quinta-feira, 2 de janeiro de 2020
As mentiras sobre a retomada da economia
Por Joaquim de Carvalho, no Diário do Centro do Mundo:
A temporada de mentiras foi inaugurada em março de 2016, quando o empresário Flávio Rocha, dono da Riachuelo, disse em entrevista à BBC, quando perguntado sobre o que aconteceria se Dilma Rousseff caísse.
Ele assegurou que a retomada econômica seria instantânea e citou a Argentina como exemplo, àquela altura sob novo comando de Maurício Macri, que, depois de implementar ajuste fiscal, conseguiu um voo de galinho. A economia cresceu um pouco e logo foi para o buraco, jogando quase metade da população argentina na pobreza.
Ele assegurou que a retomada econômica seria instantânea e citou a Argentina como exemplo, àquela altura sob novo comando de Maurício Macri, que, depois de implementar ajuste fiscal, conseguiu um voo de galinho. A economia cresceu um pouco e logo foi para o buraco, jogando quase metade da população argentina na pobreza.
Alianças e trapaças que fizeram história
José Alencar e Lula. Foto: Ricardo Stuckert |
Embora costume ser apresentada no tom de voz empostado de quem pretende revelar maturidade política e espírito responsável para encarar o futuro brasileiro, a empolgação de tantas personalidades respeitáveis com a ideia de "frente ampla", "conciliação" e outras poções mágicas de nosso laboratório político revela um conhecido problema do país - a falta de memória.
As alianças que marcaram os 14 anos do PT no Planalto raras vezes deram certo - e a postura desleal de aliados, muitas vezes definida como traição, ajuda a explicar a catástrofe que o país enfrenta hoje.
O vice José de Alencar foi um grande aliado de Lula e uma exceção. Nunca escondeu discordâncias com determinados pontos do PT e tinha restrições à reforma agrária.
As alianças que marcaram os 14 anos do PT no Planalto raras vezes deram certo - e a postura desleal de aliados, muitas vezes definida como traição, ajuda a explicar a catástrofe que o país enfrenta hoje.
O vice José de Alencar foi um grande aliado de Lula e uma exceção. Nunca escondeu discordâncias com determinados pontos do PT e tinha restrições à reforma agrária.
Parlamentarismo fake não apaga luta do povo
Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:
O ano de 2019 deixa algum legado positivo? Sem dúvida, malgrado a predominância de acontecimentos nefastos na vida nacional.
Mas é necessário questionar se as pequenas conquistas alcançadas, a rejeição a algumas propostas do governo correspondem aos manejos de setores políticos das classes dominantes que se vendem como democráticos e defensores do Estado de direito, ou às lutas do povo brasileiro pela democracia, direitos sociais e soberania nacional.
Os louros da resistência pertencem ao povo, num quadro de enormes restrições à atividade de suas organizações políticas e sociais.
O ano de 2019 deixa algum legado positivo? Sem dúvida, malgrado a predominância de acontecimentos nefastos na vida nacional.
Mas é necessário questionar se as pequenas conquistas alcançadas, a rejeição a algumas propostas do governo correspondem aos manejos de setores políticos das classes dominantes que se vendem como democráticos e defensores do Estado de direito, ou às lutas do povo brasileiro pela democracia, direitos sociais e soberania nacional.
Os louros da resistência pertencem ao povo, num quadro de enormes restrições à atividade de suas organizações políticas e sociais.
A ilusão da retomada da economia
Da Rede Brasil Atual:
O meio empresarial brasileiro está “comemorando” precocemente possibilidades de ganhos de curto – com redução de custos do trabalho, por exemplo –, mas não está sendo parte de um processo de recuperação sustentável e vigorosa da economia. O alerta é do professor Denis Maracci Gimenez, do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), da Univesidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Para Gimenez, doutor em Desenvolvimento Econômico, a análise do cenário econômico nacional, depois de um ano de governo Bolsonaro, ou de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, não há no horizonte nenhuma articulação entre o setor privado nacional e o setor público, sob a gerência do Estado, que aponte para um caminho de retomada do crescimento.
Para Gimenez, doutor em Desenvolvimento Econômico, a análise do cenário econômico nacional, depois de um ano de governo Bolsonaro, ou de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, não há no horizonte nenhuma articulação entre o setor privado nacional e o setor público, sob a gerência do Estado, que aponte para um caminho de retomada do crescimento.
