quarta-feira, 11 de abril de 2018

FHC volta a atacar

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Em seu mais recente artigo, Fernando Henrique Cardoso se superou. Pouca gente acreditava que conseguisse ultrapassar as marcas anteriores, mas foi além. Fez pior que de costume. 

Aproveitando-se do assassinato de Marielle Franco, é intitulado Civilização ou Barbárie, e foi publicado, como de hábito, nos Santos Evangelhos da direita brasileira, O Globo e O Estado de S. Paulo. O texto reapresenta as velhas ideias do ex-presidente e termina insinuando, pela milésima vez, que não há ninguém melhor que ele próprio para ser presidente da República.

Manipulação grotesca contra direitos de Lula

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A pressão para impedir o Supremo de realizar o debate necessário sobre o trânsito em julgado, questão que pode abrir a porta da cela solitária onde Lula se encontra confinado desde a noite de sábado, 7 de abril, confirma que a Justiça brasileira encontra-se num grau escandaloso de manipulação por interesses políticos, que nada tem a ver com o respeito a lei e a defesa da Constituição.

Para desistir de uma liminar de sua autoria que pedia o cumprimento - urgente - do artigo 5 LVII da Constituição, confirmado pelo 283 do Código de Processo Penal, o presidente do PEN, Adilson Barroso, empregou argumentos incompatíveis com os fundamentos elementares do Estado Democrático de Direito, como a imparcialidade e o respeito aos direitos de todos, qualquer que seja sua preferência política, origem social e raça.

Eleitorado à beira de uma crise de nervos

Por Reginaldo Moraes, no site Brasil Debate:

A frase de John Maynard Keynes é bem conhecida: “Quando os eventos reais de um século não perturbaram suas ilusões, o homem normal considera o que foi normal durante três gerações como parte do contexto social permanente”.

Não, não é necessário pensar a partir de um período tão longo assim – um século. Quando os eventos reais dos últimos doze anos não perturbavam as expectativas, o homem normal achava que aquilo que foi normal nesse período era parte do contexto social permanente. Mas não é. E vamos percebendo isso rapidinho, rapidinho.

Pensemos neste quadro abaixo:

Um atentado à democracia

Por Guilherme Boulos e Manuela D´Ávila, no Blog do Renato:

Os tempos em que vivemos representam o maior ataque à democracia desde o fim da ditadura militar. O golpe parlamentar que colocou Temer no poder, a execução de Marielle Franco e Anderson Gomes e a ofensiva contra Lula, do atentado a sua caravana à absurda e ilegal decisão de prendê-lo, exigem unidade da esquerda pela defesa da democracia e contra a escalada de violência fascista no país.

Como pré-candidatos à Presidência, temos clareza de que diferenças programáticas para as eleições não impedem nossa unidade como reação ao momento sombrio atual.

Agressão a jornalistas gera preocupação

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

A violência contra profissionais de imprensa no exercício da função está no centro das preocupações de trabalhadores e entidades representativas. Na semana passada, diante da prisão do ex-presidente Lula (PT), o país registrou não só uma intensificação dos protestos de rua, mas também novas agressões contra profissionais que atuam na cobertura jornalística.

A fotógrafa free lancer Bárbara Cabral, que trabalha em Brasília, foi uma das vítimas. Na última quinta-feira (5), ao chegar ao local onde acompanharia uma manifestação, ela e a repórter com quem estava tiveram o carro da equipe atacado por manifestantes.

O juiz Sergio Bolsomoro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O juiz Sérgio Bolsomoro resolveu restringir ao máximo as visitas e a comunicação de Lula com o mundo exterior.

Uma visita por semana, e olhe lá.

Menos não poderia dar, porque assim o impedem a Lei das Execuções Penais, que impede a privação de visitas – inclusive de amigos – e as chamadas “Regras de Mandela”, um documento da ONU que define direitos mínimos dos que estão presos.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Lula, uma ideia contra o fascismo

Por Carina Vitral, na revista Fórum:

Assim como mais um capítulo de uma grande operação orquestrada, envolvendo diversos setores da sociedade, entre eles os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, além dos grandes grupos de mídia tradicional, o mandado de prisão expedido pelo juiz Sergio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é mais um passo rumo ao aprofundamento da crise institucional que toma conta do país. Crise esta que teve início com o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, passando pela perseguição jurídica e midiática implacável contra Lula, pela ascensão do discurso de ódio, atingindo especialmente lideranças progressistas, pelo aumento dos atos de violência em todos os níveis e pelo avanço do fascismo.

