sábado, 12 de maio de 2018

A origem oligárquica de Moro e Dallagnol

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos rostos mais famosos da força-tarefa da Operação Lava Jato, gosta de usar o Facebook para comentar a investigação. Em 23 de abril, compartilhou um artigo do jornal gaúcho Zero Hora que teorizava que a operação só seria possível em Curitiba. Em São Paulo, a grana não deixaria. No Rio, o problema seria a malandragem. Em Porto Alegre, a ideologia.

“Em Curitiba, há uma elite cultural parecida com a porto-alegrense, de boa formação cultural. Só que, em Curitiba, essa elite cultural está a salvo da tacanhice ideológica”, escreveu o jornalista e colunista David Coimbra. “Por estar longe demais das capitais, Curitiba teve tempo e ambiente para se transformar na matriz de uma nova casta de funcionários públicos que se formou no país.”

Não vale censurar Lula, Meritíssima

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao encaminhar uma petição para a juíza Carolina Lebbos para entrevistar Lula na prisão, a Folha, o UOL e o SBT assumiram uma postura adequada ao atual momento político.

Basta lembrar que uma lei em vigor desde 1984 nas penitenciárias brasileiras autoriza entrevistas de condenados para considerar que seria uma vergonhosa forma de auto-censura deixar de ouvir o depoimento de um cidadão que, no atual momento, é um pré-candidato igual a todos os outros -- e só deixará essa condição caso seja impedido de concorrer, decisão que sequer foi tomada pela Justiça.

Do ponto de vista do jornalismo, o interesse também é evidente, pois se trata do líder absoluto em todas as pesquisas e simulações.

"Líderes do mundo inteiro, leiam Marx"

Por Pedro Oliveira, no site da Fundação Maurício Grabois:

Atenção! Este título não foi elaborado por nenhum órgão de imprensa socialista ou comunista. Foi editado para a publicação desta semana da revista mais importante do sistema econômico e financeiro do capitalismo: a The Economist, em um artigo que comemora os 200 anos do nascimento de Karl Marx, ocorrido em 1818.

Dois meses depois da fundação da revista The Economist, em setembro de 1843, que se auto-proclama “journal”, Karl Marx chegava a Paris, em novembro, com a tarefa de construir os Deutsch Franzosische Jahrbucher (O Diário Franco-Alemão), que deveria dar voz a escritores de oposição franceses e alemães.

Máfia da Merenda: Capez no banco dos réus

Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou ontem (9) denúncia contra o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), por envolvimento na chamada Máfia da Merenda. Ele vai responder por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com base na investigação iniciada com a operação Alba Branca, que desbaratou o esquema, que consistia no superfaturamento de produtos da Cooperativa Orgânica da Agricultura Familiar (Coaf) para fornecimento de merenda em escolas estaduais. Em troca de propina, Capez teria intermediado facilidades para contratação da Coaf.

Geisel, Figueiredo e a máquina de matar

Por Adriano Diogo, no site Outras Palavras:

O Brasil foi surpreendido com a revelação do pesquisador Matias Spektor sobre um documento da CIA relatando uma reunião do presidente Ernesto Geisel e generais que, em março de 1974, decidiram prosseguir com o programa macabro de execução sumária de opositores do regime. Geisel assumiu a Presidência da República e logo nomeou o general João Baptista Figueiredo para a chefia do SNI. O motivo da reunião era o relatório segundo o qual no governo Médici 104 pessoas teriam sido executadas. O documento, Centro de Informações do Exército (CIE), pedia autorização ao novo presidente e ao novo chefe do SNI para que as execuções continuassem. Geisel pediu um tempo para reflexão e logo deu luz verde a Figueiredo, orientando-o a supervisionar o programa de execuções, especialmente de “subversivos perigosos” para serem executados.

Trump avança na trilha da guerra

Por Kjeld Jakobsen, no site da Fundação Perseu Abramo:

Como poderia acontecer depois de sua retórica eleitoral em 2016 quando, para “bater” nos democratas, criticava o acordo negociado com o Irã com a participação do governo Obama, e mais recentemente quando substituiu seu Secretário de Estado e o assessor de Segurança Nacional por novos titulares, Mike Pompeo e John Bolton, defensores de atitudes ainda mais beligerantes que os anteriores, Rex Tillerson e H. R. McMaster, Trump decidiu violar o Acordo Nuclear firmado com o governo iraniano em 2015 e retomar as sanções que anteriormente eram aplicadas pelos Estados Unidos e a ONU àquele país.

