domingo, 20 de agosto de 2017

O golpe pode se tornar mais violento

Por Jeferson Miola

A situação política brasileira nunca foi tão imprevisível como atualmente; são tempos de enorme imponderabilidade. Denúncias e escândalos se sucedem vertiginosamente, a Nação é desmanchada com incrível ferocidade e o Estado de Direito está sendo violentado até a morte por ataques contínuos à democracia.

Isso tudo se desenrola num ambiente de exceção jurídica e de caos institucional em que viceja a atuação anômala dos não-eleitos – os empoderados sem voto popular – na arena da política: a mídia, o judiciário, ministério público, polícia federal, sistema financeiro e o grande capital.

sábado, 19 de agosto de 2017

Venezuela: as conquistas bolivarianas

Por Altamiro Borges

[Segundo capítulo do livro "Venezuela: originalidade e ousadia", publicado em 2005 pela Editora Anita Garibaldi e pela Fundação Maurício Grabois}

“A Venezuela trava uma batalha contra o imperialismo norte-americano. O diabo tem nome e sobrenome. O chefe da oposição venezuelana se chama George W. Bush”. Presidente Hugo Chávez.

A revolução bolivariana na Venezuela, iniciada a partir da vitória eleitoral de Hugo Chávez em dezembro de 1998, apresenta inúmeros aspectos distintivos que conferem uma dinâmica avançada e progressista a esta experiência tão original na América Latina. Na prática, ela deflagrou a construção de uma alternativa ao neoliberalismo – meio que aos trancos e barrancos, mas com um norte aprumado. Este modelo contra-hegemônico inclusive aponta para mudanças estruturais neste país contra a própria lógica do capitalismo. Impulsionada pela dinâmica implacável da luta de classes, contrapondo-se ao golpismo da oligarquia e à ingerência imperialista, ela pode se firmar como um elo de aproximação de objetivos maiores, socialistas.

Venezuela: uma experiência sui generis

Por Altamiro Borges

[Primeiro capítulo do livro "Venezuela: originalidade e ousadia", publicado em 2005 pela Editora Anita Garibaldi e pela Fundação Maurício Grabois]

“Sou apenas uma débil palha arrastada pelo furacão revolucionário”. Presidente Hugo Chávez.

Qual o segredo da Venezuela? O que explica tamanho ódio do imperialismo estadunidense e da oligarquia local, que já patrocinaram um golpe fascista em abril de 2002, um locaute patronal de 63 dias, vários atos de sabotagem e inúmeras mortes? De onde provem a capacidade de resistência do governo Hugo Chávez, que desde a vitória eleitoral em dezembro de 1998 enfrenta permanentes tentativas de desestabilização? O estudo desta rica experiência, marcada pela originalidade e ousadia, ajuda a decifrar os seus mistérios e a entender o crescente fascínio que ela desperta junto aos povos latino-americanos. Também serve de alerta para a urgência da solidariedade à “revolução bolivariana”, alvo agora de uma nova investida golpista.

As incoerências do ajuste fiscal de Temer

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Trabalho da Comissão de Representantes da STN (Secretaria do Tesouro Nacional) levanta as principais incoerências do pacote fiscal do governo. Saliente-se que partiu da própria STN a reação contra as estripulias do ex-Secretário Arno Agustin.

Mesmo assim, reflete a visão de uma parte da tecnocracia do Estado, aliás tecnicamente bastante boa.

O trabalho obviamente não contempla argumentos contrários.

Sobre a matéria da 'Veja' contra Dilma

Do site de Dilma Rousseff:

A propósito da matéria “Investigação confirma aposentadoria irregular de Dilma”, veiculada por Veja a partir de sexta-feira, 18, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff esclarece:

1- Veja volta a executar o velho Jornalismo de Guerra ao dar ares de escândalo à aposentadoria da presidenta eleita Dilma Rousseff. O escândalo está na perseguição que a revista promove e não na aposentadoria em si.

2- Depois de 36 anos, 10 meses e 21 dias de serviços prestados - comprovados documentalmente - aos 68 anos de idade, Dilma Rousseff se aposentou com vencimentos pouco acima de R$ 5 mil - o teto do INSS. Ela nada recebe como ex-presidenta da República ou anistiada política. O benefício segue os rigores da lei. Tampouco se valeu de subterfúgios para o recebimento de valores indevidos ou excessivos, como ocorre com Michel Temer e ministros do governo golpista.

Nazistas dos EUA têm ligações no Brasil

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:


Com tanta coisa acontecendo no Brasil, você poderá se perguntar por que este Blog está insistindo tanto na polêmica sobre se o nazismo foi de esquerda, de direita ou tico-tico-no-fubá.

