sábado, 5 de outubro de 2013

Bancos provocam; a greve continua!

Por Altamiro Borges

Num gesto típico de provocação, os bilionários banqueiros apresentaram nesta sexta-feira (4) uma contraproposta de menos de 1% de aumento real para os 450 mil assalariados do setor. A merreca foi rejeitada imediatamente pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que orientou os 143 sindicatos filiados no país a manterem e intensificarem a greve – que já é a maior e a mais longa da história recente dos bancários. Para Carlos Cordeiro, presidente da entidade, os bancos têm condições de oferecer mais à categoria.

“Estamos rejeitando a proposta, pois ela não contempla as principais reivindicações da categoria, não só as econômicas, mas também as sociais", explica o líder sindical. Os bancários em greve desde o dia 19 de setembro exigem 11,93% de reajuste salarial (5% de aumento real), aumento do valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), além de melhorias nas condições de trabalho. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) vinha se recusando a negociar com a categoria, mas os efeitos da greve – apesar da automação bancária – começaram a se manifestar.

Nesta semana, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) encaminhou ofício à entidade dos banqueiros solicitando medidas urgentes para encerrar a paralisação. Ela argumentou que a greve já resultou em perdas de até 30% nas vendas em várias regiões do país – principalmente no Norte e Nordeste, onde o uso do dinheiro no varejo é mais comum. O ofício pedindo rápida solução para o impasse também foi encaminhado para a Casa Civil e o Banco Central. A CNDL representa oito federações estaduais, que agrupam 350 mil lojistas.

"O consumidor de cidades de menor porte ainda tem a cultura de fazer a compensação de cheques e sacar no banco para fazer compras. Com as agências fechadas, ele também atrasa o pagamento de contas e boletas, o que prejudica o comércio", explica Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL. Já o economista Marcelo Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo, afirma que apesar da automação bancária sete em cada dez brasileiros ainda usam dinheiro para pagar as contas. Os dados são de uma pesquisa do Banco Central realizada em 2010.

Segundo balanço da Contraf, na sexta-feira a greve atingiu 11.406 das 21 mil agências bancárias do país. "Os bancos lucraram R$ 59 bilhões de junho de 2012 a junho deste ano, de acordo com os dados do BC. Há espaço para conceder aumento real de salários. A proposta apresentada pela Fenaban é ridícula", conclui Carlos Cordeiro. Ele informa que na próxima semana novas medidas serão tomadas para intensificar a paralisação e pressionar os gananciosos banqueiros.

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1 comentários:

Anônimo disse...

Sou estagiário no Banco o Brasil no RS. A grande maioria dos funcionários não faz greve porque os gerentes são contra, e fazem chantagem dizendo que se eles aderirem a greve não serão promovidos nunca. Já ouvi falar das barbaridades que o Santander faz com seus funcionários (inclusive demissões) e mesmo assim eles aderiram mais a essa greve do que os bancários do BB.