sábado, 13 de outubro de 2012

Lei de Cotas inferniza ACM Neto

Por Altamiro Borges

A presidente Dilma Rousseff assinou nesta quinta-feira (11) o decreto que regulamenta a Lei de Cotas, sancionada no final de agosto. As novas regras serão publicadas na edição de segunda-feira do Diário Oficial da União, segundo informa o Ministério da Educação. A lei representa uma vitória do movimento negro e dos setores progressistas da sociedade que sempre lutaram pela adoção de políticas afirmativas nas universidades. Já para o DEM e outros racistas enrustidos, que bombardearam as cotas, ela representa um duro revés.

Quem deve sentir de imediato o impacto da regulamentação da Lei de Cotas é o demo ACM Neto, candidato à prefeitura de Salvador. No primeiro turno das eleições municipais, o “grampinho” fez de tudo para esconder a posição racista e elitista do seu partido. Ele até tentou se travestir de defensor das cotas. Mas o eleitorado de Salvador, composto na sua maioria por negros, não caiu na conversa do demo. ACM Neto despencou nas pesquisas e agora corre o risco de ser derrotado pelo petista Nelson Pelegrino no segundo turno.

A Lei de Cotas fixa que as universidades públicas e os institutos técnicos federais reservem, no mínimo, 50% das vagas para estudantes que tenham cursado o ensino médio em escolas da rede pública. Dessa porcentagem, metade será destinada a estudantes cuja renda familiar é igual ou inferior a 1,5 salário mínimo. Para a outra parte das vagas serão aplicados também critérios raciais. Estudantes autodeclarados negros, pardos e indígenas terão cotas proporcionais ao número desse grupo de pessoas que vivem no Estado onde está localizada a universidade, com base em dados do último censo do IBGE, não importando a renda per capita do aluno.

O decreto deverá detalhar as regras e o cronograma para a implantação do novo sistema de distribuição de vagas no sistema federal de ensino superior. As universidades e institutos federais terão quatro anos para implantar progressivamente o porcentual de reserva de vagas estabelecido pela lei, mesmo as que já adotam algum tipo de sistema afirmativo na seleção de estudantes. A regulamentação também deverá criar mecanismos para compensar eventuais diferenças entre alunos que ingressaram pelas cotas e os egressos do sistema universal, como aulas de reforço.

2 comentários:

Anônimo disse...

Como o candidato a Prefeito de Salvador pode ter PRECONCEITOS CONTRA OS NEGROs? POIS É O ACM NETO VOTOU CONTRA AS COTAS RACIAIS QUE AUMENTA AS CHANCES DE UM CIDADÃO NEGRO A CHEGAR A UNIVERSIDADE.

Carlos Veloso Leitão de Figueiredo disse...

Em pleno século XXI, O Estado faz um esforço para popularizar (se fosse na Europa ou nos EUA seria Direito social, aqui, chamam maldosamente de populismo), melhorar e qualificar o ensino público, reconhecendo, enfim, sua deficiência histórica.
Também decide de vez, reparar, de fato, as desigualdades na educação superior pública, proporcionando melhores oportunidades para aqueles que até então, viviam a margem do sonho de cursar uma Universidade Federal. Privílegio, apenas, de um pequeno extrato da sociedade. Já era tempo, vários países já haviam implementado essa política há mais de 50 anos. . Estamos, de fato, muito atrasados!!!
Mas nunca é tarde para reparar desigualdades. Afinal, o Poder Público tem como uma de suas principais funções, promover a igualdade entre seu povo. Para isso, necessário se faz, tratar os desiguais de forma desigual.
A divisão das vagas é complexa. Não é somente para negros, conforme a maioria das pessoas ainda pensam. A política aprovada prevê a reserva de 50% delas para as cotas. Metade, ou 25% do total, é distribuída entre negros e índios, de acordo com o perfil étnico de cada região, definido pelo censo do IBGE. Os outros 25% são destinados aos alunos das escolas públicas, sendo 12,5% para os estudantes com renda familiar inferior a 1,5 salário mínimo.
“Esta política permite que o sonho do brasileiro pobre (todos eles, inclusive os negros ) de formar o filho doutor se torne realidade. E o melhor, com uma formação de qualidade que, até pouco tempo, era reservada apenas para os filhos da elite. Além disso, cria uma fé na escola pública. E isso é importantíssimo porque nove em cada dez estudantes do ensino médio estão nas escolas públicas”, afirma Sérgio Custódio, coordenador do Movimento dos Sem Universidade (MSU), criado por professores de cursinhos comunitários e um dos principais articuladores do projeto.