Não é que o Temer tem razão?
Por Fernando Brito, em seu blog:
É-me obrigatório concordar com o que diz o sr. Michel Temer, hoje, no Estadão, numa entrevista onde a vaidade e a pretensão só faltam escorrer pela tela do computador.
Diz ele que “o governo [Bolsonaro] vai indo bem porque está dando sequência ao que fiz”.
De fato, há imensas semelhanças entre ambos, a começar pelo fato de que, sem uma onda de histeria que idiotizasse o pais, ambos jamais teriam chegado à presidência.
É-me obrigatório concordar com o que diz o sr. Michel Temer, hoje, no Estadão, numa entrevista onde a vaidade e a pretensão só faltam escorrer pela tela do computador.
Diz ele que “o governo [Bolsonaro] vai indo bem porque está dando sequência ao que fiz”.
De fato, há imensas semelhanças entre ambos, a começar pelo fato de que, sem uma onda de histeria que idiotizasse o pais, ambos jamais teriam chegado à presidência.
Turbulento 2019 e a travessia que tramamos
Do site Outras Palavras:
Atravessamos mais um ano. Do lado de fora, enfrentamos uma tempestade que já era prevista, mas não por isso deixou de nos atormentar: do desastre de Brumadinho, às queimadas da Amazônia; da escalada das bravatas da ultradireita aos tiros com cada vez mais frequentes nas favelas. Com a luneta, observamos, ao longe, as insurgências e a indignação diante de um capitalismo que recrudesce: no Chile, no Haiti, na França.
Atravessamos mais um ano. Do lado de fora, enfrentamos uma tempestade que já era prevista, mas não por isso deixou de nos atormentar: do desastre de Brumadinho, às queimadas da Amazônia; da escalada das bravatas da ultradireita aos tiros com cada vez mais frequentes nas favelas. Com a luneta, observamos, ao longe, as insurgências e a indignação diante de um capitalismo que recrudesce: no Chile, no Haiti, na França.
PF de Moro não investiga terrorismo
Por Jeferson Miola, em seu blog:
O ministro da justiça Sérgio Moro transformou a Polícia Federal na sua polícia política. Ele converteu a PF na Gestapo bolsonarista – o equivalente à polícia política secreta da Alemanha nazista.
Moro tem uma mentalidade fascista, é adepto do direito penal do inimigo. Ele é um violador contumaz do ordenamento jurídico brasileiro. Moro aprofunda o regime de exceção para operar interesses ideológicos e partidários bem definidos.
Moro já comandava a Polícia Federal quando ainda chefiava a Lava Jato em Curitiba. Ele direcionava a instituição para atuar na perseguição ao único adversário político capaz de atrapalhar a viabilidade do seu projeto fascista. O alvo estratégico, principal – na verdade, sua obsessão doentia – sempre foi Lula.
O ministro da justiça Sérgio Moro transformou a Polícia Federal na sua polícia política. Ele converteu a PF na Gestapo bolsonarista – o equivalente à polícia política secreta da Alemanha nazista.
Moro tem uma mentalidade fascista, é adepto do direito penal do inimigo. Ele é um violador contumaz do ordenamento jurídico brasileiro. Moro aprofunda o regime de exceção para operar interesses ideológicos e partidários bem definidos.
Moro já comandava a Polícia Federal quando ainda chefiava a Lava Jato em Curitiba. Ele direcionava a instituição para atuar na perseguição ao único adversário político capaz de atrapalhar a viabilidade do seu projeto fascista. O alvo estratégico, principal – na verdade, sua obsessão doentia – sempre foi Lula.
A esquerda, os militares e o imperialismo
Por José Luís Fiori, no site Carta Maior:
"As grandes potências são aqueles Estados de toda parte da Terra que possuem elevada capacidade militar perante os outros, perseguem interesses continentais ou globais e defendem estes interesses por meio de uma ampla gama de instrumentos, entre eles a força e ameaças de força, sendo reconhecidos pelos Estados menos poderosos como atores principais que exercem direitos formais excepcionais nas relações internacionais" - Charles Tilly, Coerção, Capital e Estados Europeus. São Paulo: EDUSP, 1996, p. 247.
