Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Só reclamar e criticar não resolve. Está na hora da chamada "sociedade civil", uma expressão muito usada em 1984 para explicar a grande mobilização popular na Campanha das Diretas, no ocaso da ditadura, voltar a mostrar as caras. Em vez de bater panelas e promover marchas para derrubar o governo, lideranças do empresariado, dos movimentos sociais e da oposição partidária e midiática deveriam apontar saídas, apresentar propostas, discutir projetos para o País.
A situação em que nos encontramos é tão grave que ninguém tem o direito de se omitir nesta hora. Uma boa oportunidade para que aconteça essa virada na grande crise brasileira, em que todos estamos perdendo, teremos nesta quinta-feira, em Brasília, quando se reúne, em Brasília, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, mais conhecido por Conselhão.
Criado em 2003, no começo do governo Lula, o Conselhão foi-se esvaziando ao longo do atual governo, a tal ponto que não se reúne desde meados de 2014. Não adianta agora discutir os motivos, mas pensar de que forma este seleto grupo de 90 representantes dos setores empresariais, sindicais, sociais e culturais poderá contribuir, daqui para a frente, para a discussão dos grandes desafios nacionais.
O maior deles neste momento é, sem dúvida, a recessão na economia que provoca uma crescente e incontrolável onda de desemprego. Se cada um apresentar uma ideia, por mais singela que seja, para fazer a roda voltar a girar, já estaremos no lucro, pois nos últimos tempos estamos desperdiçando nosso tempo com discussões estéreis na guerra política que se arrasta desde as últimas eleições presidenciais.
Claro que com tanta gente reunida nem dará tempo para todo mundo falar, mas a reunião de amanhã pode ser apenas o ponto de partida para um debate mais amplo, envolvendo toda a sociedade, buscando caminhos e soluções em lugar de dinamitar pontes.
O importante é que o governo esteja disposto mais a ouvir do que a falar. A grande queixa que tenho ouvido há tempos de amigos empresários e intelectuais é que o governo Dilma é muito fechado, trabalha com verdades absolutas e não se mostra aberto a receber críticas e sugestões. O ressurgimento do Conselhão, que deu já deu boas contribuições ao País nos primeiros anos de funcionamento, pode ser o instrumento para o governo reabrir canais de comunicação com a sociedade.
Só o fato de colocar novamente frente a frente na mesma sala membros do governo e de entidades representativas da sociedade civil já é um passo importante para sairmos desse marasmo cívico que vai minando nossa capacidade de reagir diante das enormes dificuldades que enfrentamos.
Para isso, é preciso que todos tenham a grandeza de voltar a conjugar os verbos na primeira pessoa do plural quando falam dos destinos nacionais. Ao contrário de muitos dos meus colegas, acho boa esta iniciativa do governo de voltar a reunir o Conselhão e sou otimista sobre as mudanças que, a partir daí, possam advir, desde que se restabeleça um clima mínimo de confiança mútua.
Vou ficar aqui na torcida, fazendo a minha parte.
Só reclamar e criticar não resolve. Está na hora da chamada "sociedade civil", uma expressão muito usada em 1984 para explicar a grande mobilização popular na Campanha das Diretas, no ocaso da ditadura, voltar a mostrar as caras. Em vez de bater panelas e promover marchas para derrubar o governo, lideranças do empresariado, dos movimentos sociais e da oposição partidária e midiática deveriam apontar saídas, apresentar propostas, discutir projetos para o País.
A situação em que nos encontramos é tão grave que ninguém tem o direito de se omitir nesta hora. Uma boa oportunidade para que aconteça essa virada na grande crise brasileira, em que todos estamos perdendo, teremos nesta quinta-feira, em Brasília, quando se reúne, em Brasília, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, mais conhecido por Conselhão.
Criado em 2003, no começo do governo Lula, o Conselhão foi-se esvaziando ao longo do atual governo, a tal ponto que não se reúne desde meados de 2014. Não adianta agora discutir os motivos, mas pensar de que forma este seleto grupo de 90 representantes dos setores empresariais, sindicais, sociais e culturais poderá contribuir, daqui para a frente, para a discussão dos grandes desafios nacionais.
O maior deles neste momento é, sem dúvida, a recessão na economia que provoca uma crescente e incontrolável onda de desemprego. Se cada um apresentar uma ideia, por mais singela que seja, para fazer a roda voltar a girar, já estaremos no lucro, pois nos últimos tempos estamos desperdiçando nosso tempo com discussões estéreis na guerra política que se arrasta desde as últimas eleições presidenciais.
Claro que com tanta gente reunida nem dará tempo para todo mundo falar, mas a reunião de amanhã pode ser apenas o ponto de partida para um debate mais amplo, envolvendo toda a sociedade, buscando caminhos e soluções em lugar de dinamitar pontes.
O importante é que o governo esteja disposto mais a ouvir do que a falar. A grande queixa que tenho ouvido há tempos de amigos empresários e intelectuais é que o governo Dilma é muito fechado, trabalha com verdades absolutas e não se mostra aberto a receber críticas e sugestões. O ressurgimento do Conselhão, que deu já deu boas contribuições ao País nos primeiros anos de funcionamento, pode ser o instrumento para o governo reabrir canais de comunicação com a sociedade.
Só o fato de colocar novamente frente a frente na mesma sala membros do governo e de entidades representativas da sociedade civil já é um passo importante para sairmos desse marasmo cívico que vai minando nossa capacidade de reagir diante das enormes dificuldades que enfrentamos.
Para isso, é preciso que todos tenham a grandeza de voltar a conjugar os verbos na primeira pessoa do plural quando falam dos destinos nacionais. Ao contrário de muitos dos meus colegas, acho boa esta iniciativa do governo de voltar a reunir o Conselhão e sou otimista sobre as mudanças que, a partir daí, possam advir, desde que se restabeleça um clima mínimo de confiança mútua.
Vou ficar aqui na torcida, fazendo a minha parte.
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