domingo, 10 de outubro de 2010

Marilena Chauí tritura a mídia golpista



Reproduzo entrevista concedida ao jornalista João Peres, publicada na Rede Brasil Atual:

Em entrevista exclusiva à Rede Brasil Atual, a professora de filosofia da USP aponta setores ruralistas e classe média urbana como focos de anti-Lula. Ela faz reiteradas críticas à ameaça à liberdade de expressão provocada pela concentração dos meios de comunicação.

Marilena Chauí pensa que a velha mídia está nos seus estertores. A filósofa e professora da Universidade de São Paulo (USP) entende que o surgimento da internet, o crescimento das alternativas e as atuais eleições delineiam o fim de um modelo.

A professora, que deixou de escrever e de falar para a velha mídia por não concordar com a postura de vários desses veículos, entende que a imprensa tem papel fundamental para a ausência de debate de temas-chave nas atuais eleições, alimentando questões que favorecem à candidatura de José Serra (PSDB).

Ela considera que não é possível falar de democracia quando se tem o poder da comunicação concentrado em poucas famílias, sem que a sociedade tenha a possibilidade de contestação. Após ato pró-Dilma Rousseff (PT), na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no centro da capital paulista, a filósofa manifestou à Rede Brasil Atual que os ruralistas e a classe média urbana são os setores que alimentam o ódio a Lula.

Marilena Chauí aponta, sempre em meio a muitos gestos e a uma fala enfática, que o presidente jamais será perdoado. O motivo? Combateu a desigualdade no país.

Acompanhe a seguir os principais trechos da entrevista:

O único ponto aparente de consenso entre os institutos de pesquisa é quanto à aprovação do governo Lula. Que grupos estão entre os 4% da população que consideram ruim ou péssimo o desempenho do presidente?

É um mistério para mim. Tudo que tenho ouvido, sobretudo no rádio, em entrevistas sobre os mais diversos temas, vai tudo muito bem. Os setores que eu imaginaria que diriam que o governo ruim não são. Surpreendentemente.

Mas há dois setores que são "pega pra capar". Um é evidentemente a agroindústria, mas é assim desde o primeiro governo Lula. Eles formam esse mundo ruralista que o DEM representa. Não são nem adversários, são inimigos. Inimigos de classe.

O segundo setor é a classe média urbana, que está apavorada com a diminuição da desigualdade social e que apostou todas suas fichas na ideia de ascensão social e de recusa de qualquer possibilidade de cair na classe trabalhadora. Ao ver o contrário, que a classe trabalhadora ascende socialmente e que há uma distribuição efetiva de renda, se apavorou porque perdeu seu próprio diferencial. E seu medo, que era de cair na classe trabalhadora, mudou. Foram invadidos pela classe trabalhadora.

Os trabalhadores têm reconquistado direitos e, com isso, setores do empresariado reclamam que há risco de perda de competitividade pelo mercado brasileiro.

Isso é uma conversa para a campanha eleitoral. É coisa da Folha, do Estadão, do Globo, da Veja, não é para levar a sério. E se você for lá e pedir para provar (que perderia competitividade), vão dizer que não falaram, que foi fruto das circunstâncias. Eles sabem que é uma piada isso que estão dizendo, não tem qualquer consistência.

A senhora passou por uma situação parecida à da psicanalista Maria Rita Kehl, agora dispensada pelo Estadão por ter elogiado o governo Lula...

Não foi parecida porque não fui demitida. Eu disse a eles que me recusava a escrever lá. Tanto no Estado quanto na Folha. Tomei a iniciativa de dizer a eles que não teriam minha colaboração.

Quando li o artigo da Maria Rita Kehl, pensei mesmo que poderia dar algum problema. Como é que o Estadão deixou o artigo sair? Era de se esperar que houvesse uma censura prévia.

Agora, se você tomar o que aconteceu nos últimos oito ou nove anos, vai ver que houve uma peneirada e uma parte das pessoas de esquerda simplesmente desistiu de qualquer relação com a mídia. Outras tiveram relação esporádica em momentos muito pontuais em que era preciso se expressar publicamente.

Houve, em um primeiro momento, um deslocamento das pessoas de esquerda para o Estadão, mas um deslocamento que não tinha como durar porque o jornal não tinha como abrigar esse tipo de pensamento.

