segunda-feira, 26 de novembro de 2018

O time neoliberal de Paulo Guedes

Por Umberto Martins, no site da CTB:

Paulo Guedes, guru e superministro da Economia de Bolsonaro, está formando no entorno de sua pasta um time de neoliberais que promete radicalizar a agenda entreguista do governo Michel Temer. Nesta quinta ele anunciou os futuros presidentes do Banco do Brasil, Rubens Novaes, e da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, expoentes do pensamento privatista.

Era Temer-Bolsonaro: regressão do trabalho

Por Marcio Pochmann, no site da Fundação Perseu Abramo:

O ingresso passivo e subordinado na globalização durante a era dos Fernandos – Collor (1990-92) e Cardoso (1995-2002) – empurrou o Brasil para o emparedamento entre dois tipos de saídas nacionais. A primeira em referência às nações de alta renda per capita de organizada e regulada exploração econômica do trabalho por meio dos investimentos em educação, ciência e variada inovação (tecnológica, institucional, produtiva e outras) – geradora de ganhos sistêmicos da produtividade.

Bolsonaro é uma peça dos EUA

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Jair Bolsonaro é uma peça dos EUA. Assim como Sérgio Moro, que foi formado lá. A nomeação do juiz para o Ministério da Justiça é uma exigência norte-americana. Bolsonaro não manda muito. É um personagem grotesco, patético. Quem manda são os capitais que estão por trás dele. Como aconteceu com Hitler, quando ele chegou ao poder.

A avaliação é de Juan Carlos Monedero, um dos criadores do Podemos espanhol, em entrevista ao Tutaméia (acompanhe no vídeo). Cientista político, professor da Universidade Complutense de Madri, ele defende a formação de uma frente ampla, pois “a direita está unida em todo o mundo”.

Bolsonaro tem condições de governar o país?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“31 de março de 1964: é patriótico e necessário recordar esta data. Amigos, esta é uma data para lembrar e comemorar” (Ricardo Vélez Rodriguez, filósofo colombiano, ministro da Educação do novo governo).

***

Dirão alguns de vocês que a pergunta do título não tem cabimento porque o capitão-deputado Jair Bolsonaro, de 63 anos, acabou de ser eleito, com mais de 57 milhões de votos, e agora não adianta reclamar.

Pois só agora, um mês após a a sua vitória, é que começamos a saber o que realmente pensa e quer no poder o capitão reformado pelo Exército aos 33 anos, político profissional do baixo clero há mais de três décadas, sobre quem pouco se conhecia, já que ele fugiu dos debates durante a campanha.

Num dia desses qualquer

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Pode acontecer num dia qualquer.

Num dia desses em que Aécio Neves continuar solto e deputado.

Num dia desses em que for arquivado mais um processo contra Serra, Aloysio, Ônix, Geddel e o Gato Angorá.

Num dia desses em que Temer estiver – quem sabe – despachando no Palácio Pamphilj, em Roma, ou em outra qualquer embaixada ao redor do mundo.

Sobre a mal(dita) polarização da sociedade

Charge: Renan Lima
Por Alexandre de Freitas Barbosa, no site Brasil Debate:

A “polarização” virou moda. Todos a pronunciam: a colunista da Folha, o cientista social renomado e a minha filha adolescente na prova do Enem. Dividiu as famílias, sacrossanto pilar da sociabilidade burguesa. Virou senso comum. O país estaria dividido entre “nós e eles” ou vice-versa.

A quem interessa o discurso da polarização, de que a sociedade brasileira estaria partida ao meio? Os intelectuais trabalham com conceitos que comportam sentidos. Vivemos de problematizar o real e de buscar a gênese das construções ideológicas a serviço de determinados segmentos sociais, com o intuito de desconstruí-las.

domingo, 25 de novembro de 2018

Bolsonaro e a glória do bandido de direita

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Num encontro com parlamentares eleitos do PSL, em Brasília, Jair Bolsonaro repetiu uma ladainha já usada na campanha sobre o valor relativo da roubalheira.

Só que, desta vez, foi mais explícito.