A resposta é muito simples e preocupante: grupos brasileiros de extrema-direita que tentam transformar a maior expressão da extrema-direita de todos os tempos (o nazismo) em um movimento “de esquerda” têm ligações com os nazistas que saíram às ruas da cidade norte-americana de Charlottesville para pregar suas teses racistas e, de quebra, matar pessoas.

Sincericídio na TV implode o PSDB

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:
“O PSDB errou”, dizem personagens escolhidos a dedo, com “cara de povo”, no programa de TV do partido que foi ao ar na quinta-feira à noite. Uma mulher e um adolescente negros, um coroa nordestino e um rapaz mestiço são os narradores. Ao contrário de todos os programas eleitorais tucanos de todos os tempos, nenhum típico paulistano branco de classe média aparece na tela. Os próprios caciques do partido tipicamente paulistanos e brancos ficaram de fora da peça publicitária. De fato, ninguém diria se tratar de um programa do PSDB.

Dose dupla contra a soberania popular

Por Aldo Arantes, no Blog do Renato:

Uma reforma político democrática deve ter como fundamento a soberania popular. A Constituição, em seu artigo 1º parágrafo único, define que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos temos desta Constituição”. Portanto qualquer reforma política que vise aperfeiçoar a democracia tem que colocar em primeiro lutar, este princípio. Por outro lado a reforma política deve dar respostas às distorções causadas pelo atual sistema eleitoral.

Parlamentarismo é instrumento de golpe

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

O parlamentarismo volta a ser apresentado como solução política para o Brasil. A articulação, liderada pelo PSDB, faz lembrar o ano de 1961, quando um “acordo” permitiu a posse de João Goulart, sob a condição de se implantar o sistema que retirava os poderes do presidente. O pretexto dos mudancistas da época era tirar o país da crise após a renúncia de Jânio Quadros.

O ex-presidente do PSB, Roberto Amaral, define a ideia de um parlamentarismo brasileiro, tanto nos anos 60 do século passado como hoje, de maneira objetiva. “No mundo, é um sistema de governo. Mas, no Brasil, é um instrumento de golpe, como foi na crise da posse de João Goulart. Sem discutir o parlamentarismo como tese, mas no nosso país é um instrumento que visa a impedir que as massas possam influir na composição do poder, quando vota para presidente.”

Lula e Doria no Nordeste: craque e várzea

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Doria fala para empresários no Ceará

Lula recebido em Cruz das Almas, Bahia

Duas imagens deste 18 de agosto de 2017 mostram não apenas dois políticos, mas dois Brasis.
No mesmo dia em que Doria perde o seu quarto secretário em oito meses — Gilberto Natalini, do Verde, deixou o cargo supostamente por não ceder a construtoras –, ele foi a Fortaleza, Ceará, falar sobre gestão.

O que um prefeito que perdeu seu quarto secretário em oito meses têm a ensinar sobre gestão? Rodízio muito grande na equipe de primeira escalão revela que ou líder escolheu mal sua equipe, ou a convivência com ele é insuportável.

Quem são os extremistas de direita dos EUA

Por Vera Kern, na revista CartaCapital:

Com a ação em Charlottesville, o ativista de direita de 34 anos Jason Kessler visava aproximar os diversos grupos radicais de direita americanos. Protegidos pelo direito constitucional à livre opinião, eles se apresentaram sob o slogan "Unite the Right" (Una a direita, em tradução livre).

Em primeiro plano, protestavam contra a retirada de um monumento ao controverso general da Guerra Civil Americana (1861-1865) Robert E. Lee, que liderava as tropas do Sul escravagista. No entanto, por mais distintas que fossem suas raízes e estilos, na passeata na cidade em Virgínia o foco comum dos direitistas era a "identidade branca" dos Estados Unidos.

Rombo de Temer serve pra comprar deputado

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O “desajuste fiscal” de Temer e Meirelles, gerador de um déficit público futuro adentro que somará R$ 726 bilhões entre 2017 e 2020, traz imensos danos ao país, mas propicia um “benefício político” ao governo. Logo que o aumento do rombo deste ano para R$ 159 bilhões for aprovado pelo Congresso (via alteração na LDO), o governo vai liberar recursos para várias rubricas, inclusive mais de R$ 1 bilhão para emendas parlamentares.

Temer, o "fake", promove as "fake news"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Hoje cedo, falou-se do desespero do governismo divulgando um áudio falso de um jornalista da Globo dizendo que a emissora teria feito um acordo com Lula para atacar o Governo e a Lava Jato.

Só um microcéfalo poderia acreditar nisso, vendo o bombardeio diário do império global contra o ex-presidente.

Claro que, no Brasil de hoje, porém, não faltam microcéfalos.