Desapareceu para valer qualquer pretensão da mídia até mesmo de se oferecer sob uma perspectiva liberal. E sob uma perspectiva democrática. É formidável que no momento em que dizem que nós, do PT, ameaçamos a liberdade de imprensa, eles demitam a Maria Rita.

O que acho, com o segundo turno das eleições de Lula e as eleições da Dilma, é que há um estilo de mídia que está nos seus estertores. O fato de que haja internet e mídia alternativa que se espalha pelo Brasil inteiro muda completamente o padrão.

Passa-se de jornais que tinham função de noticiar para jornais que têm a função de opinar, o que é um contrassenso. A busca pela notícia faz com que não se vá mais em direção ao jornal, vá se buscar em outros lugares.

Em períodos eleitorais, tem sido recorrente a associação entre mídia e partidos políticos. Qual a implicação disso na tentativa de consolidação da democracia?

Isso é o que atrapalha a democracia do ponto de vista da liberdade do pensamento e de expressão. O que caracteriza uma sociedade democrática é o direito de produzir informação e de receber informação, de modo que possa circular, ser transformada. O que se tem é a ausência da informação, a manipulação da opinião e a mentira.

Acabo de ver em um site a resposta do Marco Aurélio Garcia (um dos coordenadores de campanha de Dilma) à manchete da Folha. Como é que a Folha dá manchete falando que Dilma vai tirar a questão do aborto do programa de governo se essa questão não está no programa? É dito qualquer coisa.

Desapareceu o compromisso mínimo com a verdade, o compromisso mínimo com a informação. É uma coisa de partido, puramente ideológica, perversa, de produção da mentira. Isso me lembra muito um ensaio que Hannah Arendt escreveu na época da Guerra do Vietnã. Ela comentava as mentiras que a TV, o rádio e os jornais apresentavam. Apresentavam a vitória no Vietnã, até o instante em que a mentira encontrou um limite tal nos próprios fatos que a verdade teve que aparecer. Ela chamou isso de crise da República, que é quando tem a mentira no lugar da informação. Ou seja, a desinformação. Isso não serve para a democracia.

O governo Lula teve, internamente, a convivência de polos opostos. Talvez tenha sido o primeiro a ter, por exemplo, Ministério de Desenvolvimento Agrário voltado a agricultura familiar e dialogando com o MST e o Ministério da Agricultura, voltado para o agronegócio. O governo e o presidente se saíram bem na tarefa de fazer opostos conviverem?

Sim. E isso é um talento peculiar que o presidente Lula tem, de ser um negociador nato. Como uma boa parte do trabalho do governo foi feita pela Casa Civil, podemos dizer que Dilma Rousseff tem a capacidade de fazer esse trânsito e essa negociação.

Mas como explicar as reações provocadas?

Duas coisas são muito importantes com relação ao atual governo. A primeira é que o governo Lula jamais será perdoado por ter enfrentado a questão da desigualdade social. Lula enfrentou a partir da própria figura dele. O fato de você ter um presidente operário, que tem o curso primário (Lula tem o ensino médio completo), significou a ruína da ideologia burguesa. Todos os critérios da ideologia burguesa para ocupar este posto (Presidência da República), que é ser da elite financeira, ter formação universitária, falar línguas estrangeiras, ter desempenho de gourmet... Enfim, foi descomposta uma série de atrativos que compõem a figura que a burguesia compôs para ocupar a Presidência. Ponto por ponto.

A burguesia brasileira e a classe média protofascista nunca vão perdoar isso ter acontecido. Imagine como eles se sentem. Houve (Nelson) Mandela, Lula, (Barack) Obama, (Hugo) Chávez. É muita coisa para a cabeça deles. É insuportável. É a sensação de fim de mundo.

Tudo que fosse possível fazer para destruir esse governo foi feito. Por que não caiu? Não caiu porque foi capaz de operar a negociação entre os polos contrários. Isso é uma novidade no caso do Brasil porque, normalmente, opera-se por exclusão. O que o governo fez foi operar por entendimento. E a possibilidade de corrigir uma coisa pela outra.

Agora, há milhares de problemas que o próximo governo vai ter de enfrentar. Não podemos cobrar de nós mesmos que façamos em oito ou em 16 anos o que não foi feito em 500. Mas quando se olha o que já foi feito, leva-se um susto. A redução da desigualdade, a inclusão no campo dos direitos de milhões de pessoas, o Luz para Todos, a casa (Minha Casa, Minha Vida), o Bolsa-Família, a (geração de empregos com) carteira assinada... É uma coisa nunca feita no Brasil.

