domingo, 13 de janeiro de 2019

Dança de Queiroz custará caro a Bolsonaro

Por Renato Rovai, em seu blog:

Em política, como na vida, os mais experientes não abusam da sorte quando tudo parece estar dando certo. Porque sabem, em primeiro lugar, que o vento muda. Que as coisas são mais complexas do que parecem. E que aquilo que você gasta ou de capital econômico ou político nos tempos gordos, pode fazer falta nas vacas magras.

Como estamos num momento muito cristão da sociedade, vou recorrer à bíblia. Mais precisamente ao velho testamento.

Brasil: o desenvolvimento interditado

Por João P. Romero, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O reconhecimento da importância da atividade de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e da inovação para o desenvolvimento é um dos raros consensos em economia. Embora haja discordância a respeito dos fatores que determinam o nível de P&D em cada país, há evidências robustas a respeito do impacto positivo da intensidade de pesquisa (P&D em relação ao PIB) sobre o crescimento da produtividade. Além disso, há também amplas evidências a respeito do papel crucial da competitividade tecnológica na performance de cada país no comércio internacional. Dessa forma, o que se observa é que países desenvolvidos em geral têm maior intensidade de pesquisa que países subdesenvolvidos, apresentando também melhor desempenho comercial. Enquanto países como EUA, Alemanha e Japão investem em torno de 3% do PIB em P&D, Argentina, Índia e África do Sul, por outro lado, investem menos de 1%.



O "amigo" de Bolsonaro na Petrobras

Por Thais Reis Oliveira, na revista CartaCapital:

Em meio às polêmicas em torno da promoção do filho de seu vice no Banco do Brasil e de uma nomeação desastrada na Apex, o presidente Jair Bolsonaro vem sustentando outra ascensão controversa. Dessa vez, ele indicou um amigo pessoal para um cargo de alta gerência na Petrobras.

O problema é que seu apadrinhado não atende aos critérios internos da empresa para ocupar o posto, que paga um salário mensal na casa dos 50 mil reais.

Conforme o próprio Bolsonaro anunciou na quinta-feira 10, seu amigo Carlos Victor Guerra Nagem foi indicado por ele à gerência-executiva de Inteligência e Segurança Corporativa (ISC), setor ligado diretamente à Presidência da empresa.

O dilema do 'bobo' da corte da direita

Charge: Aroeira
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Oito dias “fora do ar”, olhando de longe as notícias, escapei de comentar as presepadas da semana do – vá lá o exercício de boa-vontade – governo Jair Bolsonaro.

A nítida impressão que se tem é a de que dois núcleos se esforçam para manter o presidente “dentro da casinha” e fazê-lo (e aos filhos e siderados que acompanham a família) se convencerem que podem tudo, menos arranjar problemas para o processo de liquidação da soberania nacional e dos direitos sociais.

Terras indígenas nas mãos dos ruralistas

Charge: Stephff/Tailândia
Por Alexandre Guerra, no site da Fundação Perseu Abramo:

Ao assumir a Presidência da República, Jair Bolsonaro assinou uma Medida Provisória (MP) no primeiro dia de 2019. No que se refere aos povos indígenas e quilombolas, o artigo 21 da MP traz mudanças relevantes ao alocar as funções de demarcação de terras indígenas e titulação de quilombos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Anteriormente, a demarcação era responsabilidade do Ministério da Justiça, e a titulação de quilombolas era função da Casa Civil.

sábado, 12 de janeiro de 2019

O filho de Mourão e a meritocracia fascista

Por Altamiro Borges

Os fanáticos seguidores de Jair Bolsonaro, que adoram berrar “em defesa da família” e da “meritocracia”, entraram em pane nesta semana. Em meio à zorra total que tomou conta do bordel governista, com muito fogo amigo sendo disparado, vazou a notícia de que o filho do general Hamilton Mourão, vice-presidente da República Bolsonazista, foi promovido para uma “assessoria especial” no Banco do Brasil e teve o seu salário triplicado – pulando para R$ 36,3 mil. Até os fascistinhas mirins do Movimento Brasil Livre (MBL) ficaram preocupados com a revelação, que arranha a popularidade de Jair Bolsonaro e coloca em risco o seu programa ultraliberal de governo. Em vídeo postado na internet, Renan Santos, coordenador da seita, sugeriu que a medida fosse suspensa.

