Foto: Marildes Gomes Silva |
"O teatro pode e deve ser um instrumento para a luta dos movimentos sociais, do movimento sindical e, inclusive, para a democratização da comunicação", defendeu Tereza Briggs durante o Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais do Espírito Santo. A dramaturga conduziu oficina baseada no Teatro do Oprimido, metodologia criada por Augusto Boal que explora o potencial transformador da arte.
Trabalhando desde a década de 1990 entre o Rio de Janeiro e Londres, na Inglaterra, Briggs propôs uma série de exercícios para explorar a criatividade e estimular a reflexão dos participantes da atividade. "Os exercícios começam a partir de uma 'escultura' e os próprios atores vão dando vida à cena", diz, revelando já ter escrito diversas peças a partir da técnica do improviso.
"Em pouco mais de 1h30 de oficina, fizemos um rabisco de como a dramaturgia se desenvolve", conta. "O teatro, transformador e lúdico, é uma arma que temos que aproveitar. Devemos procurar espaços, como praças, sindicatos e universidades, onde o teatro pode funcionar como expressão da luta"
Segundo ela, a oficina consiste em uma "catarse coletiva", que contrapõe protagonistas e antagonistas em situações de opressão e liberdade. Em uma das cenas criadas pelos oficineiros, os atores representaram uma âncora de um grande meio de comunicação, um blogueiro censurado, um ativista digital flagrando a repressão com sua câmera e um trabalhador protestando por liberdade de expressão. Após a intervenção dos participantes, o trabalhador também ganhou lugar na mídia, como apresentador de um jornal, dentre outras mudanças na cena. "A finalidade da oficina não é dar resultado, mas sim provocar o debate", salientou Briggs.
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