“Precisamos do parlamento e precisamos, acima de tudo, dar o exemplo. […] Estamos no mesmo barco. Se eu afundar, não é vocês não, é o Brasil todo que vai afundar junto. E não teremos retorno”, disse.

“Se nós errarmos, aquele pessoal volta e nunca mais sai. E quem vai ter que sair seremos nós. E vai faltar toco de bananeira para nós nadarmos até a África ou até os Estados Unidos”.

"Mais Médicos" e a solidariedade cubana

Por Pedro de Oliveira, no Blog do Renato:

Nesta última semana, diante das ameaças e desqualificações perpetradas pelo presidente eleito do Brasil, Jari Bolsonaro, o Governo da República de Cuba foi obrigado a suspender a participação de médicos cubanos no Programa Mais Médicos. Este programa foi assinado entre Cuba e o Brasil sob o patrocínio da Organização Pan-Americana de Saúde, que faz parte do Sistema das Nações Unidas, instituído no final da década de 40 do século passado, logo em seguida à fundação da ONU.

O legado de um comandante invicto

Foto: Liborio Noval
Por Judite Santos, no site do MST:

Neste 25 de novembro completam-se dois anos da partida física do comandante Fidel Castro. Prestarmos nossa homenagem a este que foi sem dúvida, o maior dirigente revolucionário nessa quadra histórica em que vivemos.

Fidel Castro Ruz nasceu em 13 de agosto de 1926, no pequeno povoado de Birán, região oriental de Cuba. Seu pai havia sido recruta do exército espanhol na luta contra a independência de Cuba e depois retornou para instalar seu negócio e fazer sua vida na ilha, sua mãe era filha de camponeses pobres de Pinar del Río, região ocidental de Cuba. Don Angel Castro e Dona Lina Ruz se casaram em 1922 e tiveram 7 sete filhos, entre eles

O grande bedel como ministro da Educação

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A escolha do filósofo Ricardo Vélez Rodríguez para chefiar o Ministério da Educação assusta mais que a do diplomata trumpista Ernesto Araújo para o Itamaraty.

Ambos foram indicados pelo guru intelectual da direita, o também filósofo Olavo de Carvalho.

Ambos foram escolhidos por suas convicções ideológicas e não pela experiência ou pela capacidade técnica ou operacional em suas áreas, acentuando o aparelhamento ideológico do Estado de que o PT era acusado.

Livrarias quebram e arrastam setor editorial

Por Gabriel Valery, na Rede Brasil Atual:

O modelo de negócio das livrarias brasileiras está em xeque. Neste ano, as duas maiores redes no país, Livraria Cultura e Saraiva, entraram com processo de recuperação judicial. Quantidade expressiva dos livros vendidos no Brasil, quatro em cada dez, passa por essas lojas. A quebra arrasta toda a cadeia editorial, altamente dependente desse oligopólio que hoje não consegue mais se sustentar.

O problema é mais complexo do que parece. Culpar a crise econômica ou o fraco hábito de leitura dos brasileiros não basta. E as soluções também são delicadas, mas existem.

O governo de Olavo de Carvalho

Por Fred Melo Paiva, na revista CartaCapital:

Jair Bolsonaro acaba de escolher o professor colombiano Ricardo Vélez Rodríguez para o Ministério da Educação. É a segunda indicação de ministro feita pelo ideólogo do bolsonarismo, o autointitulado filósofo Olavo de Carvalho. O outro foi o futuro chanceler Ernesto Araújo, cuja retórica é muito semelhante àquela do padrinho. Assim como Rodríguez.

Bolsonaro chegou a cogitar para a Educação o executivo do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos. Embora filiado ao liberal Instituto Millenium, Ramos é crítico do Escola sem Partido e, diz Olavo, favorável à “ideologia de gênero”, uma obsessão de evangélicos e de bolsonaristas mais empedernidos.

Turma de Xi! Cago vai vender tudo!

