segunda-feira, 30 de março de 2020

Pandemia desnuda a Saúde falida nos EUA

Por Guido Vassallo, no site Outras Palavras:

“É uma gripe”, dizia Donald Trump sobre o coronavírus há menos de um mês, com essa tão própria mistura de ignorância e arrogância que lhe é característica. Desde essa singela definição até o presente momento ocorreram mais de mil mortes, 70 mil contágios e uma declaração de emergência nacional nos Estados Unidos. A propagação da pandemia exibe, como poucas vezes, os notáveis fracassos do sistema de saúde norte-americano: boa parte da população não tem seguro médico e não existe, em muitos Estados da federação, a licença de saúde no trabalho. 

Isolado, Bolsonaro tem 'desprezo' pela vida

Da Rede Brasil Atual:

Para o cientista político e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Wagner Romão, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demonstrou seu “desprezo” pela vida das pessoas, ao sair às ruas de Brasília para visitar lojas e confraternizar com a população neste domingo (29), em meio à pandemia de coronavírus. “Todas as suas declarações relativas à tortura já mostravam isso há muitos anos. Não vai ser agora que vai mudar”, afirma.

A ação coloca Bolsonaro em rota de colisão com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que apesar de às vezes tentar contemporizar com o chefe, tem reafirmado a necessidade de se manter o isolamento social como a principal estratégia no combate à disseminação da doença.

Bolsonaro pode ser forçado à renúncia

Por Rodrigo Vianna, na revista Fórum:

Quanto menor, mais perigoso. Quanto mais perigoso, Jair Bolsonaro fica ainda menor.

O presidente perdeu tamanho e força durante o embate travado neste sábado (28), em Brasília. A reunião dele com a equipe do Ministério da Saúde foi tensa.

Fontes dentro do Palácio dizem que o ministro Henrique Mandetta ameaçou entregar o cargo se o presidente não voltasse atrás nas ideias esdrúxulas de “reabertura imediata do comércio” e de “isolamento vertical” da população brasileira (só idosos e pessoas com problemas de saúde ficariam em quarentena).

O presidente relutou. Mas foi enquadrado por ministros militares, que teriam alertado Bolsonaro: a demissão de Mandetta, em meio à crise que já provocou mais de cem mortes no país, passaria um sinal de descontrole e pânico.

Cuidem-se as classes burguesas!

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

O “grande medo do futuro incerto” toma conta da Itália industrial e rural, no ano de 1920. As disputas agrícolas no Vale do Rio Pó e os choques nas fábricas modernas de Milão e Turim, põem por terra o Governo do Primeiro Ministro Francesco Nitti, do Partido Radical.

Antifascista, cercado pela fome endêmica do campo, instabilizado pelos acampamentos de ocupação das fábricas de Milão -assediado pela violência fascista- em julho de 1920 o Governo Nitti se desmancha. É de novo a vez do liberal Giovanni Giolitti, para estabilizar, impor o respeito e revalorizar a democracia. A nossa crise atual não é a mesma e aqui, quem poderiam ser os Giolitti do momento, adotaram a isenção entre os “dois extremos” e acalentaram o fascismo.

Salvar o Brasil do criminoso Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

A aprovação pela Câmara dos Deputados do pagamento de um auxílio emergencial por três meses, no valor de R$ 600,00, podendo chegar a R$ 1.200,00, para as pessoas de baixa renda, representa uma importante vitória contra o descaso do governo Bolsonaro em relação às dificuldades que os trabalhadores terão por conta da pandemia de Covid-19. É um aumento significativo sobre a proposta original do governo, de apenas R$ 200,00 mensais, e poderá beneficiar cerca de 25 milhões de pessoas.

Não parar causa genocídio e ruína econômica

Por Marcelo Zero

O helminto que nos desgoverna propõe à Nação um falso dilema: temos de aceitar a morte de muitos brasileiros para que a economia não pare e nos prejudique ainda mais.

A sua criminosa e irresponsável campanha “O Brasil não Pode Parar”, que contraria as recomendações da OMS, da ciência e a prática de todos os governos sérios e responsáveis, baseia-se nessa falsa disjuntiva.

E a pseudo dicotomia, por sua vez, baseia-se em duas falácias:

É impossível proteger vidas e empregos ao mesmo tempo.

Os países podem se dar ao luxo de não parar ou, ao menos, reduzir bastante suas atividades.

A primeira falácia é desmentida pelas amplas medidas anticíclicas que todos os países estão tomando.

Ousadia para enfrentar o 'bolsonavírus'

João Guilherme Vargas Netto

Vou cometer uma auxese epitrópica, um exagero em que se afirma algo que pode ser contestável.

A pandemia tem colocado para os brasileiros dois desafios: enfrentar o coronavírus, evitando a Covid-19 e se desvencilhar do bolsonavírus, respeitando a Constituição.

O primeiro desafio, ainda a ser vencido, pressupõe isolamento social, regras de higiene, fortalecimento do SUS e gastos imediatos e ilimitados do Estado.

Suponho (um exagero contestável) que o segundo desafio tenha sido resolvido à moda boliviana recente: - Peça seu boné e retire-se!

Teríamos então, respeitada a Constituição, a presidência de Mourão, que deve ser supervisionado.

domingo, 29 de março de 2020

Pandemia exige esforço inédito de guerra

A cultura em tempos de coronavírus

Ex-ministros denunciam Bolsonaro à OMS

Coronavírus e a cobertura midiática

A política de morte de Bolsonaro

Pede pra sair, Bolsonaro!