A sra. faz uma avaliação muito positiva do governo. Por que essas medidas não ocorreram antes?

Alguém tinha de vir das classes trabalhadoras para dizer o que precisa fazer no Brasil. Os governos anteriores sequer levavam em conta que isso existia. O máximo que existia era o incômodo de ver essa gente pela rua, embaixo da ponte, fazendo greve, no ponto de ônibus, caindo pelas tabelas na condução pública. Era uma coisa assim que incomodava - (diziam:) "é meio feio, né? É antiestético". O máximo de reação que a presença de classes populares causava era por serem antiestéticos. É a primeira vez que essa classe foi levada a sério.

Eles vão estrebuchar, vão gritar, vão xingar. Vão pintar a saracura, como diria minha mãe. Mas é isso aí. Deixa pintar a saracura que nós ficamos em pé.

.

Ficha falsa: da Folha ao poste na periferia

Reproduzo artigo de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:

A ficha falsa da Dilma – publicada pela “Folha” na primeira página – chegou à periferia de São Paulo.

Uma leitora enviou-me as fotos que ela mesmo fez - com a ficha pregada nos pontos de ônibus da zona leste.

Anotem aí: essa é a próxima onda preparada pela campanha de Serra: a Dilma “guerrilheira”. A mídia (“Folha”, “Veja” e “Globo”) ajuda, mas o que vale mesmo é o corpo a corpo – na internet, na boataria que ganha as ruas.

Quando o PT começa a responder um boato, aparece outro. Sempre na defensiva, corre risco real de perder.

A campanha de Dilma demorou a perceber que o perigo – no primeiro turno – não vinha (só) da grande mídia. Mas da boataria conservadora, disseminada pelas igrejas.

A bala de prata não era uma só. Eram várias. E seguem fazendo efeito.

Se, em vez de consultar só pesquisas qualitativas e marqueteiros, a campanha do PT prestase atenção ao que está nos blogs, aqui na internet, teria reagido antes. Escrevi durante 3 semanas sobre a boataria religiosa. Dilma só reagiu a 3 dias da eleição.

Agora, apresentamos aqui as fichas nos postes da periferia. É terrorismo completo.

Quando a “Folha” fez o que fez (e isso depois de ter chamado ditadura de “ditabranda”), a Dilma reagiu – mas de forma moderada. Tinha que ter procesado o jornal e se recusado a receber a “Folha” em qualquer outro evento. Não o fez.

Não se brinca com a direita.

Há uma campanha muito bem montada para entregar o Brasil à direita. Campanha com um pé no Vaticano e outro nos EUA. A ela aderiu Serra – o sujeito que militou na esquerda na juventude.

A biografia de Serra pode-se resumir assim: da AP à TFP.

Mas a Dilma quer fazer campanha boazinha na TV. Devia é mostrar que a direita paulista – que domina a campanha de Serra – não gosta de nordestino. Tinha que mostrar isso na TV. E espalhar pela internet. Até porque é a pura verdade.

Do outro lado, está a maior máquina conservadora desde o golpe de 64.

Se Serra ganhar, com essa coalizão que está ao lado dele, teremos terra arrasada e um clima de conflagração no Brasil.

.

Dilma, desmascare sem dó o Serra

Reproduzo artigo de Paulo Henrique Amorim, publicado no blog Conversa Afiada:

O programa do Serra no horário eleitoral deste sábado terminou com uma senhora paulistíssima, com jeitão de “amiga” da D. Ruth, a folhear um jornal e insinuar que a Dilma é responsável por tudo o que se atribui à Erenice.

A “amiga” da D. Ruth, portanto, substituiu a denúncia do aborto do programa da manhã.

Das duas, uma.

Ou as pesquisas de qualidade mostraram que o aborto era um tiro no pé.

Ou ele considera que o mal à Dilma já está feito.

Ele fixou a imagem de santarrão e, ela, de criminosa, cúmplice das aborteiras mais inescrupulosas.

O PiG desta manhã de domingo – tanto a Folha quanto o Estadão – anunciam que, nos debates, ele será o “Serrinha é do bem”.

Será o Serrinha santarrão, Tartufo, nas entradas ao vivo no horário eleitoral.

