Editorial do site Vermelho:
O cenário de calamidades que emergiu com a guinada do Brasil à extrema direita, um processo iniciado com a homogeneidade das forças do golpismo em torno da ideia do impeachment fraudulento da ex-presidenta Dilma Rousseff, impulsionou as entidades sindicais à unidade do 1º de maio, um fenômeno da mais alta relevância. Essa unidade foi além com as articulações para uma greve geral em 14 de junho para enfrentar a “reforma” da Previdência Social e o crescimento vertiginoso do desemprego.
Essa resposta uníssona tem um sentido bem definido. Ela é uma reação ao ataque frontal do capital à organização e direitos dos trabalhadores, como as “reformas” trabalhista e previdenciária, secundadas por ações autoritárias como a Medida Provisória que cortou as principais fontes de sustentação financeira do movimento sindical. Não há justificativas para essas atitudes fora da lógica de administrar os efeitos da crise do sistema desonerando o capital e sacrificando os que vivem da sua força de trabalho.
Tudo o que se diz fora dessa lógica tem conotação interesseira. Um exemplo foi a promessa de gerar empregos na casa dos milhões com a “reforma” trabalhista, que se mostrou um previsível engodo de dimensões continentais. Essa prática de engabelar incautos também faz parte da lógica de administrar os efeitos da crise carreando recursos arrancados dos trabalhadores para os fundos dos abastados de sempre, como propõe a “reforma” da Previdência Social, uma constatação que se estende para o todo o mundo dominado pelo poder do capital.
A crise é mais visível no centro do sistema — os Estados Unidos e a União Europeia —, mas seus efeitos são mais deletérios em países com economias que abrem mão da sua soberania, como é o caso do Brasil. Desde que os golpistas chegaram ao poder, uma sucessão de ataques aos instrumentos de defesa nacional — estatais e bancos públicos, sobretudo — fragilizou os fundamentos da proteção à avalanche desencadeada com as quebras em Wall Street de 2007-2208. A ofensiva contra a legislação trabalhista e previdenciária são o complemento desses ataques.
O objetivo, sem disfarce, é enfraquecer o trabalho para atrair capital não para fortalecer os investimentos no setor produtivo, mas para farrear na ciranda financeira. Essa é a natureza da administração política da crise, a causa fundamental do impasse que o sistema enfrenta para reproduzir capital. Na lógica neoliberal, a relação entre capital e trabalho deve retroceder aos métodos dos primórdios do capitalismo, quando os trabalhadores — incluindo crianças — eram acorrentados às máquinas e trabalhavam 14, 16 horas por dia em galpões pestilentos, ganhando o suficiente para manter-se vivo.
O desenvolvimento capitalista empurrou os operários para a luta, mas também fez ressurgir relações sociais há muito superadas pela história. Foi o crescimento explosivo da indústria têxtil, por exemplo, baseada na máquina a vapor, que infundiu vigor renovado à escravatura. A escravidão renasceu nos Estados Unidos assim que o descaroçador de algodão gerou uma demanda enorme de mão-de-obra de baixo custo, transformando, por algumas décadas, a reprodução de escravos na mais lucrativa indústria norte-americana.
No Brasil, a Revolução de 1930 deu um grande impulso à modernização das relações sociais. Em pouco tempo o país se transformou no mais promissor centro de produção industrial da América Latina. Uma massa de habitantes do campo mudou-se para as cidades, envergando o macacão de operário e organizando-se em sindicatos. Dessa conformação surgiram importantes conquistas, que nunca foram concessões bondosas do capital. E isso se deve ao entendimento de que a força do trabalho reside em sua capacidade de organização e ação coletivas.
A unidade expressa nas manifestações do 1º de Maio em todo o Brasil e a convocação de uma greve geral unitária para 14 de junho são acontecimentos alvissareiros que permitem vislumbrar uma possibilidade de vitória dos trabalhadores na luta em defesa da aposentadoria e de outros direitos previdenciários, bem como no combate ao desemprego. Ainda é viva a lembrança da exitosa greve-geral de 28 de abril de 2017, que jogou uma pá de cal na reforma previdenciária de Michel Temer, o usurpador. Mais uma uma vez vem à tona a histórica consigna do Manifesto Comunista, de Marx e Engels: "Trabalhadores, univo-os!".
