sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O pano de fundo das eleições na Alemanha

Por Umberto Martins, no site da CTB:

A chanceler alemã, Angela Merkel, colheu uma vitória amarga nas eleições legislativas realizadas no último domingo, 24. A coligação que encabeçou (CDU e CSU) obteve apenas 32,9% dos votos, recuando 8,6% em relação ao pleito anterior. Ela terá dificuldades para compor um novo gabinete, uma vez que os sociais-democratas do SPD (com outro resultado magro, de 20,5%) decidiram abandonar o barco do governo, que já está fazendo água, e engrossar as fileiras da oposição.

A novidade ficou por conta da extrema direita, que pela primeira vez deste a derrota do nazismo em 1945 será representada no Parlamento. Seu partido, intitulado Alternativa para a Alemanha (AfD), ficou com mais de 12,6% dos votos válidos. A legenda de esquerda Die Linke conquistou cerca de 9%.


ONG de Luciano Huck é condenada

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Cotado em alguns círculos até para ser candidato à presidência em 2018, o apresentador da Globo Luciano Huck volta a se ver envolvido em um polêmica, agora relacionada à sua ONG, a Criar que, em parceria com a Brax Brazilian Experience, foi condenada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) a pagar indenização por danos morais e materiais por não pagarem o prêmio, uma bolsa de estudos nos Estados Unidos, ao vencedor de um concurso promovida por ambas, em 2013.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

EUA adotam a estratégia da tensão

Por Albano Nunes, no blog Resistência:

Será que a política dos EUA é fundamentalmente determinada por um presidente “paranoico” e por uma administração “incoerente e errática”? Essa tem sido fundamentalmente a visão promovida pela comunicação social dominante que, passando ao lado da natureza de classe do sistema de poder norte-americano, dá cobertura e banaliza os mais graves atentados dos EUA à Carta da ONU e ao Direito Internacional.

A controvérsia sobre a desigualdade no Brasil

Editorial do site Vermelho:

Um estudo sobre distribuição de renda no Brasil, feito pelo instituto World Wealth and Income Database, levou alguns partidários do neoliberalismo de plantão a tentarem atacar uma conquista obtida pelo povo brasileiro na última década: a diminuição da desigualdade.

O caso do estudo do World Wealth and Income Database serve como uma luva para o debate. O estudo é realmente científico e seria leviandade tentar desqualificá-lo. Ele suscita um debate importante sobre os critérios usados quando se trata de distribuição de renda. E mostra, realmente, a extrema concentração que ocorre no Brasil, da renda e da propriedade.

Por que o odiado Temer não cai?

Por Pedro Paulo Zahluth Bastos, na revista CartaCapital:

Comecei há cerca de um mês meu ano sabático como professor visitante na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Isso explica tanto a descontinuidade da coluna quanto meu tema de hoje. Volta e meia tenho que explicar por aqui porque um presidente ilegítimo e corrupto não cai. Ele não só foi gravado em uma conversa noturna que levou à entrega filmada de uma mala de dinheiro a um enviado, o deputado Rodrigo Rocha Loures, como é o mais impopular da história das pesquisas modernas de opinião no Brasil.

STF põe fim às escolas públicas brasileiras

Por Elika Takimoto, no blog Cafezinho:

Está faltando amor no mundo mas também interpretação de texto, como disse Sakamoto. Acrescento: está faltando claramente contextualizar as informações.

Desde que tiraram Dilma da presidência, não economizamos em alertas de que o que motivou a interrupção do mandato não foi as tais pedaladas e muito menos a vontade de acabar com o corrupção do país. Basta olhar o histórico e a ficha de nossos deputados, senadores e daqueles muitos que vestiram a camisa da CBF para pedir o impeachment e veremos os interesses por detrás de tudo. O que queriam era instaurar um governo conservador – que jamais conseguiria vencer nas urnas – cuja base econômica está no agronegócio, historicamente alheio à questão nacional e à democracia. Quem nos governa hoje é o capital financeiro cuja articulação multinacional é a principal ameaça ao conceito de Estado-nação, como todos estamos testemunhando.

O Congresso, o Brasil e dois generais

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Quem tinha esperança pode ir tirando o cavalinho da chuva. Embora a pesquisa CNI-Ibope tenha mostrado Temer no fundo do poço, com apenas 3% de aprovação, está tudo pronto na Câmara para a rejeição da denúncia que o acusa de organização criminosa e obstrução da Justiça. Com o relator escolhido, José Bonifácio de Andrada, aecista e governista empedernido, embora jurista lustrado, desta vez o governo nem terá o trabalho de aprovar um substitutivo na Comissão de Constituição e Justiça, como na tramitação da primeira denúncia. Ele dará um parecer pela rejeição, que será aprovado pela Comissão e referendado pela maioria do plenário. Tudo na base do jogo rápido. O governo está “zerando todas as pendências” com os deputados, como diria Joesley Batista. Quem tem razão é o general Leal Pujol: os deputados e senadores só ouvirão o Brasil quando (e se) os 77% que rejeitam Temer forem para a rua.

