sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Senado dá com uma mão e tira com outra

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Com anos de atraso, e depois de muito leite derramado, o Congresso aprovou o financiamento público de campanhas, com a criação de um fundo que já começa ser apedrejado pela hipocrisia de sempre: vamos gastar em campanhas o dinheiro que poderia financiar a saúde, a educação, a habitação etc. Lorotas de quem deseja a volta do financiamento empresarial, que permite sempre o embolso parcial das doações e é porta-larga para a corrupção. Mas como não poderia deixar de ser, na última hora inventaram um modo de favorecer os candidatos mais ricos, com a supressão, pelo Senado, do artigo que impunha limites ao autofinanciamento. Se o ricaço pode gastar quanto quiser, e geralmente ele é empresário, trata-se de um autofinanciamento empresarial.

Tempos bizarros em um país náufrago

Fim da estabilidade enfraquece setor público

Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:

“Um petardo” e “mais um golpe contra os trabalhadores” foram as definições atribuídas, respectivamente, pelos dirigentes sindicais dos trabalhadores do serviço público, João Domingos e João Paulo Ribeiro, o JP, sobre a aprovação, nesta quarta-feira (4), do Projeto de Lei do Senado (PLS) 116/2017 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Em convergência com a iniciativa da autora do projeto original, senadora Maria do Carmo (DEM-SE), o relator do PLS na CCJ, senador Lasier Martins, manteve a lógica de punir com demissão servidores públicos tendo como base avaliação de insuficiência de desempenho, um critério subjetivo.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Temer corrompe deputados para sobreviver

Por Altamiro Borges

O odiado Michel Temer, o “presidente” dos 3% de aprovação, ainda tenta fingir que está tranquilo com a votação na Câmara Federal da segunda denúncia apresentada pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Mas há fortes sinais de que a situação não é tão cômoda assim. Os partidos da base governista não se entendem. Além das bicadas sangrentas no próprio ninho, o PSDB está em guerra contra o PMDB. Já as siglas mais fisiológicas trabalham para conseguir maiores benesses do poder. O jogo é sujo. O balcão de negócios é explícito, com a compra escancarada dos deputados. Mesmo assim, o quadro é temeroso, como aponta uma notinha da revista Época:

O Brasil no fundo do poço

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

O retrato do Brasil que emerge das pesquisas quantitativas é ruim. Mas o que vem das pesquisas qualitativas é pior. Pelo que vemos através delas, a alma brasileira nunca esteve em momento mais negativo.

É impossível falar do passado longínquo, mas, nos tempos modernos, é a primeira vez que temos tanto desânimo, desconfiança e desesperança. Talvez exista quem esteja satisfeito e otimista, mas é difícil encontrá-los. A quase totalidade da população não está assim.

Quando, ao realizar pesquisas qualitativas, reunimos mulheres e homens da classe trabalhadora, vemos um desconsolo ainda maior. Os ricos e as classes médias são menos dependentes das circunstâncias da economia e da sociedade. Estão mais blindados que os pobres.

Empresários tentam legalizar o Caixa-2

Da Rede Brasil Atual:

Um grupo de empresários anunciou a criação de um fundo para financiar políticos para as próximas eleições. A iniciativa, batizada de Fundo Cívico para a Renovação da Política (RenovaBR), pretende dar “mesadas” e doações para os selecionados do empresariado disputarem pleitos com maior força. Acontece que o financiamento privado de campanha por empresas (pessoas jurídicas) foi proibido no ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

MBL e a estratégia das pautas morais

Fundo eleitoral: sem hipocrisia, por favor

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Pode-se prever a montagem de um escândalo artificial em torno de um Fundo Eleitoral de R$ 1,7 bilhões aprovado pela Câmara, que precisa ser sancionado por Michel Temer até sábado para entrar em vigor.

Caso Temer fique assustado e não autografe a medida, os candidatos preferidos pelos ricos e milionários podem abrir champagne importado para festejar uma imensa vantagem antecipada nas eleições de 2018.

