quarta-feira, 7 de novembro de 2018

A trágica política externa de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

A política externa pode ser considerada o coração da soberania de um país. No Brasil, esse tema tem sido tratado com extremo interesse especialmente desde que José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, firmou as bases para um entendimento mais profundo sobre a importância das relações internacionais. Getúlio Vargas sofreu pressões por adotar políticas soberanas. Jânio Quadros foi acossado pela posição do Brasil favorável à participação da China nas Nações Unidas e ao reatamento das relações com a União Soviética, rompidas desde 1947. E João Goulart sofreu ataques por conta da sua política externa não alinhada aos interesses dos Estados Unidos.

Bolsonaro, mentiras e vídeos

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

O fenômeno Bolsonaro deu origem a um vendaval de interpretações. Sociólogos, economistas e cientistas políticos debruçaram-se sobre o personagem de gestos e falas tão agressivos quanto balbuciantes.

As considerações a respeito das características pessoais do então candidato, hoje eleito, abriram espaço para a avaliação de seu eleitorado. A palavra fascista foi distribuída com abusiva generosidade pelos adversários do capitão para marcar o lombo dos bolsominions.

Falsa neutralidade do Escola 'sem' Partido

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Livro "Escola “sem” partido: Esfinge que ameaça a educação e a sociedade brasileira", organizado por Gaudêncio Frigotto, traz contribuições de diversos autores para entender o ideário do "Escola sem Partido", que tem crescido como movimento na sociedade brasileira.

Segundo os autores, o "Escola sem partido" emite uma mensagem de certeza e proposição de ideias supostamente neutras, mas que escondem, na verdade, um teor fortemente "persecutório, repressor e violento". Não sem motivo os autores escolheram que o "sem" do título fosse entre aspas, pois há na verdade partidos da extrema direita e outros grupos políticos por trás do projeto.

O golpe foi legitimado nas urnas. E agora?

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

O golpe legitimou-se nas urnas. A eleição de Bolsonaro e o resultado das eleições gerais não foram apenas uma derrota eleitoral. Sofremos uma profunda derrota política e o primeiro passo é compreender sua dimensão.

A unidade das classes e frações dominantes que já vinham se unificando em torno das medidas programáticas do golpe consolidou-se em torno de uma candidatura cuja melhor definição é denominá-la neofascista, uma vez que não se enquadra no conceito clássico de fascismo da primeira quadra do século passado.

O opróbrio do magistrado

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O ainda juiz Sérgio Moro, ora a caminho das férias, faz praça de onipotente, durão, inflexível, o que ajuda a bem cuidada construção da imagem de vingador implacável e incorruptível. Os mais velhos e os cinéfilos devem conhecer a saga de Eliot Ness na série “Os intocáveis”, sobre a repressão ao crime na Chicago das primeiras décadas do século passado.

Até aí nada de novo, pois essa é a jactância da média de seus colegas de instância primária, para os quais toga e japona se confundem com isenção. Para esses aprendizes de Savonarolas (em cuja categoria se incluem os procuradores da Lava Jato), certas prescrições constitucionais, como o devido processo legal, não passam de penduricalhos herdados de uma ordem já sem serventia. O ‘novo’ direito se legitima mediante seus resultados.

A agenda furtiva do governo Bolsonaro

Foto: Lula Marques
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Outras Palavras publica hoje, com satisfação, Bolsonaro e o controle da Verdade, um texto indispensável do escritor e jornalista Ricardo Alexandre. O autor desvenda, com sagacidade e certa ironia, o estratagema do presidente eleito para despistar o jornalismo e a crítica, produzindo versões díspares – e frequentemente contraditórias – do que pretende fazer. “Bolsonaro trabalha em regime de contra-informação”, frisa Ricardo, ao explicar como, em poucos dias, o ex-capitão e sua entourage contradisseram-se deliberadamente sobre temas como a coordenação política do futuro governo, a composição do ministério, o momento e circunstâncias do convite a Sérgio Moro, a criação de uma nova CPMF, a extinção do 13º salário, o fechamento do STF e muitos outros assuntos.

E a economia, como fica?

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Há economistas que adoram fazer previsões. A grande imprensa se esmera estampar as tentativas dos mais ousados, que chegam mesmo a calcular no detalhe da “casa-depois-da vírgula” variáveis bastante complicadas em sua determinação, tais como os índices de inflação, o nível da taxa de juros e o crescimento do PIB. Há outros, um pouco menos afoitos, que preferimos trabalhar mais com análises da dinâmica da economia e tentar apontar cenários possíveis para o futuro próximo.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Bolsonaro ameaça isolar o Brasil

Do site de Dilma Rousseff:

Três manifestações diferentes, de brasileiros que se dedicam a assuntos internacionais, evidenciam a enorme preocupação que devemos ter com as ideias e as promessas - ou, mais propriamente, as ameaças - de Bolsonaro para a política externa brasileira. Começam mal e tudo indica que também não acabarão bem. A expectativa é de riscos políticos significativos e enormes prejuízos comerciais para o Brasil.

Grande frente de valores ético-sociais

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Estamos vivendo tempos política e socialmente dramáticos. Nunca se viu em nossa história ódio e raiva tão difundidos, principalmente através das mídias sociais. Foi eleito para presidente uma figura amedrontadora que encarnou a dimensão de sombra e do recalcado de nossa história. Ele contaminou boa parte de seus eleitores. Essa figura conseguiu trazer à tona o dia-bólico (que separa e divide) que sempre acompanha o sim-bólico (o que une e congrega) de uma forma tão avassaladora que o dia-bólico inundou a consciência de muitos e enfraqueceu o sim-bólico a ponto de dividir famílias, romper com amigos e liberar a violência verbal e também física. Especialmente ela se dirige contra minorias políticas que, na verdade, são maiorias numéricas, como a população negra, além de indígenas, quilombolas e outros de condição sexual diferenciada.

