Editorial do site Vermelho:
Os golpistas sossegaram a sanha anti-Dilma? É possível. Manifestações recentes de expoentes do grande capital (industrial e financeiro) podem indicar uma disposição nesse sentido. Mesmo jornalões conservadores, como Folha de S. Paulo, O Globo e o norte americano The New York Times mostraram em editoriais esse provável aquietamento e condenaram o golpismo contra a presidenta da República.
É possível que a prudência tenha aconselhado estes expoentes da elite neste quadro de crise que não é brasileira, mas mundial e se agrava afetando o capitalismo em seus centros nevrálgicos como a Europa e os Estados Unidos e repercutindo em países como a China, como se viu recentemente.
Em entrevista à Folha de S. Paulo o presidente do Banco Itaú, Roberto Setúbal defendeu a legalidade no momento em que a fúria pró-impeachment dos setores mais radicais do PSDB e da oposição neoliberal tentava ganhar as ruas, como ocorreu com a manifestação da direita no último dia 16.
Disposição semelhante foi manifestada por banqueiros, industriais e associações dirigentes da grande burguesia, entre eles, os presidentes do Bradesco e da Cosan (Luiz Trabucco e Rubens Omettto Filho). Ou o ex-ministro Maílson da Nóbrega, um analista cujas opiniões têm muita repercussão entre a direita. Além de entidades empresariais como a Federação das Industrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Federação das Industrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Confederação Nacional do Transporte (CNT), entre outras.
A luta política se aprofunda e estas manifestações do alto comando da burguesia podem indicar convicções que extrapolam um superficial entendimento de sua conversão à legalidade e à democracia.
Esta eventual conversão “democrática” ocorre no momento em que, como registrou Renato Rabelo, ex-presidente do Partido Comunista do Brasil, o movimento social “acendeu o pavio”. Esse lume pode ser visto nas ruas das grandes cidades na manifestação democrática e legalista do dia 20 de agosto. E terá novo capítulo no dia 5 de setembro, em Belo Horizonte (MG), no evento que lançará a Frente Brasil Popular.
A prudência política aconselhou a burguesia contra aventuras políticas de resultados imprevisíveis e talvez incontroláveis. Seus dirigentes parecem mostrar que não têm garantias sobre o desdobramento da crise, que pode ser desfavorável a seus interesses. Uma saída aventureira da crise política pode criar uma situação instável, de insegurança jurídica para os interesses de fatia importante do grande capital.
Mas as aventuras políticas não estão afastadas de todo. Entre os tucanos parecem postas duas opções: Aécio Neves e o golpismo anti-Dilma, e Geraldo Alckmin e a busca da saída eleitoral marcada para 2018.
No quadro de instabilidade provocada pela direita estas posições podem ser intercambiáveis. O fundamental, para a direita, é a reconquista do controle da presidência da República, perdido desde 2012.
A opção golpista, é preciso ressaltar com clareza, não está afastada, como se pode ver no assanhamento provocado pela decisão do ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do STF, de mandar investigar supostas irregularidades cometidas pela chapa Dilma-Temer na eleição presidencial de 2014. O resultado poderia ser a improvável impugnação daquela chapa colocando um ponto final no governo Dilma Roussef, e a convocação de novas eleições presidenciais antes do prazo legal de 2018.
A grande dificuldade enfrentada pela direita neoliberal na atual conjuntura é sua desunião. Ao contrário do que ocorreu em 1964 quando todos os conservadores se uniram na conspiração que encerrou a legalidade e deu início à ditadura militar.
Cinquenta anos passados, na atual conjuntura, aquela unidade dos poderosos e privilegiados parece um sonho distante para a direita, havendo um desentendimento que parece insuperável entre os partidos da direita (e dentro deles), suas organizações golpistas, e mesmo entre suas direções de classe. Recentemente não conseguiram sequer confirmar uma reunião para unificar seus discursos e ações!
Ao contrário da direita, os movimentos sociais e partidos democratas ligados ao povo buscam a unidade de objetivos e ação. Essa busca pôde ser vista na manifestação do dia 20 de agosto, que levou centenas de milhares de pessoas às ruas em torno de bandeiras e objetivos comuns.
A luta pela democracia continua vital, escreveu Renato Rabelo. Ele tem razão. A unidade das forças progressistas e democráticas é essencial neste quadro em que a oposição de direita não dá trégua. A estratégia de derrubar a presidenta Dilma “continua em ação” pois a “trama golpista já foi longe”, escreveu o líder comunista; há “minas plantadas” que podem explodir a qualquer momento. É neste momento que “o movimento popular acende o seu pavio” e os atos foram “o começo de um despertar do movimento popular”, que vai formar uma Frente Brasil Popular que unirá amplos setores da esquerda, os comunistas e os movimentos sociais.