*****
Foi depois da Primeira Grande Guerra que o movimento socialista internacional repudiou o colonialismo europeu e transformou o “imperialismo” no inimigo número um da esquerda mundial. Assim mesmo, quando os socialistas chegaram pela primeira vez ao poder, na Europa, e foram obrigados a governar economias capitalistas, não conseguiram extrair consequências da sua própria teoria do imperialismo para o plano concreto das políticas públicas. E quando foram chamados a comandar diretamente a política econômica, como no caso de Rudolf Hilferding, entre outros, seguiram o receituário vitoriano clássico, do “sound money and free markets” – até muito depois da Segunda Guerra, quando aderiram, já nos anos 60 e 70, às ideias, propostas e políticas keynesianas. Mas na década de 80, estes mesmos partidos se converteram ao programa ortodoxo da austeridade fiscal e das reformas liberais que levaram à desmontagem parcial do Estado de Bem-estar Social.
"As grandes potências são aqueles Estados de toda parte da Terra que possuem elevada capacidade militar perante os outros, perseguem interesses continentais ou globais e defendem estes interesses por meio de uma ampla gama de instrumentos, entre eles a força e ameaças de força, sendo reconhecidos pelos Estados menos poderosos como atores principais que exercem direitos formais excepcionais nas relações internacionais" - Charles Tilly, Coerção, Capital e Estados Europeus. São Paulo: EDUSP, 1996, p. 247.
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Foi depois da Primeira Grande Guerra que o movimento socialista internacional repudiou o colonialismo europeu e transformou o “imperialismo” no inimigo número um da esquerda mundial. Assim mesmo, quando os socialistas chegaram pela primeira vez ao poder, na Europa, e foram obrigados a governar economias capitalistas, não conseguiram extrair consequências da sua própria teoria do imperialismo para o plano concreto das políticas públicas. E quando foram chamados a comandar diretamente a política econômica, como no caso de Rudolf Hilferding, entre outros, seguiram o receituário vitoriano clássico, do “sound money and free markets” – até muito depois da Segunda Guerra, quando aderiram, já nos anos 60 e 70, às ideias, propostas e políticas keynesianas. Mas na década de 80, estes mesmos partidos se converteram ao programa ortodoxo da austeridade fiscal e das reformas liberais que levaram à desmontagem parcial do Estado de Bem-estar Social.
quarta-feira, 1 de janeiro de 2020
O MST na mira de Bolsonaro
Por Nara Lacerda, no jornal Brasil de Fato:
Ainda nos primeiros dias da atual gestão, em janeiro de 2019, o governo de Jair Bolsonaro já dava mostras de que levaria à prática o tom dado às questões fundiárias durante a campanha eleitoral. Com o passar dos meses, as afirmações bélicas se tornaram atos de governo. As declarações seguiram numa crescente de agressividade que, de acordo com observadores, tornaram ainda mais sensíveis as relações no campo.
Ainda nos primeiros dias da atual gestão, em janeiro de 2019, o governo de Jair Bolsonaro já dava mostras de que levaria à prática o tom dado às questões fundiárias durante a campanha eleitoral. Com o passar dos meses, as afirmações bélicas se tornaram atos de governo. As declarações seguiram numa crescente de agressividade que, de acordo com observadores, tornaram ainda mais sensíveis as relações no campo.
2019 não é um ano para ser esquecido
Por Renato Rovai, em seu blog:
Há muita gente se perguntando se não era melhor ter passado direto de 2018 para 2020, como se o ano que termina não tivesse existido.
Uma sensação de gosto amargo na boca, de que tudo ou quase tudo deu errado é o mantra da vez.
Há muita gente se perguntando se não era melhor ter passado direto de 2018 para 2020, como se o ano que termina não tivesse existido.
Uma sensação de gosto amargo na boca, de que tudo ou quase tudo deu errado é o mantra da vez.
A sensação dos que defendem a democracia, o meio ambiente, os direitos humanos, as liberdades é de que estamos saindo piores do que entramos deste ano.
Há muito de verdade nisso, mas nem sempre tudo é tão verdadeiro quanto parece.
Sem querer fazer o papel de Polyana, fazendo o jogo do contente e tentando extrair algo de bom e positivo de tudo, quero dizer que sim, aprendemos muitas coisas neste 2019 e que serão fundamentais pra gente seguir adiante.