A esquerda e a legitimidade de Bolsonaro

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                               

É do bravo Marcos Coimbra, sociólogo dos bons, o melhor texto pós-eleitoral até agora. Vale a pena citar na íntegra o encerramento de seu artigo: “O Brasil tem o dever de esclarecer o que ocorreu na última eleição, por razões nossas e porque somos importantes globalmente. Antes de saber o que aconteceu de verdade, é prematura a autocrítica e a lavagem de roupa suja na esquerda (por mais necessária que seja).”

Coimbra se refere às consistentes denúncias de manipulação das redes sociais por parte da campanha do capitão nazista, especialmente na reta final do primeiro turno, que atingiram em cheio o eleitorado mais pobre e, portanto, mais vulnerável ao jogo sujo, e fora da lei, da campanha bolsonarista.

"Carta Maior" precisa de você

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Meus queridos,

Em primeiro lugar, agradeço a todos que, compreendendo os desafios que temos pela frente, tornaram-se parceiros da Carta Maior nas últimas semanas. Graças a vocês, passamos de 1.239 para 1.297 parceiros-doadores. Uma resposta que traz ânimo e força à luta que travamos diariamente neste espaço.

Caminho aberto para proscrever o PT

Por Jeferson Miola, em seu blog:

“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores, matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada”.
“No caminho de Maiakówski”, de Eduardo Alves da Costa


Na decisão em que aceitou a denúncia de setembro/2017 feita pelo ex-PGR Rodrigo Janot, o juiz Vallisney de Souza Oliveira da 10ª Vara do DF escreveu:

sábado, 24 de novembro de 2018

A rainha de Copas cortará cabeças

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O desenho que se vai esboçando – ou já bem esboçado, a esta altura – do que será o governo Jair Bolsonaro vai, cada vez mais, lembrando o trecho de “Alice no país das Maravilhas” em que surge a Rainha de Copas, que traduz seu poder e seu mando em apenas uma recorrente frase: “Cortem-lhe a cabeça!”.

A corte do ex-capitão, tem três categorias. Ou apenas duas, se quisermos ser mais rigorosos e desconsiderarmos a família, que exerce, nela, ministérios sem pasta, mas com poder.

As eleições no meio do mandato de Trump

Charge: Antonio Rodriguez
Por Kjeld Jakobsen, na revista Teoria e Debate:

As chamadas midterm elections (eleições de meio de mandato) nos Estados Unidos ocorreram no último dia 6 de novembro. Nesse país, há eleições legislativas a cada dois anos e presidenciais a cada quatro. O mandato dos deputados é de dois anos, e o dos senadores, seis. O mandato dos governadores é de quatro anos, mas as eleições não coincidem necessariamente com as presidenciais. Dessa forma, as eleições de 2018 renovaram os mandatos de toda a Câmara de Deputados federais, de um terço do Senado e de 36 governos estaduais, além de eleger deputados e senadores estaduais, prefeitos e vereadores.

O lugar de Temer na história do Brasil

Por Rodrigo Perez Oliveira, no site Jornalistas Livres:

Michel Temer está se despedindo do Palácio do Jaburu. Pois sim, apesar do grande esforço para ser presidente, mesmo sem voto, Temer não quis morar no Palácio do Planalto. Ficou com medo dos fantasmas, dizem as boas línguas. Deve ser um lugar com energia carregada mesmo.

Resta saber qual será o destino de Temer: a cadeia ou algum cargo no governo de Jair Bolsonaro. Só o tempo dirá. O que dá pra fazer agora é tentar entender os impactos do governo de Michel Temer na sociedade brasileira.

Qual é o lugar de Michel Temer na história do Brasil?

A calculada crueldade contra o Mais Médicos

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Vamos reconhecer que num país no qual a saúde pública atingiu um nível de calamidade pública, o ataque de Jair Bolsonaro ao programa Mais Médicos é uma iniciativa que está além do debate ideológico. O argumento de que o programa se destina a "financiar" a ditadura cubana tem a lógica da crueldade, este elemento político que busca se fortalecer pela ausência explícita de compaixão.

"O Mais Médicos é o Bolsa Família da saúde pública", define Eduardo Tadeu Pereira, atual diretor da Associação Brasileira de Municípios, ex-prefeito de Várzea Grande, em São Paulo, um dos pioneiros na defesa do programa.