Entre outros os que acreditam que se Lula aparece – nas pesquisas reservadas que têm – crescendo no eleitorado, isso só pode ser a Globo, porque os microcéfalos acham que o povo não tem cérebro algum.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Gilmar libera chefe da máfia do transporte

Por Altamiro Borges

Gilmar Mendes, o líder da bancada do PSDB no Supremo Tribunal Federal (STF), preza muito por seus amigos. Na tarde desta quinta-feira (17), ele concedeu habeas corpus para libertar o empresário Jacob Barata Filho, o chefe da máfia dos transportes no Rio de Janeiro. A partir de agora, ele ficará em prisão domiciliar e terá que comparecer periodicamente em juízo. Coitado! Dá até dó! Para quem já se esqueceu, o ministro e sua mulher, Guiomar Mendes, foram padrinhos de casamento da neta do “rei dos ônibus” em 2013. Sobre a milionária festança, vale conferir um trecho da reportagem do jornalista Ruben Berta, publicado no site The Intercept-Brasil em junho passado:

Crise divide equipe econômica de Temer

Por Dayane Santos, no site Vermelho:

Além de perder força junto ao Legislativo, com uma base aliada fragmentada, e ganhar uma impopularidade recorde, o governo de Michel Temer anda perdendo o controle de sua equipe econômica, demonstrando que o governo perdeu a coesão do discurso em meio a uma profunda recessão.

Ao discursar nos eventos oficiais, Temer faz questão de dizer que tem uma equipe “extraordinária” e que “agora o Brasil tem rumo”. Mas as declarações de representantes do governo revelam que a coisa não é bem assim.

O "distritão" arruinará os partidos

Por Marcus Ianoni, no site Brasil Debate:

A Comissão da Reforma Política da Câmara dos Deputados decidiu que, a partir das eleições de 2018, o novo sistema eleitoral para deputados federais, estaduais e vereadores será o “distritão”, e não mais o sistema proporcional. Esse sistema, tecnicamente conhecido como voto único não transferível, é extremamente nocivo à afirmação dos partidos políticos e, portanto, do sistema partidário, conforme avaliam inúmeras instituições de pesquisas e especialistas em todo o mundo.

Embora a decisão final da matéria seja levada ao plenário de 513 deputados federais, a direita parlamentar logrou, até o momento, submeter a proposta de emenda constitucional (PEC) do distritão à votação final na Casa. As forças de esquerda e demais progressistas, dentro e fora do Congresso Nacional, que compreendem a importância dos partidos, estão tentando impedir mais essa derrota.

Donald Trump foi racista a vida inteira

Por Mehdi Hasan, no site The Intercept-Brasil:

"O racismo é perverso", declarou Donald Trump na segunda-feira. “E os que agem violentamente em seu nome são criminosos e bandidos, inclusive o KKK, os neonazistas, os supremacistas brancos e demais grupos de ódio, todos repugnantes do ponto de vista do que nós, norte-americanos, mais valorizamos”.

Tudo bem, “declarou” é um verbo meio forte para qualificar o que fez o presidente dos Estados Unidos. “Afirmou” talvez seja melhor. “Leu” é o termo mais preciso. Trump fez essas “observações complementares” bastante a contragosto, depois de dois dias ouvindo duras críticas por parte da imprensa e de caciques do Partido Republicano em relação à sua declaração inicial, quando culpou “muitos lados” pela violência neonazista em Charlottesville, no estado da Virgínia. Essas não foram palavras dele. Foram redigidas por assessores e lidas com a ajuda de um teleprompter. O presidente preferiu deixar sua ira pessoal para o CEO negro da Merck, não para os fascistas brancos da Virgínia.

Lula lidera em todas as regiões do Brasil

As novas bombas da tecnologia contemporânea

Por Flavio Aguiar, no site Carta Maior:

Durante a Guerra Fria nos acostumamos a uma proliferação de bombas de alto poder destrutivo. Eis alguns exemplos, todos de triste memória, mesmo que não tenham sido usados:

Bomba Atômica: torrou Hiroshima, Nagasaki e seus habitantes. Faz vítimas até hoje.

Bomba de Hidrogênio: faria a Bomba Atômica parecer um traque junino.

Bomba de Napalm: torrou um monte de asiáticos na Guerra do Vietnã. Ficou famosa ao queimar uma menina fotografada correndo nua por uma estrada, foto que chegou a ser censurada no Facebook. Pela nudez, não pela bomba.

O tiro de Moro saiu pela culatra


Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Rejeição ao PT despenca de 56% para 49%. Rejeição ao PSDB sobe de 51% para 54%.

Bolsonaro perde 3 pontos e caiu de 21 para 18%.

João Dória está atolado nos 12-13% desde abril (está 12%, 1 ponto a menos que na pesquisa anterior).

Alckmin desaba para 4%.