Por Carlos Tautz, no site da Adital:
Agora os conglomerados da comunicação se aproveitam da Lava Jato para defender a mudança do sistema de partilha na exploração das megareservas do pré-sal - aliás, como fizera Aécio. Argumentam que a Petrobras, atingida pelas denúncias, deveria ser escanteada do pré-sal porque os mercados internacionais não lhe emprestariam os bilhões de dólares necessários para explorá-lo. Continuam, dizendo que a queda dos preços do petróleo afogaria as pretensões da estatal.
Estes são argumentos "técnicos" de qualquer botequim barato em Irajá.
Petroleiras operam sob riscos extremos e continuam a tomar empréstimos. Principalmente aquelas que, como a Petrobras, têm reservas imensas (16 bilhões de barris, numa estimativa conservadora) e podem dar garantia aos bancos.
Riscos são inerentes à indústria do petróleo, que causam gravíssimos desastres no meio ambiente e por isso têm os seguros mais caros. E mudanças nos preços de mercado são frequentes. Primeiro, porque os EUA, maior consumidor mundial, estão sempre dispostos a invadir algum país produtor, o que faz disparar as cotações. E, também, devido à variação de preços imposta pela Opep, o cartel dos grandes produtores.
A Petrobras leva em conta esses riscos. Mas, de fato, precisa incorporar as perdas decorrentes das muito necessárias investigações, que ainda precisam alcançar todas empreiteiras. A Odebrecht, a maior delas, ainda está ilesa. E os políticos envolvidos do PSDB e do DEM continuam protegidos pelos conglomerados de comunicação.
Já era previsto que o faturamento da Petrobras cairia. Conforme o engenheiro Paulo Metri, "há um quadro de superprodução de petróleo no mundo, com a concomitante diminuição da demanda, o que acarreta a queda no preço do barril. Assim, o barril, que custava US$ 115, durante o conflito no Iraque, passou a custar US$ 85, em outubro último, e existe a perspectiva que irá decrescer mais ainda.
A Agência Internacional de Energia, após a quarta redução da projeção do consumo de petróleo para 2014, chegou à média anual de 92,4 milhões de barris por dia (MM bpd) e a oferta em setembro deste ano foi de 93,8 MM bpd".
Na segunda (15), o barril fechou a 61 dólares. A Petrobras o estima em 60.
Outra estranheza é a repentina crise ética da PriceWaterhouseCoopers em firmar a auditoria na estatal. Há quase uma década audita as contas da petroleira e nunca se negou a prestar o serviço. Se só agora viu irregularidades, demonstra inépcia.
A Petrobras sempre sofreu coisas do tipo. Ainda mais quando se tornou partícipe obrigatório no modelo de partilha do pré-sal - como o fazem todos os países com megareservas facilmente encontráveis.
Não espanta, portanto, o oportunismo. Fizeram o mesmo quando Getúlio criou a Petrobras e Jango encampou refinarias.
Estranha mesmo é a leniência de Dilma e do PT em revidar no mesmo tom.
Agora os conglomerados da comunicação se aproveitam da Lava Jato para defender a mudança do sistema de partilha na exploração das megareservas do pré-sal - aliás, como fizera Aécio. Argumentam que a Petrobras, atingida pelas denúncias, deveria ser escanteada do pré-sal porque os mercados internacionais não lhe emprestariam os bilhões de dólares necessários para explorá-lo. Continuam, dizendo que a queda dos preços do petróleo afogaria as pretensões da estatal.
Estes são argumentos "técnicos" de qualquer botequim barato em Irajá.
Petroleiras operam sob riscos extremos e continuam a tomar empréstimos. Principalmente aquelas que, como a Petrobras, têm reservas imensas (16 bilhões de barris, numa estimativa conservadora) e podem dar garantia aos bancos.
Riscos são inerentes à indústria do petróleo, que causam gravíssimos desastres no meio ambiente e por isso têm os seguros mais caros. E mudanças nos preços de mercado são frequentes. Primeiro, porque os EUA, maior consumidor mundial, estão sempre dispostos a invadir algum país produtor, o que faz disparar as cotações. E, também, devido à variação de preços imposta pela Opep, o cartel dos grandes produtores.
A Petrobras leva em conta esses riscos. Mas, de fato, precisa incorporar as perdas decorrentes das muito necessárias investigações, que ainda precisam alcançar todas empreiteiras. A Odebrecht, a maior delas, ainda está ilesa. E os políticos envolvidos do PSDB e do DEM continuam protegidos pelos conglomerados de comunicação.
Já era previsto que o faturamento da Petrobras cairia. Conforme o engenheiro Paulo Metri, "há um quadro de superprodução de petróleo no mundo, com a concomitante diminuição da demanda, o que acarreta a queda no preço do barril. Assim, o barril, que custava US$ 115, durante o conflito no Iraque, passou a custar US$ 85, em outubro último, e existe a perspectiva que irá decrescer mais ainda.
A Agência Internacional de Energia, após a quarta redução da projeção do consumo de petróleo para 2014, chegou à média anual de 92,4 milhões de barris por dia (MM bpd) e a oferta em setembro deste ano foi de 93,8 MM bpd".
Na segunda (15), o barril fechou a 61 dólares. A Petrobras o estima em 60.
Outra estranheza é a repentina crise ética da PriceWaterhouseCoopers em firmar a auditoria na estatal. Há quase uma década audita as contas da petroleira e nunca se negou a prestar o serviço. Se só agora viu irregularidades, demonstra inépcia.
A Petrobras sempre sofreu coisas do tipo. Ainda mais quando se tornou partícipe obrigatório no modelo de partilha do pré-sal - como o fazem todos os países com megareservas facilmente encontráveis.
Não espanta, portanto, o oportunismo. Fizeram o mesmo quando Getúlio criou a Petrobras e Jango encampou refinarias.
Estranha mesmo é a leniência de Dilma e do PT em revidar no mesmo tom.
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