sábado, 5 de agosto de 2017

Como a Lava-Jato protegeu Michel Temer

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – a teoria do fato, o supérfluo e o essencial

As denúncias feitas pelo Ministério Público Federal de Curitiba contra o Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, em função de manipulações nas licitações da Eletronuclear, têm características polêmicas.

Como se sabe, o método de investigação do MPF é chamado de “teoria do fato” (não confundir com teoria do domínio do fato), que nada mais é do que a tática de definir uma narrativa inicial do crime, para poder organizar melhor os elementos levantados na investigação.

A teoria do fato da Eletronuclear foi que o Almirante Othon direcionava licitações para as empreiteiras em troca de pagamentos feitos através do pagamento de serviços não realizados por empresa de sua propriedade e das filhas. Ponto.

12 golpistas que viraram a cara do Brasil

Por Pedro Zambarda de Araujo, no blog Diário do Centro do Mundo:

O golpe de Temer criou monstros que estão mais ativos do que nunca.

Eles brilham no Ministério Público, na Justiça, em movimentos antipetistas, na política, nas redes sociais, na mídia.

Conheça as figuras mais bizarras que, hoje, são a cara do nosso país - e que vieram para ficar.

1. Wladimir Costa

Deputado do Pará que votou usando confetes no impeachment de Dilma, Wladimir Costa conseguiu se superar ao tatuar o nome de Temer em seu ombro moreno.

Rodrigo Maia termina como “Viúva Porcina”

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Durante duas semanas, em maio, após a delação da JBS contra Michel Temer, o nome dele começou a circular nas altas rodas e na grande mídia como o próximo presidente da República.

Em caso de impedimento do titular, o que já era dado como certo, o jovem presidente da Câmara assumiria primeiro como interino e, em trinta dias, seria efetivado no cargo na eleição indireta do colégio eleitoral.

Parecia um caminho inexorável diante das circunstâncias.

Temer, Aécio e o filme da Lava-Jato

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

“Polícia Federal – A lei é para todos”, o filme que conta bastidores da Lava Jato, estreia nos cinemas em 7 de setembro. O longa destaca cenas de ação, histórias da força-tarefa e personagens que ganharam relevância a partir das investigações.

O filme é inspirado no livro homônimo de autoria de Carlos Graieb e Ana Maria Santos.

A obra mostrava apenas o passo a passo da investigação. Agora, vai mostrar os esforços da elite brasileira para vender ao grande público que havia um esquema de lavagem de dinheiro e desvios para pagamento de propina para executivos da Petrobrás armado por Lula e Dilma Rousseff.

Não há nuances na Venezuela

Por Gilberto Maringoni, em seu blog:

1- Há uma crise profunda na Venezuela. Neste exato momento, ela tem seu fulcro na disputa do poder. Embora exista um poderoso pano de fundo econômico, seu epicentro deslocou-se para a arena política. Cada parte joga com os instrumentos que tem à mão. Nicolas Maduro detém o poder de Estado e seus principais instrumentos, incluindo as forças armadas, o judiciário e governos estaduais. A oposição, agrupada na Mesa de Unidade Democrática (MUD) ganhou a Assembleia Nacional (congresso), tem outros tantos governos estaduais e conta com um formidável aparato internacional, fixado na Casa Branca, nos governos de direita da América Latina, nos organismos multilaterais (ONU, OEA) e no grande capital, o que inclui gigantescas redes de comunicação global. Apesar de aparentar ser o lado mais forte, Maduro não está nessa posição, ao contrário. Ele foi eleito e a oposição na AN também. Quem fala em ditadura lá, age por má fé ou ignorância.

A silenciosa dominação por algoritmos

Por Chris Spannos, no site Outras Palavras:

Foi o filósofo grego-francês Cornelius Castoriadis quem argumentou que os indivíduos, na maioria das sociedades, não dependem de si mesmos para determinar a própria lei – o que ele chamou de autonomia. Ao contrário, assumem que a lei é criada por alguma força externa que se encontra além deles próprios, sejam os deuses, a natureza, a história ou a razão – submissão. Como força cada vez mais influente a regular os resultados sociais, eleitorais e econômicos, os algoritmos estão entre os novos poderes de submissão. Em outubro de 2016, a Casa Branca, o Parlamento Europeu e a Câmara dos Comuns do Reino Unido, cada um independentemente, sondaram como preparar a sociedade para o uso generalizado de inteligência artificial (IA) movida a algoritmo. 

