Por Renato Rovai, em seu blog:
Quem conhece um pouco mais do estilo Marina Silva sabe que ela não admitirá que se trate de qualquer coisa que não seja a dor da perda de Eduardo Campos nos próximos dias. A tendência é que a ex-senadora participe das despedidas de Campos e se recolha. O tempo de Marina não será o tempo da política tradicional.
O PSB tem legalmente até 10 dias para escolher o nome do substituto de Campos à disputa presidencial, mas o horário eleitoral começa já no dia 20. A possibilidade é de que o primeiro programa seja dedicado à memória de Campos, mas depois o jogo tem que ser jogado.
Quem conhece um pouco do estilo Marina também sabe que ela pode simplesmente não aceitar a tarefa de substituí-lo. Primeiro, por saber que terá muitos problemas na relação com o PSB (muito mais do que teve com o PV) e segundo porque não gostaria de se sentir usurpando da vaga de alguém que passou a ser amiga.
Pessoas próximas a Marina dizem que a relação dela com Campos era muito afetiva. Ela passou a tê-lo de fato como um amigo.
Há, porém, outras questões que podem tirá-la da sucessão. Na coligação formada para apoiar Campos, certamente já há gente cogitando desembarcar do projeto por conta do falecimento dele. Como vice, Marina passava. Como candidata a presidente, não.
Evidente que as chances de Marina vir a ser ungida candidata na vaga de Campos são imensas. Até porque suas chances de vitória seriam grandes. Mas não se trata de favas contadas. O PSB é um partido mais complicado do que parece, com gente muito próxima ao PSDB por um lado. E gente de fato de esquerda do outro. Os de esquerda não teriam dificuldade em caminhar com a Marina. Mas os quase-tucanos, não a engolem.
Na votação do Código Florestal, por exemplo, lembrada ontem na entrevista ao Jornal Nacional, a ampla maioria dos parlamentares do partido votaram contra as posições históricas e públicas de Marina.
Nos próximos dois ou três dias o assunto da substituição de Campos será tratada de forma comedida em público, mas nos bastidores políticos desde já só se fala nisso. E o que se passa na cabeça de Marina passa a ser a pauta da vez.
PS: Este blogue quer dizer em alto e bom som que sente nojo de certas piadas e teorias da conspiração que estão circulando na rede. Os familiares e amigos de Eduardo Campos merecem respeito. E a solidariedade deveria ser maior do que o oportunismo barato e o humor estúpido num momento desses.
PS2: Como vai ter gente dizendo que estou torcendo pra que isso aconteça, já me anteciparei. Acho que Marina tem toda a legitimidade para ser candidata e não acho que seria oportunismo de sua parte aceitar o desafio. Por outro lado, acho que teria muitas dificuldades para lidar com boa parte do PSB e com o resto da coligação.
Quem conhece um pouco mais do estilo Marina Silva sabe que ela não admitirá que se trate de qualquer coisa que não seja a dor da perda de Eduardo Campos nos próximos dias. A tendência é que a ex-senadora participe das despedidas de Campos e se recolha. O tempo de Marina não será o tempo da política tradicional.
O PSB tem legalmente até 10 dias para escolher o nome do substituto de Campos à disputa presidencial, mas o horário eleitoral começa já no dia 20. A possibilidade é de que o primeiro programa seja dedicado à memória de Campos, mas depois o jogo tem que ser jogado.
Quem conhece um pouco do estilo Marina também sabe que ela pode simplesmente não aceitar a tarefa de substituí-lo. Primeiro, por saber que terá muitos problemas na relação com o PSB (muito mais do que teve com o PV) e segundo porque não gostaria de se sentir usurpando da vaga de alguém que passou a ser amiga.
Pessoas próximas a Marina dizem que a relação dela com Campos era muito afetiva. Ela passou a tê-lo de fato como um amigo.
Há, porém, outras questões que podem tirá-la da sucessão. Na coligação formada para apoiar Campos, certamente já há gente cogitando desembarcar do projeto por conta do falecimento dele. Como vice, Marina passava. Como candidata a presidente, não.
Evidente que as chances de Marina vir a ser ungida candidata na vaga de Campos são imensas. Até porque suas chances de vitória seriam grandes. Mas não se trata de favas contadas. O PSB é um partido mais complicado do que parece, com gente muito próxima ao PSDB por um lado. E gente de fato de esquerda do outro. Os de esquerda não teriam dificuldade em caminhar com a Marina. Mas os quase-tucanos, não a engolem.
Na votação do Código Florestal, por exemplo, lembrada ontem na entrevista ao Jornal Nacional, a ampla maioria dos parlamentares do partido votaram contra as posições históricas e públicas de Marina.
Nos próximos dois ou três dias o assunto da substituição de Campos será tratada de forma comedida em público, mas nos bastidores políticos desde já só se fala nisso. E o que se passa na cabeça de Marina passa a ser a pauta da vez.
PS: Este blogue quer dizer em alto e bom som que sente nojo de certas piadas e teorias da conspiração que estão circulando na rede. Os familiares e amigos de Eduardo Campos merecem respeito. E a solidariedade deveria ser maior do que o oportunismo barato e o humor estúpido num momento desses.
PS2: Como vai ter gente dizendo que estou torcendo pra que isso aconteça, já me anteciparei. Acho que Marina tem toda a legitimidade para ser candidata e não acho que seria oportunismo de sua parte aceitar o desafio. Por outro lado, acho que teria muitas dificuldades para lidar com boa parte do PSB e com o resto da coligação.
1 comentários:
Essa opinião do Renato é a minha também. Acho que, se eleita, Marina por suas posições ambíguas e em alguns casos até radicais, poderá ficar falando só e será deixada pelo PSB no fogo do jogo político dos oportunistas a queimar lentamente a sua biografia e destroçar as conquistas sociais do país nos governos Lula/Dilma.
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