Uma agressão judiciária à democracia

Por Luigi Ferrajoli, no site da Fundação Maurício Grabois:

Lula. Estamos diante daquilo que Cesare Beccaria, em “Dos delitos e das penas”, chamou “processo ofensivo”, onde “o juiz”, em vez de “indiferente pesquisador do verdadeiro”, “se torna inimigo do réu”. O dia 4 de abril foi uma jornada negra para a democracia brasileira. Com um só voto de maioria, o Supremo Tribunal Federal decidiu a prisão de Inácio Lula no curso de um processo disseminado de violações das garantias processuais. Mas não só os direitos do cidadão Lula que foram violados.

O voo da morte com Lula

Por Jeferson Miola, em seu blog:

São autênticos e reais os áudios em que um energúmeno se comunicou com os pilotos do monomotor que levou Lula de São Paulo a Curitiba na noite de sábado, 7 de abril.

O diálogo começa com uma orientação macabra: “Tá autorizado abrir a porta aí [do avião], e colocar esse lixo [Lula] pra fora”. A partir daí, seguiu-se o seguinte diálogo:

[piloto do avião] – “Atenção os colegas na fonia, vamos tratar só o necessário tá? Que é meu trabalho aqui, vamos respeitar nosso trabalho. Obrigado”;

[energúmeno] – “Eu respeito, mas manda esse lixo janela abaixo”;

Neoliberais e fascistas em ação

Por Juarez Guimarães, no site da Fundação Perseu Abramo:

Nos primeiros cem dias de 2018, o Exército interveio no Rio de Janeiro, a companheira Marielle Franco foi brutalmente assassinada, a violência fascista atentou contra a caravana de Lula, o comandante do Exército (e mais cinco generais) ameaçaram publicamente com um golpe militar, o Supremo Tribunal Federal, contrariando abertamente a Constituição, decidiu pela prisão de Lula. Como entender esta dinâmica montante de violência judicial, militar e fascista? Qual é a sua força e a sua fraqueza? Como enfrentá-la?

O vlogueiro do MBL que acossou Ciro Gomes

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Arthur do Val, agitador profissional do MBL que se apresenta como “Mamãe Falei” (pois é), acusou Ciro Gomes de tê-lo “agredido” durante a abertura do Fórum da Liberdade, na capital gaúcha.

Arthur acrescentou que “um deputado que se absteve no impeachment”, cujo nome não se deu ao trabalho de pesquisar, jogou guaraná em sua perna (!?!).

Demorou horas para mostrar as imagens do terrível atentado.

Fedia a fake news, especialidade da milícia - e era.

Libertação de Lula para vencer o colapso

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Há cerca de cem anos, na véspera do Brasil completar o primeiro centenário da Independência nacional (1822), Rui Barbosa procurou organizar o campo da política brasileira em torno da questão social. Para ele, somente o predomínio da presença popular permitiria superar as inclinações militar e oligárquica dos ricos na política nacional.

Com três décadas de dominância capitalista, as novas gerações que não tinham passado pela abolição da escravatura e pela instalação da República, seguiam convivendo com a postergação do atraso nacional. Para Alceu Amoroso Lima, atento analista da realidade da época, as possibilidades de modernização do país estavam truncadas pelo que denominou de artificialismo das políticas liberais importadas pelos governos da República Velha (1889-1930).

'Mercado' reage mal diante de incertezas

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

Quando o ex-presidente Lula foi condenado pelo TRF-4, os veículos de comunicação alardearam que o “mercado” estava em festa - o dólar caiu e a bolsa subiu. Mas, nessa segunda-feira (9), primeiro dia útil após a prisão do petista, o bom humor parece ter sido substituído pela cautela. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, fechou em queda, e a moeda norte-americana, em alta. Analistas culpam as incertezas no cenário político.

Golpe não será derrotado com barricadas

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A prisão de Lula representa o maior crime político já cometido pelo Estado brasileiro, desde a deportação de Olga Prestes Benário para a Alemanha nazista.

Lula, além de completamente inocente, é o principal candidato da oposição, e um ex-presidente amado tanto pela elite intelectual do país como pelas multidões oprimidas. É considerado, em todas as pesquisas, como sendo o melhor presidente da república em todos os tempos.