O novo golpe será o do parlamentarismo?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Todos os dias os limites do que pensávamos inaceitável e inconcebível são ultrapassados pela coalizão que tomou o poder e o exerce sem o povo e contra o povo. Todos o dias nos perguntamos: o que mais falta acontecer? O que mais, depois da votação que concedeu a Temer o estatuto da impunidade, com compra de votos por medida provisória e dentro do plenário, coroada pelo show de cinismo e desfaçatez dos mesmos deputados que depuseram Dilma por pedaladas fiscais bradando contra a corrupção? Pode haver mais, por difícil que pareça. Horas depois da votação, surgem dois sinais de que pode estar sendo testado o golpe do parlamentarismo: Temer disse que adotar o sistema já em 2018 “não seria fora de propósito” e o PSDB vai apresentar no dia 17 um programa televisivo inteiramente dedicado a enaltecer o sistema de governo parlamentar.

Os ataques da 'Empiricus' contra Lula

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Um dos fenômenos mais impactantes do processo histórico vivido pelo país neste momento, é a extensão, profundidade e complexidade alcançadas pelo amplo esquema de contrainformação fascista montado nos últimos anos.

Voltado para atingir não apenas o público geral, mas também segmentos específicos da opinião pública, como a juventude, as igrejas (católicas e evangélicas) os ruralistas e os empresários urbanos, ele tem operado, desde 2013, praticamente sem contestação.

Uma corja antipovo chamada mercado

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                          
Não surpreende que o oligopólio velhaco da mídia abra espaços generosos para as opiniões dos “especialistas” do mercado. Afinal, os magnatas da comunicação e os rentistas compartilham do mesmo sentimento de desamor pelo Brasil e seu povo. Irmanam-se igualmente na falta de compromisso democrático e republicano.

Ainda com o cadáver da rejeição da denúncia contra Temer quente, na noite da infâmia desta quarta-feira, 2 de agosto, já pontilhavam entrevistas com executivos do mercado financeiro pregando a necessidade de o país virar a página e pisar no acelerador da aprovação das reformas. Referiam-se de certo à reforma da previdência, a favorita dos que “não dão um prego em barra de sabão” e vivem da vagabundagem da especulação.

O protagonismo dos movimentos de base

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

A formação política e o resgate do trabalho de base e de equipes de educação popular são, na visão do escritor Frei Betto, os grandes desafios da esquerda brasileira nos dias de hoje. A análise foi feita nesta sexta-feira (4), durante o 14º encontro Nacional de Moradia Popular, promovido pela União Nacional por Moradia Popular e a União dos Movimentos de Moradia de São Paulo, no centro da capital paulista. “Nós falhamos porque abandonamos o trabalho de formação política e de organização de base a longo prazo”, disse o escritor.

A “democracia” dos sem-vergonha

Por Leonardo Boff, em seu blog:

É difícil ficar calado após ter assistido à funesta e desavergonhada sessão da Câmara dos Deputados que votou contra a admissibilidade de um processo pelo STF contra o Presidente Temer por crime de corrupção passiva.

O que a sessão mostrou foi a real natureza de nossa democracia que se nega a si mesma. Se a medirmos pelos predicados mínimos de toda a democracia que é o respeito à soberania popular, a observância dos direitos fundamentais do cidadão, a busca de uma equidade mínima na sociedade e o incentivo à participação, o bem comum, além de uma ética pública reconhecível, então ela comparece como uma farsa e como uma negação de si mesma.

Doria e construtoras garfam o Parque Augusta

Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

O prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), apresentou hoje (4) os termos do protocolo de intenções com as construtoras Cyrela e Setin para viabilizar a criação do Parque Augusta, na região central da cidade. No entanto, os valores relativos aos dois terrenos que devem ser objeto de permuta e as contrapartidas que as empreiteiras terão de arcar não foram nem sequer estimados pelo poder público. “Não vamos falar sobre valores ainda, até para não influenciar os peritos que vão fazer a análise. O valor que eles vão auditar é que vai determinar definitivamente a permuta e as contrapartidas”, afirmou Doria.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Tornar a indignação contra Temer em luta

Editorial do site Vermelho:

O presidente ilegítimo, Michel Temer, conseguiu, em votação apertada (263 votos a seu favor e 227 contra), arquivar a denúncia cujo acatamento o afastaria do governo. A vitória do usurpador foi custosa ao país, literalmente. Enquanto o Estado brasileiro, sob seu comando, não oferece serviços mínimos à população, aproximando-se de situações de colapso em alguns setores, milhões foram movimentados para arregimentar os votos necessários ao arquivamento da denúncia.

Os esquadrões fascistas estão nas ruas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Está circulando, nas redes e nos jornais, o vídeo onde dois energúmenos ameaçam e intimidam Mohamed Ali, um sírio de 33 anos, que vende esfirras e outras comidas árabes em Copacabana.

