quarta-feira, 5 de outubro de 2022
terça-feira, 4 de outubro de 2022
Conservadorismo é uma coisa; fascismo é outra
Diante da consagração nas urnas de destacadas figuras do bolsonarismo, que vão de gente com as mãos sujas de sangue, como é o caso do general Pazuello, até uma penca de milicianos e mercadores da fé, passando por toda sorte de inimigos do regime democrático, os comentaristas da GloboNews, na noite deste domingo, dedicaram um bom tempo ao debate sobre as causas e consequências da permanência, em 2022, da onda conservadora de 2018.
O voto evangélico não pode ser perdido
Foto: Ricardo Stuckert |
Análise após análise do resultado das eleições, há um fator que deve merecer toda a atenção e que, até agora, mereceu apenas algumas leves menções.
Admitindo que as pesquisas subestimaram os resultados de Jair Bolsonaro, não será exagero dizer que ele teve de 25 a 30 pontos acima de Lula no eleitorado evangélico, algo como 25 a 30% da população.
Uma percentagem sobre a outra, isso dá, por baixo, uma vantagem ao fascista de 6% do eleitorado nacional, muito mais que a votação de Simone Tebet e Ciro Gomes. Por cima, mais que a dos dois somados.
Não deixar que essa deformação das eleições pela orientação religiosa cresça e até diminuí-la tanto quanto possível é essencial para enfrentarmos o 2° turno.
Admitindo que as pesquisas subestimaram os resultados de Jair Bolsonaro, não será exagero dizer que ele teve de 25 a 30 pontos acima de Lula no eleitorado evangélico, algo como 25 a 30% da população.
Uma percentagem sobre a outra, isso dá, por baixo, uma vantagem ao fascista de 6% do eleitorado nacional, muito mais que a votação de Simone Tebet e Ciro Gomes. Por cima, mais que a dos dois somados.
Não deixar que essa deformação das eleições pela orientação religiosa cresça e até diminuí-la tanto quanto possível é essencial para enfrentarmos o 2° turno.
A ultradireita contra a Arca de Noé
Charge: Aroeira |
Estamos em estado de choque, leitor. Começo este artigo na noite de domingo, dia do primeiro turno. Tinha um outro artigo, praticamente pronto, para publicar na segunda-feira seguinte, intitulado “O terceiro turno”, no qual fazia considerações sobre a pretensão do poder econômico-financeiro de colonizar o futuro governo Lula. Um resumo chegou a ser publicado na revista Carta Capital. A versão completa foi, porém, engavetada para uma ocasião mais oportuna, por motivos óbvios.
A bolsonarização do Brasil e do Congresso
Charge: Gilmar |
Vimos todos que o bolsonarismo é maior do que o imaginado e o mensurado pelos institutos de pesquisa. Que a vitória de Bolsonaro em 2018 não foi fenômeno sazonal produzido pela demonização da política e o antilulopetismo, filhos da Lava Jato. O resultado do primeiro turno nos mostra também que o bolsonarismo entranhou-se e deitou raízes mais fundas na sociedade brasileira, e que agora chegou ao Congresso a polarização entre a esquerda e a extrema direita, reduzindo a força da direita fisiológica, que de resto continuará servindo a Bolsonaro, na hipótese tenebrosa de sua reeleição.
Para alcançar 2023, focar na 'pauta do povo'
Charge: Serko |
A apuração dos resultados do primeiro turno das eleições aponta para um conjunto de surpresas a respeito do comportamento dos eleitores em comparação com aquilo que era projetado pelas pesquisas de intenção de voto. É bem verdade que os números finais e nacionais para o Presidente da República confirmaram a tendência de que Lula chegasse à frente de Bolsonaro, faltando apenas 1,5% para que não houvesse mais necessidade de um segundo turno para a definição do próximo ocupante do cargo.
Mobilização total para eleger Lula
Foto: Ricardo Stuckert |
Em reunião realizada no dia 4 de outubro de 2022 a Direção Executiva Nacional da CTB debateu a conjuntura e aprovou a seguinte resolução política:
1- O pronunciamento das urnas no último domingo, 2 de outubro, significa uma grande vitória para o candidato das forças progressistas, cujo adversário teve a seu favor o orçamento secreto e o poder
governamental, que usou de forma despudorada e ilícita, ao lado da campanha de calúnias e Fake News nas redes sociais. O primeiro turno acentuou a polarização política do país entre as forças democráticas e de esquerda e a extrema direita;
PDT declara apoio a Lula no segundo turno
Reprodução do Twitter |
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, revelou em coletiva realizada nesta terça-feira (4) que o seu partido, de maneira unânime, vai apoiar a candidatura de Lula (PT) no segundo turno da disputa presidencial.
