terça-feira, 2 de dezembro de 2014

“Veja” também vai acabar?

Por Altamiro Borges

Coitada das galinhas! Na campanha eleitoral, Reinaldo Azevedo, o pitbull da Veja, ameaçou ir cuidar das galinhas caso Dilma Rousseff fosse reeleita. A exemplo do patético Lobão, que prometeu deixar o Brasil, ele também recuou na sua palavra – que não vale nada mesmo. Agora, porém, ele pode estar preocupado com outro trauma. Nesta semana, a Editora Abril anunciou o fechamento da revista Info, especializada em tecnologia e cultura digital. Alguns já preveem o mesmo destino para a revista Veja, que garante o emprego do fascistóide “criador de galinhas”.

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (1), a Abril informa que a revista Info passará a ser exclusivamente digital a partir de fevereiro do próximo ano. “A inovação faz parte do DNA da Info e de seus leitores, e ser uma publicação 100% digital é absolutamente adequado para esse título”, tenta justificar André Lahóz, diretor da empresa. Este não é o primeiro sintoma da grave crise do império midiático da famiglia Civita. Em junho passado, ela transferiu dez revistas para a Editora Caras. Em 2013, ela já havia fechado outros quatro títulos – Alfa, Bravo, Lola e Gloss.

Para o jornalista Paulo Nogueira, do blog ‘Diário do Centro do Mundo’, a revista Veja terá o mesmo destino – mais cedo do que tarde. “A Info é a Veja amanhã. Não é frase de efeito. É uma realidade doída. Quer dizer: doída para os leitores da Veja. O que aconteceu com a Info – desativar a edição regular e manter-se na internet – é o caminho inevitável para as revistas impressas”. Este fenômeno, que ocorre em escala mundial, deve-se a duas causas básicas: à explosão da internet, que atrai principalmente os jovens, e à crise de credibilidade dos veículos tradicionais.

A mídia impressa – mas também a mídia televisiva – está em declínio no mundo inteiro. Seu modelo de negócios está na berlinda – com a queda de tiragens e audiências e, consequentemente, a perda das milionárias verbas de publicidade. Como já apontou o escritor Ignacio Ramonet, no livro “A explosão do jornalismo”, a internet acelerou a crise da mídia monopolista. Somente nos EUA, mais de 120 jornais foram fechados nos últimos anos. Na Europa, jornalões e revistonas tradicionais também reduzem suas equipes e anunciam seu fim.

A revista Veja pode até demorar um pouco mais para acabar ou para efetuar ajustes. Não por razões econômicas – já que a tiragem e a publicidade também tendem a recuar. Mas, sim, por motivos políticos. Ela segue sendo um poderoso instrumento da direita nativa, conforme demonstrou na recente campanha eleitoral com suas capas criminosas. Mesmo em crise, ela seguirá desempenhando o papel de importante partido das elites. As forças conservadoras da sociedade – governos direitistas e corporações empresariais – farão de tudo para mantê-la viva.

Mas, retornando às previsões de Paulo Nogueira, a Veja não conseguirá escapar desta triste sina. “À medida que o jornalismo digital vai-se tornando dominante, as revistas de papel vão enfrentar uma escolha complicada. Uma saída é simplesmente fechar. A Abril fez isso com vários títulos. A outra é sobreviver na internet, mas em bases inteiramente diversas... A melhor imagem é a das carroças quando surgiram os carros. Passado algum tempo, não sobrou nenhum fabricante de carroça. Eu disse longo prazo. Mas longo prazo, na era da internet, costuma ser muito mais rápido do que o habitual”.

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4 comentários:

Capitão Lamarca disse...

Quase um ano minha irmã recebe de graça todos os domingos essa revistinha. O desespero e tanto que estão dando de graça.
Só dando, porque quem compra?

Carlos Cristaldo disse...

Miro e Paulo Nogueira: que Deus ouçam voces!

Mello disse...

Mou, Curly e Larry???

Só que esses são muito sem graça!!!

:P

Anônimo disse...

A melhor definição para esse trio de patetas foi dado por miriam leitão: INDIGENTES MENTAIS! Se fosse o dono da abril demitiria sumáriamente os tres a mais alguns. Só convencem celerados como eles. No passado os golpistas reacinparios eram mais,muito mais telentosos como Carlos Lacerda por exemplo.