segunda-feira, 24 de junho de 2013

Paulo Bernardo se rende à Veja

Por Altamiro Borges

No momento em que a mídia tucana aperta o cerco contra o governo Dilma, tentando surfar na onda dos protestos que agitam o país, o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, deu uma entrevista à asquerosa revista Veja que beira a total rendição. Na famosas "páginas amarelas" deste pasquim golpista, ele criticou a proposta de regulação democrática dos meios de comunicação, deturpando de forma canhestra o que está sendo defendido, e atacou duramente os militantes do seu próprio partido. A entrevista causou revolta entre os petistas e muitos - inclusive alguns dirigentes partidários - já exigem sua imediata exoneração do governo.

Paulo Bernardo explicitou a sua posição contrária à regulação da mídia exatamente quando os movimentos sociais, liderados pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), coletam assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular com este objetivo. A proposta obteve o apoio formal da direção nacional do PT, que conclamou a militância a aderir à campanha, e inclusive já foi assinada pelo ex-ministro da Secretária de Comunicação (Secom) no governo Lula, o jornalista Franklin Martins. Mesmo assim, o atual ministro - um dos fundadores do PT - rechaçou a ideia e desrespeitou a militância petista.

"A militância extrapola e eu posso dizer que está errada, que está falando besteira. Se ela não gosta da capa da revista, da manchete de jornal, quer que eu faça a regulação. Não vai ter regulação para isso", afirmou. Vale lembrar que o projeto de lei de iniciativa popular não propõe qualquer medida contra jornais e revistas. Ele defende o fim do monopólio nas concessões públicas de rádio e tevê e propõe mecanismos de maior diversidade na radiodifusão, garantindo o que já está inscrito na Constituição Federal, mas que nunca foi regulamentado. O ministro sabe disto, mas jogou na confusão para agradar os donos da Veja.  

Não é para menos que Paulo Bernardo foi tratado pela revista como um "daqueles raros e bons petistas que abandonaram o radicalismo no discurso e na prática". Ao ser bajulado pelo principal veículo da oposição golpista no país - não se sabe ainda por quais interesses escusos -, o atual ministro conseguiu a repulsa das forças de esquerda. Num artigo contundente, o jornalista Breno Altman sintetizou bem esta rejeição: 

"A maior expressão de quinta-colunismo no primeiro escalão atende pelo nome de Paulo Bernardo e ocupa o cargo estratégico de ministro das Comunicações. Não bastasse vocalizar o lobby das grandes empresas de telefonia e a pauta dos principais grupos privados de comunicação, resolveu dar entrevista às páginas amarelas da revista 'Veja' desta semana e subscrever causas do principal veículo liberal-fascista do país".

10 comentários:

Ronaldo Souza disse...

Não entendo porque os blogueiros insistem em dizer que Paulo Bernardo fez isso, fez aquilo... Ora, se a Presidente Dilma não quisesse ele não diria nada dessas coisas. Não gosto dele e muito menos da sua mulher, Gleisi Hoffmann, como também do sumido José Cardozo. Não os vejo PT. Mas, um ministro não diz repetidas vezes se não tiver o endosso da presidente. Vamos cobrar dela

An dré Guitar disse...

Sei que não tem nada a ver com o poshttp://www.readability.com/read?url=http%3A//cleubercarlos.blogspot.com.br/2013/06/o-fim-de-lula-e-dilma-escandalo.htmlt, mas Miro vc tem alguma informação sobre isso? Parece ser a nova pauta da direita no momento.

Anônimo disse...

Quem se rendeu à mida golpista foi, primeiramente, o Lula e depois a Dilma que abandonou sua coragem em favor do "amarelamento" lulista.

O Bernardão pode ser sumariamente demitido pela presidente e se não o foi é por que está cumprindo exemplarmente as ordens presidenciais, assim como José Cardoso que ofereceu os préstimos da Polícia Federal para reprimir as manifestações em São Paulo.

Essa história de ministros afinados com a oposição midiática-tucana me faz lembrar a execração pública que Delfim Neto recebia por sua política econômica, enquanto o General Figueiredo, que o nomeou, era estranhamente desculpado.

Ignez disse...

PB e JB são duas cabecinhas nefastas da hidra que devora nossos sonhos de um Brasil mais justo e mais democrático. Será que depois disso ele ainda se manterá como ministro? Não dá pra crer...

Anônimo disse...

Ricardo diz...
Esta foi a Gota d'agua!
Exigimos a imediata demissão deste quinta coluna neoliberal pelego do governo Dilma!
A Regulamentação da Mídia venal e golpista aliada aos interesses imperialistas, é crucial para a democratização das comunicações neste país.
Descaradamente a mídia golpista está manipulando os protestos, evitando mostrar os cartazes que exigem a retomada da agenda progressista, mostrando apenas cenas condenáveis produzidas por neonazistas, playboys burgueses e fascistas da ultradireita, e asseverando neles o caráter de vandalismo para desencorajar as pessoas que ainda não se envolveram nas manifestações e assevera o caráter antipartidário, sua bandeira, para impor sua agenda criminosa.
os movimentos sociais não podem deixar de mostrar isso pra Presidenta!
A Degola tem que começar!

Anônimo disse...

Para demitir Ministro Paulo Bernardo é necessário o beneplácito das Operadoras e similares,não vão aceitar pacificamente a baixa

Jornal Água Verde disse...

Excelente artigo. Publicamos em www.jornalaguaverde.com.br

Anônimo disse...

Concordo com um dos comentaristas: nessa questão, Bernardo=Dilma. Solução: convencer maiorias na sociedade e expressar isso claramente. Aí a presidenta bota a culpa no ministro e demite, a bem da democracia, Bernardo.

Under_Siege@SAGGIO_2 disse...

Direito de Resposta inequivoco e imediato e Democratizacao da Midia deveriam ser os dois motes a mover esta multidao de repetidores da globo.

Anônimo disse...

Exemplo de quem é e que nunca deveria ter sido.
Este insulto só serve de ofensa a ele.
Pena pelo prejuízo moral causado a todos que um dia acharam estar comungando com ele o mesmo pensamento.