Mas, na hora de o trator passar por cima da cabeça da mãe, o Serra estará em off: virá no fim do horário eleitoral, colado ao programa da Dilma, ou, rotineiramente, o PiG usará o trator por ele.

O PiG se dedica, por ele mesmo, a desconstruir a Dilma.

E a Veja a procurar companheiras de cela da Dilma.

O Conversa Afiada diz isso porque recebeu a informação de que a Veja procurou uma companheira da Dilma de cela.

Só que ela mandou a Veja procurar a Dilma.

Na Veja que está nas bancas, vê-se que ela foi atrás de uma companheira da Dilma, a Tupamara.

Mas deu com os burros n’água, porque o desmentido à reportagem saiu antes de a Veja chegar às bancas.

Mas, a Veja ainda achará o torturador da Dilma, como a Folha achou que o homem trabalhava para os órgãos de repressão e fazia a campana da Dilma.

É uma divisão de trabalho.

O PiG faz o trabalho sujo e o Serra faz o trabalho limpo.

Essa estratégia é a de quem está numa situação de vida ou morte.

Serra dá as últimas braçadas de um afogado.

Ele fará qualquer coisa!

Ele não tem escrúpulos!

No dia 1º. de novembro ele vai ser líder de um partido minoritário, que definha a cada eleição: a UDN de São Paulo.

Ele tem que passar o trator agora.

E a Dilma tem que tirar as luvas.

Tem que responder aos ataques.

A campanha “economicista” já colou.

O Lula pendurou o FHC no pescoço do Serra.

Só que a guerra mudou de trincheira.

Foi para o aborto e a Erenice.

Para a destruição de caráter.

E o Serra, aí, é impune.

Ele pode fazer qualquer coisa, porque o PiG lhe dá refugio, o protege.

Uma primeira providência da Dilma seria, por exemplo, afastar as vozes do Bom Senso, os Moderados e Bem-Pensantes.

O Palocci, por exemplo, que quer ganhar a eleição e continuar a escrever para o Globo.

Ganhar sem sujar as mãos.

O Cardozo, por exemplo.

Ele quer ganhar a eleição sem brigar com ninguém, ir para o Supremo com o apoio do PiG, e ser convidado para jantar com o Daniel Dantas.

Esse é o pessoal “bonzinho” da Dilma.

Que faz qualquer negócio para sair nas paginas amarelas da Veja, dar uma entrevista à urubóloga Miriam Leitão na GloboNews.

Tem que fazer como a Marilena Chauí: não falar mais com o PiG.

Não fosse o precedente do Golpe do Ali Kamel em 2006, seria até uma boa ideia não ir ao debate da Globo.

O único púlpito da Dilma é o horário eleitoral.

E, nele, a Dilma tem que desmascarar o Serra, como recomendam o Mino e o Mauricio Dias na CartaCapital que está nas bancas.

Sobre Valores, e Ética, por exemplo.

Basta pedir à Monica Bérgamo para contar a história do filho que o Fernando Henrique – que bom pai! – levou quinze anos para reconhecer.

Sobre o aborto.

Ir ao site “Amigos do Presidente Lula” e mostrar que o Serra foi o único Ministro da Saúde que assinou portaria para realizar a aborto no âmbito do SUS.

Sobre “eu não mudo de idéia”, sou “coerente”.

Ir ao Conversa Afiada e exibir no horário eleitoral o vídeo em que ele diz ao Boris Casoy que cumprirá o mandato de prefeito e, se não cumprir, que ninguém nunca mais vote nele.

Pegar no Conversa Afiada o documento com o timbre da Folha em que ele diz que vai cumprir o mandato de prefeito até o fim.

A Dilma quebrou o sigilo da filha do Serra, coitadinha.

É só mostrar a reportagem do Leandro Fortes na CartaCapital: a filha do Serra e a irmã do Dantas quebraram 30 milhões de sigilos, numa empresinha que elas tinham.

Por falar nisso, Dilma.

Sem que o Cardozo e o Palocci saibam, detona a filha do Serra e a irmã do Dantas.

Exiba o documento do Governo da Florida que registra a empresa delas em Miami (em Miami!, Dilma, onde se localiza a maior lavanderia do mundo, depois do Banestado).

Quem trouxe a família para a campanha foi ele.

A mulher dele, tão simpática, especialmente de óculos de moldura vermelha.

Foi ela quem disse na Baixada Fluminense que você matava criancinhas.

