Por Victor Farinelli, na revista Fórum:
É impossível não se assombrar com os tiros no pé que a oposição brasileira dá. Desafiaram a Dilma no quesito que a transformou em figura importante do Governo Lula, um tema que ela domina. Levaram uma resposta duríssima, e não só verbalmente, já que as medidas anunciadas pela presidenta ontem marcarão muito mais a vida dos brasileiros do que mil artigos de jornal, ou reportagens televisivas enganosas, ou todos os blefes enraivecidos dos parlamentares da direita contra o governo atual.
Desde que FHC deixou o governo, com um Brasil em péssima situação social e econômica, a direita resolveu assumir como único problema daquele governo foi a crise energética de 2001/2002, conhecida como Crise do Apagão – e não porque queriam assumir isso, foi por falta de justificativa mesmo -, surgida quando os tecnocratas tucanos calcularam mal as reservas energéticas do país e colocaram a conta do erro em cima do contribuinte, em forma de impostos, cortes de energia forçados, racionamento forçado (quem não economizava energia podia ter a luz cortada) e contas de luz muito mais caras.
Pra quem não lembra, o Apagão do FHC criou cortes de energia programados que chegavam a durar mais de oito horas, o que chegou a gerar caos urbano, alguns saques e outros conflitos sociais. O Brasil precisava consumir 20% de energia do que o normal porque não havia essa capacidade normal, isso afetou as famílias, o comércio, a industria e a agricultura. Houve menos crescimento, e o desemprego que já era assustador ficou ainda mais: variou entre 18% e 25%, numa época em que se falava de fim da Carteira de Trabalho, porque os direitos que ela garantia ao trabalhador dificultavam a criação de milhões de empregos precários que salvariam a economia das grandes empresas e livraria a cara do governo com cifras melhores.
O TCU estimou, em estudo oficial publicado anos depois, que o país perdeu cerca de R$ 45 bilhões com a crise, e o economista Delfim Netto calculou que cada brasileiro teve que pagar, em média R$ 325 (claro que alguns perderam muito mais) pra salvar o país do erro cometido pelo Governo FHC.
O remorso na direita brasileira por esse fracasso sem justificativa é muito maior do que se imagina, e para constatá-lo, basta ver como o termo “apagão” é rapidamente acionado pela oposição e pela imprensa quando tentam encontrar erros do atual governo: é “apagão aéreo”, ”apagão fiscal”, “apagão da Copa”, “apagão” disso e daquilo. Nenhum deles pegou, mas continuam insistindo com o termo.
Talvez a metáfora seja mais adequada para o “apagão de ideias” que existe na oposição brasileira. Enquanto insistir em atacar o governo em suas fortalezas, e revivendo a memória do povo sobre um dos seus fracassos administrativos mais retumbantes, continuará dando um passo pra frente e dois pra trás.
É impossível não se assombrar com os tiros no pé que a oposição brasileira dá. Desafiaram a Dilma no quesito que a transformou em figura importante do Governo Lula, um tema que ela domina. Levaram uma resposta duríssima, e não só verbalmente, já que as medidas anunciadas pela presidenta ontem marcarão muito mais a vida dos brasileiros do que mil artigos de jornal, ou reportagens televisivas enganosas, ou todos os blefes enraivecidos dos parlamentares da direita contra o governo atual.
Desde que FHC deixou o governo, com um Brasil em péssima situação social e econômica, a direita resolveu assumir como único problema daquele governo foi a crise energética de 2001/2002, conhecida como Crise do Apagão – e não porque queriam assumir isso, foi por falta de justificativa mesmo -, surgida quando os tecnocratas tucanos calcularam mal as reservas energéticas do país e colocaram a conta do erro em cima do contribuinte, em forma de impostos, cortes de energia forçados, racionamento forçado (quem não economizava energia podia ter a luz cortada) e contas de luz muito mais caras.
Pra quem não lembra, o Apagão do FHC criou cortes de energia programados que chegavam a durar mais de oito horas, o que chegou a gerar caos urbano, alguns saques e outros conflitos sociais. O Brasil precisava consumir 20% de energia do que o normal porque não havia essa capacidade normal, isso afetou as famílias, o comércio, a industria e a agricultura. Houve menos crescimento, e o desemprego que já era assustador ficou ainda mais: variou entre 18% e 25%, numa época em que se falava de fim da Carteira de Trabalho, porque os direitos que ela garantia ao trabalhador dificultavam a criação de milhões de empregos precários que salvariam a economia das grandes empresas e livraria a cara do governo com cifras melhores.
O TCU estimou, em estudo oficial publicado anos depois, que o país perdeu cerca de R$ 45 bilhões com a crise, e o economista Delfim Netto calculou que cada brasileiro teve que pagar, em média R$ 325 (claro que alguns perderam muito mais) pra salvar o país do erro cometido pelo Governo FHC.
O remorso na direita brasileira por esse fracasso sem justificativa é muito maior do que se imagina, e para constatá-lo, basta ver como o termo “apagão” é rapidamente acionado pela oposição e pela imprensa quando tentam encontrar erros do atual governo: é “apagão aéreo”, ”apagão fiscal”, “apagão da Copa”, “apagão” disso e daquilo. Nenhum deles pegou, mas continuam insistindo com o termo.
Talvez a metáfora seja mais adequada para o “apagão de ideias” que existe na oposição brasileira. Enquanto insistir em atacar o governo em suas fortalezas, e revivendo a memória do povo sobre um dos seus fracassos administrativos mais retumbantes, continuará dando um passo pra frente e dois pra trás.
2 comentários:
As termelétricas foram o remendo de FHC para um sistema elétrico que ele sucateou e privatizou até chegarmos aos apagões. Mas a Presidenta Dilma não pode se vangloriar que esse remendo esteja "dando certo", poluindo, emitindo CO2 e consumindo água para resfriar suas caldeiras. Lamento que ela tenha omitido a questão do clima e não tenha defendido um ousado plano para introduzir mais energias renováveis em nossa matriz. Mais detalhes em http://oquevocefariasesoubesse.blogspot.com/
Muito bom.
Espalhado.
Beijão Eric.
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