quarta-feira, 15 de maio de 2019

Cadê os “imbecis”, Bolsonaro?

A Paulista tomada pelos estudantes
Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

Bolsonaro conseguiu, em cinco meses de governo, a maior manifestação na Paulista desde as primeiras pedindo o impeachment de Dilma.

Quem diz isso não é o DCM, mas o MBL.

Mov. Brasil Livre
✔@MBLivre


Governo se embabanou todo com a história da balbúrdia, ficou uma semana em cima de uma narrativa falsa e esquerda soube aproveitar, mesmo que com distorção, a oportunidade pra fazer uma de suas maiores mobilizações de rua desde o começo do impeachment.


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15:30 - 15 de mai de 2019
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Balbúrdia no governo paralisa a educação

Salvador, 15/5/19
Por Vilma Bokany, no site da Fundação Perseu Abramo:

A Câmara dos Deputados convocou o ministro Abraham Weintraub, para explicar os cortes orçamentários na área da Educação, principalmente nas universidades federais. Deputados do Centrão se uniram à oposição e impuseram mais essa derrota ao governo, com 87 votos contra e 307 a favor da convocação do ministro da Educação para prestar esclarecimentos contra o contingenciamento dos recursos, na ordem de R$ 7 bilhões A audiência será no plenário da Câmara nesta quarta-feira, dia em que ocorrem manifestações em todo o país, contra os cortes na educação.

Economistas rejeitam o golpe da Previdência

Do site Brasil Debate:

Mais de 300 economistas de diferentes formações se unem em defesa do atual regime de repartição da Previdência Social, contra a proposta de reforma do governo e reivindicam cobertura imparcial da mídia sobre o tema.

Manifesto dos Economistas em defesa da Previdência Social, contra a PEC/6

Nós, entidades e economistas de diversas formações teóricas e políticas e diferentes especialidades, viemos por meio desse manifesto defender a Previdência Social e seu regime de repartição, nos posicionar contrários à Proposta de Emenda Constitucional 6/2019 (PEC 6) e demandar dos meios de comunicação mais pluralidade no debate público/midiático sobre o tema em questão.

O dueto-duelo Bolsonaro & Moro

Recessão à vista e Guedes joga a toalha

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Com as mãos trêmulas, sem conseguir segurar os papéis, o superministro Paulo Guedes era o próprio retrato do fracasso do governo que mal completa hoje 135 dias, uma eternidade de lambanças.

Em discurso terça-feira na comissão mista de orçamento do Congresso, o Posto Ipiranga de Bolsonaro jogou a toalha e passou a bola para o Congresso: agora depende de vocês salvar o Brasil.

Guedes falou que chegamos “ao fundo do poço, ao abismo fiscal” e, mais uma vez, repetiu que só com a reforma da Previdência o país poderá sair do buraco.

A máquina de fake news contra os estudantes

Por Guilherme Pavarin, no site The Intercept-Brasil:

Fazia meses que o cientista da computação Fabrício Benevenuto não via nada de novo na sua ronda diária por grupos políticos de WhatsApp. Criador de uma ferramenta capaz de elencar os conteúdos mais compartilhados no aplicativo, o WhatsApp Monitor, o professor associado da UFMG via com tédio os mesmos tipos de montagens, áudios, notícias falsas, correntes e vídeos motivacionais percorrerem sua tela, dia após dia nos 350 grupos políticos abertos que acompanha.

Bolsonaro prometeu STF para Moro e Gebran

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Em abril passado, circulou pela imprensa a informação de que o desembargador João Pedro Gebran Neto ocuparia a vaga de Celso de Mello no STF (Supremo Tribunal Federal). A escolha é do presidente da República. Seu amigo, ex-juiz Sérgio Moro ficaria com a segunda vaga, de Marco Aurélio de Mello, para, segundo Gebran, lhe dar tempo para se candidatar à presidência da República.

Ontem, o presidente Bolsonaro afagou Moro prometendo para ele a primeira vaga no STF que, pelo visto, já havia sido prometida a Gebran.

Witzel dispara contra a segurança pública

Charge: Miguel Paiva/Jornal do Brasil
Por Luiz Eduardo Soares, no site Declaração-1948:

A morte está no ar: no seu voo sobre Angra dos Reis, o governador do Rio de Janeiro disparou projeteis contra a segurança pública, violando os direitos humanos e a Constituição brasileira. .