Sobre a “democracia” e a defesa intransigente da “liberdade de imprensa”, mostre como ele agride jornalistas, especialmente jornalistas mulheres.

Como o Serra agasalhou um terreno que a Globo invadia há onze anos e transformou numa escola técnica para formar quadros para a Globo.

(O Palocci vai ficar nervosíssimo se você fizer isso!)

Reproduza o diálogo dele com o Heródoto Barbero, no Roda Morta, da TV Cultura, sobre pedágio.

E conte que, por causa disso, o Heródoto foi devidamente defenestrado.

Mostre os documentos que a Namaria publicou sobre as assinaturas da Veja, da Folha e do Estadão que ele comprou com o dinheiro do povo de São Paulo para distribuir às escolas.

Essa é a “imprensa livre” dele.

Serra vendeu o Brasil.

Contratar alguém com a voz grave do Celso Freitas e ler, um por um, o nome das empresas que ele vendeu com o FHC.

Ao lado, o logo da empresa.

Uma por uma.

E a frase do Delfim: eles venderam tudo e aumentaram a divida.

Qualquer dona de casa entende isso.

Sobre o “me formei” economista, que ele diz no programa dele.

Cadê o diploma dele, Dilma?

Faça o que a Dra. Cureau não fez: exija o diploma dele.

No Brasil, ele não pode dizer à Justiça Eleitoral – mostre a foto – que é economista, porque ele não tem diploma válido em território nacional.

Ele mente, Dilma.

Mostre o decreto dos genéricos.

Foi o Ministro da Saúde Jamil Haddad quem assinou e, não ele, que se atribui o titulo de “melhor Ministro da Saúde”.

(Quem disse isso foi o amigão dele, o Ministro serrista Nelson Jobim, o da babá eletrônica para agradar o Gilmar Dantas).

Melhor Ministro da Saúde, quem?

Não foi na gestão dele que compraram ambulâncias super-faturadas?

Cadê o Barjas Negri, Dilma?

O Abel, coitado, morreu, mas o Negri poderia dar um depoimento sobre as ambulâncias…

Peça àquele mesmo locutor para ler os votos do Serra contra o trabalhador na Constituinte.

Só votou contra o trabalhador.

O Conversa Afiada já publicou isso e o Artur Henrique da CUT sabe onde achar.

Vá atrás do passado dele.

Que história é essa de aparecer numa foto ao lado do Jango?

Ele fugiu, Dilma.

E diz em off: eu enfrentei os militares e a Dilma, cadê a Dilma?

Diga que enquanto ele fugia você era torturada.

Dilma, como é que um presidente da UNE – que comia criancinhas – vai ao comício do grande comedor de criancinhas – o Jango -, foge para o Chile do comededor de criancinhas, o Salvador Allende, casa com uma Allende, e depois, aparece nos Estados Unidos para “dar aula”?

Que história é essa?

Pergunta ao Gabeira se ele pode entrar nos Estados Unidos.

Por que o Serra entrou e ficou lá numa nice?

Vamos falar da Erenice, Dilma.

Fala do Engavetador Geral da Republica.

Do projeto Sivam.

Da pasta rosa.

Da compra da re-eleição.

Da privataria, como diz o Elio Gaspari.

Mostra aquele exemplar da CartaCapital que transcreve os diálogos do Fernando Henrique com o André Lara Resende: “vamos usar a bomba atômica”.

Do Mendonção com o Ricardo Sérgio de Oliveira: “isso vai dar m …”.

Aquele momento Péricles de Atenas do Governo FHC.

Mostra aquelas fotos do Serra com o martelo dos leilões da privatização, a beijar a Helena de Tróia.

Pede ao Nassif para resumir o livro dele “Cabeças de Planilha”.

Ele conta como o FHC fixou o Real na entrada do Plano, e beneficiou o André e os clientes dele.

(O André jamais processou o Nassif.)

Pede ao Malan para contar que o Serra boicotou o Plano Real e tentou derrubar o Malan.

Dilma, você já percebeu – está no Estadão de hoje, na página 2 – que o Malan defende o FHC, mas não apóia o Serra?

Por que será, hein?

Vamos falar do Ricardo Sergio, Dilma?

Ele foi o chefe da campanha do FHC e do Serra.

Pergunta ao Benjamin Steinbruch quem é o Ricardo Sergio.

Pergunta à família do Antonio Ermírio de Moraes.

E o Preciado?

Lembra do Preciado?