Num país onde a única forma de contribuição eleitoral privada permitida por lei envolve o pagamento de pessoas físicas, que têm direito a desembolsar 10% de seu rendimento bruto do ano anterior, o fundo público tornou-se uma alternativa necessária para se tentar uma disputa menos desequilibrada do ponto de vista financeiro.

Censura à arte reflete escalada autoritária

Por Jordana Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Quando estudamos períodos autoritários ou fascistas na escola, construímos uma imagem de um ditador mau e uma sociedade igualmente diabólica. Só que não é assim. Já dizia Hannah Arendt, quando desconstruiu a imagem de Eichmann, na ocasião dos julgamentos dos crimes alemães da Segunda Guerra: ele não carregava a imagem de um demônio (como se esperaria de um general nazista), mas de alguém terrível e horrivelmente normal. Funcionário público que cumpria seu trabalho com zelo e amor. Talvez um bom pai, filho, vizinho e amigo.

Privatizar Sabesp vai na contramão do mundo

Do site Opera Mundi:

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sitaema), José Faggiando, afirmou nesta quarta-feira (04/10) que privatizar o setor de saneamento é ir contra o que acontece em outros países do mundo. A declaração aconteceu durante uma conversa com jornalistas na sede do Centro de Estudo da Mídia Alternativa Barão de Itararé, para discutir a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

A mídia precisa ser debatida com urgência

Por Pedro Simon Camarão, no site Brasil Debate:

O Brasil vive um momento singular resultado da crise política que se arrasta desde 2013, quando ocorreu a primeira leva de grandes protestos protagonizados, principalmente, pela classe média. No período em que as manifestações se iniciaram, quando a grande mídia brasileira não atuava como convocadora, o objetivo dos protestos era exigir mais e melhores serviços públicos.

Já quando os grandes meios de comunicação e a Globo, principalmente, passam a explorar as manifestações nos noticiários, a pauta foi se invertendo e ocorreu uma separação entre “manifestantes de esquerda”, que muitas vezes eram associados à “baderna”, e “manifestações pacíficas” que, segundo as notícias, eram protagonizadas por “cidadãos brasileiros”. Infelizmente, foi muito difícil a essa altura distinguir exatamente o que significava cada uma das manifestações, quem participava delas e quais os anseios de cada um desses participantes.


Solidariedade a Cuba terá filme e debate

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Na data que marca 50 anos da morte de Ernesto "Che" Guevara, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em parceria com o Sindicato dos Arquitetos e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, promove atividade em solidariedade ao heroico povo cubano. Na segunda-feira, 9 de outubro, será exibido o documentário Agentes da vida, sobre o programa Mais Médicos, com a presença do ex-ministro da Saúde e criador do programa, Alexandre Padilha, além da cônsul-geral de Cuba, Nelida Carmona.


A morte do reitor e o espírito punitivista

Por Luís Nassif, no Jornal GGN:

A tragédia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que levou ao suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, é ilustrativa desses tempos tormentosos que o país atravessa, com o punitivismo entrando em todas as áreas e abrindo espaço para os tipos mais doentios e desequilibrados.

Os jornais cobriram a tragédia burocraticamente, tratando o volume de recursos fiscalizados – R$ 80 milhões dos cursos de educação à distância – como se fosse a corrupção final. E estabelecendo relações de causa e efeito com o suicídio, não permitindo o direito da dúvida ao reitor, mesmo depois de morto. Afinal, os que recebem a pecha de corrupto não tem direito nem à morte digna.

A prisão de Nuzman e o ex-diretor da Globo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A prisão de Carlos Artur Nuzman, arroz-de-festa do mundinho VIP nas três últimas décadas, não pode surpreender quem acompanha o mundo dos negócios nos chamados “grandes eventos”.