Maio, 2019. Diante do helicóptero pronto para decolar, peito estufado, alto e altivo, hierático e assertivo, o governador Wilson Witzel diz para a câmera: “Olá pessoal [nesse ponto, projeta o lado esquerdo do corpo e o braço esquerdo para a frente, mantendo o pé direito fixo na grama, o que o obriga a equilibrar a perna direita sobre a ponta do pé], estamos começando hoje, aqui em Angra dos Reis, a pedido do prefeito Ceciliano Jordão [nesse momento, sem deixar de encarar a câmera, bate duas vezes com as mãos no ombro esquerdo do prefeito , situado à sua direita, cuja altura reduzida destaca coreográfica e cenograficamente a superioridade física do governador], uma operação [os braços de Witzel se agitam e as mãos apontam para baixo, quando não os indicadores, realçando o caráter afirmativo do enunciado], começando com a Core, com a polícia militar, com a polícia civil, para acabar de vez com essa bandidagem [aqui, os braços dobrados jogam os antebraços e as mãos espalmadas para os lados, cruzando-se, reforçando o sentido negativo da oração] que está aterrorizando a nossa cidade maravilhosa de Angra dos Reis. Jordão [virando-se para o prefeito e os demais circunstantes, postando-se de costas e de lado para a câmera], esse é o pessoal da CORE e do helicóptero. Nós vamos começar hoje [aproxima-se da câmera, encarando-a, novamente, braço esquerdo à frente, indicador apontando repetidamente para baixo, a pontuar a decisão e sua firmeza; o tom de voz eleva-se, sugerindo indignação], hoje nós vamos começar a operação. Acabou a bagunça [os antebraços e as mãos descrevem um arco, concluído com o afastamento das mãos, linguagem gestual que redunda, visualmente, a expressão “acabou a bagunça”; o dorso está projetado para a frente e o governador põe-se em close, simulando intimidade com o espectador]. Vamos colocar ordem na casa. Vambora.”

Destruíram o presente, cabe salvar o futuro

Por Dilma Rousseff, em seu site:

O acesso à educação – da creche à pós-graduação – foi o compromisso estratégico dos governos do PT. Esse compromisso tem a ver com o fato da educação viabilizar três requisitos que são a perenidade na superação da miséria e da pobreza: a conquista da economia do conhecimento necessária para produzir ciência, o desenvolvimento de tecnologia e difusão de inovações e o fortalecimento da consciência e cidadania por meio do acesso e do suporte à cultura.

Bolsonaro deu abraço de urso em Moro?

Por Gilberto Maringoni

Posso estar redondamente enganado, mas não vejo como vitória de Sérgio Moro a declaração de Jair Bolsonaro de que seria o próximo nomeado ao STF, conforme "compromisso que fiz com ele".

Ao contrário, trata-se de queimação explícita. Tem cara das entrevistas de presidente de clube após derrota monumental do time: "O técnico continua prestigiado".

Moro vem acumulando desgaste após desgaste, tanto no Congresso quanto na opinião pública.

O Coaf está em vias de escorregar de suas mãos como gelo encerado.

Brasil e o tsunami anunciado

Por Eric Nepomuceno, no site Carta Maior:

Em sua peculiar forma de se expressar, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro anunciou, na sexta-feira passada (10/5), que esta semana poderia trazer “um tsunami” para o governo, e consequentemente para o país. Não deu nenhuma pista de quando, como e de onde surgiria essa onda devastadora, mas assegurou que seu governo saberá enfrentá-la.

Certamente, uma das possibilidades de tsunami está relacionada aos escândalos que rodeiam o trio de filhos presidenciais. O anúncio desta noite de segunda-feira (13/5), de que a Justiça determinou a quebra dos sigilos bancários do filho senador, Flávio Bolsonaro, e de seu ex-assessor, Fabrício Queiróz (espécie de operador da família presidencial), disparou os alarmes, que poderiam ser mais sonoros futuro, já que os outros dois filhos também estão sob investigação – por isso mesmo, os analistas políticos brasileiros indicam que este seria só um primeiro movimento mais brusco das águas, que poderia ser seguido por outros.

terça-feira, 14 de maio de 2019

O Brasil à beira de mais uma recessão

Editorial do site Vermelho:

A economia do Brasil passa por um daqueles momentos em que as conhecidas Leis de Murphy se cumprem integralmente. Cada número divulgado revela a dimensão do buraco em que o país foi enfiado pela marcha golpista, o caminho que levou a extrema direita ao poder, impulsionada sobretudo por uma massacrante propaganda de um futuro colorido que viria com a aplicação da agenda ultraliberal e neocolonial. Alguns dos dados que atestam a falsidade dessa promessa estão na pesquisa Focus, do Banco Central (BC), que apura as "previsões" de instituições do "mercado" para diversas variáveis macroeconômicas.

Em 15 de maio, um dia para fazer História

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Todos os sinais indicam que é possível prever que uma massa imensa de brasileiros e brasileiras irá às ruas, amanhã, para mostrar sua indignação diante do corte nas verbas destinadas as universidades e institutos federais de ensino, anunciadas de modo irresponsável e vingativo por Bolsonaro-Weintraub.

Em São Paulo, os protestos envolvem a grande massa de estudantes e professores de todos os níveis de ensino e têm apoio formal das reitorias das universidades públicas. Alunos de instituições privadas também convocam a paralisação, apoiada pelas entidades de estudantes, sindicatos de professores de todos os níveis de ensino e dez centrais sindicais -- unidas pela primeira vez em décadas.

