvido em conjunto de denúncias de uso das legislaturas, como o de senador, para legislar em causa própria e para o fortalecimento das empresas de agronegócio. No ano de 2006 o Greenpeace lhe concedeu o prêmio Motosserra do ano, por elevados danos ao meio ambiente. Blairo também estava envolvido em eventos ainda não esclarecidos como a interceptação pela Força Área Brasileira (FAB) de uma aviação que transportava 500 quilos de cocaína. Segundo a FAB, a aeronave decolou da Fazenda Itamarati Norte, localizada no município de Campo Novo do Pareceis (MT). A fazenda pertence ao grupo Maggi.


segunda-feira, 24 de julho de 2017

As quatro patas do molosso

Por João Guilherme Vargas Netto

A lei nº 13.467 de 13/07/2017 (duplo azar) já provoca um terremoto nas relações de trabalho no Brasil. Seus efeitos terão que ser enfrentados de modo sério porque a agressão aos direitos que materializa cria um clima de conflitos sem precedentes, ao mesmo tempo em que dificulta a ação sindical.

Com o desarranjo que provoca torna-se muito difícil, quase impossível, a volta à situação anterior. Mas, por outro lado, não significa o fim do mundo porque a luta de classes não é abolida pela lei, é intensificada por ela e encontrará caminhos para ser travada.

A leitura atenta da lei comparada aos artigos da CLT que modifica (comparação muito facilitada pela edição organizada pela advogada Camila Azevedo) demonstra que ela contém em si quatro deformas:

Nem pop, nem tech. O Agro é corrupto

Por Miguel Stédile

Ao invés de perguntar a Deus como foi parar ali, Michel Temer deveria perguntar à Confederação Nacional da Agricultura ou aos seus associados. O setor do agronegócio esteve entre os setores mais ativos para o financiamento da campanha pelo impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff, desde inflar patinhos amarelos a pagar os trabalhos do publicitário particular de Temer, Elsinho Mouco, como o próprio marqueteiro confessou.

As relações entre o agronegócio e a quadrilha que se instalou no Palácio da Alvorada são íntimas. Como é público e conhecido, além de encontros na madrugada para acertarem a mesada para Eduardo Cunha, Michel Temer e Joesley Batista, da JBS, também compartilharam jatinhos e, principalmente, propinas. Em troca, a JBS receberia a intervenção do governo para facilitar seus negócios.

A verdade é dura, a Volks apoiou a ditadura

Do site Nocaute:

Uma força-tarefa investigativa formada pelo jornal Süddeutsche Zeitung e as emissoras estatais NDR e SWR obteve acesso exclusivo à investigação externa, ordenada pela própria Volkswagen, sobre o papel de sua filial brasileira na ditadura militar (1964-1985).

Segundo reportagens publicadas no domingo (23/07), a filial brasileira da montadora colaborou de forma mais ativa do que antes se imaginava com os militares na perseguição de opositores do regime.

Análise extensa de documentações mostrou quão participativo foi o papel da Volkswagen do Brasil e sugere que a sede em Wolfsburg tomou conhecimento disso – o mais tardar em 1979.

A bancada evangélica representa seus fiéis?

Por Marcelo Santos, na Rede Brasil Atual:

Na última sexta-feira (21) foi realizado o debate “Evangélicos, Igrejas Evangélicas e Política”, que fez parte do ciclo de conversas Novos Fenômenos da Realidade Política, promovido pela Fundação Perseu Abramo (FPA), Friedrich Ebert Stiftung (FES) e Instituto Pólis.

Foram apresentados no evento alguns resultados da pesquisa sobre políticas elaborada durante a Marcha para Jesus, realizada em 15 de junho, em São Paulo. “A nossa hipótese de partida é de que existia um descolamento do campo evangélico religioso do campo evangélico político” explicou a pesquisadora Esther Solano, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo ela, apesar de a bancada evangélica no Congresso Nacional ser expressivamente neoliberal e a favor do Estado Mínimo, a imensa maioria dos adeptos da linha religiosa é contra as reformas defendidas pelo atual governo.

O golpe faz a limpeza racial!

Os desafios para resistir e avançar!

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

Em julho de 2014, o país foi palco de uma grande derrota da seleção brasileira na Copa do Mundo. Uma partida, um grande fracasso e a perda definitiva daquele campeonato. A taça, mais uma vez, não ficou para o Brasil, em casa, na segunda Copa realizada aqui. A nação, entre a raiva e a tristeza, desmontou.

