Por Daniel Almeida
Foram 100 dias sem médicos, sem educação, sem empregos, sem projeto, sem noção. O presidente da República já faz história e deixa uma marca: a incapacidade de governar. Nesse período, o pior inimigo do governo Bolsonaro foi o próprio governo Bolsonaro.
Bolsonaro não soube aproveitar a lua de mel com o eleitorado, que caracteriza o início das administrações. Ficou perdido em meio a brigas inúteis dentro do Palácio do Planalto e da sua pseudo base de apoio no Congresso Nacional. Muita energia, que poderia ser produtiva, acabou sendo desperdiçada. Despreparo e foco nas coisas erradas resumem bem esses três meses iniciais.
Não é por acaso que a popularidade presidencial se desmanchou rapidamente. Os brasileiros começaram a enxergar a verdadeira face do presidente. Cada vez que Bolsonaro se manifesta publicamente deixa as pessoas horrorizadas diante de suas ideias absurdas. As únicas ações efetivamente tomadas pelo Executivo foram em desfavor dos interesses do país e contra o povo. Um exemplo é a proposta de Reforma da Previdência que quer acabar com a aposentadoria dos setores mais pobres (PEC 6/19). O objetivo é favorecer o mercado financeiro e grandes rentistas.
Conforme pesquisa Datafolha, divulgada esta semana, o índice de ruim e péssimo de Bolsonaro atingiu a marca de 30%, a maior de todos os dirigentes eleitos em seu primeiro mandato, desde a redemocratização. Num distante segundo lugar vem Fernando Collor com 19%. Vale lembrar que Collor confiscou a poupança e, mesmo assim, teve avaliação melhor.
Outro problema grave é a falta de respeito à democracia, à separação de poderes e à Constituição. Falta capacidade política para dialogar e agregar parlamentares em torno de um projeto coletivo de nação. Bolsonaro ataca partidos e seus líderes, como se eles fossem sinônimos de corrupção, insistindo em reproduzir o discurso da campanha eleitoral. Ele ignora que com 52 deputados do PSL não se consegue maioria num colégio de 513 deputados federais. Sem maioria, não se aprovam projetos, nem se governa.
Parece que Bolsonaro quer governar sozinho, impondo sua agenda neoliberal, causando enormes prejuízos aos trabalhadores, aos direitos sociais e à soberania nacional. A submissão aos Estados Unidos é vexatória e a entrega do patrimônio brasileiro deve ser combatida.
O mais preocupante é que Bolsonaro desconhece seu papel presidencial e talvez ele não caia na real até o final do mandato. Ele segue semeando o ódio e a perseguição da Oposição e da esquerda, criando inimigos imaginários em busca de aplausos nas redes sociais. De forma ilegal, ele passou até mesmo a perseguir organizações não governamentais, instituições e movimentos sociais. Uma das primeiras medidas foi a edição de decreto e de medida provisória para que a Secretaria Geral de Governo monitorasse ONGS e organismos internacionais.
O Ministério da Educação, por exemplo, virou o caos em vez de ter missão estratégica no desenvolvimento nacional. Enquanto isso, o desemprego explode, atingindo quase 13 milhões de brasileiros e o povo sofre. Foram 100 dias perdidos. A situação é caótica, mas vamos lutar para que o país finalmente comece a funcionar em benefício da população. Chega de tanto retrocesso! Não aguentamos mais.
* Daniel Almeida é líder do PCdoB na Câmara e deputado federal pela Bahia.
Foram 100 dias sem médicos, sem educação, sem empregos, sem projeto, sem noção. O presidente da República já faz história e deixa uma marca: a incapacidade de governar. Nesse período, o pior inimigo do governo Bolsonaro foi o próprio governo Bolsonaro.
Bolsonaro não soube aproveitar a lua de mel com o eleitorado, que caracteriza o início das administrações. Ficou perdido em meio a brigas inúteis dentro do Palácio do Planalto e da sua pseudo base de apoio no Congresso Nacional. Muita energia, que poderia ser produtiva, acabou sendo desperdiçada. Despreparo e foco nas coisas erradas resumem bem esses três meses iniciais.
Não é por acaso que a popularidade presidencial se desmanchou rapidamente. Os brasileiros começaram a enxergar a verdadeira face do presidente. Cada vez que Bolsonaro se manifesta publicamente deixa as pessoas horrorizadas diante de suas ideias absurdas. As únicas ações efetivamente tomadas pelo Executivo foram em desfavor dos interesses do país e contra o povo. Um exemplo é a proposta de Reforma da Previdência que quer acabar com a aposentadoria dos setores mais pobres (PEC 6/19). O objetivo é favorecer o mercado financeiro e grandes rentistas.
Conforme pesquisa Datafolha, divulgada esta semana, o índice de ruim e péssimo de Bolsonaro atingiu a marca de 30%, a maior de todos os dirigentes eleitos em seu primeiro mandato, desde a redemocratização. Num distante segundo lugar vem Fernando Collor com 19%. Vale lembrar que Collor confiscou a poupança e, mesmo assim, teve avaliação melhor.
Outro problema grave é a falta de respeito à democracia, à separação de poderes e à Constituição. Falta capacidade política para dialogar e agregar parlamentares em torno de um projeto coletivo de nação. Bolsonaro ataca partidos e seus líderes, como se eles fossem sinônimos de corrupção, insistindo em reproduzir o discurso da campanha eleitoral. Ele ignora que com 52 deputados do PSL não se consegue maioria num colégio de 513 deputados federais. Sem maioria, não se aprovam projetos, nem se governa.
Parece que Bolsonaro quer governar sozinho, impondo sua agenda neoliberal, causando enormes prejuízos aos trabalhadores, aos direitos sociais e à soberania nacional. A submissão aos Estados Unidos é vexatória e a entrega do patrimônio brasileiro deve ser combatida.
O mais preocupante é que Bolsonaro desconhece seu papel presidencial e talvez ele não caia na real até o final do mandato. Ele segue semeando o ódio e a perseguição da Oposição e da esquerda, criando inimigos imaginários em busca de aplausos nas redes sociais. De forma ilegal, ele passou até mesmo a perseguir organizações não governamentais, instituições e movimentos sociais. Uma das primeiras medidas foi a edição de decreto e de medida provisória para que a Secretaria Geral de Governo monitorasse ONGS e organismos internacionais.
O Ministério da Educação, por exemplo, virou o caos em vez de ter missão estratégica no desenvolvimento nacional. Enquanto isso, o desemprego explode, atingindo quase 13 milhões de brasileiros e o povo sofre. Foram 100 dias perdidos. A situação é caótica, mas vamos lutar para que o país finalmente comece a funcionar em benefício da população. Chega de tanto retrocesso! Não aguentamos mais.
* Daniel Almeida é líder do PCdoB na Câmara e deputado federal pela Bahia.
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