quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Os algoritmos dos lamaçais

Por Jair de Souza

Os resultados das recém concluídas eleições municipais brasileiras voltaram a evidenciar um sério problema com o qual as forças do campo popular vêm se defrontando há alguns anos.

As expressivas votações recebidas por certos candidatos que nos eram quase que inteiramente desconhecidos não deixam de nos provocar estupor e indignação.

Em consequência, algumas indagações nos vêm à mente de imediato: Como foi possível que gente sobre quem nunca tínhamos ouvido falar tenha sido escolhida por um número tão significativo de eleitores? O que faz com que milhões de pessoas dêem a sujeitos que nos parecem tão claramente pouco dotados de cultura, honestidade, inteligência, ou quaisquer outras qualidades positivas, a responsabilidade de representá-los nas instâncias parlamentares? Se nós os vemos como típicos energúmenos, por que tantas outras pessoas optam por elegê-los, em lugar de votar em alguém de nosso campo?

Vice de Nunes não sabe quantos matou

Malafaia destrói Bolsonaro

terça-feira, 8 de outubro de 2024

A eleição municipal e o governo Lula

Foto: Ricardo Stuckert
Por Jeferson Miola, em seu blog:

Há quem argumente, no governo e no PT, que o resultado saído das urnas no último domingo é favorável ao governo, porque os partidos que ocupam ministérios e formam a base no Congresso saíram-se vitoriosos.

A realidade concreta, no entanto, não é bem assim.

A eleição municipal consagrou a vitória daqueles partidos fisiológicos e oportunistas que participaram e apoiaram ativamente o governo fascista-militar do Bolsonaro e que agora comandam áreas relevantes no governo Lula sem, contudo, qualquer lealdade política e programática a ele.

Gilberto Kassab, o camaleônico presidente do PSD, não deixa dúvidas a esse respeito. “Meu projeto é Tarcísio. Eu vou estar alinhado com o projeto que seja compatível com o projeto do Tarcísio, seja ele governador ou presidente”, declarou.

Austeridade e popularidade

Fernando Haddad
Por Paulo Kliass, no site Vermelho:


A proximidade do processo das eleições municipais acabou por deixar um pouco à margem nos grandes meios de comunicação o debate a respeito da perda de popularidade do presidente Lula e da avaliação de seu governo. É compreensível que a emergência e a polarização do pleito nas mais de 5.700 cidades terminem por colocar essa questão em segundo plano na agenda política. No entanto, como haverá segundo turno em menos de 100 destes locais, é provável que o debate a respeito da contradição entre a realidade exibida pelas estatísticas oficiais de economia e a popularidade em queda passe a merecer mais espaço na imprensa.

É preciso um governo Lula 3-B

Posse do presidente Lula em 2023. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:


I.

O governo Lula 3-A chocou-se contra um iceberg ontem (6/10), ao sofrer uma derrota eleitoral muito vasta. Sua rota ao desastre segue a de outros governantes que hesitam em enfrentar as novas forças que oprimem as sociedades – em especial, o rentismo –, desencantam os eleitores com a democracia e abrem espaço para a ultradireita e suas diversas formas de antipolítica. O fenômeno espalha-se pela Europa e Américas. Ocorreu (ou ocorre) com Alberto Fernández na Argentina, Gabriel Boric no Chile, Emmanuel Macron na França, Olaf Scholz na Alemanha, o Partido Democratico (ex-PCI) na Itália, os socialistas portugueses, o Syriza na Grécia e tantos outros.

Não é hora para autoengano ou desespero

Charge: Aroeira/247
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:


As urnas falaram ontem mas não proclamaram vitoriosos absolutos ou derrotados sem salvação. Nosso próprio sistema partidário não permite tanto. Mas, para a esquerda e as forças aglutinadas pelo governo Lula, não vale tapar o sol com a peneira e ignorar as vitorias colhidas pela direita e a extrema-direita.

E muito menos ignorar o alerta contido na grande votação dada pelos paulistanos a Pablo Marçal, ainda que seu último crime liquide com sua carreira,

Os partidos conservadores, só com o resultado do primeiro turno, já comandarão a maioria absoluta das prefeituras do país. Até agora, o maior vitorioso neste quesito foi o PSD, com 888 prefeituras, seguido do MDB (863), do PP (752), do União Brasil (590) e do PL (523).

Marçal e TRE saem desmoralizados da eleição

Direita avança sobre democracia estilhaçada

Um ano do genocídio em Gaza

domingo, 6 de outubro de 2024

Um balanço do primeiro turno das eleições

O resultado das urnas nas eleições 2024

Bets de Gusttavo Lima e Deolane são suspensas

Charge: Dino/Cartoon Movement
Por Altamiro Borges


O governo federal anunciou nesta semana que cerca de 600 aplicativos e sites de apostas – as famigeradas bets – deverão ser bloqueados a partir de 11 de outubro pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que o prazo foi concedido para que os apostadores resgatem os valores aplicados. “Se você tem dinheiro em casas de apostas, peça a restituição já, pois tem direito à devolução”, alertou.

Jesus, a religião e o uso da razão

Foto: Ramadan Abed/Reuters
Por Jair de Souza

Entre os que militam em política no campo popular de esquerda, sempre esteve presente a questão do papel da religião nos processos de transformação social. Por isso, ao abordar este tema no presente texto, não estamos fazendo nada que já não tenha sido feito no passado.

Entretanto, o que deveras esperamos que venha a ser uma novidade é a maneira como pretendemos analisar e sobrepesar os aspectos mais relevantes do sentimento religioso em contextos de lutas em favor das causas do povo trabalhador.

O primeiro ponto que convém que deixemos evidente é que toda e qualquer crença religiosa só deveria ser aceita como eticamente válida se seu objetivo básico for a busca do bem para o conjunto da humanidade. Isto quer dizer que nenhuma religião que se dedique a pregar e defender pensamentos ou ações que atentem contra a ética do bem geral mereceria ser tomada como modelo a ser emanado e seguido em sua plenitude, sem contestação.