Curitiba, 10/5/17. Foto: Lula Marques/Agência PT |
Fiz aqui no FB um comentário, dizendo que em Curitiba hoje se condensa a luta de classes no país. Muitos concordaram e outros tantos discordaram. Alguns, mais grosseiros, vieram com impropérios pesados. É direito de cada um.
É importante frisar o seguinte: a luta de classes não é determinada pelo que cada um de nós acha, mas pela consciência e mobilização popular.
Gostemos ou não, Lula tem 40% de popularidade e arrasta multidões. O ódio devotado a ele pela direita também não é determinado por um ou outro individualmente, aqui nesta bolha. Tirar o ex-presidente do páreo é vital não pelo que Lula – pessoa física – é ou pretende, mas pelo que ele representa para milhões de brasileiros e brasileiras que não querem perder seus direitos e que estão indo à luta. Ter Lula no páreo significa acirrar a disputa com a extrema-direita, como a mobilização à capital paranaense mostra.
Não se pode contrapor a luta pelas reformas, a violência policial ou a greve geral à campanha contra a destruição de Lula. Sua convocação a Curitiba e o atentado contra seu instituto estão no mesmo contexto do estado de exceção em andamento.
Descolar coisa de outra em nome de suposto radicalismo antilulista ou pretensamente revolucionário não apenas não ajuda, mas semeia a divisão na conformação de uma frente única contra o retrocesso. E frente se faz com quem pensa diferente.
A greve geral de 28 de abril foi obra de um inédito arco de alianças na sociedade brasileira. Quebrá-lo ajuda objetivamente o outro lado.
Em tempo: não gosto de Lula e nunca tive ilusões a seu respeito. Mas hoje eu o defendo como parte decisiva da luta contra o golpe.
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