Filme O processo. O pesadelo do Brasil

Por Urariano Mota, no site Vermelho:

Assistimos ontem no Recife à pré-estreia de O Processo. O cinema São Luiz estava lotado, como em suas melhores noites, com todas idades e classes sociais. Estávamos jovens e muito jovens, maduros e muito maduros, a cantar e gritar várias bandeiras, das quais a mais unitária foi #LulaLivre.
A agitação no público era tamanha, que gritos se ouviam até mesmo quando as luzes no cinema se apagaram. Quanta rebeldia reprimida. As vozes somente pararam quando alguém gritou: “quem fizer barulho é golpista!”. Silêncio na plateia. Então o documentário começou.

Lula na prisão: espiritualidade e política

Por Leonardo Boff, em seu blog:

No dia 7 de maio cumpriam-se 30 dias de prisão do ex-presidente Lula. Foi-lhe concedida pela primeira vez receber a visita de amigos. Tive a honra de ser o primeiro a encontrá-lo pela amizade de mais de 30 anos e pela comunhão de causa: a libertação dos empobrecidos e para reforçar a dimensão espiritual da vida. Cumpri o preceito evangélico:”estava preso e me visitaste”.

A classe média masoquista e tacanha

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É que o ódio e a tacanhez mental não os fazem capazes, sequer, do arrependimento, mas a classe média alta – acho um despropósito chamar de “elite econômica” famílias com renda mensal de R$ 11 mil – pagou caro, no seu próprio padrão de vida, pela aventura golpista.

No Valor, registra-se um levantamento do Bradesco, baseado em pesquisas domiciliares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta números amargos para este grupo social.


Crimes da ditadura: verdade e memória

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Quem viveu a ditadura sempre esperou pela confirmação desta verdade, a de que a cúpula do regime, inclusive os generais-presidente, conheciam e autorizavam os crimes hediondos cometidos pelo aparato repressivo. Ela vem neste documento secreto do Departamento de Estado dos EUA, revelado pelo jornalista e pesquisador Matias Spektor, e explica muitos aspectos da transição brasileira, inclusive o fato de a anistia aprovada em 1979 ter sido recíproca, vale dizer, ter vedado a punição dos responsáveis por torturas, desaparecimentos e assassinatos. Do contrário, não só torturadores, mas também ex-presidentes poderiam ser presos e punidos, como aconteceu na Argentina com o sanguinário Videla.

A República dos Assassinos vêm à tona

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

As descobertas de Matias Spektor nos arquivos da CIA, de que os próprios presidentes militares ordenavam a execução de “inimigos” do regime, torna verossímeis todas as suspeitas de mortes não explicadas do período. Os dois principais algozes foram Ernesto Geisel e João Baptista Figueiredo, presidentes da República.

Nos próximos meses haverá uma revisão geral e irrestrita de todos os mistérios do regime, inclusive da Lei da Anistia.

A saber:

Paulo Preto, Lula e o Brasil da Lava-Jato

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Breve retrato do Brasil da Lava Jato no sábado em que Michel Temer torra dinheiro em propaganda para comemorar dois anos de governo:

- Lula está preso há 35 dias em Curitiba numa cela solitária, condenado sem provas, por conta de um apartamento que não é dele, alijado da campanha eleitoral.

- Paulo Preto, o operador do PSDB, acusado de guardar mais de R$ 100 milhões em contas na Suíça, foi libertado pelo ministro Gilmar Mendes.

Não chores por mim, Argentina

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

As nossas relações com a Argentina sempre foram um tanto complicadas, em especial com relação a assuntos como futebol, música e política. Toda riqueza que poderia ser proporcionada por uma vizinhança amistosa e um passado colonial com alguns traços comuns às vezes acaba sendo contaminada por algum tipo de disputa, baseada em chauvinismo infantil e sectário. Estão aí os grandes meios de comunicação a estimular competições que pululam no imaginário popular, como aquelas famosas entre Maradona e Pelé, Messi e Neymar, para ficar apenas em alguns exemplos.