Segundo O Globo:

Nas imagens é possível ver um homem com dois pedaços de madeira nas mãos gritando: “saia do meu país! Eu sou brasileiro e estou vendo meu país ser invadido por esses homens-bombas que mataram, esquartejaram crianças, adolescentes. São miseráveis”. Adiante no vídeo, ele ainda fala: “Essa terra aqui é nossa. Não vai tomar nosso lugar não”.

Petroleiros denunciam desmonte da Petrobras

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

Principal fórum dos petroleiros, o XVII Congresso Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP) começa a partir desta quinta-feira (3 de agosto), em Salvador (Bahia). Na pauta, o desmonte da Petrobras e o impacto da privatização de unidades estratégicas da empresa.

Como a mídia apoia e naturaliza o desmonte da Petrobras, para termos a dimensão do impacto que isso significa, é preciso acompanhar a discussão travada por quem fez e faz a Petrobras: os trabalhadores do setor. No site da Federação Única dos Petroleiros (FUP), por exemplo, é possível encontrar análises e dados que derrubam qualquer justificativa em prol das privatizações.

Temer quer criar a república do lixo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Recém saído das catacumbas após o desembolso de R$ 13,4 bilhões que garantiram os votos de parlamentares para evitar uma investigação sobre corrupção passiva, Michel Temer abriu o verdadeiro jogo do golpe – instituir o regime parlamentarista e castrar a democracia de uma vez por todas. "Acho que podemos pensar em parlamentarismo para 2018," disse. "Não seria despropositado."

Do ponto de vista da lógica em vigor na política do país após a deposição de Dilma Rousseff, não seria despropositado mesmo. Seria o capitulo final de um esforço coerente e ilimitado para retirar direitos dos brasileiros e transformar o país numa republiqueta de lixo.

Apoio dos ruralistas ao golpe custará caro

Por Luiza Dulci, no site Brasil Debate:

No dia 22 de dezembro de 2016, às vésperas do natal, o executivo federal enviou ao Congresso Nacional a Medida Provisória (MP) 759, que veio a ser sancionada pelo presidente Michel Temer no dia 11 de julho deste ano. Conforme a descrição do próprio texto da MP (agora Lei n. 13.465), “dispõe sobre a regularização fundiária rural e urbana, sobre a liquidação de créditos concedidos aos assentados da reforma agrária e sobre a regularização fundiária no âmbito na Amazônia Legal, institui mecanismos para aprimorar a eficiência dos procedimentos de alienação de imóveis da União, e dá outras providências”.

Não à toa, foi apelidada como a MP da Grilagem.

O preço político da vitória de Temer

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Os analistas da mídia, convertidos hoje em meros estafetas a serviços do golpe, terão trabalho extra com a vitória de Michel Temer, por isso devem estar bastante mal humorados.

Não serão eles, de qualquer forma, que poderão escrever sobre algumas consequências óbvias da votação de ontem, na qual o governo obteve uma vitória esmagadora, que não pode ser medida pelo placar de 263 votos a 227 votos em favor do governo.

Como a oposição precisava de 342 votos para autorizar a investigação e cassar o presidente, todos os deputados da direita com eleitorado de “opinião”, como são boa parte dos tucanos, além dos Bolsonaro, votaram “não”, ou seja, em favor da continuidade das investigações.

Como reagir à "reforma" trabalhista?

Editorial do jornal Brasil de Fato:

A reforma trabalhista (Lei nº 13.467/2017) foi aprovada em julho e sancionada pelo presidente golpista Michel Temer. Ela será aplicada em menos de quatro meses, no dia 13 de novembro.

Entre as medidas mais duras para os trabalhadores está a chance de negociar, de forma coletiva ou individual, em patamares abaixo do que garante a lei. Foi também criada uma série de problemas para que trabalhadores não consigam reparação na Justiça do Trabalho caso seus direitos sejam violados.

Pisos salariais rompidos e jornadas de trabalho fracionadas também serão comuns. Na história das leis brasileiras, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) já passou por dois momentos de retirada de direitos: um com o golpe militar de 1964 e outro nos anos 1990. A atual reforma é o terceiro e mais grave momento de enfraquecimento da proteção legal aos trabalhadores.

Mídia segue dividida sobre futuro de Temer

Por Bia Barbosa e Camila Nóbrega, na revista CartaCapital:

O que quer a Rede Globo ao direcionar todo o seu jornalismo para desgastar Temer ao mesmo tempo em que outros grandes veículos preferem a suposta estabilidade que o governo traria à economia?

Essa é a pergunta de um milhão de dólares.

Desde as denúncias contra Michel Temer feitas pelos donos da JBS, em maio passado, uma das grandes questões que tem intrigado os que acompanham o noticiário político é por que o principal grupo de comunicação do país entrou de cabeça na derrubada do presidente enquanto outros parecem ainda apostar na sobrevivência da atual gestão.

Ninguém parece conseguir cravar uma resposta.