Entramos em maio vendo no horizonte a formação de uma tempestade perfeita na política e na economia.
A cinco meses das eleições, e faltando oito para acabar este governo, o Brasil engatou o ponto morto.
Na verdade, o governo Temer já acabou e as instituições caminham para a autodestruição.
Confinado no Palácio do Planalto, o presidente da República apenas cumpre tabela e arma sua defesa para enfrentar novas denúncias. Sem “reformas”, não tem mais nada para fazer.
Do outro lado da praça, o Congresso Nacional ainda não voltou das férias e daqui para a frente as excelências só vão cuidar de se reeleger para manter o foro privilegiado.
O Supremo Tribunal Federal virou a Casa da Mãe Joana, ou melhor, Cármen Lúcia, e se apequena a cada dia mais.
Em consequência, a economia voltou a embicar para baixo, afugentando consumidores e investidores.
O dólar disparou, o desemprego voltou a crescer e já chega a quase 14 milhões de trabalhadores, a produção industrial caiu e a Ponte para o Futuro foi para o brejo.
São os fatos, mas os donos do poder continuam brincando de pega pega à beira do vulcão, batendo palmas para ver louco dançar.
O cenário está tão esquisito que, sem ter para onde correr, depois do vexame em que foi enxotado da praça pelos sem-teto após a tragédia, Temer procurou abrigo num encontro secreto com Fernando Henrique Cardoso.
Dá para acreditar? Consta que esses dois campeões de (im)popularidade falaram sobre a necessidade de união nacional.
União com quem? Em torno de quê?
Enquanto os candidatos do “centro” governista não desencalham nas pesquisas e Jair Bolsonaro corre solto, agora acossado na mesma raia por Joaquim Barbosa, o mercado e o eleitor se recolhem assustados.
No Palácio do Planalto mal assombrado, como se vivessem em outro país, os marqueteiros oficiais preparam a campanha de propaganda para “comemorar” os dois anos de governo Temer.
Na Câmara entregue às moscas, os deputados só querem saber quando o governo vai liberar mais grana das emendas parlamentares, que já consumiram R$ 2 bilhões este ano.
No STF desgovernado, cada ministro atira para um lado e votações são adiadas indefinidamente de uma sessão para outra, sem que nem eles saibam o que decidiram.
Só está faltando o Chacrinha reviver para balançar a pança na Praça dos Três Poderes e perguntar quem quer bacalhau.
Tem alguma chance de melhorar ou não corremos esse risco?
Vida que segue.
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