Toda a terra será capturada?

Ilustração: John Spooner
Por Luiza Dulci, no site Outras Palavras:

No dia 16 de nov/2015 o jornal The New York Times publica uma matéria de página inteira sobre o TIAA-CREF (Teachers Insurance and Annuity Association – College Retirement Equities Fund). Um fundo que reúne investimentos de diversos fundos de pensão dos Estados Unidos e de outros países. Na matéria, o TIAA-CREF foi acusado de transacionar terras com um empresário brasileiro - Euclides de Carli, um típico grileiro - que empregava violência e fraudes para expropriar terras de agricultores familiares, bem como para burlar leis brasileiras que limitam a presença de investimentos estrangeiros nas terras do país. Na carteira de investimentos do TIAA-CREF constam, dentre outros, recursos de fundos de pensão dos professores universitários aposentados de Nova York; de aposentados públicos suecos (Second Swedish National Pension Fund); e canadeneses (Caisse de dépôt et placement du Québec e British Columbia Investment Management Corporation of Canada).

Bolsonaro é filho legítimo da Rede Globo

Che, símbolo da luta humanista e socialista

Por João Pedro Stedile, na revista Caros Amigos:

No dia 9 de outubro, se completam 50 anos do assassinato de Che Guevarra pelas forças do exército boliviano. Ele foi preso, ferido dia 8 de outubro de 1967, e fuzilado no outro dia, por ordens da CIA, na parede externa de uma pequena escola rural, do povoado de La Higuera, município de Valle Grande, Bolivia.

Estive lá nas celebrações do 40 aniversário. Não consegui entender como o Che havia se embrenhado naquelas montanhas a 3, 4 mil metros de altura, despovoadas, sem organização de massa para lhe dar apoio. Hoje, o local parou no tempo e a miséria na região continua igual. Mesmo com um governo popular, podemos constatar que construir uma sociedade igualitária, justa, pós-capitalista é uma missão para décadas de acumulo de forças do povo organizado. Não basta apenas chegar ao governo, como a esquerda se iludiu.

Por que os furacões devastam mais no Caribe

Roseau, capital de Dominica, após a passagem do
furacão Maria. Foto: 
STR/AFP/Getty Images
Por Levi Gahman e Gabrielle Thongs, no blog Socialista Morena:

O furacão Maria, a 15ª depressão tropical desta estação, está golpeando o Caribe agora, apenas duas semanas depois do furacão Irma fazer estragos na região.

A devastação na Dominica é “estarrecedora”, escreveu o primeiro-ministro do país, Roosevelt Skerrit, no facebook logo após a meia-noite de 19 de setembro. No dia seguinte, em Porto Rico, a NPR noticiou, via estação-membro WRTU em San Juan, que “a maior parte da ilha está sem energia… ou água.”

Entre as ilhas caribenhas impactadas por ambas tempestades mortíferas estão Porto Rico, São Cristóvão, Tortola e Barbuda.

Rejeição de Temer encarece votos na Câmara

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Disponível agora em dados detalhados, a pesquisa CNI Ibope vai dando mais detalhes sobre o grau de descrédito de Michel Temer.

Seus 3% de “ótimo e bom” são zero por cento de ótimo.

Apenas 6% dos brasileiros têm algum nível de confiança nele.

A relação entre sua aprovação/desaprovação é disparado a mais desfavorável de toda a história recente do Brasil.

A caminhada de Lula, ao lado do povo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Alvo permanente da fúria da Lava Jato, recentemente reforçada pela covardia reverencial de Antônio Palocci aos eternos senhores de uma Pátria novamente distraída, Lula enfrenta a rotina que a vida lhe impôs aos 72 anos.

Mostra gosto e disposição para assumir tarefas e ideias que podem permitir o retorno do país a democracia, opção que passa necessariamente pelo respeito ao direito de apresentar candidatura e ao calendário eleitoral.

“Não tenho medo de brigar”, disse ele, na tarde de terça-feira, em entrevista ao programa Contraponto, da rádio Trianon, referindo-se a Lava Jato, com quem terá um encontro marcado – ainda sem data -- no Tribunal Federal de Recursos de Porto Alegre. “Se tem político com medo, o problema é do político”.