Aquele da privatização do Banespa e da Ilha do Urubu, que o Emiliano José e o Leandro Fortes descreveram tão bem.

Quem entende muito de Preciado é o Fernando Rodrigues, da Folha.

É só mandar buscar as reportagens dele, quando o rabo da Folha ainda não estava preso.

O Amaury Ribeiro preferiu esperar as eleições para lançar o livro dele.

Mas, o Conversa Afiada já divulgou o prefacio do livro do Amaury, o que provocou um “alopramento” generalizado na campanha do Serra.

Ali há informações preciosas (sem trocadilho).

Dilma como é que um homem público, que passou a vida toda com salário de parlamentar, governador e “professor” comprou aquela casinha em que vive?

A casa é dele, Dilma?

Está no Imposto de Renda? Por quanto?

Se ele vier de “mensalão”, devolva com “mensalão tucano de Minas”, Eduardo Azeredo e o “valerioduto” cheio de dinheiro do Dantas (o Palocci e o Cardozo não podem ouvir falar nisso).

Dilma, você já ouviu falar no Flavio Bierrembach?

O Flavio é um homem honrado.

Ele era candidato a deputado com o Serra e acusou o Serra de ladrão.

O Serra foi para cima dele.

Por azar, a ação caiu na mão do Juiz Walter Maierovitch.

Maierovitch chamou o Bierrembach às falas: que historia é essa de chamar alguém de ladrão, sem provas?

O Bierrembach pediu “exceção da verdade” – ou seja, quero provar o que digo.

Maierovitch imediatamente deu ao Bierrembach o direito de provar o que dizia.

Dilma, sabe o que o Serra fez?

Engavetou a ação.

Chama o Bierrembach para contar essa história.

Chama o Maierovitch – e só ligar para a Mara, secretária do Mino, na CartaCapital, que a Mara acha o Maierovitch rapidinho.

E põe uma claquete assim: “O Serra não deixou a Justiça provar que ele não é ladrão”.

Querer ganhar eleição do Serra com o IBGE não basta.

Ele faz e diz qualquer coisa!

Dilma, e o telefonema do Serra para o Gilmar Dantas?

Mostra aquela foto dele no auditório e o voto do Gilmar no dia seguinte.

Esses dois, Dilma, fazem qualquer coisa.

E trate de ganhar a eleição com bastante folga.

Porque essa urna eletrônica sem o papelzinho do Brizola é um convite à fraude.

E se for para o tapetão, o Marco Aurélio de Mello está lá e o Gilmar fica na reserva.

Um perigo!

Sobre o massacre do PiG contra a Petrobrás, para impedir que você use a Petrobrás na campanha.

Dilma, você conhece a história do John Kerry?

O John Kerry combateu no Vietnã e foi condecorado três vezes.

Ele tem a “Purple Heart”, a medalha de que os americanos mais se orgulham.

Ele dirigia missões de destreza e rapidez, nuns barquinhos, os Swifts, com poucos companheiros a bordo.

Uma espécie de SWAT.

Em diferentes ações, Kerry foi ferido, matou um vietcong que o tinha atacado e salvou a vida de subordinados.

Ele foi candidato à Presidência contra o Bush, na segunda vez.

Bush fazia nos debates o “Bushinho paz e amor”.

Bush era “do bem”.

Como “Serra é do bem”.

Mas, por trás, veio o trator – cheio de grana.

Criou-se um grupo auto-intitulado de “Veteranos dos Swift em Busca da Verdade”.

Eles produziram um documentário – com dinheiro de quem, Dilma? – para demonstrar que Kerry não podia ser presidente.

Porque ele mentiu sobre o seu papel no Vietnã.

Que ele não merecia nenhuma daquelas medalhas.

Era um líder inepto.

E, no fundo, no fundo, um covarde.

Os “amigos do presidente Serra” compraram horário nas televisões do interior para exibir o documentário.

(Lá não tem horário eleitoral gratuito.)

Como Kerry tinha dito, ao sentar praça, que era contra a Guerra do Vietnã, ele foi estigmatizado pelos “Veteranos dos Swift”: um Traidor da Pátria, um Vendilhão da Pátria.

Veja bem, Dilma, três medalhas por bravura!

E passou a campanha sem poder invocar seu passado heróico.

O Serra é assim também: capaz de tudo.

O bye-bye Serra forever não se dará mais com a Economia.

