Por Celso Amorim, na revista CartaCapital:
Há cerca de um mês, a mídia brasileira e grande parte do empresariado local receberam com satisfação (em alguns casos quase euforia) a notícia de que se havia concluído a negociação do Acordo de Associação entre o Mercosul e a União Europeia.
Não espanta: a elite econômica sempre defendeu uma maior abertura comercial, seja por crer em benefícios específicos (como o agronegócio), seja por ver nos chamados “acordos de livre-comércio” – que na verdade vão muito além de questões puramente mercantis, entrando amplamente pelo terreno regulatório – uma oportunidade para adotar políticas ortodoxas e blindá-las contra eventuais revisões no futuro.