sexta-feira, 1 de março de 2019

A guerra nada folclórica de Damares Alves

Por Berenice Bento, no site Outras Palavras:

O avanço das agendas conservadores e de extrema direita é uma onda global de reação, entre outras motivações, ao crescente protagonismo de discursos e práticas que questionam modelos tradicionais de família. Será que pensávamos que iríamos teorizar e atuar em torno de questões centrais que sustentam a família e não haveria reação globalizada? Quem acreditou que tínhamos acumulado conquistas suficientes e que estávamos em outro patamar das disputas por reconhecimento, talvez faça uma leitura da história numa perspectiva evolucionista.

Venezuela não vive uma calamidade pública

Por Renato Rovai, em seu blog:

Se você comparar a qualidade de vida do cidadão médio na Venezuela com a de um alemão, é como se o primeiro vivesse no inferno. Mas, se por outro lado você vier a compará-la com a de um egípcio, queniano ou indiano, é como se ele vivesse no céu.

A Venezuela vive uma aguda crise econômica e a fake news da vez é que está em calamidade pública e precisa de ajuda humanitária.

Como se sabe, Caracas é a capital do país e, com aproximadamente 5 milhões de habitantes, concentra boa parte da classe alta da nação e também imensos bolsões de pobreza.

Maduro pôs fim a uma farsa na Venezuela

Moro desmente o 'Jairzinho Paz e Amor'

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Passando na peneira, vê-se que o episódio de desmoralização de Sérgio Moro – perdoe-se o trocadilho – acontecido ontem com a “desnomeação” de uma suplente de conselheira do Ministério da Justiça tem a mesma substância do que havia sido recém superado, o da ofensa pública ao então ministro Gustavo Bebianno.

Em ambos, não havia prejuízo algum em que Jair Bolsonaro seguisse a velha regra da política de deixar que os problemas amadureçam nas árvores para só depois derrubá-los a vara.

Carnaval como forma de protesto político

Por Alexandre Putti, na revista CartaCapital:

“Eu quero é botar meu bloco na rua. Gingar, pra dar e vender.” Quando Sérgio Sampaio compôs essa música, em 1976, com alto teor político embutido, não imaginou que quarenta e três anos depois o Carnaval se tornaria, ele mesmo, um ato político.

Essa transformação da festa popular não surgiu agora. O Carnaval de rua vem ganhando força – não necessariamente política – nos últimos anos, principalmente nas grandes capitais. Em São Paulo, por exemplo, o aumento foi de mais de 60% em relação ao ano passado. Maior crescimento comparado com outras cidades.

E se Bolsonaro não entregar a Previdência?

Bolsonaro elogia ditador pedófilo

Bolsonaro completa dois meses de ameaças

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Na tarde de uma quinta-feira (14 de fevereiro), o presidente Jair Bolsonaro comandou uma reunião sobre a reforma da Previdência usando uma camisa do Palmeiras falsificada, dessas que se compram até por R$ 10 numa banca à porta do estádio.

Depois, junto com sua equipe, incluindo o "superministro" Paulo Guedes (Economia), posou para uma "foto oficial", desta vez vestindo chinelos, uma calça talvez de náilon e um paletó sobre a mesma camiseta verde-limão, em frente a um quadro do consagrado artista brasileiro (e que foi comunista) Di Cavalcanti.

Como os bilionários se tornam bilionários

Por James Petras, no site Carta Maior:

Neste ensaio, discutiremos as raízes socioeconômicas das desigualdades e a relação entre a concentração da riqueza e a mobilidade descendente das classes trabalhadoras e assalariadas.