Um exemplo de canalhice jornalística

Por César Locatelli, no site Carta Maior:

O título do texto assinado por Thomas L. Friedman, no NYT de 22 de março, estampa: “Um plano para levar a América de volta ao trabalho”. A linha fina diz: “Alguns especialistas dizem que isso pode ser feito em semanas, não meses - e a economia e a saúde pública estão em risco”.

O plano

O plano é basicamente deixar quase todo mundo voltar a levar vida normal, tratar os infectados como se trata para influenza e isolar aqueles mais vulneráveis. Diz o articulista “Uma abordagem cirúrgica vertical se concentraria em proteger e sequestrar aqueles entre nós com maior probabilidade de serem mortos ou sofrerem danos a longo prazo pela exposição à infecção por coronavírus - ou seja, idosos, pessoas com doenças crônicas e imunologicamente comprometidas - enquanto se trataria basicamente o resto da sociedade da maneira como sempre lidamos com ameaças conhecidas como a influenza”.

O capitão precisa ser detido

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O capitão da reserva remunerada Jair Messias Bolsonaro (condenado por haver atentado contra o decoro, a disciplina e a ética da carreira militar, da qual foi convidado a retirar-se) precisa ser detido, e de suas mãos precisam ser retiradas as condições atuais de intervenção política. Seu desequilíbrio (agravando inépcia e limitações cognitivas) requer a curatela das instituições que, até aqui omissas, ou acovardadas, aparentemente estão esperando o circo pegar fogo para só então chamar os bombeiros, esquecidas de que todos estamos sob as lonas. Elas inclusive, com seus mandatários e togados.

A sociedade mostra vitalidade na atual crise

Montagem: Gladson Targa
Por Gilberto Maringoni

Nos últimos dez dias, a sociedade brasileira mostrou incrível vitalidade cívica e política ao tomar iniciativas de autoproteção solidária, desobedecendo o governo fascista.

Estão sendo isolados paulatinamente não apenas os discursos genocidas do presidente e seu rosário de ofensas à população, como seus seguidores de Norte a Sul estão sendo execrados.

Carreatas da classe média alta incitando a criadagem a voltar ao batente – “O Brasil não pode parar” – são vaiadas em número crescente de cidades. Em João Pessoa, ovos foram arremessados aos bólidos da malta.

Panelaços se multiplicam.

Há uma mobilização cidadã que alcança agentes de saúde – médicos, enfermeiros e mesmo leigos -, parte dos policiais e servidores públicos em geral para evitar que a tragédia se alastre.

Política anticapitalista na época do Covid

Por David Harvey, no site A terra é redonda:

Quando tento interpretar, entender e analisar o fluxo diário de notícias, tendo a identificar o que acontece no contexto de dois modelos diferentes, mas entrelaçados, de como o capitalismo funciona. O primeiro nível é um mapeamento das contradições internas da circulação e acumulação de capital, à medida que o valor do dinheiro flui em busca de lucro através dos diferentes “momentos” (como Marx os chama) de produção, realização (consumo ), distribuição e reinvestimento. Este é um modelo da economia capitalista como uma espiral de expansão e crescimento infindo.

É hora do STF julgar e condenar Bolsonaro

Charge: Bruno Aziz
Por Jeferson Miola, em seu blog:                                             
Bolsonaro hoje afrontou de modo definitivo os poderes de Estado e testou mais uma vez a tolerância das instituições às suas práticas genocidas, que são classificadas em Convenção da ONU sobre Genocídio como crimes de guerra [aqui].

Nesta hora, ou se dá um basta a Bolsonaro, ou então ele prossegue a escalada autoritária e fascista que trará consequências terríveis para o povo brasileiro.

Bolsonaro outra vez descumpriu o Regramento Sanitário Internacional e os protocolos científicos adotados pelo Ministério da Saúde na estratégia de combate à pandemia do coronavírus.

Ele estimulou a aglomeração de trabalhadores, de comerciantes, de populares e da população de Taguatinga/DF; expondo-os, assim, ao risco de contaminação pelo COVID-19.

A educação na fronteira da vida e da morte

Por Gilson Reis

A crise humanitária que vemos passar diante de nossos olhos, neste início de século, é o resultado de um conjunto de fatores históricos, econômicos, políticos, culturais, ideológicos, religiosos etc. que haveremos de estudar com profundidade nos próximos anos e décadas para compreendê-los e decifrá-los.

Neste ponto da história, março de 2020, temos muito mais perguntas e dúvidas que respostas e muito menos certezas e convicções que afirmações. Vivemos dias de terraplanismo, de teoria da criação, de ideologia de gênero, de negação da ciência e da educação.

sábado, 28 de março de 2020

Petardo: A carreata macabra dos bolsonaristas

Por Altamiro Borges

O bolsonarista raiz adora posar de valentão, mas é meio covardão. Nesta sexta-feira (27), a matilha fez "carreatas" – e não passeatas – contra a quarentena e para defender o "capetão". Como ironizou Rui Costa, governador da Bahia, os ricaços preferiram usar seus carrões de luxo e evitaram pegar ônibus ou metrô.

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A revista Veja ironizou que "os apoiadores de Bolsonaro fazem carreatas por fim da quarentena". Mas para ser consequente, a milícia bolsonarista devia promover passeatas, com todo mundo juntinho e abraçado. O negacionismo é um atraso de vida. E mata! Lamentável!

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Segundo a Folha, "sem sair dos seus carros, os manifestantes pelo país atendem apelo de Bolsonaro e pedem fim do isolamento. Um dia antes, o próprio presidente postou em sua conta em rede social vídeo de carreata em Santa Catarina". Os protestos bolsonaristas, porém, foram fracos.