Quando Brizola chegou ao Governo do Rio, muita gente – e toda a mídia – criticou-nos por termos “perdido” o Grande Prêmio de Fórmula 1 para São Paulo.

“Perder” significa, em geral, no caso destes eventos, em não se vergar às exigências milionárias, absurdas, legais e ilegais de seus promotores.

E tudo isso é indissoluvelmente ligado à indústria de mídia, o que, no Brasil, atende pelo nome de Rede Globo de Televisão.

Doria vai pedir de volta a grana do MBL?

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Quanto Doria está pagando ao MBL para ter o apoio da milícia?

Logo saberemos a verdade, a julgar pela falta de noção e de vergonha de seus 769 “coordenadores”, os principais deles pilhados por um repórter da Piauí em conversas republicanas no WhatsApp.

“Com ou sem PSDB. A aliança que pode lhe eleger [Doria] está no PMDB, DEM, evangélicos, agro e MBL. Nosso trabalho será o de unir essa turma em um projeto comum”, escreve Renan Santos, fundador do grupo, cuja família acumula 125 processos na Justiça.

Na parte mais visível do negócio, João Doria usou dinheiro público.

Semana em defesa da liberdade de expressão

Do site do FNDC:

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) promove, de 15 a 21 de outubro, a Semana Nacional pela Democratização da Comunicação 2017. Debates, seminários, atos e atividades políticas e culturais estão marcadas em diversos estados, com ênfase na denúncia de violações à liberdade de expressão em curso no Brasil.

Na atual conjuntura, multiplicam-se casos graves de repressão a protestos e manifestantes, censura privada ou judicial de conteúdos na internet e na mídia, decisões judiciais e medidas administrativas contra manifestações artísticas e culturais, aumento da violência contra comunicadores, desmonte da comunicação pública, cerceamento de vozes dissonantes na imprensa, entre outras iniciativas que, no seu conjunto, contribuem para calar a diversidade de ideias, opiniões e pensamento em nosso país.

Quem é o relator da denúncia contra Temer

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

O governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (PMDB) conseguiu que o deputado áulico Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), fosse indicado como relator da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados que examinará a segunda denúncia relativa à obstrução de justiça e formação de quadrilha. É claro que Bonifácio de Andrada, aliado do senador Aécio Neves e figura de confiança de Temer, dará parecer favorável ao Presidente. Se não fosse assim não seria escolhido.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Os fascistas estão de volta, temos que pará-los

Os empresários e as eleições 2018

Por Aldo Arantes, no Blog do Renato:

Enquanto o Congresso discute a questão do financiamento de campanhas eleitorais procurando uma saída para a proibição do financiamento empresarial, os empresários se preparam para interferir, com muito dinheiro, no resultado eleitoral do próximo ano.

Segundo matéria de O Estado de São Paulo, de 1º de outubro, a inciativa é liderada pelo movimento Renova Brasil que visa, particularmente, a “renovação” do perfil do Congresso. Tal movimento é dirigido por Eduardo Mufarej, do Fundo Tarpon e sócio da BRF (Sadia e Perdigão) e da Somos Educação.

Entreguismo: o fim do conteúdo nacional

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Depois de ter reduzido a obrigatoriedade de conteúdo nacional nos novos contratos de exploração de petróleo, o governo Temer, através da ANP, quer agora aplicar a regra que favorece fornecedores estrangeiros em detrimento da indústria nacional aos contratos firmados a partir de 2005. A proposta foi tema de uma audiência pública acirrada na manhã desta terça-feira, na sede da ANP no Rio, que opôs a Petrobrás e outras petroleiras aos representantes da indústria nacional dos setores naval, siderúrgico e de máquinas. E coincidiu com a grande manifestação que ocorre no Rio, promovida pela Frente Brasil Popular, contra o entreguismo e as ameaças à Soberania Nacional. Os representantes da indústria nacional ameaçam ir à Justiça caso seja desconstruída esta importante política industrial adotada nos governos Lula-Dilma.