Há pouco mais de uma semana, os trabalhadores brasileiros sofreram também uma derrota, mais trágica do que as da seleção brasileira. E foi também uma segunda perda, agora no Senado Federal – a primeira aconteceu na Câmara dos Deputados, em 26/04 – com a aprovação de uma enorme reforma da legislação trabalhista no país. Parte substantiva da legislação brasileira do direito do trabalho foi transformada em normas que visam a proteger as empresas, precarizar as condições de trabalho, arrochar salários, limitar o acesso à justiça, enfim, criar condições permanentes para reduzir e ajustar o custo do trabalho na economia brasileira. Diferentemente do ocorrido na Copa do Mundo, não houve uma comoção nacional. Diferentemente do campeonato, também, o time dos trabalhadores não foi abatido por adversários, mas por aqueles que estavam lá para legislar por todos.

Com Temer, até quando o Brasil aguentará?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Nesta última semana de julho e do recesso parlamentar, com a população abatida e exausta e a economia destroçada, o Brasil espera por 2 de agosto com uma indagação: vai ter quórum para votar neste dia a licença para que Temer seja processado por corrupção e afastado do cargo? Parece que não. Mais dias, menos dias, entretanto, o plenário da Câmara, o mesmo que afastou uma presidente eleita sem crime demonstrado, cevado por favores governamentais, deve rejeitar a denúncia para manter Temer no cargo. Confirmada esta clara tendência de hoje, Temer terá uma vitória de Pirro e o país sofrerá mais uma grande derrota.

Em defesa da Universidade do Mercosul

Do site Outras Palavras:

Uma petição pública em defesa da Universidade de Integração Latino-americana (Unila), mais conhecida como Universidade do Mercosul, foi dirigida ao Congresso contra a emenda do deputado Sergio Souza (PMDB-PR), que a transforma na Universidade Federal do Oeste do Paraná. A medida acabaria com o projeto acadêmico e político da Unila, de integração com nossos vizinhos, já que prevê paridade de professores e alunos com Paraguai, Bolívia, Argentina e outros países da AL.

Golpe mostrou como atua a mídia

Por Joana Tavares, no jornal Brasil de Fato:

Apesar de tantas más notícias no cenário da política nacional, Alessandra Mello, repórter com 20 anos de carreira e atual presidenta do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, busca manter o otimismo de quem quer mudar as coisas. Enxerga o crescimento de uma conscientização sobre o papel – e os interesses – da grande mídia entre a população e defende que os sindicatos, mais do que nunca, são ferramentas fundamentais para os trabalhadores terem força para garantir direitos.

Enquanto repórter, como você vem avaliando a cobertura política dos grandes jornais, especialmente os de Minas Gerais?

Eu tenho 20 anos de carreira e acompanho a cobertura com muita preocupação. É uma cobertura de uma voz só, um lado só. Nós, jornalistas, temos que ser plurais em tudo, principalmente na política e em especial nesse momento que a gente vive, período de um golpe que retirou tantos direitos. Era a hora de discutirmos isso de forma mais clara. A cobertura é partidarizada, o que é um problema para o jornalismo em todas as áreas. E na política é ainda mais preocupante, porque a relação com os poderosos diz muito sobre como a notícia é produzida, editada e vista.


‘Valor’ já descarta as eleições em 2018?

Por Altamiro Borges

O jornal Valor Econômico, que pertence à famiglia Marinho e expressa o pensamento da cloaca empresarial brasileira, parece que está preocupado com as eleições presidenciais de 2018. O Grupo Globo, que já havia descartado o odiado Michel Temer, temendo que ele coloque em risco a agenda ultraliberal dos golpistas, dá mais um passo na sua conspiração. A escolha de um sucessor através de eleições indiretas no parlamento – o nome mais cotado no momento é o de Rodrigo Maia, o jagunço dos patrões que preside a Câmara Federal – já não garantiria a aplicação do receituário de desmonte do Estado, da nação e do trabalho. Daí o surgimento da ideia, ainda tímida, de cancelar as próprias eleições do próximo ano.

Moro curte a ostentação da filha do Cunha?