Prender um homem assim, sem provas, é um crime que apenas uma justiça completamente fascista poderia fazer.

Nunca mais, Moro, nunca mais

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Daquelas sílabas fatais
Entender o que quis dizer a ave do medo
Grasnando a frase: Nunca mais!


É uma parte do lúgubre e triste poema de Poe, “O Corvo”, com a fala soturna da desgraça, que arremessou o poeta para dor sem fim da perda. A perda, na “casa onde o Horror, o Horror profundo\ Tem seus ares triunfais.” É um poema do amor negado pela frieza da morte, mas que – como trata do triunfo da dor sobre a vida – também alerta para o fim de tudo que as frustrações da política podem alcançar. Lembra, com outras consequências, Moro advertindo Lula, em nome do Poder Judiciário em pleno processo de “exceção”, dizendo a ele – no Horror da democracia decadente – que tudo terminou: “Nunca mais, Lula, nunca mais!”.

O golpe e o recrudescimento autoritário

Por José Raimundo Trindade, no site Carta Maior:

“Só nos resta uma saída: uma crescente mobilização dos que repudiam a ‘política por outros meios’, como ardil dos que mandam e podem! Com os objetivos correlatos de sempre – remover a autocracia e desencadear a revolução democrática.” (Florestan Fernandes, 1988).

Com a votação da última quarta-feira (04/04/18) no STF (Supremo Tribunal Federal) e com a eminente prisão de Lula, o processo iniciado em 2016 aprofunda seu caráter de quebra institucional, configurando em definitivo um formato de golpe de Estado com nítido envolvimento de grande parte do judiciário e da mídia nacional. Estes pontos parecem ser consensuais em grande parte das análises independentes e democráticas.

Moro põe Lula em isolamento total

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O esquema de isolamento total a que o ex-presidente Lula foi submetido, a cela projetada para isolá-lo de convívio humano, a proibição quase total de visitas, resumidas a uma por semana, tudo isso é um castigo cruel que está sendo considerado ato de vingança de Sergio Moro pelas críticas que o ex-presidente lhe fez pouco antes de ser preso.

A inventividade dos carcereiros teleguiados à distância por Moro para torturarem os presos da Lava Jato será levada ao paroxismo contra Lula. Há um claro propósito de quebrar o espírito do ex-presidente através de torturas mentais, das quais o isolamento punitivo é apenas a primeira.

Minha cartinha ao presidente Lula

Por Maria Inês Nassif, no Jornal GGN:

Querido presidente Lula,

Fico aqui pensando como pode estar bem um cara que passou a vida conversando, e tem vocação para ouvir, falar e ler a alma das pessoas, longe delas. Ou, quando a cela é aberta, apenas vendo algozes que não merecem um abraço, um carinho, um gesto de compreensão. Não deve ser fácil. É ruim pensar que você está sozinho em uma cela, e é um tormento imaginar que o homem que não foi abatido pela perseguição e pela peçonha de seus inimigos possa ser ferido pela solidão. E a gente torce para que você use a sua teimosia nordestina e sua força para negar a eles também isso. Eles não merecem a sua tristeza.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Prisão de Lula e o cemitério dos mortos-vivos

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Henfil não sabe o que está perdendo.

Bastou o grande guia do Partido da Justiça expedir a ordem de prisão contra Lula que os mortos-vivos imortalizados no traço do genial cartunista, de uma hora para outra, pulularam das tumbas do cemitério como baratas no cio, invadindo todos os espaços das redes sociais como nunca se vira antes.

Quanto mais medíocres foram em suas vidinhas anônimas, mais assanhados eles se tornaram.

O ódio a Lula é reflexo do ódio ao pobre

Por Jessé Souza, na revista CartaCapital:

Lula foi preso com “provas” construídas pela manipulação diária da mídia para que não se precisasse de provas jurídicas. Um alimentava o outro, Lava Jato e mídia, na distorção sistemática da realidade vivida, produzindo um simulacro do mundo, enquanto o saque real da corrupção organizada pela intermediação financeira agora se realiza impunemente.

Uma elite econômica subordinada aos interesses internacionais, que jamais aceitou o jogo democrático e suas consequências, usou seus intelectuais, sua mídia, seus juízes e seus generais para estigmatizar os interesses das classes populares. Como sempre, optou por criminalizar seus líderes.