O trapaceiro que quer criminalizar o aborto

Por Helena Borges, o site The Intercept-Brasil:

Uma das propostas em tramitação na Câmara dos Deputados escancara a maliciosa estratégia por trás do avanço de pautas de caráter conservador: um Projeto de Emenda Constitucional que deveria falar apenas sobre licença-maternidade está sendo deturpado para criminalizar o aborto. Em novembro do ano passado, o STF descriminalizou abortos feitos até o terceiro mês. O autor da trapaça é Jorge Mudalen (DEM-SP), membro da bancada evangélica, campeão no ranking de viagens internacionais bancadas pela Câmara, um dos defensores da Reforma Trabalhista e da redução da maioridade penal.


Palocci, um traste humano

Por Jeferson Miola

É óbvio ululante que a “carta-testamento” do Antonio Palocci não teve o PT como destinatário real, mas sim seus carcereiros de Curitiba. Está claro, também, que a carta é apenas uma trapaça de um velhaco desesperado e sem compromisso com a verdade e com a dignidade, com a honra e com a história alheia.

Com a vilania, ele somou pontos na negociação de “contrapartidas” com seus carcereiros. As vantagens não serão desprezíveis: a proteção de parte significativa do formidável patrimônio que ele amealhou no mundo do crime, assim como a redução considerável dos anos no cárcere.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A democratização da mídia em debate

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Como parte da programação da Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, que neste ano ocorre entre os dias 15 e 21 de outubro, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé preparou um ciclo de debates para discutir mídia e as graves crises política, econômica e social pelas quais passa o país.

Serão três noites de atividades, nos dias 16, 18 e 20 de outubro, sempre às 19 horas. Confira a programação e garanta a sua inscrição:

Brasil: A nação das oligarquias

Por Marcus Ianoni, no site Brasil Debate:

Em minha fala na mesa com o tema “Uma nação capaz de promover o desenvolvimento?”, no recém-realizado 14º Fórum de Economia, promovido pela FGV-SP, argumentei que, na história nacional brasileira, há uma forte e recorrente tendência estrutural de divórcio entre, por um lado, os sistemas político e econômico e, por outro, o sistema social, ou seja, de desencontro entre o senhor, o bloco Estado-economia, e o súdito, a sociedade. Essa separação coloca, de um lado, as oligarquias associadas ao grande capital, de outro, o povo, o demos. Devido a isso, em quase dois séculos de história do Brasil independente, nosso regime democrático, quando existe, é, frequentemente, mais refreado pela forma ruim do regime dos poucos, a oligarquia, que impulsionado no sentido da forma boa do regime dos muitos, para usar os termos da análise política de Aristóteles.

Militares não têm que dar opinião política

Por Vanessa Martina Silva, no jornal Brasil de Fato:

“Vemos militares dando opinião favorável às privatizações no Brasil. Isso é surpreendente”, diz o ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, respectivamente, em entrevista exclusiva para o Brasil de Fato.

Celso Amorim se refere às declarações recentes dadas pelo general Sérgio Westphalen Etchegoyen, ministro-chefe do gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, que defendeu o processo de privatizações que vem sendo levado a cabo pelo presidente golpista, Michel Temer (PMDB).

Impactos nefastos da 'reforma' trabalhista

Por Marcelo P.F.Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Nos países que já realizaram suas experiências de liberalização do mercado de trabalho, esse processo tem produzido consequências diversas que merecem ser estudadas com atenção. É o caso, por exemplo, do crescente endividamento de curto prazo que se tem observado entre os trabalhadores precários nos Estado Unidos.

Depois de mais de três décadas de maciça destruição de postos de trabalho de melhor qualidade, uma grande parte dos trabalhadores estadunidenses que vive de pequenos bicos ou se rodizia entre variadas ocupações precárias acaba por se socorrer no sistema bancário, pendurando-se em dívidas de curtíssimo prazo e juros elevados.

A nova luta pelo socialismo

Por Renato Rabelo, em seu blog:

Introdução

As condições do desenvolvimento do socialismo no século XXI se caracterizam por uma nova luta pelo socialismo. Na realidade, o socialismo é uma exigência objetiva da história, e não porque subjetivamente o desejamos, ou seja, por uma questão da vontade humana. O socialismo é resultante de um processo objetivo das contradições essenciais do próprio capitalismo.

O socialismo nasce e dá os primeiros passos no século XX. A Comuna de Paris, ocorrida em 1871, durou apenas dois meses, circunscrita à capital francesa. Por isso, as experiências históricas de estruturação continuada de um sistema socialista alternativo ao capitalista começam somente no século XX. E quanto tempo durou a sua primeira experiência, a Revolução Soviética? Pouco mais de setenta anos. É um tempo exíguo para prevalecer como nova formação política, econômica e social na cena histórica. O capitalismo só prevaleceu sobre o feudalismo depois de um largo tempo na história.