domingo, 14 de março de 2021

A reeleição de Bolsonaro

Por Frei Betto, em seu site:

Sei que o título parece um pesadelo, mas há que encarar a possibilidade com realismo. A direita, incluindo os barões do mercado financeiro, sabe quão difícil é ter um candidato capaz de chegar ao segundo turno. O que interessa a ela é engordar os seus cofres. Pouco se importa com as diatribes de Bolsonaro, as milícias, o genocídio pandêmico, a explosão do desemprego e da miséria. Interessam apenas os índices da Bolsa e do câmbio.

A operação Ciro-Mandetta

Por Rodrigo Vianna, no site Brasil-247:


O retorno de Lula ao centro do palco reafirmou algumas certezas: ele é o único estadista em atividade no Brasil, e um dos mais importantes do Mundo; para a esquerda e o bloco democrático, faz toda a diferença serem comandados por um líder dessa grandeza, no duro embate para remover o bolsonarismo do poder.

Mas a volta triunfal de Lula, com um dos mais consistentes discursos de sua longa carreira, no último dia 10 de março no ABC, trouxe também dúvidas:

- por que o JN e as Organizações Globo (Globo News, G1, CBN) deram tanto espaço para Lula no ABC?

- por que, nos dois dias anteriores, a Globo abriu espaço também para a humilhante derrocada de Moro no STF, preparando assim a volta de Lula na figura de líder injustiçado?

Roberto Marinho tinha frase célebre: “o importante não é o que eu mostro nos noticiários, mas o que eu deixo de mostrar”.

sábado, 13 de março de 2021

Golpista da Bolívia é presa por terrorismo

Por Altamiro Borges

A golpista, racista e assassina Jeanine Áñez, que usurpou a presidência da Bolívia após a derrubada ilegal de Evo Morales em novembro de 2019, foi detida neste sábado (13) e transferida a um presídio em La Paz. Ela é acusada de “conspiração, sedição e terrorismo”. Será que um dia o Brasil fará o mesmo com seus golpistas?

No momento da prisão, a covarde ex-ditadora – que autorizou várias atrocidades contra seus opositores – escondeu-se em uma cama box. Segundo a Agência Boliviana de Informação, quando soube que os policiais estavam em sua casa, ela se abrigou dentro da cama. Os agentes chegaram a pensar que ela teria fugido para o Brasil, mas conseguiram achar a fujona.

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A anulação dos processos contra Lula

Lula, preços e o sentimento de mudança

Unidade e bandeiras para enfrentar a crise

Por João Paulo Rodrigues


Com a chegada à presidência da República de Jair Bolsonaro, expressão de uma corrente neofascista que se insurge contra a democracia e os direitos conquistados na Constituição de 1988, abriu o debate no campo progressista em relação à tática mais adequada para enfrentar os retrocessos em curso no país.

A eleição de uma figura que faz apologia ao golpe de 1964 e defende o regime militar que vigorou até 1985 acendeu na memória de muitos a campanha pelas Diretas Já, especialmente depois que a pandemia de coronavírus chegou ao Brasil e foram realizados atos autoritários contra as instituições.

A unidade de um conjunto de organizações políticas, do movimento sindical, estudantil e popular, das igrejas progressistas, entidades da sociedade civil e formadores de opinião, como artistas, jornalistas e intelectuais, pela democracia nos anos 80 se transformou num paradigma.

As Américas falam do retorno de Lula

Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Por César Locatelli, no site Carta Maior:


As Américas todas noticiaram e muitos, pode-se dizer, comemoraram a anulação dos processos de Moro contra Lula e sua histórica coletiva: um forte sopro de esperança para o sonho latino-americano de integração, a Pátria Grande.

Lula relembrou o incentivo ao Mercosul, a formação da Unasul e, ainda mais importante, deixou claro que não cabe na América Latina um país rico rodeado de pobreza: “nós construímos e fortalecemos o Mercosul. Nós construímos a Unasul, porque a gente queria criar um grande bloco econômico latino americano, um bloco de 400 milhões de habitantes, de um PIB razoavelmente grande, para negociar em condições de igualdade com a Europa”.

sexta-feira, 12 de março de 2021

Desemprego supera o pior da maior recessão

O desmonte do sistema de assistência social

O militar não faz sua parte

Por Manuel Domingos Neto


Todos ligados na incompetência do militar na pandemia. E quanto à defesa armada do Brasil?

O país precisa, pode e deve dispor de instituições militares com missões definidas, apropriadamente equipadas e obedientes ao princípio de que todo o poder emana do povo e só em seu nome pode ser exercido.

Nunca dispusemos de corporações assim. A disjunção entre o Estado e a sociedade não permitiu. O Estado nasceu obediente a um príncipe português e não superou sua índole vassala. Foi capturado por oligarquias e estamentos que promoveram o desenvolvimento socialmente excludente.

Descolado dos anseios da maioria, o Estado se expôs aos instrumentos de força que criou para se proteger. O militar empenhou-se em ditar-lhe os rumos. O Exército, deslumbrado com a própria força, imaginou-se até fundador da nação, também chamada de pátria, que deriva de “terra dos pais”.

O povo não pode pagar com a própria vida!

Da Comissão Arns


Nós, entidades signatárias do Pacto pela Vida e pelo Brasil, sob o peso da dor e com sentido de máxima urgência, voltamos a nos dirigir à sociedade brasileira, diante do agravamento da pandemia e das suas consequências. Nossa primeira palavra é de solidariedade às famílias que perderam seus entes queridos.

Não há tempo a perder, negacionismo mata. O vírus circula de norte a sul do Brasil, replicando cepas, afetando diferentes grupos etários, castigando os mais vulneráveis. Doentes morrem agonizando por falta de recursos hospitalares. O Sistema Único de Saúde – SUS continua salvando vidas. No entanto, os profissionais da saúde, após um ano na linha de frente, estão à beira da exaustão. A eles, nosso reconhecimento.

A VIA é o caminho

Por João Guilherme Vargas Netto


Embora as mortes, a doença, o medo e o rentismo continuem infelicitando o povo brasileiro três fatos recentes mudaram potencialmente a conjuntura, no sentido de sua melhor compreensão e de nossa maior capacidade para enfrentar a pandemia e o desmanche fiscalista do país.

Dois dos fatos, embora esperados e desejados, demoraram mais de quatro anos para acontecerem (os norte-americanos, afinal, levaram quatro anos para se livrarem de Trump) e o terceiro foi o fecho magnífico da tríade.