Fim do acordo EUA-Irã: mundo mais perigoso

Paulo Preto foi solto para salvar Alckmin

Por Renato Rovai, em seu blog:

No dia 7 escrevi aqui no blog (https://www.revistaforum.com.br/blogdorovai/2018/05/07/delacao-de-paulo-preto-deve-ser-homologada-no-dia-14-e-tende-a-implodir-candidatura-alckmin/) que o acordo de delação de Paulo Preto estava pronto e que a data chave para ser entregue era segunda-feira, dia 14. Um dia depois a colunista Mônica Bergamo deu a mesma informação sem citar a data.

As informações que este blogue conseguiu apurar davam conta que o operador tucano tinha munição suficiente para acabar com o PSDB de São Paulo. E que sua delação seria uma pá de cal na candidatura Alckmin.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

A falsa dicotomia entre economia e o social

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site Brasil Debate:

Um dos grandes desafios da esquerda brasileira é pensar um projeto de país para a redução das desigualdades, dada a atual realidade do Brasil. Para além de recuperar os princípios da nossa tão atacada Constituição Federal de 1988 (aquela chamada de Constituição Cidadã) e os avanços nas políticas públicas desde a redemocratização, a sociedade brasileira já mostrava, em 2013, que queria mais do que aquilo que enxergava: nesse ano, auge dos governos petistas e com o desemprego atingindo mínimos históricos, as pessoas já almejavam mais, muito mais do que o que estava sendo feito: saúde, educação, mobilidade urbana “padrão FIFA”.

Geisel, Bolsonaro e a servidão aos EUA

Por Carlos Fernandes, no blog Diário do Centro do Mundo:

Fez sentido a continência sabuja e antipatriótica de Bolsonaro à bandeira dos USA.

Foram precisos 44 anos para que um documento emblemático da ditadura militar brasileira viesse a público e revelasse mais uma faceta de um dos piores momentos de nossa história.

Um relatório endereçado ao então secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger, pelo diretor da CIA, William Egan Colbim, em abril de 1974 - mais do que as práticas fascistas, criminosas e assassinas adotadas pelos generais - mostrou o nível de subserviência com que os militares cultivaram em relação aos Estados Unidos da América.

Como combater notícias falsas na internet

Por Pedro Rafael Vilela, no jornal Brasil de Fato:

Não há mais dúvidas sobre o enorme poder de influência que plataformas digitais como Facebook, Google e aplicativos de mensagens, como Whatsapp e Telegram, terão nas eleições de outubro. A produção e distribuição e larga escala de conteúdo por meio dessas redes tem gerado uma verdadeira avalanche de notícias, áudios, vídeos, fotos e memes na internet.

Essa montanha de informações, no entanto, também carrega muitos conteúdos manipulados, quando não completamente falsos, as chamadas “Fake News” (notícias falsas, em inglês) e que podem contribuir para promover incitação ao ódio, difamação e até mesmo indução de decisões cruciais numa democracia, como a definição do próprio voto.

A Lula o que é de Lula

Por Jeferson Miola, em seu blog:

1. Nunca antes um período político do Brasil foi marcado por tamanha imprevisibilidade como o atual.

A única variável da conjuntura que tem mantido previsibilidade e constância no tempo é a variável eleitoral, caracterizada por 2 fenômenos:

[i] a definitiva falta de competitividade eleitoral de todas as candidaturas da direita e do bloco golpista para a eleição de outubro; e, de outra parte,

[ii] a invencibilidade do Lula – um candidato imbatível e cuja imbatibilidade aumenta na proporção direta da violência e perseguição desferida contra ele.

A Argentina sob ataque

Por Paulo Nogueira Batista Jr., na revista CartaCapital:

A Argentina está sob ataque dos mercados e acabou tendo de recorrer ao FMI. O Banco Central foi levado a aumentar a taxa básica de juros para 40% ao ano (em comparação com taxas em torno de 6% a 8% na maioria das principais economias emergentes).

A esperança é de que essa pancada nos juros e o apoio do FMI desativem a corrida contra o peso argentino, a moeda que mais tem sofrido com a onda de desvalorizações provocada pela alta das taxas de juro nos Estados Unidos.

O que aconteceu? A Argentina era celebrada nos mercados desde a posse do presidente Mauricio Macri em fins de 2015. O FMI vinha fazendo avaliação basicamente positiva da política econômica desse país, ainda que com a ressalva de que o ajuste fiscal era excessivamente gradual.