Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Começou a reforma ministerial de “mais do mesmo”: a Saúde continua com o PP de Paulo Maluf (entra Gilberto Occhi) e Transportes continua com o PR de Valdemar da Costa Neto (entra Walter Silveira). Não corremos o risco de algo melhorar.
***
Poderiam afixar a placa de “Procuram-se - Temos vagas para ministros” na entrada do Palácio do Planalto, tal a dificuldade que o presidente Michel Temer está encontrando para preencher as 14 vagas abertas pela desincompatibilização dos atuais ocupantes que irão disputar eleições. O prazo para sair termina no próximo sábado.
É quase metade daquele ministério que Temer queria diminuir no início do governo, mas já está com 29, e não conta com nomes “notáveis”, como a princípio prometeu, muito ao contrário.
Entre os que ficaram e os que saíram, muitos são investigados na Operação Lava Jato, e agora está difícil encontrar substitutos, faltando apenas nove meses de mandato.
Temer pretendia aproveitar a reforma ministerial para reforçar a campanha à reeleição, mas os mesmos partidos aliados, que passaram dois anos brigando por vagas na Esplanada dos Ministérios, agora já pensam duas vezes antes de aceitar um convite de Temer, todos de olho nas eleições e na rejeição popular ao nome do presidente e seu governo.
Até agora Temer só confirmou Eduardo Guardia no lugar de Henrique Meirelles, no Ministério da Fazenda, e Esteves Colnago, no Planejamento, de onde sai Dyogo Oliveira, que vai para o BNDES.
Depois de passar o fim de semana discutindo nomes com seus colaboradores mais íntimos, o presidente ainda não definiu quem vai para ministérios importantes como Minas e Energia, Educação, Desenvolvimento Social e Ciência, Tecnologia e Comunicações, entre outros.
No caso do Ministério de Minas e Energia, deve assumir o atual secretário-executivo, Paulo Pedrosa.
Na ausência de “notáveis” nos partidos aliados dispostos a entrar no fim de linha do governo Temer, esta deve ser também a solução adotada em outros ministérios para preencher as vagas.
Com a nova ofensiva do STF e da PGR contra o círculo de amigos do presidente, os antigos aliados já estão procurando outros pré-candidatos para negociar apoio, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o tucano Geraldo Alckmin, que não é nem governista nem oposição, muito ao contrário.
Quem saiu fortalecido no troca-troca da janela partidária foi o Centrão, que tirou parlamentares das principais siglas, tendo à frente as bancadas do boi, da bala e da bíblia, as mais poderosas no atual plenário.
Sem a grife de Henrique Meirelles, o mais provável é que teremos um ministério meia-boca só para cumprir tabela até o fim do governo, sem nenhum projeto relevante em discussão no Congresso.
E assim se arrastará a procissão até as eleições de outubro, com um olho no eleitor e outro no STF, e nas investigações da Lava Jato.
Vida que segue.
Começou a reforma ministerial de “mais do mesmo”: a Saúde continua com o PP de Paulo Maluf (entra Gilberto Occhi) e Transportes continua com o PR de Valdemar da Costa Neto (entra Walter Silveira). Não corremos o risco de algo melhorar.
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Poderiam afixar a placa de “Procuram-se - Temos vagas para ministros” na entrada do Palácio do Planalto, tal a dificuldade que o presidente Michel Temer está encontrando para preencher as 14 vagas abertas pela desincompatibilização dos atuais ocupantes que irão disputar eleições. O prazo para sair termina no próximo sábado.
É quase metade daquele ministério que Temer queria diminuir no início do governo, mas já está com 29, e não conta com nomes “notáveis”, como a princípio prometeu, muito ao contrário.
Entre os que ficaram e os que saíram, muitos são investigados na Operação Lava Jato, e agora está difícil encontrar substitutos, faltando apenas nove meses de mandato.
Temer pretendia aproveitar a reforma ministerial para reforçar a campanha à reeleição, mas os mesmos partidos aliados, que passaram dois anos brigando por vagas na Esplanada dos Ministérios, agora já pensam duas vezes antes de aceitar um convite de Temer, todos de olho nas eleições e na rejeição popular ao nome do presidente e seu governo.
Até agora Temer só confirmou Eduardo Guardia no lugar de Henrique Meirelles, no Ministério da Fazenda, e Esteves Colnago, no Planejamento, de onde sai Dyogo Oliveira, que vai para o BNDES.
Depois de passar o fim de semana discutindo nomes com seus colaboradores mais íntimos, o presidente ainda não definiu quem vai para ministérios importantes como Minas e Energia, Educação, Desenvolvimento Social e Ciência, Tecnologia e Comunicações, entre outros.
No caso do Ministério de Minas e Energia, deve assumir o atual secretário-executivo, Paulo Pedrosa.
Na ausência de “notáveis” nos partidos aliados dispostos a entrar no fim de linha do governo Temer, esta deve ser também a solução adotada em outros ministérios para preencher as vagas.
Com a nova ofensiva do STF e da PGR contra o círculo de amigos do presidente, os antigos aliados já estão procurando outros pré-candidatos para negociar apoio, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o tucano Geraldo Alckmin, que não é nem governista nem oposição, muito ao contrário.
Quem saiu fortalecido no troca-troca da janela partidária foi o Centrão, que tirou parlamentares das principais siglas, tendo à frente as bancadas do boi, da bala e da bíblia, as mais poderosas no atual plenário.
Sem a grife de Henrique Meirelles, o mais provável é que teremos um ministério meia-boca só para cumprir tabela até o fim do governo, sem nenhum projeto relevante em discussão no Congresso.
E assim se arrastará a procissão até as eleições de outubro, com um olho no eleitor e outro no STF, e nas investigações da Lava Jato.
Vida que segue.
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