Vingadores não gostam de justiça

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

O filme Vingadores: Ultimato[e1] , ocupa a maioria das salas de cinema no Brasil. A invasão de Capitão América, Thor, Homem de Ferro, Hulk e outras criações da Marvel já rendeu uma das maiores bilheterias da história. Despertou também a necessidade de voltar a discutir a cota de tela para filmes brasileiros, como estratégia de afirmação cultural e de preservação da diversidade. Além disso, o filme evidencia um rebaixamento de expectativa intelectual do nosso tempo. Assim como a filosofia e sociologia, filme-cabeça não remunera o investimento. São temas muito atuais.

A privatização nos governos Temer-Bolsonaro

Por William Nozaki, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O ministro da Economia tem intensificado suas declarações reafirmando a centralidade do desmonte do Estado e das empresas estatais na agenda do atual governo. Depois de reafirmar em entrevista recente que “gostaria de vender tudo e reduzir a dívida”, Paulo Guedes insinuou que Bolsonaro já começava a ter “simpatia inicial” pela venda de empresas estratégicas como a Petrobras e sinalizou que estaria em curso um processo silencioso no qual “tem empresas que serão privatizadas que vocês nem imaginam”.

Não à capitalização na Previdência

Por Paulo Nogueira Batista Jr., na revista CartaCapital:

A reforma previdenciária é o carro-chefe do governo Bolsonaro na área econômica. Com apoio veemente da tenebrosa turma da bufunfa, o Ministério da Economia proclama a impossibilidade de adiá-la. Afirma-se que ela é indispensável para evitar o colapso das finanças públicas.

Mas algo não bate bem na retórica dos defensores da reforma. O cerne da proposta apresentada ao Congresso parece ser a implantação de um regime de capitalização, baseado em contas individuais, no lugar do atual regime de repartição, considerado falido e insustentável. Ora, a transição para a capitalização impõe tremenda sobrecarga às finanças públicas. Que sentido faz impor tal sobrecarga se o desequilíbrio das contas do governo é um dos principais problemas do País? A reforma não é justificada pela contribuição que daria ao reequilíbrio fiscal?

Não basta não ser racista

Por Ana Mielke 

Hoje, neste dia 13 de maio, não vou falar sobre o genocídio da juventude negra, que mata 23 mil jovens negros por ano no país. Nem sobre o racismo insidioso que nos apaga, nos invisibiliza e nos cala na história que nos é contada e também em nosso sistema de mídia.

Também não vou falar que 63,7% dos 13 milhões de desempregados no Brasil são negros; que a reforma da previdência vai impactar principalmente a vida de mulheres negras; nem tampouco que 61,7% dos presos no sistema carcerário brasileiro são negros.

Bolsonaro e Moro fizeram acordo espúrio

Da Rede Brasil Atual:

A promessa do presidente, Jair Bolsonaro (PSL) de indicar seu ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), continua sendo alvo de críticas. A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou, em vídeo divulgado nesta segunda-feira que Moro e Jair Bolsonaro fizeram um acordo espúrio. "Foi por isso que ele prendeu o ex-presidente Lula. A situação é escandalosa", disse.

Um mundo sem fronteiras?

Por Boaventura de Sousa Santos, no site Outras Palavras:

Vivemos num tempo de abolição de fronteiras ou num tempo de construção de fronteiras? Se tivermos em conta dois dos poderes ou instrumentos que mais minuciosamente governam as nossa vidas – o capital financeiro e a internet – é inescapável a conclusão de que vivemos num mundo sem fronteiras. Qualquer tentativa de qualquer dos 195 Estados que existem no mundo para regular estes poderes será tida como ridícula. No atual contexto internacional, a avaliação não será muito diferente, se a regulação for levada a cabo por conjuntos de Estados, por mais ominoso que seja o provável desenlace da falta de regulação. Por outro lado, se tivermos em conta a incessante construção ou reafirmação de muros fronteiriços, facilmente concluímos que, pelo contrário, nunca as fronteiras foram tão mobilizadas para delimitar pertenças e criar exclusões. Os muros entre os EUA e o México, entre Israel e a Palestina, entre a Hungria e a Sérvia, entre a Crimeia e a Ucrânia, entre Marrocos e o povo saharaui, entre Marrocos e Melila/Ceuta aí estão a afirmar o dramático impacto das fronteiras nas oportunidades de vida daqueles que as procuram atravessar.

Coaf com Moro vai na contramão da Europa

Por Jeferson Miola, em seu blog:                                 

A transferência do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] do Ministério da Fazenda para o “Ministério do Sérgio Moro”, como pretende Moro com o apoio entusiasta da Rede Globo, vai totalmente na contramão do que acontece na Europa.

Essa é a conclusão da pesquisadora brasileira do Instituto Max Planck, da Alemanha, Ana Carolina Carlos de Oliveira, que alerta que esse retrocesso “pode não ser bom para a relação do Coaf com as outras unidades de inteligência financeiras de países importantes”. Com a medida, o Brasil perderia capacidade de cooperação e coordenação com entidades internacionais no enfrentamento de crimes financeiros.