sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A ascensão nazifascista no Brasil

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O Brasil ainda irá agradecer a Lula e a Fernando Haddad por estarem enfrentando um dos perigos mais terríveis a esta Nação. Nos últimos dez dias, houve cerca de 70 ataques bolsonaristas a “suspeitos” de serem “petistas”. Em grande parte dos casos, prevaleceram símbolos nazistas como a suástica, o símbolo com o qual Hitler devastou o mundo.

O advogado e escritor Mike Godwin criou uma teoria que leva seu nome, chamada “Lei de Godwing”. Por essa teoria, comparação com Hitler (ou com os nazistas) é introduzida no momento (o chamado “ponto Godwin”) em que o contendor já esgotou todos os argumentos razoáveis, ou seja, quem se utiliza dela é aquele que, de fato, perdeu a discussão.

Porém, esta reportagem irá demonstrar que, no caso do Brasil, a “lei de Godwin” não está valendo nada, porque é impossível não associar uma grave crise de violência política ao candidato da extrema-direita à Presidência, Jair Bolsonaro.

Após o primeiro turno das eleições presidenciais, explodiu o número de crimes por motivação política cometidos, quase sempre, por eleitores do candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro. Nos últimos dez dias, houve pelo menos 50 ataques de eleitores de Bolsonaro no país, segundo levantamento realizado pela agência Pública.

Levantamento inédito contabilizou relatos de agressões e ameaças contra pessoas em 18 estados e no DF nos últimos dez dias. Casos como o da cozinheira paulista agredida e presa nua numa delegacia da PM. Só foi solta depois de dizer “ele sim”; Caso da jornalista pernambucana esfaqueada e ameaçada de estupro.

Mas esses não são os piores casos. Claro que os piores são os casos de violência séria, como o do capoeirista morto por defender sua opinião política diante de uma milícia bolsonarista

Há também o caso chocante da Jovem de vinte anos espancada brutalmente em Porto Alegre por bolsonaristas por usar camiseta com o mote #EleNão, ou as agressões a um jovem nas dependências da UFPR (Universidade Federal do Paraná), em Curitiba, durante a qual várias testemunhas alegaram ter ouvido brados dos agressores em favor de Bolsonaro.

A grande maioria dessas agressões foi feita por apoiadores de Jair Bolsonaro, candidato do PSL que está à frente nas pesquisas eleitorais, como mostra mapa dos conflitos violentos por questões políticas.

Como se vê, de mais de 70 agressões ocorridas em poucos dias, 56 foram causadas por divergência política e 50 dessas agressões foram cometidas por eleitores de Bolsonaro e somente 6 foram cometidas contra os eleitores dele.




Além disso, vale notar que a grande maioria das agressões ocorreu nas regiões Sul e Sudeste do país, reduto eleitoral de Bolsonaro.



Mas o que mais preocupa é a associação clara e insofismável dos ataques com símbolos e ideias nazistas. Vem prevalecendo o uso da suástica ou cruz suástica, um símbolo místico encontrado em muitas culturas e religiões em tempos diferentes e que foi apropriado por Adolf Hitler para simbolizar o seu movimento nazista.

Impressiona a eclosão de símbolos e ideias nazistas no país. Desde a pichação da suástica em muros como a gravação a faca do símbolo nazista no ventre de uma garota de 19 anos que usava camiseta com críticas a Bolsonaro.

Pior ainda foi dois banheiros de um cursinho universitário em SP terem sido pichados na tarde de quarta (10) com frases homofóbicas e de apoio a Bolsonaro. Uma delas dizia “#Bolsomito17. Morte aos negros, gays e lésbicas. Já está na hora desse povo morrer”.

O que o Brasil está vivendo é, simplesmente, resultado da interminável campanha da grande imprensa brasileira contra Lula e o PT, ou seja, contra a esquerda ao longo de quase 30 anos. Tudo começou na primeira eleição presidência após duas décadas de ditadura na qual era proibido votar, quando Lula enfrentou Fernando Collor.

A partir das décadas seguintes, Globo, Estadão, Folha de São Paulo e revista Veja fustigaram incessantemente o PT e a esquerda, gerando uma juventude esquerdofóbica e os incríveis pobres de direita, que votam contra seus próprios direitos trabalhistas e políticas públicas que os atendem.

Agora, essa mídia conservadora vê a aliança eterna entre tucanos e a Globo produzirem uma onda neonazista no país que ameaça até a imprensa antipetista, ora assustada com a aliança estarrecedora entre os fanáticos religiosos de Edir Macedo e o candidato fascista Jair Bolsonaro

O Brasil não merece tal ameaça a cada um de seus cidadãos, incluindo os incautos que votaram e pretendem votar de novo no candidato nazifascista Jair Bolsonaro, de quem os seguidores estão reproduzindo a ascensão do nazismo na Alemanha dos anos 1920, 1930.

Que Deus tenha piedade desta nação.

Confira a reportagem em vídeo [aqui].

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