Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:
Tão logo terminada a comemoração de vitória alcançada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), conquistada com pouco suor e muito dinheiro, o mandatário ilícito Michel Temer iniciou a distribuição de benesses para aqueles parlamentares que não se desgarraram das promessas feitas aos pés do governante.
Ele valeu-se dos argumentos desconexos do relator Bonifácio Andrada, talvez “Bonifácil”, no cenário hipócrita de que a acusação de corrupção e obstrução da Justiça era frágil e equivocada. Todo mundo sabia que não.
Decididamente, o pior cego é aquele que não quer ver. Aplicam-se ao caso os que evitam ler o resultado das pesquisas que apontam a popularidade de Temer em magérrimos 3%. Na margem de erro. A visão dos eleitores de Temer na Câmara dos Deputados já está coberta pelos benefícios ofertados. Na maior cara de pau, sem nenhum pudor, troca-se a integridade pela honra.
Pouquíssimos são aqueles que acreditam no que fazem. Não é fácil identificar essas exceções na base do governo. Valem-se do princípio faustiano: vendem a alma ao diabo e ninguém fica sabendo. São eles partes das barganhas que Temer usa, abusa e voltará a usar. Nesse movimento, equivocadamente confundido com a troca política natural, é permutado o voto pela submissão. Temer é Aécio. Aécio é Temer.
O resultado da votação do Supremo Tribunal Federal, iniciado com um empate de 5 a 5, foi desfeito pela ministra Cármen Lúcia com o voto de Minerva em favor de Aécio Neves, até então preso na própria residência, decidido pela 1ª Turma daquela Corte.
Para situar a história, Rodrigo Janot, então na reta final de permanência na Procuradoria--Geral da República, pediu ao Supremo a preventiva de Aécio. Estava em jogo, e ainda está, a entrega de 2 milhões de reais feita por Joesley Batista, da JBF, a emissários do senador tucano.
Há indícios típicos de acordo de conciliação. Em termos populares, isso significa uma barganha diabólica entre o Judiciário, representado por Cármen Lúcia, e o Legislativo espelhado por Eunício Oliveira, presidente do Senado. Criou-se uma tensão política calculada. Pela libertação de Aécio alinharam-se a Presidência da República, o Senado e a Câmara.
Por trás do suposto conflito emerge, se for observada, uma questão muito grave. Ela está registrada em, mais ou menos, dez linhas do voto do ministro Luís Roberto Barroso contra a liberação do senador Aécio Neves.
O ministro do Supremo considerou assim a decisão dele contra Aécio: “Esta é uma decisão que, com base em fatos inequívocos, deixa de reverenciar o pacto oligárquico de saque do Estado celebrado por parte da classe política, parte do empresariado e parte da burocracia estatal”.
Temer e Aécio ainda têm contas a ajustar com a lei.
Ele valeu-se dos argumentos desconexos do relator Bonifácio Andrada, talvez “Bonifácil”, no cenário hipócrita de que a acusação de corrupção e obstrução da Justiça era frágil e equivocada. Todo mundo sabia que não.
Decididamente, o pior cego é aquele que não quer ver. Aplicam-se ao caso os que evitam ler o resultado das pesquisas que apontam a popularidade de Temer em magérrimos 3%. Na margem de erro. A visão dos eleitores de Temer na Câmara dos Deputados já está coberta pelos benefícios ofertados. Na maior cara de pau, sem nenhum pudor, troca-se a integridade pela honra.
Pouquíssimos são aqueles que acreditam no que fazem. Não é fácil identificar essas exceções na base do governo. Valem-se do princípio faustiano: vendem a alma ao diabo e ninguém fica sabendo. São eles partes das barganhas que Temer usa, abusa e voltará a usar. Nesse movimento, equivocadamente confundido com a troca política natural, é permutado o voto pela submissão. Temer é Aécio. Aécio é Temer.
O resultado da votação do Supremo Tribunal Federal, iniciado com um empate de 5 a 5, foi desfeito pela ministra Cármen Lúcia com o voto de Minerva em favor de Aécio Neves, até então preso na própria residência, decidido pela 1ª Turma daquela Corte.
Para situar a história, Rodrigo Janot, então na reta final de permanência na Procuradoria--Geral da República, pediu ao Supremo a preventiva de Aécio. Estava em jogo, e ainda está, a entrega de 2 milhões de reais feita por Joesley Batista, da JBF, a emissários do senador tucano.
Há indícios típicos de acordo de conciliação. Em termos populares, isso significa uma barganha diabólica entre o Judiciário, representado por Cármen Lúcia, e o Legislativo espelhado por Eunício Oliveira, presidente do Senado. Criou-se uma tensão política calculada. Pela libertação de Aécio alinharam-se a Presidência da República, o Senado e a Câmara.
Por trás do suposto conflito emerge, se for observada, uma questão muito grave. Ela está registrada em, mais ou menos, dez linhas do voto do ministro Luís Roberto Barroso contra a liberação do senador Aécio Neves.
O ministro do Supremo considerou assim a decisão dele contra Aécio: “Esta é uma decisão que, com base em fatos inequívocos, deixa de reverenciar o pacto oligárquico de saque do Estado celebrado por parte da classe política, parte do empresariado e parte da burocracia estatal”.
Temer e Aécio ainda têm contas a ajustar com a lei.
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