Da Rede Brasil Atual:
A gestão do prefeito paulistano, João Doria (PSDB), precisou jogar fora, nos meses de junho, julho e agosto, 35% dos remédios doados por laboratórios farmacêuticos ao programa Remédio Mais Rápido, anunciado em fevereiro. Os medicamentos já estavam com a data de validade próximas do vencimento quando foram doados. Cerca de 3 toneladas de antidepressivos, antipsicóticos, diuréticos e antibióticos, entre outros, foram descartados, quase cinco vezes mais do que ao longo de todo o ano passado, em uma operação que custou R$ 60 mil à prefeitura. As informações são da rádio CBN.
No início de fevereiro, Doria fez uma parceria com 12 empresas farmacêuticas para o fornecimento "gratuito" de remédios utilizados na rede municipal de saúde. Em seguida, por meio de decreto e após uma negociação direta com Doria, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), isentou essas empresas do pagamento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Os laboratórios doaram à gestão Doria 165 tipos de medicamentos. Metade foi entregue com menos de um ano de validade, conforme a CBN. Por lei, esses remédios não poderiam ser comercializados pelos fabricantes. Além de terem recebido isenção fiscal, as farmacêuticas se livraram dos custos do descarte.
Como de costume, Doria colocou em Fernando Haddad (PT) a culpa pelo volume de medicamento prestes a vencer que recebeu. Segundo ele, o crescimento no descarte se deve à escassez de medicamentos da administração anterior, informação que é desmentida pelo site Aqui Tem Remédio, da própria prefeitura.
Ainda segundo a CBN, foram 157 mil comprimidos descartados contra somente 35 mil no mesmo período do ano passado, quase cinco vezes mais. A doação em medicamentos prometida por Doria em fevereiro foi de R$ 120 milhões, mas apenas 10% chegaram às unidades de saúde, ou seja, reduzindo a oferta de remédios para os paulistanos, sobretudo os mais pobres.
Segundo a gestão, isso acontece porque um laboratório que prometeu entregar os 90% restantes não doou os remédios. A prefeitura não informa qual é esse laboratório e, mesmo após 10 meses, o dado incorreto continua exibido no Portal da Transparência.
Entrevistada pela CBN, a aposentada Sueli Aparecida conta que teve de jogar fora o remédio gástrico Omeprazol, que venceu em junho e que seria tomado pela sua mãe. "Chegou a vencer eu joguei, porque achei um absurdo. Se na farmácia não pode vender, por que eles podem dar? Minha mãe tem 86 anos, não vou dar uma coisa assim para minha mãe. Tive que jogar fora."
Sete mil caixas de Omeprazol doadas não foram aproveitadas, 25% do total recebido pela prefeitura entre junho e agosto. De 19 mil frascos do antidepressivo Clonazepam doados, quase sete mil (35%), foram para o lixo. No ano passado, apenas 52 unidades acabaram descartadas.
Já o diurético Espironolactona teve 58 mil comprimidos jogados fora em julho, 22% do total doado. No ano passado, apenas 354 unidades foram descartadas. A amtriptilina, um antidepressivo, teve 54 mil comprimidos que acabaram inutilizados. No mesmo período de 2016, esse número não chegou a 1.500.
Foram parar no lixo ainda 14 mil unidades do antibiótico Claritromicina e 6 mil do medicamento para hipertensão Anlodipino.
A prefeitura explica que há mais motivos para o descarte de remédios além do vencimento, como problemas na embalagem, condições de armazenamento ou recall dos produtos.
O coordenador do programa Remédio Rápido, Joel Formiga, procurou minimizar o volume de medicamentos descartados entre junho e agosto passados. "Tivemos um pouco mais em quantidade (descartada) porque temos estoque. Você só descarta se tiver estoque. Isso mostra que o programa foi um absoluto sucesso."
Doria, no entanto, admite que, se os remédios tivessem sido comprados, teria havido um critério maior para evitar o desperdício. "Não é bom (o descarte), mesmo que tenha sido produto doado para a prefeitura", afirmou. "Quando ele é comprado, a orientação é ter muita precisão. Óbvio que nas compras tudo isso vai sendo feito de maneira mais precisa para evitar ter que descartar."