Os golpistas sossegaram a sanha anti-Dilma? É possível. Manifestações recentes de expoentes do grande capital (industrial e financeiro) podem indicar uma disposição nesse sentido. Mesmo jornalões conservadores, como Folha de S. Paulo, O Globo e o norte americano The New York Times mostraram em editoriais esse provável aquietamento e condenaram o golpismo contra a presidenta da República.
É possível que a prudência tenha aconselhado estes expoentes da elite neste quadro de crise que não é brasileira, mas mundial e se agrava afetando o capitalismo em seus centros nevrálgicos como a Europa e os Estados Unidos e repercutindo em países como a China, como se viu recentemente.
Em entrevista à Folha de S. Paulo o presidente do Banco Itaú, Roberto Setúbal defendeu a legalidade no momento em que a fúria pró-impeachment dos setores mais radicais do PSDB e da oposição neoliberal tentava ganhar as ruas, como ocorreu com a manifestação da direita no último dia 16.
Disposição semelhante foi manifestada por banqueiros, industriais e associações dirigentes da grande burguesia, entre eles, os presidentes do Bradesco e da Cosan (Luiz Trabucco e Rubens Omettto Filho). Ou o ex-ministro Maílson da Nóbrega, um analista cujas opiniões têm muita repercussão entre a direita. Além de entidades empresariais como a Federação das Industrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Federação das Industrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Confederação Nacional do Transporte (CNT), entre outras.
A luta política se aprofunda e estas manifestações do alto comando da burguesia podem indicar convicções que extrapolam um superficial entendimento de sua conversão à legalidade e à democracia.
Esta eventual conversão “democrática” ocorre no momento em que, como registrou Renato Rabelo, ex-presidente do Partido Comunista do Brasil, o movimento social “acendeu o pavio”. Esse lume pode ser visto nas ruas das grandes cidades na manifestação democrática e legalista do dia 20 de agosto. E terá novo capítulo no dia 5 de setembro, em Belo Horizonte (MG), no evento que lançará a Frente Brasil Popular.
A prudência política aconselhou a burguesia contra aventuras políticas de resultados imprevisíveis e talvez incontroláveis. Seus dirigentes parecem mostrar que não têm garantias sobre o desdobramento da crise, que pode ser desfavorável a seus interesses. Uma saída aventureira da crise política pode criar uma situação instável, de insegurança jurídica para os interesses de fatia importante do grande capital.
Mas as aventuras políticas não estão afastadas de todo. Entre os tucanos parecem postas duas opções: Aécio Neves e o golpismo anti-Dilma, e Geraldo Alckmin e a busca da saída eleitoral marcada para 2018.
No quadro de instabilidade provocada pela direita estas posições podem ser intercambiáveis. O fundamental, para a direita, é a reconquista do controle da presidência da República, perdido desde 2012.
A opção golpista, é preciso ressaltar com clareza, não está afastada, como se pode ver no assanhamento provocado pela decisão do ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do STF, de mandar investigar supostas irregularidades cometidas pela chapa Dilma-Temer na eleição presidencial de 2014. O resultado poderia ser a improvável impugnação daquela chapa colocando um ponto final no governo Dilma Roussef, e a convocação de novas eleições presidenciais antes do prazo legal de 2018.
A grande dificuldade enfrentada pela direita neoliberal na atual conjuntura é sua desunião. Ao contrário do que ocorreu em 1964 quando todos os conservadores se uniram na conspiração que encerrou a legalidade e deu início à ditadura militar.
Cinquenta anos passados, na atual conjuntura, aquela unidade dos poderosos e privilegiados parece um sonho distante para a direita, havendo um desentendimento que parece insuperável entre os partidos da direita (e dentro deles), suas organizações golpistas, e mesmo entre suas direções de classe. Recentemente não conseguiram sequer confirmar uma reunião para unificar seus discursos e ações!
Ao contrário da direita, os movimentos sociais e partidos democratas ligados ao povo buscam a unidade de objetivos e ação. Essa busca pôde ser vista na manifestação do dia 20 de agosto, que levou centenas de milhares de pessoas às ruas em torno de bandeiras e objetivos comuns.
A luta pela democracia continua vital, escreveu Renato Rabelo. Ele tem razão. A unidade das forças progressistas e democráticas é essencial neste quadro em que a oposição de direita não dá trégua. A estratégia de derrubar a presidenta Dilma “continua em ação” pois a “trama golpista já foi longe”, escreveu o líder comunista; há “minas plantadas” que podem explodir a qualquer momento. É neste momento que “o movimento popular acende o seu pavio” e os atos foram “o começo de um despertar do movimento popular”, que vai formar uma Frente Brasil Popular que unirá amplos setores da esquerda, os comunistas e os movimentos sociais.
0 comentários:
Postar um comentário