Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
A cultura judaica já produziu bons comediantes. Alguns associam o humor a reflexões existenciais, sendo capazes de rir de si próprios - como Woody Allen.
O porta-voz do Estado israelense parece ser herdeiro de um outro tipo de humor. Em vez de rir de si próprio, prefere transformar em piada o assassinato de milhares de mulheres e crianças palestinas na faixa de Gaza.
A nota do governo brasileiro, que condenou de forma veemente o ataque brutal a Gaza e apontou o uso “desproporcional” da força por parte do governo israelense, fez com que o porta-voz Yigal Palmor manifestasse toda sua veia humorística: “desproporcional é perder de 7 a 1″, disse.
Israel já havia chamado o Brasil de “anão diplomático” e “politicamente irrelevante”, recebendo a justa resposta de Marco Aurélio Garcia (que você pode ler aqui, na íntegra):
“É evidente que o governo brasileiro não busca a “relevância” que a chancelaria israelense tem ganhado nos últimos anos. Menos ainda a “relevância” militar que está sendo exibida vis-à-vis populações indefesas. Como temos posições claras sobre a situação do Oriente Médio - reconhecimento do direito de Israel e Palestina a viverem em paz e segurança - temos sido igualmente claros na condenação de toda ação terrorista, parta ela de grupos fundamentalistas ou de organizações estatais.”
Freud (assim como Marx e Darwin, outros gênios que ajudaram a Humanidade a compreender melhor sua aventura – e suas desventuras – nesse Planeta) era judeu. Freud foi pioneiro em apontar atos falhos e piadas ditas assim, de forma “impensada”, como indicadores do que anda pelo inconsciente das pessoas. Quem tiver curiosidade sobre o tema pode consultar “Os chistes e sua relação com o inconsciente”, um clássico publicado pela primeira vez em 1905 (Freud, diga-se de passagem, não era entusiasta do projeto de um Estado judeu, que àquela época começava a ganhar apoio na Viena onde vivia).
Ao comparar a morte de milhares de inocentes em Gaza com a goleada sofrida pelo Brasil na Copa, o lamentável porta-voz faz o mundo compreender: para o Estado de Israel, a guerra é um jogo. É isso o que o senhor Yigal Palmor deixou escapar. Fez uma piada e com ela revelou-se ao mundo. Ótimo!
O porta-voz aplicou uma goleada mental em si mesmo. E fez Israel levar uma outra surra na batalha de comunicação.
No cálculo do número de mortos, claro, não há dúvida de que os palestinos estão perdendo de goleada. Mas isso não é um jogo. É uma tragédia humanitária e política – tão grave quanto os “pogroms” contra judeus no século XIX, ou o apartheid sul-africano no século XX.
Aos olhos do mundo, é Israel quem se transforma em anão. Um anão moral. E que tem entre seus altos funcionários, além de tudo, péssimos humoristas.
Isolado, acostumado a ser o amigo preferido do menino fortão da rua (EUA), o Estado de Israel vê sua imagem se desmanchar perante o mundo.
No Brasil, setores da imprensa e jornalistas/apresentadores/comentaristas que costumam se reunir às escondidas com representantes da diplomacia dos Estados Unidos, alinham-se agora com os piadistas israelenses. Também são anões. Usam globos, cbns e outras concessões públicas para defender um estado fora-da-lei, o Estado de Israel.
Pode demorar um ano, cinco anos, cinco décadas. Mas os anões fora-da-lei serão derrotados. No Brasil e no Oriente Médio.
A cultura judaica já produziu bons comediantes. Alguns associam o humor a reflexões existenciais, sendo capazes de rir de si próprios - como Woody Allen.
O porta-voz do Estado israelense parece ser herdeiro de um outro tipo de humor. Em vez de rir de si próprio, prefere transformar em piada o assassinato de milhares de mulheres e crianças palestinas na faixa de Gaza.
A nota do governo brasileiro, que condenou de forma veemente o ataque brutal a Gaza e apontou o uso “desproporcional” da força por parte do governo israelense, fez com que o porta-voz Yigal Palmor manifestasse toda sua veia humorística: “desproporcional é perder de 7 a 1″, disse.
Israel já havia chamado o Brasil de “anão diplomático” e “politicamente irrelevante”, recebendo a justa resposta de Marco Aurélio Garcia (que você pode ler aqui, na íntegra):
“É evidente que o governo brasileiro não busca a “relevância” que a chancelaria israelense tem ganhado nos últimos anos. Menos ainda a “relevância” militar que está sendo exibida vis-à-vis populações indefesas. Como temos posições claras sobre a situação do Oriente Médio - reconhecimento do direito de Israel e Palestina a viverem em paz e segurança - temos sido igualmente claros na condenação de toda ação terrorista, parta ela de grupos fundamentalistas ou de organizações estatais.”
Freud (assim como Marx e Darwin, outros gênios que ajudaram a Humanidade a compreender melhor sua aventura – e suas desventuras – nesse Planeta) era judeu. Freud foi pioneiro em apontar atos falhos e piadas ditas assim, de forma “impensada”, como indicadores do que anda pelo inconsciente das pessoas. Quem tiver curiosidade sobre o tema pode consultar “Os chistes e sua relação com o inconsciente”, um clássico publicado pela primeira vez em 1905 (Freud, diga-se de passagem, não era entusiasta do projeto de um Estado judeu, que àquela época começava a ganhar apoio na Viena onde vivia).
Ao comparar a morte de milhares de inocentes em Gaza com a goleada sofrida pelo Brasil na Copa, o lamentável porta-voz faz o mundo compreender: para o Estado de Israel, a guerra é um jogo. É isso o que o senhor Yigal Palmor deixou escapar. Fez uma piada e com ela revelou-se ao mundo. Ótimo!
O porta-voz aplicou uma goleada mental em si mesmo. E fez Israel levar uma outra surra na batalha de comunicação.
No cálculo do número de mortos, claro, não há dúvida de que os palestinos estão perdendo de goleada. Mas isso não é um jogo. É uma tragédia humanitária e política – tão grave quanto os “pogroms” contra judeus no século XIX, ou o apartheid sul-africano no século XX.
Aos olhos do mundo, é Israel quem se transforma em anão. Um anão moral. E que tem entre seus altos funcionários, além de tudo, péssimos humoristas.
Isolado, acostumado a ser o amigo preferido do menino fortão da rua (EUA), o Estado de Israel vê sua imagem se desmanchar perante o mundo.
No Brasil, setores da imprensa e jornalistas/apresentadores/comentaristas que costumam se reunir às escondidas com representantes da diplomacia dos Estados Unidos, alinham-se agora com os piadistas israelenses. Também são anões. Usam globos, cbns e outras concessões públicas para defender um estado fora-da-lei, o Estado de Israel.
Pode demorar um ano, cinco anos, cinco décadas. Mas os anões fora-da-lei serão derrotados. No Brasil e no Oriente Médio.
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