Como os bilionários se tornam bilionários

Ao contrário da propaganda promovida pela imprensa de negócios, entre 67% e 72% das corporações tinham zero obrigações tributárias após créditos e isenções … enquanto seus trabalhadores e empregados pagavam entre 25% a 30% em impostos. A taxa para a minoria de corporações, que pagou qualquer imposto, foi de 14%.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Sergio Moro e o uso político da justiça

Por Gaspard Estrada e William Bourdon, no site Vermelho:

O juiz que conduziu a operação Lava Jato e é hoje ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, apresentou seu plano de combate ao crime e corrupção ao Congresso Nacional na terça-feira (19). Foi uma coincidência que, no dia anterior, o presidente Bolsonaro demitiu Gustavo Bebianno, seu ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

O novo governo tomou posse há nove semanas e um alto funcionário já caiu por envolvimento em um escândalo de corrupção. Não indica nada de bom para Bolsonaro, que chegou à presidência com uma campanha contra a corrupção

Previdência: Uma reforma iníqua

Por Ricardo Carneiro, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Talvez fosse uma esperança vã imaginar que operadores do mercado financeiro do quilate dos que hoje comandam a economia brasileira seriam capazes de pensar políticas sociais que, de fato, contribuíssem para a redução da desigualdade, ou pelo menos, para não agravá-la. A reforma da Previdência, necessária por conta da transição demográfica e, por que não dizer, para suprimir alguns privilégios, seria um momento crucial para avançar nesta direção. Todavia, a julgar pela proposta encaminhada ao Congresso pela dupla Guedes-Bolsonaro, o sentido é o inverso. Mesmo que se reconheça que a proposta enfrenta alguns privilégios – os de parcela dos funcionários públicos, exclusive os militares –, é forçoso também concluir que a maior parte da conta será paga pelos setores mais vulneráveis da sociedade: idosos pobres, trabalhadores rurais, trabalhadores urbanos de baixa qualificação e renda e pensionistas de todos os gêneros.

O que esperar do STF no governo Bolsonaro?

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

Durante a campanha eleitoral de 2018, o vídeo vazado de um dos filhos de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, comentando a possibilidade de fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) com apenas “um soldado e um cabo”, causou desconforto entre os integrantes da Corte.

O atual presidente da mais alta instância do Judiciário, Dias Toffoli, tem falando em “pacto nacional em defesa das reformas”, como a da Previdência, e a retirada da Corte das discussões “políticas”. Ao mesmo tempo, pautou o julgamento, ainda em curso, sobre a criminalização da homofobia, tema que desagrada um dos pilares de sustentação político-ideológica de Bolsonaro: a bancada do fundamentalismo cristão.

O que os militares querem?

Por Rodrigo Perez Oliveira, no site Jornalistas Livres:

Não é de hoje que os militares representam uma força relevante no plano político nacional. Na história do Brasil , as Forças Armadas foram protagonistas nos momentos de crise institucional, sempre promovendo uma pacificação conservadora, violenta e autoritária.

Isso não quer dizer que nessas experiências históricas os militares tenham tido completo controle da situação, que não tenham negociado ou dividido poder com os políticos civis. Erram os que acreditam que os militares têm poder absoluto. Erram também aqueles que acham que quando atuam na política as Forças Armadas são simples marionetes manipuladas pelas elites políticas civis. Aqui, como acontece quase sempre, o ideal está no meio termo.

Por que te cálas, Luis Roberto Barroso

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

E, agora, Barroso? Caiu a ficha geral. Até o Estadão de hoje, em editorial, reconhece os retrocessos da economia brasileira. No bojo da bandeira anticorrupção, destruíram-se setores relevantes da economia brasileira, embalou-se a mais antissocial das políticas econômicas, iniciada por Michel Temer e aprofundada pelo governo Bolsonaro. E todo o processo foi defendido visceralmente por Luis Roberto Barroso, pegando carona no punitivismo para se mostrar simpático aos setores mais atrasados da economia.

Moro, Caixa 2 e corrupção

Por Daniel Zen, no site Mídia Ninja:

Na semana que passou, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, dois supostos ícones da Operação Lava Jato e do combate a corrupção no Brasil, dispenderam um hercúleo esforço retórico para defender que o Caixa 2 seria um delito “menos grave” do que o crime de corrupção, ao contrário de antes, quando afirmavam, no auge da malfadada operação, que o Caixa 2 seria um delito “mais grave”.

