Enviado por Marco Piva
Um grupo de psicanalistas decidiu deixar o consultório para ouvir o que as ruas têm a dizer sobre a complexa situação dos usuários de drogas em São Paulo e a forma como a questão vem sendo tratada pela Prefeitura e pelo governo estadual. O ato, organizado por Ana Laura Prates Pacheco, Aline Molina, Enzo Pizzimenti e Odonel Serrano, surge em meio à indignação diante das medidas autoritárias e violentas na região da Cracolândia, no domingo, 21 de maio. A ação envolveu mais de 900 agentes policiais, não foi comunicada a nenhum órgão de direitos humanos e ainda ocorreu à revelia do Ministério Público e da Defensoria Pública.
No sábado, 3 de junho, às 11h, os psicanalistas se reúnem na Praça da República propondo a circulação da palavra para que as ações sejam construídas de modo coletivo e os interessados possam falar e escutar nesse espaço que é a rua.
Para os organizadores, o uso excessivo e prejudicial de drogas é um sintoma e, como tal, merece ser escutado e tratado como um problema de saúde pública e não como caso de polícia. A forma da atual gestão da prefeitura de São Paulo combater o crack está dissociada dos aspectos psíquicos e sociais, e isto não só fere princípios fundamentais da dignidade humana, como também vai na contramão de qualquer protocolo de saúde pública da era moderna. Em resumo, a repressão pura e simples pode, inclusive, agravar o problema.
Os psicanalistas que convocam o encontro têm como ponto de partida uma frase do poeta francês Paul Valéry: transformar as margens em rumor. “Vivemos um momento delicado no país e a questão da Cracolândia simboliza esse mal estar que estamos sentindo”, afirma Ana Laura Prates Pacheco, do Fórum do Campo Lacaniano de São Paulo. Por isso, chamar a manifestação de uma conversa-ato é, segundo ela, a melhor maneira de elevar a hesitação da atualidade à dignidade do ato, sustentando a indeterminação para não cair nem na acomodação nem na precipitação. “O que aconteceu no dia 21 de maio ultrapassou nossa capacidade de imaginação e nós nos sentimos convocados a reagir diante dessa violência”.
O grupo, que está recebendo várias adesões profissionais e de entidades e instituições da área, não pretende, porém, dar um formato institucional à iniciativa a ponto de transformar a primeira conversa-ato em um movimento. “Vamos deixar que as coisas aconteçam naturalmente porque este é um momento de fala e escuta, principalmente de presença na rua”, diz Ana Laura.
Os interessados podem acessar a página do evento no Facebook: Conversa-Ato: Escutando o ‘crack’ das ruas! Mais informações: (11) 984452288.
Um grupo de psicanalistas decidiu deixar o consultório para ouvir o que as ruas têm a dizer sobre a complexa situação dos usuários de drogas em São Paulo e a forma como a questão vem sendo tratada pela Prefeitura e pelo governo estadual. O ato, organizado por Ana Laura Prates Pacheco, Aline Molina, Enzo Pizzimenti e Odonel Serrano, surge em meio à indignação diante das medidas autoritárias e violentas na região da Cracolândia, no domingo, 21 de maio. A ação envolveu mais de 900 agentes policiais, não foi comunicada a nenhum órgão de direitos humanos e ainda ocorreu à revelia do Ministério Público e da Defensoria Pública.
No sábado, 3 de junho, às 11h, os psicanalistas se reúnem na Praça da República propondo a circulação da palavra para que as ações sejam construídas de modo coletivo e os interessados possam falar e escutar nesse espaço que é a rua.
Para os organizadores, o uso excessivo e prejudicial de drogas é um sintoma e, como tal, merece ser escutado e tratado como um problema de saúde pública e não como caso de polícia. A forma da atual gestão da prefeitura de São Paulo combater o crack está dissociada dos aspectos psíquicos e sociais, e isto não só fere princípios fundamentais da dignidade humana, como também vai na contramão de qualquer protocolo de saúde pública da era moderna. Em resumo, a repressão pura e simples pode, inclusive, agravar o problema.
Os psicanalistas que convocam o encontro têm como ponto de partida uma frase do poeta francês Paul Valéry: transformar as margens em rumor. “Vivemos um momento delicado no país e a questão da Cracolândia simboliza esse mal estar que estamos sentindo”, afirma Ana Laura Prates Pacheco, do Fórum do Campo Lacaniano de São Paulo. Por isso, chamar a manifestação de uma conversa-ato é, segundo ela, a melhor maneira de elevar a hesitação da atualidade à dignidade do ato, sustentando a indeterminação para não cair nem na acomodação nem na precipitação. “O que aconteceu no dia 21 de maio ultrapassou nossa capacidade de imaginação e nós nos sentimos convocados a reagir diante dessa violência”.
O grupo, que está recebendo várias adesões profissionais e de entidades e instituições da área, não pretende, porém, dar um formato institucional à iniciativa a ponto de transformar a primeira conversa-ato em um movimento. “Vamos deixar que as coisas aconteçam naturalmente porque este é um momento de fala e escuta, principalmente de presença na rua”, diz Ana Laura.
Os interessados podem acessar a página do evento no Facebook: Conversa-Ato: Escutando o ‘crack’ das ruas! Mais informações: (11) 984452288.
2 comentários:
Muito obrigada por divulgar nosso ato! Ana Laura Prates
Ana Laura Prates Pacheco, sou Taynara e quero muito muito mesmo estar com vocês nesta luta. Moro próximo a região da Luz, como faço para ter um contato mais próximo com vocês?
TAynara
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