Bárbara com Eduardo Cunha. Foto: Instagram /Reprodução
Por Altamiro Borges

Em maio passado, o jornal carioca Extra, pertencente ao Grupo Globo, publicou uma matéria de fofocas sobre a vida de luxo da filha do presidiário Eduardo Cunha e da jornalista Cláudia Cruz. O justiceiro Sergio Moro, com a sua obsessão doentia contra o ex-presidente Lula, talvez não tenha tido tempo para ler a reportagem. Até hoje, ele garantiu um tratamento especial à família do ex-presidente da Câmara Federal – responsável por aquela “sessão de horrores” que deu a largada ao processo de impeachment de Dilma Rousseff. Cláudia Cruz e seus filhos seguem gozando dos prazeres da vida, sem qualquer pressão do chefe da midiática Lava-Jato – talvez para evitar que Eduardo Cunha acelere a sua delação premiada. Vale conferir alguns trechos da reportagem do jornal Extra:

domingo, 23 de julho de 2017

Por trás da guerra entre Globo e Record

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Historicamente, Globo e Record sempre usaram o jornalismo para desferir ataques entre si. A Globo mexia nos podres de Edir Macedo e, na semana seguinte, a Record tirava os esqueletos dos Marinho do armário. Depois de um período de trégua, a Record voltou a atacar a Rede Globo. Agora não se trata meramente de uma briga comercial, mas política. De um lado, temos o grupo de comunicação mais poderoso do país trabalhando nos bastidores ao lado de Rodrigo Maia para, mais uma vez, derrubar um presidente que ajudou a colocar no poder. Do outro, temos o conglomerado de comunicação do bilionário bispo Edir Macedo que, afinado com Aécio Neves, ataca a Globo tentando proteger Michel Temer

SBPC: Desmonte nas ciências e Diretas-Já

Do site Vermelho:

Mais de 11 mil pessoas participaram da 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que terminou neste sábado (22), em Belo Horizonte (MG). Deste total, se inscreveram 6.439 participantes, provenientes de 501 municípios distribuídos dos 26 estados e do Distrito Federal. A inscrição só era obrigatória para apresentação de pôsteres e matrícula em mini-cursos.

A Reunião Anual da SBPC tem como objetivo debater políticas públicas e difundir os avanços da ciência nas diversas áreas do conhecimento. Trata-se do maior evento científico do Hemisfério sul.

Alckmin será o candidato do PIB e da Globo

Por Renato Rovai, em seu blog:

Uma fonte bem informada sobre o que se passa nas conversas regadas a bons vinhos franceses de restaurantes como o Gero garante que Alckmin já vem sendo tratado como a opção segura para 2018 pela chamada turma do PIB. E que executivos da Globo, autorizados pela família Marinho, participam das articulações com vistas a lhe garantir o apoio necessário para a travessia.

Vamos tentar explicar então o que significa travessia neste caso.


Bolsonaro, o 'machão', vai fugir do Brasil?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Em entrevista à Veja, além de um monte de bobagens, a cria indesejada da direita brasileira, Jair Bolsonaro, faz uma revelação surpreendente para quem se vende como “macho”, “valentão”, ferrabrás.

Diz que vai “picar a mula” do Brasil caso não ganhe as eleições de 2018:

“No meu entender, se tivermos em 2019 um governo que seja do PT, do PSDB ou do PMDB, acho que vai ser difícil eu permanecer no Brasil, porque a questão ideológica é tão ou mais grave do que a corrupção.

Megashows: sem crise para os ricos

Por Eduardo Nunomura e Jotabê Medeiros, na revista CartaCapital:

Que tipo de crise é essa? Em menos de duas horas, sumiram todos os ingressos para os três shows do U2 no Morumbi, em outubro. São três estádios lotados, uma estimativa de público de mais de 200 mil pessoas. Detalhe: os ingressos custavam até 1.360 reais e havia filas online para comprar de até 70 mil pessoas.

O Rock in Rio 2017, que será realizado nos dias 15, 16, 17, 21, 22, 23 e 24 de setembro, no Parque Olímpico do Rio , esgotou os ingressos ainda no início de abril (o preço era de 455 reais), também em poucas horas. São 700 mil pessoas em 7 dias de evento, com atrações como Justin Timberlake, Lady Gaga, Aerosmith e outros.

A montanha de Dallagnol pariu um rato

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – o enredo da Lava Jato

Apesar do comando difuso, entre mídia, troupe de Eduardo Cunha, PSDB e Departamento de Estado norte-americano (através da cooperação internacional), a trama da Lava Jato era de roteiro relativamente simples.

Haveria uma ação intermediária, o impeachment de Dilma. Depois, a ação definitiva, a condenação de Lula com o esfacelamento automático do PT como força política.

Houve intercorrências inevitáveis – como as denúncias contra próceres tucanos, rapidamente abafadas –, importantes para se tentar conferir legitimidade política ao jogo, e um desastre imprevisível: as delações da JBS que atingiram Aécio Neves no peito. Aí o elefante ficou muito grande para ser escondido debaixo do tapete.