General Villas Bôas, o nome do golpe

Por Manuel Domingos Neto

Quem pensa em poder, ou pensa na força ou devaneia. Estado é força que se exerce sobre a sociedade.

O militar sempre foi peça chave aqui ou em qualquer lugar.

No Brasil, a força está essencialmente no Exército. O restante do aparato o acompanha, nem sempre concordando com tudo.

Assim, na República, o cargo decisivo é o de comandante do Exército.

A hipocrisia dos jornalistas golpistas

Por Lula Marques, no site Jornalistas Livres:

1. Achei que vocês começariam a fazer jornalismo depois do cárcere privado e da ameaça de levar tiro se não respeitassem as regras impostas pelo governo ditador no dia da posse, além da falta de respeito dos amadores que assumiram a comunicação do Palácio do Planalto.

2. Um bando de despreparados e arrogantes com discurso de que uma nova era começava. Mais de uma semana de governo e o que vemos é o jornalismo “copia-e-cola” reproduzindo as mídias sociais dos novos donos do poder e o jornalismo declaratório sem matérias investigativas.

Entrega da Embraer e a submissão aos EUA

Editorial do site Vermelho:

A Embraer, que foi fundada em 19 de agosto de 1969, corre o risco de completar seu primeiro meio século de existência sob a bandeira estrelada e listrada dos Estados Unidos e não mais sob a bandeira verde-amarela do Brasil. Sob a qual nasceu para atender à segurança nacional. E tornou-se símbolo da capacidade técnica, científica, militar e produtiva dos brasileiros, vindo a ser a terceira maior fabricante mundial de aviões comerciais, executivos (é líder na produção de jatos com até 130 lugares), agrícolas, e também militares, além de peças para espaçonaves. Nesta quinta-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que seu governo não vai se opor à entrega da Embraer pois - acredita - ela não fere a soberania nacional e os interesses do país.

Os (novos) donos do poder no Brasil

"Beija-mão", cerimônia tradicional no Brasil Colônia
Imagem: A.P.D.G/Domínio Público
Por Patrícia Valim, no jornal Brasil de Fato:

No auge das manifestações contra o governo da presidenta Dilma Rousseff, Henrique Meirelles - ex-presidente do Banco Central nos dois mandatos do presidente Lula e ex-ministro da Fazenda de Michel Temer - publicou o editorial “Raízes do (novo) Brasil”, na "Folha de S. Paulo", em 22 de março de 2015, em uma explícita referência à paradigmática obra de Sérgio Buarque de Holanda - publicada em 1936.

As políticas de emprego de Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há que se discutir uma política pública de emprego, mas para o governo que sucederá Bolsonaro. Não há a menor esperança que o atual governo tenha um mínimo de objetividade para temas estruturantes.

Há uma crise conjuntural na economia, e uma crise sistêmica no capitalismo, com as novas ferramentas da Indústria 4.0 – inteligência artificial, automação, impressora 3D etc.

Esses movimentos provocam terremotos no sistema produtivo, com a eliminação de empregos em muitos setores, e a criação de empregos em novos setores.

A cilada bolsonarista na economia

Por Bruno Santos de Moraes, no site Carta Maior:

Os efeitos sociais negativos do neoliberalismo em países subdesenvolvidos são conhecidos, e a “tempestade perfeita” seguida de recessão econômica mundial está sendo fundamentada na mídia internacional por analistas importantes. O que desejo expor aqui, então, é que não estou vendo nenhum alarde no Brasil sobre a relação catastrófica para a população das duas coisas acontecendo simultaneamente – neoliberalismo e recessão. No atual estágio de globalização que as nações compartilham, nosso país não pode se prender a uma “expectativa sem lastro” baseada em uma onda populista, restringindo os olhares somente aos problemas internos do nosso país sem verificar as questões externas que nos influenciam. É direito do cidadão brasileiro saber os riscos que corre.

O patrimônio de ministro do Meio Ambiente

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

O ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PSL), Ricardo Salles (Novo), viveu seu período mais próspero a partir da entrada no governo de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo. Em março de 2013, o tucano nomeou Salles como seu secretário particular. E em julho de 2016, passou a ser o secretário estadual de Meio Ambiente. O período coincide com a multiplicação por seis de seu patrimônio. Passou de R$ 1.456.173,56, em 2012, para R$ 8.859.414,45 em 2018, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um crescimento na ordem de 500%.