A gestão do prefeito paulistano, João Doria (PSDB), precisou jogar fora, nos meses de junho, julho e agosto, 35% dos remédios doados por laboratórios farmacêuticos ao programa Remédio Mais Rápido, anunciado em fevereiro. Os medicamentos já estavam com a data de validade próximas do vencimento quando foram doados. Cerca de 3 toneladas de antidepressivos, antipsicóticos, diuréticos e antibióticos, entre outros, foram descartados, quase cinco vezes mais do que ao longo de todo o ano passado, em uma operação que custou R$ 60 mil à prefeitura. As informações são da rádio CBN.
No início de fevereiro, Doria fez uma parceria com 12 empresas farmacêuticas para o fornecimento "gratuito" de remédios utilizados na rede municipal de saúde. Em seguida, por meio de decreto e após uma negociação direta com Doria, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), isentou essas empresas do pagamento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Os laboratórios doaram à gestão Doria 165 tipos de medicamentos. Metade foi entregue com menos de um ano de validade, conforme a CBN. Por lei, esses remédios não poderiam ser comercializados pelos fabricantes. Além de terem recebido isenção fiscal, as farmacêuticas se livraram dos custos do descarte.
Como de costume, Doria colocou em Fernando Haddad (PT) a culpa pelo volume de medicamento prestes a vencer que recebeu. Segundo ele, o crescimento no descarte se deve à escassez de medicamentos da administração anterior, informação que é desmentida pelo site Aqui Tem Remédio, da própria prefeitura.
Ainda segundo a CBN, foram 157 mil comprimidos descartados contra somente 35 mil no mesmo período do ano passado, quase cinco vezes mais. A doação em medicamentos prometida por Doria em fevereiro foi de R$ 120 milhões, mas apenas 10% chegaram às unidades de saúde, ou seja, reduzindo a oferta de remédios para os paulistanos, sobretudo os mais pobres.
Segundo a gestão, isso acontece porque um laboratório que prometeu entregar os 90% restantes não doou os remédios. A prefeitura não informa qual é esse laboratório e, mesmo após 10 meses, o dado incorreto continua exibido no Portal da Transparência.
Entrevistada pela CBN, a aposentada Sueli Aparecida conta que teve de jogar fora o remédio gástrico Omeprazol, que venceu em junho e que seria tomado pela sua mãe. "Chegou a vencer eu joguei, porque achei um absurdo. Se na farmácia não pode vender, por que eles podem dar? Minha mãe tem 86 anos, não vou dar uma coisa assim para minha mãe. Tive que jogar fora."
Sete mil caixas de Omeprazol doadas não foram aproveitadas, 25% do total recebido pela prefeitura entre junho e agosto. De 19 mil frascos do antidepressivo Clonazepam doados, quase sete mil (35%), foram para o lixo. No ano passado, apenas 52 unidades acabaram descartadas.
Já o diurético Espironolactona teve 58 mil comprimidos jogados fora em julho, 22% do total doado. No ano passado, apenas 354 unidades foram descartadas. A amtriptilina, um antidepressivo, teve 54 mil comprimidos que acabaram inutilizados. No mesmo período de 2016, esse número não chegou a 1.500.
Foram parar no lixo ainda 14 mil unidades do antibiótico Claritromicina e 6 mil do medicamento para hipertensão Anlodipino.
A prefeitura explica que há mais motivos para o descarte de remédios além do vencimento, como problemas na embalagem, condições de armazenamento ou recall dos produtos.
O coordenador do programa Remédio Rápido, Joel Formiga, procurou minimizar o volume de medicamentos descartados entre junho e agosto passados. "Tivemos um pouco mais em quantidade (descartada) porque temos estoque. Você só descarta se tiver estoque. Isso mostra que o programa foi um absoluto sucesso."
Doria, no entanto, admite que, se os remédios tivessem sido comprados, teria havido um critério maior para evitar o desperdício. "Não é bom (o descarte), mesmo que tenha sido produto doado para a prefeitura", afirmou. "Quando ele é comprado, a orientação é ter muita precisão. Óbvio que nas compras tudo isso vai sendo feito de maneira mais precisa para evitar ter que descartar."
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