Não basta pendurar o FHC no pescoço do Serra.

O Serra levou o jogo para o campo dele – a vala negra.

O da calhordice, como diz o Ciro, um especialista na alma do Serra.

Neste momento, essa história de não “baixar o nível” só funcionaria em eleição para Madre Superiora.

.

Declaração de voto de eleitor do Serra

Reproduzo um texto irônico publicado no blog do jornalista Luis Nassif:

Desculpem amigos, vou votar no Serra. “Cansei… Basta”! Vou votar no Serra, do PSDB.

Cansei de ir ao supermercado e encontrá-lo cheio. O alimento está barato demais. O salário dos pobres aumentou, e qualquer um agora se mete a comprar, carne, queijo, presunto, hambúrguer e iogurte.

Cansei dos bares e restaurantes lotados nos fins de semana. Se sobra algum, a gentalha toda vai para a noite. Cansei dessa demagogia.

Cansei de ir em Shopping e ver a pobreza comprando e desfilando com seus celulares.

O governo reduziu os impostos para os computadores. A Internet virou coisa de qualquer um. Pode? Até o filho da manicure, pedreiro, catador de papel, agora navega…

Cansei dos estacionamentos sem vaga. Com essa coisa de juro a juro baixo, todo mundo tem carro, até a minha empregada. ”É uma vergonha!“, como dizia o Boris Casoy. Com o Serra os congestionamentos vão acabar, porque como em S.Paulo, vai instalar postos de pedágio nas estradas brasileiras a cada 35 km e cobrar caro.

Cansei da moda banalizada. Agora, qualquer um pode botar uma confecção. Tem até crédito oferecido pelo governo. O que era exclusivo da Oscar Freire, agora, se vende até no camelô da 25 de Março e no Braz.

Vergonha, vergonha, vergonha…

Cansei de ir em banco e ver aquela fila de idosos no Caixa Preferencial, todos trabalhando de office-boys.

Cansei dessa coisa de biodiesel, de agricultura familiar. O caseiro do meu sítio agora virou “empreendedor” no Nordeste. Pode? Cansei dessa coisa assistencialista de Bolsa Família. Esse dinheiro poderia ser utilizado para abater a dívida dos empresários de comunicação (Globo, SBT, Band, RedeTV, CNT, Fôlha SP, Estadão, etc.). A coitada da “Veja” passando dificuldade e esse governo alimentando gabiru em Pernambuco. É o fim do mundo.

Cansei dessa história de PROUNI, que botou esses tipinhos, sem berço, na universidade. Até índio, agora, vira médico e advogado. É um desrespeito… Meus filhos, que foram bem criados, precisam conviver e competir com essa raça.

Cansei dessa história de Luz para Todos. Os capiaus, agora, vão assistir TV até tarde. E, lógico, vão acordar ao meio-dia. Quem vai cuidar da lavoura do Brasil? Diga aí, seu Lula…

Cansei dessa história de facilitar a construção e a compra da casa própria (73% da população, hoje, tem casa própria, segundo pesquisas recentes do IBGE). E os coitados que vivem de cobrar aluguéis? O que será deles?

Cansei dessa palhaçada da desvalorização do dólar. Agora, qualquer um tem MP3, celular e câmera digital. Qualquer umazinha, aqui do prédio, vai passar férias no exterior. É o fim…

Vou votar no Serra. Cansei, vou votar no Serra, porque quero de volta as emoções fortes do governo de FHC, quero investir no dólar em disparada e aproveitar a inflação. Investir em ações de estatais quase de graça e vender com altos lucros.

Chega dessa baboseria politicamente correta, dessa hipocrisia de cooperação. O motor da vida é a disputa, o risco… Quem pode, pode, quem não pode, se sacode. Tenho culpa eu, se meu pai era mais esperto que os outros para ganhar dinheiro comprando ações de estatais quase de graça? Eles que vão trabalhar, vagabundos, porque no capitalismo vence quem tem mais competência. É o único jeito de organizar a sociedade, de mostrar quem é superior e quem é inferior.

Eu ia anular, mas cansei. Basta! Vou votar no Serra. Quero ver essa gentalha no lugar que lhe é devido. “Quero minha felicidade de volta.” Estou com muito medo. Chega! Assim está Dilmais.

.

