Foto: Ismael Francisco/ Cubadebate |
No discurso de abertura da segunda cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos), nesta terça-feira (28/01) em Havana, o presidente cubano Raúl Castro afirmou que a agenda do continente deve ser pautada pela erradicação da pobreza, universalização do acesso à educação de qualidade, e estabelecimento de uma zona de paz alheia à intervenção externa.
Ele também pediu um minuto de silêncio ao ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, que morreu em março de 2013. Raul, que exerce, em nome de Cuba, a presidência temporária do bloco, afirmou que a Celac tem avançado e ganhado reconhecimento internacional como representante legítimo dos interesses da América Latina e do Caribe. "A Celac não é uma sucessão de meras reuniões nem de coincidências pragmáticas, mas sim uma visão comum da Pátria Grande Latino-americana", destacou.
Ao longo do seu discurso inaugural, Raúl ressaltou o compromisso com a melhoria dos indicadores sociais do continente. Em particular, ele deu grande importância à universalização do acesso gratuito à educação de qualidade — especialmente a universitária, a mais deficitária, segundo ele. "Nada do que estamos propondo será possível sem povos educados e cultos", disse.
Para o presidente cubano, é essencial para garantir melhores condições sociais assegurar que o continente se afirme como uma "zona de paz", em que as diferenças entre os países sejam sempre resolvidas "por nós mesmos", em meio a vias pacíficas ou de negociação. "A paz e o desenvolvimento são interdependentes e indissolúveis. Não há um sem o outro", declarou.
Raúl também foi taxativo quanto à presença no bloco de Porto Rico — território não incorporado aos EUA e que não faz parte da Celac. Citando a poetisa porto-riquenha Lola Rodríguez de Tió, afirmou: "Cuba e Porto Rico são de um pássaro as duas asas". Para Raúl, a Celac não estará completa sem a presença de Porto Rico, "uma nação irmã genuinamente latino-americana e caribenha, que padece de uma situação colonial".
O líder cubano manifestou ainda a "grande preocupação" do grupo em relação às técnicas invasivas de espionagem em massa praticadas pelos Estados Unidos. Para Raúl, o caminho ideal para lidar com a questão é a cooperação de todos os países do bloco no sentido de "evitar que o ciberespaço se transforme em um teatro de operações militares".
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