A decisão foi tomada pela direção executiva do partido em reunião que contou com a participação de Ciro Gomes, que disputou o pleito nacional pelo PDT e terminou em quarto lugar com 3% das intenções de votos.
“Toda a executiva nacional do partido, mais os presidentes estaduais, deputados, decidimos de forma unânime apoiar a candidatura mais próxima de nós, que é a do Lula. Nós estamos chamando de a candidatura 12+1", brincou Lupi.
O Brasil sob a névoa da guerra
Taguatinga Norte (DF), 02/10/22 Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado |
No cenário de águas turvas que as pesquisas de opinião não conseguiram captar completamente, o eleitor deu seu recado e o retrato do Brasil que sai das urnas neste primeiro turno não é bonito.
É verdade que Lula mantém capacidade extraordinária de liderança, a despeito do imenso investimento das forças de direita e de extrema direita para desconstruir sua trajetória desde a Lava Jato. Mas o patamar de votos de Bolsonaro zera completamente o jogo. Na guerra, é uma oportunidade de ouro.
A dianteira de Tarcísio de Freitas, em São Paulo, e as eleições para governador no Rio de Janeiro e em Minas Gerais reforçam as trincheiras de Bolsonaro. A eleição de figuras que simbolizam tudo o que seu governo fez de mais cruel (Pazuello, Salles, Damares, Tereza Cristina, Mário Frias, Mourão etc) também diz muito sobre um Brasil medonho e que é dolorosamente real.
Precisamos conversar sobre as eleições
Charge: Pataxó |
Dificilmente os processos históricos são interrompidos por uma explosão. Para superar o momento traumático que vivemos, é preciso erigir solidamente um movimento que a ele se oponha, e com força para superá-lo.
É preciso construir uma contraposição dialética à destruição, a um momento movido pela irracionalidade do eleitor.
Esse movimento de oposição ao fascismo tem que se mostrar sólido em seus alicerces e capaz de oferecer segurança às multidões que aderiram ao individualismo como forma de proteção contra o caos e a insegurança.
Isso explica a impossibilidade de eliminar o bolsonarismo com uma simples banana de dinamite.
Vai ser preciso muito mais do que uma explosão, porque o bolsonarismo é uma construção histórica – e contra ele apenas vencerá a consolidação, no seu outro lado, de uma construção histórica democrática e antifascista.
Os 5 mandamentos da campanha de Lula
Foto: Ricardo Stuckert |
Após conquistar um recorde de 57,2 milhões de votos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se prepara para “ir a campo” e impulsionar sua campanha no segundo turno. O embate inicial nas urnas, neste domingo (2), terminou com uma vantagem de 6,1 milhões de votos de Lula sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL). É a primeira vez que um candidato a reeleição ao Planalto termina o turno inicial em segundo lugar.
Apesar da desvantagem, Bolsonaro parece desconfortável com a urgência de pleitear adesões à sua candidatura. Ainda no domingo, em bate-papo com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada, ele destratou as presidenciáveis Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) com apelidos pejorativos. À imprensa, minutos depois, o presidente sublinhou que a prioridade é ter o apoio do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
segunda-feira, 3 de outubro de 2022
Desculpem, mas dá pra ganhar
Charge: Aroeira |
1. O resultado das eleições deste 2 de outubro é impactante em vários aspectos. O primeiro e mais evidente é o da falha gritante das pesquisas: elas não captaram a força do bolsonarismo e de seus agregados na sociedade brasileira.
2. O Brasil é muito mais conservador do que supunha nossa vã filosofia. Para qualquer um, que se paute por um pensamento democrático e progressista, é chocante ver gente como Hamilton Mourão, Sérgio Moro, Deltan Dallagnol, Ricardo Salles, Mario Frias, Damares Alves, Magno Malta e semelhantes serem consagrados pelo voto popular. Temos aqui o enraizamento social da extrema-direita após os quase 700 mil mortos da pandemia, os 33 milhões com fome, a apologia das armas e de tudo o mais. O fascismo não nos é mais um corpo estranho; foi naturalizado. Ao mesmo tempo, esse é o país que gera o fenômeno Boulos, que trafega em sentido contrário, com um milhão de votos.
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