quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O propinoduto e a sonegação da Globo

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Por Marco Aurélio Mello, no blog DoLaDoDeLá:

Rodrigo Vianna apareceu esta tarde aqui na redação em que trabalho para fazer uma visita (não trabalhamos mais na mesma). Ele trazia notícias da vida pessoal e também questionamentos sobre os novos e tortuosos caminhos da grande imprensa.

Rodrigo observou com propriedade que a Globo mudou o tom da cobertura em relação à Dilma e, principalmente, em relação ao escândalo que envolve trens da CPTM, Metrôs, PSDB e várias multinacionais, entre elas, a já manjada Alston e, agora, a gigante alemã Siemens, esta última já condenada naquele país, depois de admitir ter gasto mais de R$ 24 milhões de reais em propinas a funcionários públicos no Brasil, com o auxílio de empresas off shore.

O colega e repórter Gerson de Souza, presente à conversa, disse com razão que o Estadão estava na pista certa, a dos irmãos Arthur e Sérgio Teixeira. Eles seriam os testas-de-ferro a irrigar o caixa 2 dos candidatos tucanos. Um está morto e o outro está em viagem, segundo apurou o jornal.

Mas o fato da grande imprensa em peso ter decidido dar ampla cobertura ao caso, parece ir além. Claro que a notícia ganhou impulso, graças ao ativismo de internautas e do jornalismo alternativo, mas suspeitamos também que por trás desta guinada estejam questões que transcendem a política local.

Rodrigo reparou que a cobertura da recente viagem da presidente Dilma a São Paulo, quando liberou recursos para obras de mobilidade urbana e projetos sociais, teve uma cobertura quase chapa-branca do telejornal local da TV Globo. Foram três minutos no SPTV segunda edição, o que é um enorme naco daquele noticiário curtíssimo.

Como todos sabemos que a emissora carioca e suas ramificações estão sobre pesada investigação off road pode-se presumir (por que não?) que há cheiro de pizza no ar. Explico: Suponhamos que um lado seja o poder de direito e outro o de fato; e que o segundo está abalado. Nada mais previsível do que uma aproximação na base do: eu te promovo e você me protege.

Precisamos ficar atentos aos próximos capítulos. Serão reveladores do quanto nossa grande imprensa está disposta a "mudar de lado", caso nossos políticos - em luta permanente pela sobrevivência - decidam colaborar. Jornal é como salsicha. Quando conhecemos como é feito paramos de consumir. Eleitores, decifra-nos, ou devoramo-los.

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