Há muito de verdade nisso, mas nem sempre tudo é tão verdadeiro quanto parece.
Sem querer fazer o papel de Polyana, fazendo o jogo do contente e tentando extrair algo de bom e positivo de tudo, quero dizer que sim, aprendemos muitas coisas neste 2019 e que serão fundamentais pra gente seguir adiante.
Uma resistência mais ampla e forte em 2020
Editorial do site Vermelho:
Nesta virada de ano estão confirmados os prognósticos sobre o governo Bolsonaro. Como era previsto, o Brasil caiu em um processo de regressão democrática. Os ataques às instituições que deram forma aos avanços que atravessaram sobretudo o século XX estão em curso e são cada vez mais ousados. Eles já provocaram estragos de grandes proporções, que poderiam ser piores se não houvesse a resistência democrática.
Incoerência na política externa de Bolsonaro
Por Giorgio Romano, na revista CartaCapital:
Terminado o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, surgem várias análises sobre a Política Externa Brasileira (PEB) que apontariam para um realinhamento de forças baseado no pragmatismo e na “imposição da realidade”. O caso que comprovaria a tese seria, sobretudo, o reforço, ao invés do esfriamento, da relação com a China, maior parceiro comercial e um dos principias investidores no Brasil.
É mencionada também a não-transferência da embaixada brasileira em Israel da capital Tel Aviv para Jerusalém, ou, ainda, a não intervenção direta brasileira na política venezuelana. Mas serão essas as reais motivações? Ou, em verdade, o que seria visto como recuo diplomático expressaria, isso sim, uma incoerência como método da política externa, que, por sua vez, seria o conjunto de forças políticas e sociais que sustentam o governo e que deveriam ser atendidas? A ver.
É mencionada também a não-transferência da embaixada brasileira em Israel da capital Tel Aviv para Jerusalém, ou, ainda, a não intervenção direta brasileira na política venezuelana. Mas serão essas as reais motivações? Ou, em verdade, o que seria visto como recuo diplomático expressaria, isso sim, uma incoerência como método da política externa, que, por sua vez, seria o conjunto de forças políticas e sociais que sustentam o governo e que deveriam ser atendidas? A ver.
2019: o ano movido a ódio e mentiras
Bem que ele avisou aos seus parceiros de extrema direita nos Estados Unidos, logo no início do governo, que primeiro era preciso destruir muita coisa antes de começar a construir um novo país.
A primeira parte Bolsonaro já cumpriu: com método na loucura, muito ódio e mentiras, em apenas um ano de mandato o seu governo apequenou o país, ao atacar uma a uma as conquistas sociais das últimas décadas e abalar os alicerces democráticos de um Brasil em transe permanente.
Deve ser um caso inédito na história mundial. Nunca, antes, que eu me lembre, um presidente declarou guerra ao seu próprio país, tratando o povo e as instituições como inimigos.
De quem, afinal, ele está querendo se vingar?
Um balanço do governo Bolsonaro
Por João Pedro Stedile, no site A terra é redonda:
Uma lista das 32 medidas da presidência de Jair Bolsonaro mais prejudiciais aos trabalhadores/as rurais e à ampla maioria do povo brasileiro.
O primeiro ano do governo do capitão Jair Bolsonaro representou uma clara opção de políticas para o campo, de favorecimento aos interesses do capital, representados pelos latifundiários, agronegócio, madeireiros, mineradoras, grileiros e as empresas transnacionais do agro. Houve enormes retrocessos nas políticas agrária, agrícola e ambiental, prejudicando a todos trabalhadores/as rurais e a ampla maioria do povo brasileiro.
Uma lista das 32 medidas da presidência de Jair Bolsonaro mais prejudiciais aos trabalhadores/as rurais e à ampla maioria do povo brasileiro.
O primeiro ano do governo do capitão Jair Bolsonaro representou uma clara opção de políticas para o campo, de favorecimento aos interesses do capital, representados pelos latifundiários, agronegócio, madeireiros, mineradoras, grileiros e as empresas transnacionais do agro. Houve enormes retrocessos nas políticas agrária, agrícola e ambiental, prejudicando a todos trabalhadores/as rurais e a ampla maioria do povo brasileiro.
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