A tese que eles sustentam - correta, por sinal - é de que nem sempre o Caixa 2 poderia ser caracterizado como ilícito, posto que, se não houver prova de “contrapartida” dada por quem recebeu e utilizou recursos não declarados/contabilizados a quem doou os recursos, crime não haveria. Ou, ao menos, seria um crime “menos grave”.

Tragédia: 12,7 milhões de desempregados

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Com a pauta única da reforma da Previdência e as crianças cantando o Hino Nacional nas escolas, ninguém mais fala neles, como se tivessem sido apagados do mapa.

São os brasileiros invisíveis e anônimos: 12,7 milhões de trabalhadores que acordam todos os dias sem ir para o serviço.

Além deles, temos hoje 4,7 milhões de desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego.

Nas propagandas oficiais, anunciam que o desemprego vem caindo, mas está acontecendo exatamente o contrário, sem nenhum sinal de melhoria à vista.

Bolsonaro não é causa; é sintoma da loucura

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Bolsonaro não é causa, mas sintoma da loucura que assomou o Brasil.

Uma loucura sintonizada com os mais tenebrosos ventos desse que parece ser um tempo de mudança de época. Desgraçadamente, mudança de época no Brasil e no mundo.

Os áudios estarrecedores de Jair Bolsonaro com o ministro demitido Gustavo Bebbiano mostram a dimensão profunda da desgraça desse Brasil de milícias e milicianos.

Todo e qualquer brasileiro que ouve os áudios – até mesmo os bolsonaristas incautos – não consegue evitar o sentimento de vergonha alheia por ter 1 figura tão torpe, tão leviana e tão estúpida na presidência do nosso país, que está entre as 10 maiores economias do planeta. Nosso vexame, portanto, é não menos que mundial!

Carlos Bolsonaro tuíta por Jair?

Por Alexandre de Santi, no site The Intercept-Brasil:

Às 20h de quarta-feira, Carlos Bolsonaro disparou um tuíte saudando a nova reforma da previdência. Vinte minutos depois, seu pai, Jair Bolsonaro, publicou uma mensagem idêntica sobre a proposta apresentada naquele dia. Palavra por palavra, emoji por emoji. Não era um retuíte: era o mesmíssimo texto, colado e publicado em outra conta.

O tuíte reforçou a minha desconfiança sobre quem de fato dá a letra em @jairbolsonaro. Carlos ou o pai?

Barão de Itararé bate meta e mantém sede

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Enfrentando graves dificuldades devido à conjuntura política, à criminalização e aos ataques contra o movimento social e sindical no Brasil, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé apostou na solidariedade para garantir, pelo menos, mais um ano de existência e de manutenção de sua sede física. Após três meses de campanha, já podemos comemorar: a meta de R$ 50 mil foi superada e o Barão segue na luta, com a casa aberta!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Ataque à Previdência: farsa antecede tragédia

Por Henrique Júdice Magalhães, no site Correio da Cidadania:

Em de­zembro úl­timo, a So­ci­e­dade Ita­liana de Ge­ron­to­logia e Ge­ri­a­tria de­clarou que só a partir dos 75 anos (e não mais 65) al­guém deve ser con­si­de­rado idoso na­quele país. A prin­cipal razão é o au­mento da ex­pec­ta­tiva de vida, que, em 2016, chegou a 83,4 anos.

Um mês de­pois, a Itália re­duziu de 67 para 62 anos (ho­mens) ou 58 (mu­lheres) a idade mí­nima de apo­sen­ta­doria para quem não atingir o tempo de con­tri­buição que a dis­pensa, além de manter mais duas com­bi­na­ções com idade mais alta e menos tempo de tra­balho.

No Brasil, a ex­pec­ta­tiva de vida é bem menor (75 anos). Mas o go­verno quer acabar com a aposentadoria só por tempo de con­tri­buição e impor idades mí­nimas mai­ores: 65 (H) e 62 anos (M), que au­men­ta­riam cada vez que a ex­pec­ta­tiva de vida crescer, sem re­dução se ela cair.