sábado, 19 de abril de 2025
sexta-feira, 18 de abril de 2025
Mídia abafa melhora de renda dos mais pobres
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| Foto: Ricardo Stuckert/Agência Brasil |
Não foi manchete nos jornalões e nem destaque no Jornal Nacional da TV Globo. A Fundação Getúlio Vargas/Social divulgou nessa semana um estudo que comprova que a renda do trabalho dos 10% mais pobres do Brasil cresceu 10,7% no ano passado – ritmo 50% maior do que o verificado entre a ínfima parcela dos ricaços, que subiu 6,7%. Essa melhora marca a maior queda da desigualdade social dos últimos anos no país. No geral, a renda média do trabalho avançou 7,1% em 2024.
Para o economista Marcelo Neri, responsável pelo estudo, o avanço foi impulsionado pela geração de empregos formais e pela ampliação do Bolsa Família. Reativado em 2023 com um aumento de 44% no valor médio por beneficiário, o programa criou um “colchão de segurança” para famílias de baixa renda, garantindo que o crescimento econômico chegasse à base da pirâmide. “Tivemos uma redução muito forte da desigualdade social em 2024”, enfatiza o pesquisador.
Mídia abre espaços generosos para golpistas
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| Charge: Aroeira/247 |
Não consigo deixar de me indignar com um certo tipo de cobertura jornalística sobre o projeto de anistia, que a escória da política quer aprovar sobre pau e pedra na Câmara dos Deputados, como se fosse a coisa mais natural do mundo, ou seja, uma iniciativa parlamentar legítima como outra qualquer.
Quer dizer, então, que merece ser encarada de forma séria e republicana uma proposta que poupa de punição os protagonistas da tentativa de sabotar a democracia e ferir de morte a soberania popular?
Repare o latifúndio de espaço oferecido pelos telejornais, sites jornalísticos e veículos impressos da imprensa comercial às escaramuças, pressões e tratativas para assegurar a impunidade dos participantes da intentona de 8 de janeiro, principalmente dos mentores, incluindo o ex-presidente Bolsonaro.
Se tivéssemos uma mídia realmente comprometida com premissas democráticas e republicanas, o projeto de anistia seria relegado ao rodapé das publicações. A idiotice da vez agora é culpar a vítima, no caso o governo, pelo avanço da tese da anistia no Legislativo mais reacionário de todos os tempos.
Zero Hora se livrou de JR Guzzo?
Por Moisés Mendes, em seu blog:
Fui conferir uma informação que recebi e descobri é isso mesmo: é de 28 de março a última coluna de JR Guzzo publicada em Zero Hora.
O maior jornal do sul do país pode ter deixado de publicar a coluna do comentarista político preferido do fascismo, distribuída pelo Estadão. Há outros nesse nicho, mas não no mesmo nível.
Já me provocaram com uma dúvida: mas o jornal não teve figuras semelhantes em outras épocas? Semelhantes, talvez. Iguais a JR Guzzo, nunca.
Durante 27 anos, convivi em Zero Hora com todo tipo de gente, que existe em qualquer lugar, em lojas, indústrias, padarias, escritórios, açougues, relojoarias, shoppings e inclusive jornais.
Fui conferir uma informação que recebi e descobri é isso mesmo: é de 28 de março a última coluna de JR Guzzo publicada em Zero Hora.
O maior jornal do sul do país pode ter deixado de publicar a coluna do comentarista político preferido do fascismo, distribuída pelo Estadão. Há outros nesse nicho, mas não no mesmo nível.
Já me provocaram com uma dúvida: mas o jornal não teve figuras semelhantes em outras épocas? Semelhantes, talvez. Iguais a JR Guzzo, nunca.
Durante 27 anos, convivi em Zero Hora com todo tipo de gente, que existe em qualquer lugar, em lojas, indústrias, padarias, escritórios, açougues, relojoarias, shoppings e inclusive jornais.
quinta-feira, 17 de abril de 2025
quarta-feira, 16 de abril de 2025
Parece que Vargas Llosa não leu seus romances
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| Vargas Llosa. Foto: Prefeitura de Madri |
"Parece que Vargas Llosa não leu seus próprios romances.”
O comentário, feito pelo escritor argentino Ricardo Piglia, dá uma indicação da aguda contradição entre a obra libertária e as posições políticas direitistas do autor peruano, falecido no último domingo (13).
Nem sempre foi assim. Até os 35 anos, Llosa foi um marxista vigoroso, entusiasta da revolução cubana e de Fidel Castro. Começou a se decepcionar quando se deu a intervenção da União Soviética na Tchecoslováquia, em 1968, e com a prisão de um escritor pelo governo cubano, em 1971. Passou a valorizar a democracia, a defender ideias liberais, a iniciativa privada, o livre mercado e foi tendendo cada vez mais para a direita.
O comentário, feito pelo escritor argentino Ricardo Piglia, dá uma indicação da aguda contradição entre a obra libertária e as posições políticas direitistas do autor peruano, falecido no último domingo (13).
Nem sempre foi assim. Até os 35 anos, Llosa foi um marxista vigoroso, entusiasta da revolução cubana e de Fidel Castro. Começou a se decepcionar quando se deu a intervenção da União Soviética na Tchecoslováquia, em 1968, e com a prisão de um escritor pelo governo cubano, em 1971. Passou a valorizar a democracia, a defender ideias liberais, a iniciativa privada, o livre mercado e foi tendendo cada vez mais para a direita.
O caos de Trump e a montanha russa da Europa
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| Charge: Enrico Bertuccioli/Cartoon Movement |
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, jogou a Europa numa montanha russa. Não se trata do fato dele se propor a negociar a situação da Ucrânia diretamente com Moscou. Mas sim ao sobe-desce e aos solavancos em que ele atirou o continente com seu "tarifaço" da semana passada, e seu recuo parcial na sequência.
Trata-se de um “recuo parcial” porque ele apenas suspendeu a sua aplicação aos países europeus por noventa dias, ao invés de revogar o tarifaço. Ao mesmo tempo, num primeiro momento manteve sua aplicação e elevou-o a 145% para a China.
Depois recuou de novo, isentando do "tarifaço" produtos eletrônicos chineses importados pelas big techs dos Estados Unidos. Fica a dúvida sobre o porquê deste último recuo: se foi a pressão das empresas norte-americanas, ou o contra-tarifaço chinês, taxando em 125% produtos dos Estados Unidos.
"Uma no cravo e uma na ferradura"
Glauber Braga e a degradação do parlamento
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| Charge: Latuff/247 |
A defesa do mandato de Glauber Braga é ponto inescapável da luta pela democracia.
Não se trata apenas de solidariedade a um valente parlamentar perseguido. Trata-se de manter a dignidade mínima do Legislativo.
Não sabemos exatamente como surgiram e evoluíram os Estados, mas sabemos que, em seu formato moderno, ocidental e burguês, legisladores autônomos são inerentes ao preceito de soberania popular.
A degradação dos Parlamentos, que não controlam aparelhos repressivos, antecede golpes de Estado.
A cassação de Glauber culminaria o descredenciamento contínuo da atividade parlamentar iniciado após a Constituinte de 1988.
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