O aborto da "revista" Veja




Reproduzo artigo de André Lux, publicado no blog "Tudo em cima":

Que a revista Veja não passa de um panfleto da extrema direita tupiniquim, atualmente a serviço da campanha de José Serra, ninguém tem mais dúvida. Por isso não vou chover no molhado. Com o advento da internet e o surgimento da blogosfera progressista, as mentiras, os factóides e a hipocrisia de Veja passaram a ser desmascaradas em questão de dias, depois horas e agora... minutos!

A galera do twitter estava de olho esperando o que o pasquim dos Civita ia aprontar contra Dilma e... bingo: aborto! O objetivo é claro, mostrar que Dilma é "do mal", a favor de "matar criancinhas", além de mentirosa e incoerente.

Mas é mais um tiro no pé. Bastou Veja divulgar a capa "bombástica" que alguém pesquisou e achou outra capa da mesma revista, de setembro de 1997, que trazia uma matéria séria sobre o tema, amplamente favorável à liberação do aborto, com confissões abertas inclusive feitas por celebridades! Confira:


"Nós fizemos aborto"

Mulheres de três gerações enfrentam a lei, o medo e o preconceito e revelam suas experiências

- Andréa Barros, Angélica Santa Cruz e Neuza Sanches

Elas resolveram falar. Quebrando o muro de silêncio que sempre cercou o aborto, oito dezenas de mulheres procuradas por Veja decidiram contar como aconteceu, quando, por quê. Falaram atrizes, cantoras, intelectuais mas também operárias, domésticas, donas de casa. Falaram de angústia, de culpa, de dor e de solidão. Também falaram de clínicas mal equipadas, de médicos sem escrúpulos, de enfermeiras sem preparo, de maridos e namorados ausentes. A apresentadora Hebe Camargo contou que, quando era uma jovem de 18 anos, ficou grávida do primeiro namorado e foi parar nas mãos de uma curiosa que fez a cirurgia sem anestesia nem cuidado. A atriz Aracy Balabanian, a Cassandra do Sai de Baixo, ficou grávida quando estava chegando aos 40 anos e dando fim a um longo relacionamento. Resolveu fazer o aborto, convencida de que a criança não teria um bom pai nem ela seria capaz de criá-la sozinha. Metalúrgica da Força Sindical, a mineira Nair Goulart, 45 anos, fez dois abortos nos anos 70 por motivos econômicos. Ela e o marido, também operário, ganhavam pouco, viviam num quarto de despejo e não teriam meios de educar nenhum filho.

Quando o Congresso brasileiro debate a regulamentação de uma legislação que autoriza a realização de aborto apenas em caso de estupro e de risco de vida para a mãe como está previsto no Código Penal desde 1940 , a disposição das mulheres que falaram a Veja não é apenas oportuna, mas também corajosa. Embora o 1º Tribunal do Júri de São Paulo, o maior do país, já tenha completado mais de uma década sem condenar nenhuma mulher em função do aborto, a legislação estabelece para esses casos penas que vão de um a três anos de prisão. E a maioria delas não fez aborto pelos motivos previstos em lei, mas porque, cada uma em seu momento, cada uma com sua história pessoal, considerou as circunstâncias e concluiu que interromper a gravidez era uma saída menos dolorosa do que ter um filho que não poderia criar".



A reportagem continua no link da revista. Ah, outra coisa importante: a blogosfera também desencavou uma reportagem da revista TRIP de nº 41, na qual Soninha Francine declarou que já tinha feito aborto e que era favorável à descriminalização.

Detalhe: Soninha, ex-esquerdista e atual neocon renascida, é uma das coordenadoras de campanha de José Serra (PSDB). Ela é cotada para ser Ministra de Serra, se ele vencesse, e atua na campanha sobretudo na internet. E é pela internet, através de emails em massa, que partidários de Serra espalham a campanha de ódio e difamação contra Dilma.

Se não me engano, a denúncia foi feita pelo blog Os Amigos do Presidente Lula, que fez questão de comentar: "Nós não somos como eles, e não vamos apedrejar Soninha. O próprio cristianismo ensina que, quem não tiver pecados, que atire a primeira pedra. Vamos só denunciar essa hipocrisia, essa má-fé, o falso testemunho, e esse uso do nome do Senhor em vão, com fins eleitoreiros, pelos partidários de José Serra."

E agora, José Serra? Será que sua esposinha vai sair por aí gritando aos quatro ventos que a Hebe Camargo e Soninha gostam de "matar criancinhas"? Quem viver, verá...

.