A operação ideológica do antipetismo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A visão convencional sobre a eleição de Jair Bolsonaro costuma apontar o "antipetismo" como um fator decisivo da campanha presidencial. Apresentado como se fosse um diagnóstico médico para alguma enfermidade, e não um ponto de vista político, sujeito a todo tipo de apoio, crítica e questionamentos, o "antipetismo" teria sido o motivo que impediu Fernando Haddad de reunir os votos necessários para garantir a vitória no segundo turno.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Quem está por trás do Moro

Carne vira artigo de luxo na Argentina

Por Martín Fernández Lorenzo, no blog Socialista Morena:

Com a direita no poder, a comida típica dos argentinos, o “asado a la parrilla“, a carne assada na brasa, tornou-se um luxo a que apenas poucos privilegiados podem se dar hoje em dia. Comer um churrasco sempre foi uma razão para celebrar dos argentinos, e também uma desculpa para se reunir com pessoas queridas, como o agora quase extinto asado aos domingos com a família.

Xadrez do governo Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – como analisar o governo Bolsonaro

O primeiro cuidado é não tratar o governo Bolsonaro como um todo lógico e irreversível.

Nem procurar estratégias geniais em algumas decisões, como o convite ao juiz Sérgio Moro para ser super-Ministro da Justiça, ou a Paulo Guedes para ser o super-Ministro da Economia.

Bolsonaro é tosco como uma rocha ao vento, sem a menor ideia do que fazer no governo, sem noção sobre os limites do poder de um presidente, sequer sobre os limites verbais, muito menos com capacidade para arbitrar a avalanche de questões que exigirão decisão de governo.

O coroamento do golpe de Estado de 2016

Por Umberto Martins, no site da CTB:

A vitória de Jair Bolsonaro em 28 de outubro foi o coroamento do golpe de Estado de 2016, que inaugurou no Brasil uma era de retrocessos para a democracia, a soberania, o desenvolvimento nacional e os direitos e conquistas da classe trabalhadora e do povo. Os golpistas instrumentalizaram a Lava Jato e a mídia burguesa para semear na sociedade o ódio de classes, a intolerância, a demonização do PT, abrindo com isto o caminho à ascensão da extrema direita.

Brasil ruma para isolamento internacional

Do Blog da Cidadania:

O Brasil caminha celeremente para um isolamento internacional que se somará a políticas públicas que serão implementadas pela equipe econômica de Jair Bolsonaro e que aprofundarão o processo de empobrecimento nacional iniciado pelo governo Michel Temer. Com Bolsonaro, o que resta da CLT será eliminado e o Brasil sofrerá boicote econômico internacional por violação da democracia.

O passado garimpeiro de Bolsonaro

Por Amanda Audi, no site The Intercept-Brasil:

Em momentos de folga, Jair Bolsonaro costuma estacionar perto de algum rio, arregaçar a barra da calça e entrar na água. Leva junto um jogo de peneiras e uma bateia, recipiente com fundo cônico usado para revolver água e cascalho, que carrega no carro. Ele vai em busca de ouro. “Sempre que possível eu paro num canto qualquer para dar uma faiscada”, disse ele em um vídeo que gravou para garimpeiros, de julho deste ano. “Faiscar” é o ato de procurar metais preciosos. Ele já expressou algumas vezes que “garimpo é um vício, está no sangue” – apesar de não ter permissão para isso.

Era Bolsonaro: o que nos espera?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Foi uma sucessão tão alucinante de notícias e eventos trágicos para o país que a sensação é de que passou muito mais do que uma semana; o país parece aprisionado por um pesadelo” (Mauro Lopes, jornalista, no Brasil 247).

É a mesma sensação que tive, mas foi apenas uma amostra grátis do que vem pela frente.

A estreia oficial da Era Bolsonaro acontece esta semana em Brasília, na terça-feira, com a entrada triunfal do presidente eleito no Congresso Nacional, onde ele passou os últimos 27 anos da sua vida como deputado do baixo clero..

General Heleno e os impatriotas

Por Renato Rovai, em seu blog:

O general Augusto Heleno, que foi nomeado ministro da Defesa antes mesmo de Bolsonaro vencer as eleições, disse ao site oficial da extrema direita brasileira e do futuro governo, O Antagonista, que o ex-ministro da Defesa e das Relações Internacionais Celso Amorim “é o primeiro ex-chanceler a usar vários diplomatas a ele ligados em uma campanha no exterior contra o seu próprio país, mentindo sobre a prisão de Lula. Atitude impatriótica, vergonhosa e injustificável”.

Populismo autoritário

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Em uma semana, o novo regime começou a mostrar a cara. Pelo focinho é que se conhece o bicho.

Surpresos, só os que acreditavam que a retórica de campanha não se tornaria forma de governo. No primeiro dia como presidente eleito, Jair Bolsonaro reiterou ameaças aos adversários e ameaçou retaliar veículos que não se portarem bem.

Pelo Twitter, confirmou ministros e desmentiu notícias. Está claro que apostará na comunicação pessoal e direta com o povo, através das redes sociais, dispensando a mediação da imprensa, e que no Congresso buscará votos ao largo dos partidos. Focinho de populismo autoritário, que saído das urnas, pode ser mais forte que o gerado por tanques.

Moro cometeu 11 violações a direitos de Lula

Da Rede Brasil Atual:

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) emitiu nota em que critica a decisão do juiz federal de primeira instância Sérgio Moro de aceitar o cargo de ministro da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Os juristas elencam 11 episódio que exemplificam a conduta “excepcionalmente ativista” por parte do magistrado, que foi criticado por especialistas brasileiros e estrangeiros.