O cenário de calamidades que emergiu com a guinada do Brasil à extrema direita, um processo iniciado com a homogeneidade das forças do golpismo em torno da ideia do impeachment fraudulento da ex-presidenta Dilma Rousseff, impulsionou as entidades sindicais à unidade do 1º de maio, um fenômeno da mais alta relevância. Essa unidade foi além com as articulações para uma greve geral em 14 de junho para enfrentar a “reforma” da Previdência Social e o crescimento vertiginoso do desemprego.
Essa resposta uníssona tem um sentido bem definido. Ela é uma reação ao ataque frontal do capital à organização e direitos dos trabalhadores, como as “reformas” trabalhista e previdenciária, secundadas por ações autoritárias como a Medida Provisória que cortou as principais fontes de sustentação financeira do movimento sindical. Não há justificativas para essas atitudes fora da lógica de administrar os efeitos da crise do sistema desonerando o capital e sacrificando os que vivem da sua força de trabalho.
Tudo o que se diz fora dessa lógica tem conotação interesseira. Um exemplo foi a promessa de gerar empregos na casa dos milhões com a “reforma” trabalhista, que se mostrou um previsível engodo de dimensões continentais. Essa prática de engabelar incautos também faz parte da lógica de administrar os efeitos da crise carreando recursos arrancados dos trabalhadores para os fundos dos abastados de sempre, como propõe a “reforma” da Previdência Social, uma constatação que se estende para o todo o mundo dominado pelo poder do capital.
A crise é mais visível no centro do sistema — os Estados Unidos e a União Europeia —, mas seus efeitos são mais deletérios em países com economias que abrem mão da sua soberania, como é o caso do Brasil. Desde que os golpistas chegaram ao poder, uma sucessão de ataques aos instrumentos de defesa nacional — estatais e bancos públicos, sobretudo — fragilizou os fundamentos da proteção à avalanche desencadeada com as quebras em Wall Street de 2007-2208. A ofensiva contra a legislação trabalhista e previdenciária são o complemento desses ataques.
O objetivo, sem disfarce, é enfraquecer o trabalho para atrair capital não para fortalecer os investimentos no setor produtivo, mas para farrear na ciranda financeira. Essa é a natureza da administração política da crise, a causa fundamental do impasse que o sistema enfrenta para reproduzir capital. Na lógica neoliberal, a relação entre capital e trabalho deve retroceder aos métodos dos primórdios do capitalismo, quando os trabalhadores — incluindo crianças — eram acorrentados às máquinas e trabalhavam 14, 16 horas por dia em galpões pestilentos, ganhando o suficiente para manter-se vivo.
O desenvolvimento capitalista empurrou os operários para a luta, mas também fez ressurgir relações sociais há muito superadas pela história. Foi o crescimento explosivo da indústria têxtil, por exemplo, baseada na máquina a vapor, que infundiu vigor renovado à escravatura. A escravidão renasceu nos Estados Unidos assim que o descaroçador de algodão gerou uma demanda enorme de mão-de-obra de baixo custo, transformando, por algumas décadas, a reprodução de escravos na mais lucrativa indústria norte-americana.
No Brasil, a Revolução de 1930 deu um grande impulso à modernização das relações sociais. Em pouco tempo o país se transformou no mais promissor centro de produção industrial da América Latina. Uma massa de habitantes do campo mudou-se para as cidades, envergando o macacão de operário e organizando-se em sindicatos. Dessa conformação surgiram importantes conquistas, que nunca foram concessões bondosas do capital. E isso se deve ao entendimento de que a força do trabalho reside em sua capacidade de organização e ação coletivas.
A unidade expressa nas manifestações do 1º de Maio em todo o Brasil e a convocação de uma greve geral unitária para 14 de junho são acontecimentos alvissareiros que permitem vislumbrar uma possibilidade de vitória dos trabalhadores na luta em defesa da aposentadoria e de outros direitos previdenciários, bem como no combate ao desemprego. Ainda é viva a lembrança da exitosa greve-geral de 28 de abril de 2017, que jogou uma pá de cal na reforma previdenciária de Michel Temer, o usurpador. Mais uma uma vez vem à tona a histórica consigna do Manifesto Comunista, de Marx e Engels: "Trabalhadores, univo-os!".
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