quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Cinco considerações para o sindicalismo

Por João Guilherme Vargas Netto


Grandes e importantes categorias de trabalhadores têm datas-base no segundo semestre de 2021.

O balanço das negociações e das campanhas no primeiro semestre apresentou, segundo o Dieese, resultados muito negativos, com metade delas não conseguindo zerar a inflação do período anterior de vigência da convenção coletiva ou do acordo.

A conjuntura econômica, social, política, ambiental e pandêmica é reconhecidamente difícil, com uma correlação de forças desfavorável à luta dos trabalhadores e à ação sindical em todos os aspectos.

Vendilhões do templo e o fim da nacionalidade

Palácio Gustavo Capanema
Reprodução do Facebook: Instituto Rio Antigo
Por Napoleão Ferreira

O mundo urbano-industrial repartiu e ainda reparte os territórios em nações, instituídas através da adaptação dos agrupamentos sociais às mudanças de hábito e cultura modernas.

No Brasil, esse processo histórico se consolidou, mesmo que incompleto, nas primeiras quatro décadas do século XX, quando os renovadores da arte e a ditadura do Estado Novo intensificaram a construção da nacionalidade.

Foi exatamente esse o período em que a arquitetura monumental moderna se estabeleceu como artefato industrial dos mais avançados, com espaços destinados aos novos hábitos de vida e simbolizando na paisagem urbana o novo ser nacional.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Líder de Bolsonaro vira investigado na CPI

Por Altamiro Borges

Ricardo Barros, o cacique do “Centrão” que é líder do laranjal de Jair Bolsonaro na Câmara Federal, aproveitou da sua condição privilegiada de "convidado" para atacar a CPI do Genocídio na semana passada. Agora, porém, o valentão foi incluído na lista dos investigados pela comissão de inquérito e não poderá mentir e espernear tão descaradamente.

"Nós estamos agregando o deputado Ricardo Barros aos nomes já investigados em função dos óbvios indícios de sua participação nessa rede criminosa que tentava vender vacina através de atravessadores", justificou o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Nessa condição, o político velhaco – que já foi prefeito de Maringá (PR) e ministro da Saúde na gestão do traíra Michel Temer –, poderá ter seus sigilos quebrados e ser novamente convocado para depor.

Pesquisa XP explica chiliques de Bolsonaro

Por Altamiro Borges

A pesquisa divulgada nesta semana pela XP, que é um antro do capital financeiro, ajuda a explicar o crescente descontrole emocional de Jair Bolsonaro, que fala em "contragolpe", xinga a mãe de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e só vive rodeado de milicos e tanques sucateados. Como afirma o relatório em linguagem adocicada, a sondagem "mostra a continuidade na tendência de crescimento das avaliações negativas do governo".

Grade de programação é invadida na TV Brasil

Da Rede Brasil Atual:


A TV Brasil é pública por definição, mas neste governo seu uso muitas vezes tem finalidade privada. De janeiro a julho deste ano, a grade de programação foi interrompida em período equivalente a mais de três dias ininterruptos com atividades do presidente da República. Ou exatos 78 horas, 37 minutos e quatro segundos, em 97 eventos. Somem-se a isso mais 115 horas, 24 minutos e nove segundos de 157 eventos no ano passado. Já é o equivalente a oito dias dedicados exclusivamente à transmissão presidencial. Esse levantamento foi feito pela Frente em Defesa da EBC e da Comunicação Pública. A base de cálculos foram os arquivos “Agenda do Presidente” do canal da TV BrasilGov no YouTube.

Militares: do autoritarismo ao ridículo

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Durante muito tempo os militares arrogavam uma aprovação que nunca era bem explicada. Considerada uma instituição respeitada pela maioria da população, até mesmo porque escondia sua vocação autoritária sob a capa da seriedade e disciplina, atravessou décadas como uma espécie de reserva moral a ser acionada em momentos de crise.

A história mostrou a falácia desse mito. Os militares saíram dos quartéis sempre que foi necessário preservar interesses de classe, ainda que metidos em argumentos como a segurança nacional, o desenvolvimento mesmo sem povo, e o anticomunismo acima de tudo. Nesse jogo, mostraram sempre sua carranca violenta e antidemocrática.

Bolsonaro vai colher tempestades

Por Jandira Feghali, no site Vermelho:


A democracia ameaçada foi revigorada nos últimos dias pelo Parlamento brasileiro. A resposta esperada pela sociedade foi dada. O voto impresso foi derrotado e passos foram dados na reforma eleitoral em direção à pluralidade partidária na vida institucional brasileira.

