Por Osvaldo Coggiola, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
Os mecanismos políticos que permitiram a chegada da extrema direita ao governo do Brasil foram deflagrados em 2015, no primeiro ano do segundo mandato de Dilma Rousseff, em reuniões de parlamentares opositores e situacionistas, além de juristas e economistas de todas as cores políticas e ideológicas, organizadas por um deputado federal piauiense do PSB, Heráclito Fortes. A iniciativa, como se sabe, culminou na apresentação da moção de destituição da presidenta. No mesmo ano, Jair Bolsonaro, que votou no impeachment em nome e em memória do principal torturador da ditadura militar, anunciou sua intenção de concorrer ao Planalto em 2018.