Um panorama inicial do governo Bolsonaro

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Começo este panorama inicial pela posse de Bolsonaro, a qual acompanhei por mais ou menos uma hora. Peguei o emocionante trecho em que Bolsonaro deu um estrondoso chá de cadeira no público, na imprensa e nos que acompanhavam pela televisão ou pela internet. O presidente tomava um café com os presidentes da Câmara e do Senado enquanto todos lhe esperavam, apalermados.

Golpe da previdência para roubar os pobres

Por Bepe Damasco, em seu blog: 

Como é de domínio público, os banqueiros têm verdadeira obsessão pela reforma da previdência. O motivo mais conhecido é também o mais óbvio: abocanhar o verdadeiro filão que é o mercado da previdência privada, o qual, do ponto de vista do interesse da banca, não deslancha no Brasil devido ao regime geral da previdência social. Destruí-lo, então, é preciso.

Overdose de bolsonarismo em marcha

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Tudo o que podia acontecer de pior já aconteceu, como se podia prever, mas sempre dá para piorar.

Foram só 11 dias até agora, e a rebordosa foi tão grande, que mais parece final do que início de governo.

Nas redes sociais, multiplicam-se mensagens de gente que não consegue mais dormir com medo do amanhã.

É até difícil catalogar todas as atrocidades e barbaridades já cometidas pelo novo governo, em marcha acelerada de insanidade.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Maduro e as alternativas na Venezuela

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Gleisi Hoffmann fez muito bem em comparecer à posse de Nicolás Maduro, que inicia o segundo mandato de presidente na Venezuela.

Não é preciso, aqui, lembrar as dificuldades de toda natureza - social, econômica, humanitária - que a população daquele país tem enfrentado em anos recentes.

Basta recordar que na origem destes sacrifícios imensos se encontra a guerra sem limites nem intervalos de Washington e aliados contra Hugo Chávez e sua herança desde 2002, quando a população foi às ruas de Caracas para reverter um golpe de Estado encenado pelos magnatas locais - com apoio integral da Casa Branca de George W Bush.

Genro de Léo Pinheiro e a farsa do triplex

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Sem Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, o processo que levou à condenação e, consequentemente, à prisão do ex-presidente Lula não ficaria de pé.

No processo, o que sustenta a condenação é a declaração de Leo Pinheiro de que haveria um caixa geral da propina na OAS e que, nesse caixa, foi debitado o triplex do Guarujá como propina a Lula.

Não existe nenhuma prova de que Lula fosse o dono do imóvel ou que tivesse usufruído do bem. A família dele não tinha chave e nunca passou uma noite sequer no imóvel.

Não há método na burrice

Por Marcelo Zero

O grande Goethe já nos advertia que “não há nada mais terrível que uma ignorância ativa” (Es ist nichts schreklicher als eine tätige Unwissenheit).

Obviamente, Goethe não teve o prazer de conhecer Bolsonaro e sua preclara equipe de fundamentalistas cristãos e sumidades emergidas das redes sociais.

Se tivesse, teria acrescentado que não há nada mais desastroso que a ignorância ativa que chega ao poder.

Com efeito, mal começou e o governo do capitão exibe a um mundo estarrecido um festival tragicômico de declarações brutais e estapafúrdias e de decisões beócias e cretinas, seguidas invariavelmente por apressados e canhestros desmentidos. Ornamenta esse festival de obtusidades as seguidas desautorizações dos zurros presidenciais.

Qual o modelo de governo de Bolsonaro?

Por Luiz Carlos Bresser-Pereira, em seu site:

É muito cedo para uma interpretação segura do que será o governo Bolsonaro, mas seus primeiros dias no posto, em especial com as questões da redução da idade mínima para a aposentadoria e da extensão das novas privatizações (rejeitadas pela população, segundo o Datafolha), confirmam minhas dúvidas. Que talvez possam ser mais bem entendidas se considerarmos as possíveis formas de governo.

No Brasil as alternativas são ou governos neoliberais, como foram os governos Temer, Cardoso e Collor, ou governos desenvolvimentistas, que defendem uma intervenção moderada do Estado na economia e o nacionalismo econômico, como foram os governos populistas de centro-esquerda do PT.