O voto eletrônico, plenamente auditável, prevaleceu e foi evitado que a apuração das eleições ficasse nas mãos de quase 2 milhões de mesários, onde a fraude, aí sim, poderia ser a grande aliada do resultado final das eleições. Nem mesmo aquele espetáculo pavoroso de alguns tanques cheios de fumaça desfilando pela Esplanada foram capazes de mudar a decisão sensata e democrática da Câmara dos Deputados. Um espetáculo que gerou piadas pelo mundo e armado para enviar recados ao Congresso e, com palavras de baixo calão desferidas por sua excelência, o Presidente da República, atingir Ministros do STF ou do TSE.

Radiografia da contrarreforma trabalhista

Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:


A Câmara dos Deputados aprovou, no último dia 12, a Medida Provisória (MP) 1.045/21, que renova o programa de redução ou suspensão de salários e jornada de trabalho com o pagamento de um benefício emergencial aos trabalhadores. As regras da MP valem para quem tem carteira assinada e para os contratos de aprendizagem e de jornada parcial. A matéria será enviada ao Senado onde certamente será aprovada. É bom sempre lembrar que as divergências entre a direita tradicional e a extrema direita tem motivações eleitorais, apenas. Em relação ao programa de destruição do país e dos direitos da população, esses setores conservam total consenso.

A greve contra a "reforma administrativa"

Lula amplia liderança sobre Bolsonaro

Juventude negra e periférica na universidade

Mais denúncias contra Bolsonaro

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Fala do general Heleno estupra Constituição

Brasil após o Painel das Mudanças Climáticas

Guedes faz espuma com Auxílio Brasil

A derrota dos Estados Unidos no Afeganistão

A greve em defesa do serviço público

Por Thiago Duarte Gonçalves

Todos sabemos que é na dificuldade que se conhece alguém. E assim também se dá nos serviços: é quando se está doente que se sabe se o plano de saúde é bom, só para dar um exemplo.

Na pandemia não tem sido diferente. Foi neste momento que o conjunto da sociedade reconheceu a importância do SUS e de todos os funcionários públicos ligados à saúde. Além disso, passou a valorizar ainda mais os professores públicos e suas aulas presenciais na escola pública.

Os servidores públicos municipais, estaduais e federais, dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, estarão em greve contra a Reforma Administrativa (PEC 32) nesta quarta-feira (18/8).

De Saigon a Cabul, EUA colecionam derrotas

Por Jeferson Miola, em seu blog:


Desde o fim da 2ª guerra mundial, no contexto da guerra fria os EUA apoiaram ou promoveram diretamente dezenas de conflitos, intervenções, ataques, atentados, golpes de Estado, invasões e destruições de soberanias ao redor do mundo, em especial em países latino-americanos.

Nestas empreitadas, a potência do Norte tanto colecionou êxitos como fracassos. Cuba é o mais retumbante e longo fracasso; já dura seis décadas.

Mesmo quando alcançou objetivos imediatos com seu intervencionismo ilegal – como no Haiti e na Líbia, para citar dois exemplos tragicamente emblemáticos – os EUA legaram ao mundo um saldo de longo prazo absolutamente desastroso e catastrófico.

No fio da navalha: impeachment ou golpe?

Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:


Desde o ano passado, muitos setores e militantes clamam e tentam pressionar os partidos de esquerda a lançar uma Campanha Nacional Pelo Impeachment de Bolsonaro.

Por diversas razões, os partidos de oposição não aceitaram essa ideia. Segundo alguns, porque o impeachment não passaria na votação da Câmara. Segundo outros, porque as lideranças de oposição preferem que Bolsonaro fique até o fim, cada vez mais enfraquecido, o que facilitaria sua derrota na eleição de 2022. Claro que isso não pode ser admitido, face à tragédia dos mais de 560 mil mortos pela Covid.

A debacle no Afeganistão

Por Tariq Ali, no Blog da Boitempo:

A queda de Cabul para o Talibã em 15 de agosto de 2021 é uma grande derrota política e ideológica para o Império Estadunidense. Os helicópteros lotados que transportavam funcionários da Embaixada dos Estados Unidos para o aeroporto de Cabul lembravam surpreendentemente as cenas em Saigon – agora Ho Chi Minh City – em abril de 1975. A velocidade com que as forças do Talibã invadiram o país foi impressionante; sua perspicácia estratégica notável. Uma ofensiva de uma semana terminou triunfantemente em Cabul. O exército afegão de 300.000 homens desmoronou. Muitos se recusaram a lutar. Na verdade, milhares deles foram para o Talibã, que imediatamente exigiu a rendição incondicional do governo fantoche.